A ordem escrita por Falleiro Cris


Capítulo 1
O resgate


Notas iniciais do capítulo

Bom, não vou dizer que isso tudo saiu da minha cabeça, por quê nós sabemos que é uma mentira, por isso quero que fiquem cientes que tive algumas inspirações.
Espero que gostem.
Boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/741969/chapter/1

Gosto de sentir o vento soprar daqui de cima, é como se tudo ainda estivesse no mesmo lugar, as vezes tenho a esperança de alguém me acordar e dizer que isso tudo foi apenas um sonho ruim. Mas quando olho para baixo e vejo tudo em ruínas, percebo que estou sozinha e que nunca mais serei capaz de ter qualquer tipo de expectativa.

Imagine tudo que você conhece sendo destruído e ser incapaz de fazer qualquer coisa para mudar isso, e você sabe que é o próprio depredador. 

Estou sentada no parapeito da antiga loja de doces da rua principal esperando o pôr-do-sol chegar, gosto de como a luz laranja se contradiz com o cinza de uma cidade abandonada,  esse é o único momento do dia que tenho noção de tempo, já que nada mais funciona por aqui.

Ouvi um suposto barulho de que a tempos não ouvia, levantei e fiquei na ponta dos pés, minha primeira impressão foi de ser algo da minha cabeça, mas consegui ver de longe a silhueta de um jipe se arrastando entre as árvores, árvores essas que abrangem a pequena floresta da cidade de Orange, pude sentir na mesma hora um último suspiro de esperança saindo de dentro de mim.

Desci correndo aquelas imensas escadas empoeiradas como se nada mais fosse importante, aquele lugar que tanto me protegeu em noites escuras agora não passa de um prédio qualquer.

Saí para fora o mais rápido possível, já não havia mais fôlego dentro de mim, o jipe já estava se afastando e as lágrimas ja não eram contidas. Olhei para todos os lados e com o baixar do sol pude ver um feicho de luz em uma pilha de lixo.

Corri até a pilha e peguei uma panela velha cheia de furos que estava jogada e um pedaço de madeira preso ao chão, comecei literalmente a espancar aquela pobre panela, o barulho ecoou pela solitária cidade esquecida, e o jipe que se arrastava pelas ruas finalmente parou para salvar essa pobre alma.

Pov's Dyllan

Dentro desse jipe consigo sentir uma sensação de liberdade e quando o sol bate entre as árvores da floresta é como se fôssemos parte de algum projeto grandioso, projeto esse que em outros tempos poderia ter levado ajuda para pessoas que realmente precisavam.

Antigamente eu pagaria qualquer coisa para morar nessa pequena cidade, eu diria até que consigo me imaginar tendo uma familia em meio aquela destruição toda, mas agora é como se alguém tivesse me contaminado, contaminação que só a Ordem consegue estabelecer. 

Já tínhamos desistido, estamos voltando para as aldeias e a única coisa que conseguimos resgatar foi um gatinho que Peter fez questão de levar para a  casa.

— Você sabe que o Regente não vai te deixar ficar com ele, não é? - Debochei, deixando Peter mais nervoso do que  de costume. 

— Não se ele não souber. - Peter pôs o gato dentro de uma mochila.

Todos o olharam, sabíamos a sensação de estar presos.

— Você vai mesmo mantê-lo preso? - Perguntou Cassy puchando sua mochila e tirando o gato de lá.

— Melhor do que abandona-lô. - Afirmou Peter sorrindo para o gato.

— Entre ficar preso em uma aldeia e viver sozinho, prefiro a segunda opção. - Ben olhou pensativo em direção à cidade.

De longe ouvi um baralho de lata batendo, até pensei ser o nosso velho jipe em seus últimos suspiros de vida, mas quando olhei para trás vi alguém parado batendo em um pedaço de metal.

— Parem. - Gritei pulando para fora do jipe.

O jipe parou e o barulho ficou mais alto.

— Vamos Ben. - Falei estendendo a mão para ele descer.

Ben desceu do jipe e nós dois saímos em disparada.

A cada passo que eu dava era uma sensação diferente, e a única coisa que passa na minha cabeça agora, é que a Ordem terá mais um súdito e se eu pudesse ficaria naquele lugar e levaria todos a quem amo junto  comigo.

Entramos em uma rua e do lado esquerdo de uma pilha de lixo havia uma garota, que sorria com tamanha alegria que chegou a ser contagiante.

Pov's Jess

Dois garotos subiram a rua com tamanha euforia que quando os vi já não consiga mais me conter e a alegria me dominou.

— Olá, fazemos parte de uma organização, chamada de Ordem e estamos aqui para te resgatar, você está disposta a nos servir? - Disse um garoto alto de cabelos pretos. 

Servir? Alguém os avisa que estamos em pleno século XXII e que escravidão é um ato criminal.

— Você tende dizer isso sempre? - Perguntei tentando não rir.

Os dois garotos me olharam irritados, um deles até deu as costas à mim.

— Acha isso engraçado? - Perguntou um deles, em outros tempos eu com certeza perderia alguns minutos o admirando. 

Fiquei um pouco assustada e ao que me parece ele leva esse negócio a sério.

Gente eu quem devia estar de mal humor afinal fiquei presa aqui por uns dois anos.

— Calminha aí bonitão, foi só uma brincadeira. - Falei erguendo os braços e me aproximando deles.

— Irei refazer a pergunta e você terá de ter uma resposta concreta. - Falou o primeiro menino, ele era diferente, estava calmo e ficava me analisando.

— Não precisa reptir, não sou nenhuma retardada, eu aceito fazer parte... parte do que mesmo? - Perguntei confusa.

— Ordem. - Disse o garoto loiro que ja estava mais calmo.

— É um ótimo nome para uma organização corrupta e desigual. - Comentei.

— Bem vinda a Ordem. - Disse o primeiro garoto, que sorriu para mim e me estendeu a mão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A ordem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.