Mercy escrita por kasume


Capítulo 10
Evangeline


Notas iniciais do capítulo

desculpa pela demora, nunca pensei que um capitulo q eu imaginei desde inventei a historia seria tão difícil de escrever, sinceramente pensei q postaria meses atrás e q teria no maximo 2000 palavras, mas conforme eu escrevia mais eu queria escrever tanto q tirei algumas coisa se não eu não postearia kkkkk sinceramente espero que gostem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/741935/chapter/10

Evangeline  

3 semanas antes  

Boy, oh killing me softly 
And I'm still falling, still the one I need 
I will always be with you 
Oh you got me all gone 
Don't ever let me go 
Say it real loud if you fly 
If you leave me you're out of your mind 

Baby is a (ten) 

We dressing through the (nine) 

He picked me up with (eight) 

Make me feel so lucky (seven) 

He kissed me in his (six) 

We be making love in (five) 

Still the one I do this (four) 

I'm trying to make us(three) 

From that (two) 

He still the (one 

Sou acorda com o meu despertador tocando Countdown da Beyonce, normalmente esse seria meu jeito favorito de acorda, mas não hoje e menos ainda aquela música, minha cabeça começa a latejar, pego o travesseiro e viro para o lado tentado abafa ao máximo a música que insiste em não me deixar dormi, mas não adianta ela continua tocando. 

There's ups and downs in this love 

Got a lot to learn and it's love 

Through the good and the bad, still got love 

Dedicated to the one I love (hey) 

 
 

Still love the way he talk 

Still love the way I sang 

Still love the way he rock them black diamonds in that chain 

Still love up on each other, ain't a damn thing change 

My girls can't tell me nothing, I'm gone in the brain 

Minha cabeça dói e o despertador não para, finalmente desisto de ignorar ele e levanto para desliga-lo (sempre deixo ele encima do rack para me ajudar a acorda) desligo e me deixo cair sobre a cama fechando os olhos enquanto aproveito o silencio e o escuro que ajudam a esquecer todas as besteira da noite, porém essa paz não dura muito, logo posso ouvi uma  movimentação vinda da sala, invadindo o meu quarto e abrindo de uma vez a cortina, o sol entra com tudo acertando meus olhos, minha dor de cabeça piora e novamente tento usar o travesseiro de escudo. 

— Evangeline- não preciso tirar o travesseiro do rosto para reconhecer a voz grave e máscula que me chama, usando aquele tom sério, o mesmo tom sério que sempre vinha acompanhado com um sermão, e um sermão é a última coisa que eu e minha ressaca queremos ouvi, me viro na cama ignorando o homem e a luz que invadiram o meu quarto sem permissão - Evangeline- posso sentir a impaciência dele aumentar enquanto puxa meu coberto de cima de mim  

—Da-vi-d- seu nome sai da minha boca quase como um rosnado, sento na cama com raiva encarando o lindo rosto irritante do meu assistente que não se intimida nem um pouco e me olha nos olhos com os braços cruzados –Que droga David – falo bufando  

—levanta, Evangeline -ele fala  

—Não - e me jogo de volta na cama debaixo da coberta (dali eu não saio, dali ninguém me tira)  

—Vamos, você tem duas reuniões importantes hoje e tem que organizar a próxima exposição da galeria – ele puxa novamente meu coberto só que dessa vez ele o joga longe  

—Cancela tudo, melhor ainda... vai você- seguro nos lenções da cama  

— Você sabe que não posso ir no seu lugar, os artistas vão achar um desrespeito – ele diz vindo mais perto - já chega de criancice, Evangeline - ele perde a paciência e segura nos meus pés me puxando para fora da cama, jogo o travesseiro nele, mas ele não desiste  

— Esqueceu quem é a sua chefe? - falo com ele ainda me puxando já conseguindo me sentar na cama  

—não, e é por isso que você tem que trabalhar, quem vai pagar meu salario? - ele segura minhas mãos me trazendo para frente e eu fico de joelhos sobre a cama encarando ele que sorri vitorioso, sinto meu estomago revirar e algo querendo subir aperto meus lábios e seguro, David parece perceber já que me solta e se afasta, pulo e corro saindo do quarto indo até o banheiro e solto tudo o que bebi na noite passada dentro da privada. 

... 

— Parece que você venceu, eu estou de pé- falo voltando do banheiro depois de ter escovado meus dentes vou a geladeira, pego o leite e sento no balcão da cozinha  

—Eu sempre venço - David fala saindo do quarto, olho de relance e vejo que ele arrumou a minha cama – vamos falar sobre isso? 

—Isso?... o que? - me faço de desentendida e ele me olha com uma sobrancelha levantada  

— sobre o fato de você ter acabado de vomitar um posto de gasolina inteiro no seu banheiro, ou você ter saído para bebe no meio da semana e que tal sobre você não atender o celular a noite inteira me deixando preocupado? - ele fala usando de novo a voz de sermão e eu me encolho um pouco  

—Sobre sair ontem, eu só estava querendo me distrair um pouco, sobre o banheiro, bem acho que me distrai de mais- forço uma risada que ele não acompanha – e sério você não deve ter me ligado tanto assim     

—  Há é - ele vem até mim com o meu celular na mão colocando encima do mármore preto, olho e engulo seco, 29 chamadas não atendidas  

—Posso fazer uma pergunta? - ele balança a cabeça em positivo – por que você não me ligou mais uma vez para completar 30- dou uma risada brincalhona vendo a cara dele de indignando- sério, ia ficar bem legal um número redondo  

—não estou brincando, eu não sabia aonde você estava, nem com quem estava- ele fala passando atrás de mim indo até um dos armários e pegando alguma coisa que não consigo ver- eu sabia que você ia sair mas não que ia ficar incomunicável- David se vira estica o braço em minha direção com um comprimido na mão, olho para ele por alguns segundo com uma cara de insatisfeita antes de abrir a boca para ele colocar o remédio, tomo um gole de leite para ajuda a descer 

—Para de drama Dav, já sou de maior e vacinada acho que posso sair para me diverti sem um segurança do meu lado, você não acha? - falo bebendo mais um pouco do meu leite  

—Pode, mas não pode ficar com o telefone desligado em dia de semana com uma exposição programada tão encima- ele dá a volta na bancada – ontem teve uma emergência com a empresa de transporte e o senhor Edgar Smorck  

—Espera aí, não me diz que ele falou de novo que não quer mais expor as obras dele? - pergunto com esperança de que um homem de 54 anos não ficasse usando a mesma ameaça birrenta toda vez que alguma coisa não saia do seu jeito. 

—é o senhor Edgar, o que você acha? - David quebra todas as minhas esperanças com aquela pergunta  

—Que droga David, por que você não me ligou?... ops – só percebo as minhas palavras quando elas terminam de sair da minha boca, dou um sorriso envergonhado ao receber o olhar assassino do meu assistente 

—-sério, por que não te liguei? - dava para notar de longe a indignação na sua voz  

—Desculpa- tento falar o mais simples possível para não o irritar mais - você conseguiu resolver as coisas com ele? 

—Depois de uma longa conversa por telefone e muita massagem no ego dele, consegui acalma-lo –relaxo um pouco ao ouvi aquilo, (claro que conseguiu, afinal ele é o David, o homem em quem eu mais confio no mundo) solto um suspiro aliviado  

—Ei David, sabia que você é incrível? - falo e pisco para ele, vejo ele ficando vermelho e seu peito inflar de orgulho  

—Claro que sei- ele se vira de costas e parece se assustar ao ver algo no chão- meu deus Evageline você não tem guarda roupa? - ele fala apontado para as minhas roupas espalhadas pela sala, dou de ombros  

—Essa são as roupas que eu estava usando ontem, devo ter tirado quando cheguei. - (espera, se minhas roupas estão ali o que estou usando agora) disfarçando olho para baixo e agraço a minha eu bêbada por ter um pingo de bom senso quando vejo meu pijama branco  

—Você tem que ser mais responsável, não posso resolver tudo no seu lugar- David começa a pegar minhas roupas do chão, ele realmente não consegue ver bagunça. 

—Por que não? Você é tão bom nisso- falo inocente 

—por que a dona da galeria é você, não eu- não posso evitar de sorrir, “a dona da galeria” como eu amo ouvi isso, minha galeria, o sonho que eu tive desde a faculdade agora não só era uma realidade como também um sucesso, Dav vai até a lavanderia levando minhas roupas – sei que depois de tudo as coisas não estão fáceis agora, mas não dá para você continuar agindo assim só porque ele não está mais aqui- o que meu assistente diz me acerta em cheio, sinto meu queixo trinca, e minha mão aperta o copo com liquido branco que seguro e antes que eu percebesse meu olhar já  está preso no porta-retratos  em cima da mesa de centro da sala. 

—Não sei do que você esta falando, nem lembro mais da existência desse ser humano – falo tentando sorri- estou plenamente bem. 

—mas não é o que parece, você tem que sup...- David para de fala ao aparece do meu lado- Evie?- talvez o meu sorriso não  tenha sido o mais convincente ou minha expressão não estivesse realmente boa, já que ele me chamou pelo meu apelido uma coisa que ele nunca faz  

—O que? - forço um pouco mais meu sorriso tentando deixa-lo mais real 

—O... o... o senhor Edgar, eu mencionei que uma das condições para acalma-lo foi que você o visitasse na primeira hora do dia? - meu olhar se desprende do porta-retratos e vai ao meu assistente quando ele termina de fala. 

—A reunião da manhã é com Edgar? - ele assente com a cabeça- que droga David, por que você não me disse antes, ele odeia atrasos- pulo da cadeira e corro para o meu quarto, mas antes de entrar olho para traz e vejo David suspirar aliviado  

—E antes que eu me esqueça, você também tem uma reunião no fim da tarde com John da transportadora que não quer ver o sr. Edgar nem pintado de ouro- posso ouvi uma risada quando grito mais um “que droga, David” 

Coloco uma blusa branca de alcinha com rendas ao redor do decote, uma calça pantalona de alfaiataria preta, faço uma maquiagem leve nos olhos e coloco pequenos brinco de argola, para completar vou para a frente do espelho e passo meu batom vermelho dou uma última olhada para conferir se estava tudo certo. 

—Calças? Gosto mais quando você usa vestido – olho para trae vejo ELE sentado na beira da cama me olhando daquele jeito que só ele olhava e de repente como em um filme fragmentos do passado começam a aparecer diante dos meus olhos 

—Você gosta, é? Se você olhar bem também fico linda assim — uma eu feliz aprece e senta abraçando o homem na cama e como em uma cena romântica eles se beijam. Fecho os olhos com força e quando os abro os dois já não estão mais lá, pego minha bolça, saio do quarto meio apressada e vou até a cozinha  

 ignoro meu assistente que me segue com o olhar, pego o copo sobre o balcão e viro o que tinha sobrado do leite quando termino meus olhos são presos novamente pela porta- retrato sobre a mesa de centro respiro fundo segundos antes de jogar o copo na direção da foto (maldito). 

—Evageline- David fala com uma cara espantada – o que foi isso? 

—Nada, como eu disse antes estou plenamente bem-arrumo meu cabelo que tinha bagunçado um pouco pelo movimento brusco –vamos, não podemos deixar o S.r. Edgar esperando- ele não diz, mas nada e só me segue. 

... 

—meu deus, por favor explica por que artistas são tão complicados e mimados? - jogo minha bolsa em uma das cadeiras do restaurante e meu corpo em outra Dav senta ao meu lado e coloca o notebook sobre a mesa para providenciar tudo o que Edgar tinha pedido durante a reunião - não acredito que aquele velho nos enrolou até a hora do almoço- digo um pouco irritada  

— Olha como fala – Dav me adverte  

—Ta bom, pelo menos a próxima reunião vai ser com a pintora Luna- dou um suspiro aliviado (a simples e nenhum pouco complicada Luna) a reunião seria sem dúvida rápida e fácil.  

—Licença, posso anotar os pedidos- depois de uma rápida olhada no cardápio fazemos os nossos pedidos e o garçom vai embora  

Deito minha cabeça sobre a mesa e começo a observar David enquanto trabalha seus dedos corriam sobre o teclado sem parar e nem errar, deixo meu olhar passear subindo pelo seu braço até chegar ao seu rosto concentrado, David Coleran é definitivamente um homem bonito, com seus olhos castanhos escuros penetrantes, sua pele bronzeada e seu sorriso branco sedutor que arranca suspiro das nossas artistas e clientes, tenho muita sorte de ter ele como meu assistente. 

—O que foi, no que você está pensando? - ele diz sem tirar os olhos do notebook, mudo de posição apoiando meu queixo sobre a minha mão direita e o encaro por um tempo conseguindo tirar sua atenção da tela e traze-la para mim. 

 -Nada, só em quando você vai parar de desperdiçar o seu talento trabalhando como meu assistente e vai voltar a fazer o que nasceu para fazer - encaro ele com um olhar desafiador que ele devolve com um sorrisinho de lado 

—Isso quer dizer que você não precisa mais de mim? - Dav fecha o notebook e começa a se levantar –me demit...- não deixo ele termina de fala e agarro o braço dele o impedindo de levantar  

—é brincadeira, eu preciso muito de você, não me abandona- falo tentando fazer o melhor rosto triste que eu consigo (com direito a beicinho e tudo)   

—Hahah como se eu pudesse depois de um pedido desses – ele ri e volta a sentar acompanho sua risada, o celular dele nos interrompe e depois de pedi licença ele sai para atender, não demora muito nossa comida chega e logo depois Dav volta. 

—Quem ligou? Por favor não me diga que sr. Edgar- 

—Não era ele, ligaram de um museu, eles querem te contratar para restaura um dos quadros de lá - ele diz um pouco empolgado voltando a senta  

—E você recusou, certo? 

—Não, falei que vou envia uma resposta depois de consultar a sua agenda  

—Não precisa, a resposta é não- 

—Evageline, você pode pensar um pouco antes de tomar uma decisão? 

—Uhhh ... - levo o indicador aos lábios como se pensasse seriamente sobre aquilo- a resposta ainda é não, e depois quem foi mesmo que disse essa manhã que eu tenho que ser responsável, que temos uma exposição próxima e que não pode resolver tudo por mim 

—sei o que disse e continuo concordando comigo –ele diz convencido- mas o trabalho não é imediato você teria uma semana para deixar tudo em ordem na galeria, é um trabalho de um mês você ainda vai pode dá uns toques finais na exposição, sem fala que o museu fica perto da casa da sua irmã, você pode visitar ela durante esse tempo. 

—Você quer que eu deixe a minha galeria e passe um mês sobre o mesmo tento que meu cunhado? - pergunto incrédula - não   - respondo rápido e Dav suspira cansado (por que ele quer tanto que eu aceite esse trabalho?)  

—Evageline, eu acho que vai ser bom para você aceitar esse trabalho - e como se lesse a minha mente ele começa a me responder- passar um tempo com a sua família, passar um tempo longe daqui- agora é a minha vez de dá um suspiro cansado  

—Eu já disse que estou plenamente b... 

—”bem” você ainda pode dizer isso depois de joga um copo naquele porta- retrato?- David fala com impaciência - por quanto tempo você vai continua saindo noite após noite fingindo que superou “ele” ou melhor fugindo da realidade enquanto ainda vive naquela casa com as coisas dele espalhadas por toda parte - a paciência de David sumia um pouco a cada palavra dita, mas ele não era o único que a estava perdendo ali. 

—Para...- falo baixo, mas ele continua  

—Isso tem que acabar, não dá para você viver assim... 

—PARA... - antes que eu pudesse nota já tinha gritado o assustando, posso sentir os olhares das outras pessoas sobre nós agora, respiro fundo e continuo – por favor para...  não estou fingindo nada ou fugindo de nada, você não acha que está passando um pouco dos limites agora- seguro os talheres com força  

—Evie, desculpa eu não queria... quero dizer você está certa eu passei um pouco dos limites- e ele percebe a minha tenção e coloca sua mão sobre a minha a apertando de leve e aquele contato faz com que eu relaxe um pouco- é só que eu me preocupo muito com você... e quero o seu melhor, acho que você precisa de um tempo para pensa um pouco longe de tudo- ele diz olhando nos meus olhos. 

—David, eu...  

—Mas, se você me diz que está bem eu vou acreditar- Dav fala com um sorriso terno enquanto segura firme minha mão, dispersando toda e qualquer tensão que eu estivesse sentindo - você esta bem?  

—Eu estou -respondo devolvendo o sorriso  

—Vou ligar para o museu e recusar a oferta deles-  

—Obrigado -falo e terminamos de comer logo seria a nossa reunião com a pintora Luna e depois com da transportadora que Edgar tinha ofendido, é hoje o dia ainda seria longo 

 ... 

—Finamente o dia terminou- falo auto me alongando ao sair da minha última reunião do dia, definitivamente todos os artistas são seres difíceis de lidar, até mesmo Luna que parecia uma pessoa fácil resolver mostrar o quão birrenta pode ser hoje, sem fala no John dono da transportadora que não quer ver Edgar nem pintado de ouro por Picasso, para convence-lo Dav e eu precisamos prometer que estaríamos lá no dia do transporte e que eles não se veriam 

—Menos, Evageline- David me repreende, mas posso ver que ele esta tão feliz quanto eu pelo fim de todas aquelas reuniões- ainda tenho que finalizar as coisas na galeria, quer uma carona? -  Dav pergunta tirando as chaves do bolso 

—Não precisa e já tenho uma- falo indo em direção a um taxi parado ali em frente  

—Espera, Evageline aonde você vai? -  David pergunta com uma cara preocupada e não posso evitar de sorrir para ele antes de responder 

—Calma eu só vou me divertir um pouco ou como você disse antes vou “fugir da realidade” - abro a porta do carro- e relaxa vou deixar o celular ligado dessa vez- posso ouvi em suspiro frustrado pouco antes de fechar a porta do carro  

—Para onde moça? - o taxista pergunta e eu já tenho a resposta na ponta da língua 

—Me leva para a boate Lux - o começa a anda e dou uma leve retocada na minha maquiagem  

... 

Chego na boate, a música é alta, vou ao bar e de lá vejo as pessoas dançando com copos na mão, peço um drink e após bebe-lo resolvo me juntar a elas meu corpo se mexe no ritmo da música e eu esqueço tudo, todas as lembranças bonitas que incitem e não ir embora, todas as perguntas que ficaram sem respostas e toda a minha tristeza, enquanto danço é como se tudo desaparece –se e somente eu existisse e assim minha noite se seguiu em meio a drinks e dança, antes que de me dá conta era quatro da manhã e já estava a caminho de casa completamente embriagada  

Entro em casa cambaleando tropeço no tapete e dou uma risada exagerada de mais para a situação ando sem ligar as luzes (estou acostumada) continuo seguindo até ouvi vidro se quebrando embaixo dos meus pés paro e olho para o chão mesmo com a iluminação ruim (já que não liguei) posso ver os cacos e a moldura quebrados do porta retratos de manhã me abaixo e empurro um dos pedaços da moldura revelando uma foto virada para baixo pego a foto e sento na mesa de centro, leio a pequena frase escrita na parte de traz (nosso primeiro passeio na praia) viro a foto e eu estou nela com um sorriso tão grande ao abraçar “ELE”, consigo lembrar perfeitamente daquele dia nos divertimos tanto, ergo o meu olhar da foto e como se tudo o que eu tinha tentado esquecer com o álcool e dança voltassem sem a minha permissão e novamente como um filme cenas dos nosso dias felizes naquela casa aparecem diante de mim, nossas risadas, nossas brincadeiras, nossos dias de preguiça e nossas brigas tudo nessa casa era tão nosso que mesmo que ele não estivesse aqui sua presença permanecia ao constatar isso não pude evitar as lagrimas que caiam e ali encima daquela mesa de centro abraçada a uma foto eu chorei, chorei com todas as minhas forças todas as lagrimas que eu tinha contido  não sei por quanto tempo fiquei chorando só sei que foi muito mais do que queria e menos do que precisava, quando parei e ao entender a situação dou uma risada sem humor 

—David estava certo – falo ainda rindo fraco (claro que estava, ele sempre esta) eu preciso sair daqui preciso ficar longe de tudo, pego meu celular e disco o número familiar 

— Aló... - depois do telefone chamar algumas fezes uma voz rouca e sonolenta atende, tento responder, mas o nó em minha garganta não deixa- alo... Evageline... Evageline.... Evie... - sua voz começa as sair mais exaltado e finalmente recobro um pouco das minhas forças  

—David... eu...  

—Evie o que aconteceu? 

—Não, nada, eu só ...- respiro fundo antes de continuas- David você já recusou a oferta do museu? 

—Era isso? - ouço um suspiro aliviado do outro lado da linha- sobre isso, não tive tempo ontem, mas fica tranquila hoje mesmo eu recu... 

—NÃO... - falo alto o interrompendo- não recusa, mudei de ideia, quero ir nesse trabalho 

—Sério, que bom que vai aceitar, eu realmente acho que você precisa desse tempo sei que vai te fazer bem  

—é o que eu espero- falo com tristeza antes de deligar.

...  

Duas semanas e muita papelada depois estou pronta para viajar, David vai cuidar de tudo enquanto eu estiver fora da galeria e da minha casa, pego a última mala e deixo meu olhar percorrer mais uma vez pela minha casa antes de me virar e sair, em um mês ela estaria diferente eu vou estar diferente. 

... 

Estou em frente a casa da minha irmã mais velha, caminho até a porta (bom, já estou aqui mesmo) respirou fundo e coloco meu melhor sorriso antes de abrir a porta  

—Oi família- falo meio alto ao entrar   

—Tia Evageline - minhas duas sobrinhas falam me encarado como se não pudessem acreditar que eu estou aqui 

—e quem mais seria – responde soltando as malas que eu seguro no chão, helga é a primeira a sair do transe de confusão que a minha visita repentina causou e vem me abraçar -oi Helga -retribuo o abraço - também senti saudade – logo depois é a vez de Olga  vim me cumprimentar conversamos um pouco (nossa, como senti falta da minha Helguinha e da Olga, porque mesmo  demorei tanto para vê-las?)  

 E como se o universo quisesse me lembrar o “motivo” aparece reclamando sobre não conseguis ouvir o jogo, Robert Pataki, ou como ele prefere ser chamado Big Bob, meu cunhado a segunda pessoa que mais desgosto no mundo, e depois de uma troca de palavras “gentis” ele chama a Mirian e sai para pegar as malas que faltavam, minha irmã aparece e posso ver a surpresa em seu rosto pouco antes de me abraçar e me puxar em direção a cozinha, olho para traz esperando as meninas nos seguirem, mas elas não vem, quando nós duas nos sentamos a mesa toda a animação que minha irmão tinha por me vê some do seu rosto dando lugar a um expressão preocupada. 

—Evie... eu sei sobre o... o seu divórcio- ela fala meio hesitante (há então era isso) 

—Parece que não demorou muito para a mãe te contar, né? - solto um suspiro pesado  

—Evie, ela só me contou porque esta preocupada com você e eu também, poxa sou sua irmã mais velha e não fiquei sabendo - ela fala olhando para mim com preocupação um pouco de desapontamento, sinto um pouco de culpa

— - bem, tanto faz não era nenhum segredo mesmo, eu iria te contar –falo dando de ombro, já tentando me explicar - só não é um assunto fácil de se fala, não dá para simplesmente te ligar e fala “oi, tudo bem? E as meninas como estão? Há e proposito, me divorcie pela terceira vez!” - imito um telefone com a mão enquanto representando a situação 

—Mesmo assim você deveria ter me falado-ela diz ainda um pouco magoada - então... você quer... uhn conversa sobre isso? - minha irmã pergunta meio hesitante  

—Mirian, a última coisa que eu quero é falar com a minha irmã que não vejo a mais de três anos ou qualquer outra pessoa no mundo sobre o meu divórcio, acredite- digo de modo animado tentando evitar qualquer continuidade aquela conversa  

—Tudo bem, qualquer coisa você pode falar comigo- ela segura a minha mão sorrindo,  

—eu sei -sorrio de volta e Helga entra pela porta e Mirian troca de assunto e em seguida Olga entra logo todo aquele clima da nossa quase conversa sobre o meu divorcio some e teria continuado assim se meu cunhado não tivesse aparecido, e antes que eu percebesse nos dois já estávamos brigado e sinceramente se não fosse pela Helga nos repreendendo eu não sei como aquela briga terminaria, mesmo assim eu não queria sair por baixo e dei mais uma provocada e provavelmente a briga teria reiniciado  só que dessa vez fomos parados por Olga.

E de repente me vi sentada ouvido Beethoven, olho para os lados e não vejo Helga, ela deve ter aproveitado aquele momento para fugir e como eu queria ter ido com ela 10 minutos tinham se passado desde que Olga tinha começado a tocar e eu já não sabia o que estava me dando mais sono se era a música ou a minha irmã e Bob que não paravam de falar do quão boa em tudo a filha deles é, cinco minutos a mais e eu já não aguentava mais, consigo inventar uma desculpa sobre as minhas malas e escapo subindo em direção aos quartos, eu ia ficar no quarto de hospedes o ultimo do corredor, vou anda e reparo em uma porta entre aberta, é a da Helga sorrio sapeca e empurro a porta rápido, posso ver o resultado da minha brincadeira com o susto que ela toma noto também que ela escondeu algo cor de rosa embaixo do travesseiro, mas ignoro, vou andando em sua direção e pulo na cama recebendo assim uma bronca bem humorada por esmagar suas coisas enquanto me desculpava encontro uma prova de matemática com uma nota A+ bem grande nela olho para Helguinha e ela respirar fundo quase prendendo a respiração ao ver o papel em minhas mão, não consigo evitar de sorri e elogiar ela pela nota, estranho ao ver seu rosto surpreso como se ela não esperasse receber um elogio, mas logo a surpresa da espaço a um sorriso realmente grande e envergonhado, dividimos um sanduiche e passamos o resto da noite conversando e rindo enquanto ela fazia a lição e essa foi a primeira vez em meses que eu não pensei nem um pouco no que me deixava triste. 

No dia seguinte acordo cedo e coloco um terninho mais largo rosa salmão e passo um pouco de maquiagem com meu batom vermelho e desço para a cozinha e encontro Olga no fogão fazendo panquecas, pego boa parte das que ela já tinha terminado e me sento no balcão com um copo de leite e muita calda para acompanha, não demora muito para Bob e Mirian virem se  sentarem a mesa com Olga alguns minutos depois Helga entra e fica ao meu lado enquanto tomamos o café, e enquanto retoco a minha maquiagem percebo algo, porque ninguém estava falando sobre as notas da Helga? Sendo que ontem eles não tinham economizado palavra para elogiar a filha mais velha 

—Helga você contou para a Miriam sobre a sua nota? - pergunto animada  

—não, e nem vou- ela respondo fechando um pouco a cara, estranho, mas vendo como eles falavam ontem sobre Olga, não consigo entender o porque de ela não querer conta, talvez já está cansada de tanto ouvir os elogios deles, mas mesmo assim decido por conta, me viro em direção a mesa, ouço Helga pedindo baixo mais uma vez para que  não falasse, porem já era tarde eu já tinha começado e ao termina enfim entendo o porque de ela não querer contar, já que enquanto eu falava da Helga as únicas coisas que eu ouvi eram sobre Olga, mudo minha atenção para Helga, posso ver ela segurando as laterais da cadeira com força como se estivesse tendo que suporta cada palavra dita pelos pais até que não conseguiu mais aguentar e em um movimento rápido Helguinha levanta pegando a mochila e saindo, olho para minha irmã com reprovação aonde estava a mulher que tinha conversado comigo, a mãe coruja orgulhosa que eu tinha visto ontem?  

—Caramba Mirian - é a única coisa que consigo fala antes de ir correndo atrais da Helga, não demoro muito para alcança-la  

— Desculpa Helga, me desculpa mesmo-falo do seu lado  

— Evangeline, eu pedi para não contar – ela diz contendo um pouco a voz irritada  

— Eu não sabia que... -tento me explicar, dizer que esperava outra reação deles, mas não consigo 

— Mas eu sabia, é sempre assim, para eles só existe a Olga, Evangeline – ela explode falado alto e com raiva, mas acima disso eu posso sentir a sua tristeza Helga estava magoada  

— Me desculpa Helga – falo arrependida, “logico que tinha um motivo para ela não querer fala para eles e mesmo assim eu ignorei” 

—Tudo bem, não foi nada –ela fala me perdoando e logo depois começamos uma conversa sobre o meu trabalho  

Logo depois de me despedir de Helga pego um Uber e vou para o museu entro e depois de uma rápida conversa com o diretor, ele me guia para a sala aonde eu irei trabalhar durante esse mês, seu tamanho é médio, porem bem ventilada e com uma iluminação incrível que é refletida pelo chão de madeira polido, um lugar perfeito para trabalhar, o quadro que vou reforma se encontra no meio da sala ando até ele o olhando de cima a baixo é um lindo quadro de uma garota de costas em pé sobre um espelho d’agua arvores com suas folhas em tons de laranja forma a paisagem a sua frente se reflete sobre as aguas na qual ela está em cima enquanto o vento do outono balançam seus cabelos, fico impressionada tanto com a beleza quanto com os danos no quadro, o que tinham feito com ele? me aproximo mais do quadro e o toco começando a examinar, os danos eram graves mas não impossíveis de se recuperar viro em direção do diretor que só esperava em silencio e falo meu diagnostico.  

—A senhora não sabe como isso me deixa aliviado, esse quadro foi pintado a muito tempo pela primeira diretora desse museu é praticamente um marco insubstituível, ele esteve perdido por tanto tempo que quando o encontramos no deposito em tal estado...  

—Ele realmente parece ter passado por mal bocados- olho novamente para a pintura danificada  

—Sim... quando nossa restauradora disse que não conseguiria realizar a os reparos foi um grande choque, ainda bem que ela se lembro do nome de uma grande restauradora que trabalhou no mesmo museu que ela - não posso evita de corar, ele estava exagerando, 

 ignoro o que ele disse e mudo de assunto perguntado sobre como seria dividido meus horários e o local de trabalho volto a examinar o quadro e após termina me preparo para volta a casa da Mirian, ao sair do museu pego o celular já pronta pra chamar um carro quando o pensamento de ter que durante um mês ficar chamando carros de aplicativos seria cansativo e ai que uma ideia surgi e antes que eu possa repensa já estou com as chaves de um Mustang conversível vermelho que acabo de alugar nas mãos e dirijo em direção a casa da minha irmã, louca para olhar a cara da Helga ao vê esse carro, ela com certeza vai adora, não demoro muito para chegar, entro e vou direto para a cozinha e lá eu encontro Mirian e Olga arrumando a mesa para o jantar abro um sorriso. 

—Oi família... e Bob- completo a quando meu cunhado aparece detrás do balcão- o jantar está pronto? - pergunto sentido o cheio da comida  

—Quase, mais 5 minutos e já vamos servi- Olga responde. 

—Ok – falo e olho para os lados sentindo falta de alguém - e a Helguinha? - e novamente quem me responde é Olga  

—  Ela está dormido no quarto 

—E ninguém vai acorda ela para come? -  Pergunto para todos na cozinha e logo percebo que realmente não iam acorda-la para come. 

—Não precisa acorda a Ol... Helga, quando senti fome ela desce para comer – Bob fala e eu mal posso acreditar no que ele falou, por que ela tem que come depois se toda a família vai comer junta?  olho para Mirian e Olga que parecem concorda, fico com raiva --como eles podem exclui ela desse jeito - 

—mesmo que vocês não achem necessário, eu vou acorde ela para come- falo me controlando ao máximo, mas não consigo evitar de fechar a cara para eles antes de virar para subir as escadas. 

Vou em direção ao quarto da Helga e abro a porta devagar, ando até a cama, ela esta dormindo sento ao seu lado e vejo pequenos pedaços de papel rasgados espalhado e um caderno rosa jogado de qualquer jeito próximo aos pés dela que por algum motivo me pareceu muito familiar, forço um pouca a memória e lembro que noite passa ela o escondeu em baixo do a travesseiro, mesmo sabendo que seria uma grande invasão de privacidade abrir aquele caderno, a curiosidade falou mais alto e não consigo evitar acabo abrindo e lendo, e a cada página daquele diário em forma de poesia meu sorriso aumenta ao ver como a Helga não tinha mudado em nada ela continua doce e meiga mesmo que agora sarcasmos tenha se juntado a essas qualidades, passo mais páginas enquanto fico mais e mais surpresa pela beleza e delicadeza de cada verso ali e pelo que eu pude entender todos eles eram para uma única pessoa, um tal de Arnold. Tomo um susto quando Helga se mexe do meu lado e escondo o caderninho atrás das costa, mas por sorte era só um alarme falso, coloco o pequeno objeto de volta e vou acorda-la depois de uma leve resistência e um acordo envolvendo sorvete e nosso jogo favorito, ela finalmente levanta e pergunta hesitante se eu posso ajuda-la em história, era quase como se Helga sentisse medo da minha resposta ser negativa e depois de ouvi meu sim ela dá um sorriso largo e nos duas descemos para jantar.  

Meu despertador toca tentado me fazer levanta da cama, mas eu resisto estou muito sonolenta, ontem Helga e eu jogamos e comemos sorvete até tarde, nem lembro a hora fomos dormi, viro na cama e deligo o despertador do meu celular que tocava e tento voltar ao meu sono da beleza merecido e é ai que meu celular toca novamente só que dessa vez era uma ligação, tento ignorar, porém ele continua sem para e sem olhar quem era eu atendo  com a voz roca pelo sono. 

—Alo 

—Evangeline, acorda- olho a tela do celular só para confirmar já reconhecendo a voz do outro lado  

—Que droga David, nem em outro estado você me deixa dormi- falou irritada  

—Há, então você ainda está dormindo- ele fala e eu gelo como se tivesse sido pega no flagra 

—O...o-o que? Claro que não, para sua informação estou praticamente pronta para sair – falo tentando parecer o mais convincente o possível  

—Sério, então posso fazer uma vídeo chamada? - ele diz e eu me jogo da cama em direção a minha mala atrás de qualquer roupa que seja fácil de vestir  

—Pode sim, mas.... mas, ainda não porque... o sinal esta horrível e... e – gaguejo sem ideia para desculpa  

—Evageline, confessa que você estava dormindo e que ainda esta de pijama, agora- ele diz com firmeza e eu não consigo negar mais, qualquer um que ouvisse nossa conversa agora pensaria que ele é o chefe e não eu.

—Sim, eu estou de pijama, mas em minha defesa eu já estava começando a me arrumar- mal termino de fala e posso ouvi sua risada  

—Mentirosa, aposta que desligo o despertado e ia volta a dormi- -droga, como ele sabe disso—parece que vou ter que ligar todo dia para te acorda - 

—não faça isso, por favor – respondo sem nem pensa, mas sei que ele vai fazer de qualquer jeito- tchau David, graças a você  tenho que me arrumar agora-  desligo e começo a me arrumar para o trabalho, como hoje vai ser o meu primeiro dia restaurando o quadro decido colocar uma roupa confortável, vou até a minha mala e escolho uma saia Godê longa rosa claro com uma camiseta branca por dentro da saia, passo meu batom vermelho e desço para o café da manhã, quando chego na cozinha encontro Helga sentada no balcão com um copo de leite na mão enquanto ela dá um grande bocejo antes de beber o liquido. 

—Bom dia família- olho para o meu cunhado sentado a mesa e acrescento –Bob – antes de sentar do lado de Helga, Olga me servi um prato com ovos e bacon e o café se seguiu calmo enquanto Helguinha e eu conversamos decidimos que a levaria para a escola ao termina nos levantamos e vamos em direção a porta. 

—espera um pouco Evie, acho que esqueci uma coisa – ela fala virando para as escadas indo em direção aos quartos- já volto, não saia daí- ela grita do topo da escada, dou um sorriso e como ela me pediu ali fiquei parada, olho para a parede e reparo nas fotos, fotos da Olga criança, e dela nas premiações, dela na faculdade, dela em viagens e ela com a sua turma no Alasca, praticamente todas as fotos eram só da Olga com exceção de duas, uma em que as duas irmãs estavam juntas e outra de família e mesmo nessas únicas em que Helga aparecia ela estava afastada, principalmente a foto em que toda a família aparecia eles se abraçavam menos Helga que se mantinha distante de braços cruzados, aquilo me magoou era quase como se a minha Helguinha nem estivesse lá, como se ela não existisse. 

— Pronto, podemos ir- Helga fala descendo as escadas  

—Vamos – falo e saímos da casa  

—Uau Evie, que carro é esse?- dou uma risada ao vê que como eu tinha previsto Helga adorou o carro, entramos no carro, ligo o rádio e vamos em direção ao colégio PS118 entre cover mal feitos de músicas e risadas, mas os sentimentos que senti ao ver aquelas fotos na parede, e ao lembrar em como eles a comparavam e excluíam, faz com que eu tenha um misto de emoções de tristeza e raiva, aperto o volante ao pensar em como minha pequena Helga deve se sentir durante todo esse tempo, fico perdida em pensamentos até chegar em frente da escola, Helga desce do carro já se despedindo, mas eu a paro. 

—Sabe, vou ter um dia de folga no sábado - falo sorrindo para ela que parece não entender aonde eu queria chegar com aquilo- o que você acha de a gente sair para se diverti nesse fim de semana? -pergunto enfim e vejo seu rosto se iluminar  

—SERIO EVIE ?- Helga quase grita ao fala e eu só aceno com a cabeça em sinal de positivo- acho muito legal, vamos – ela sorri quase rindo até algo chamar a sua atenção e ela se virar acenando com a mão para uma menina de óculos que vem correndo em nossa direção, Helguinha me apresenta para a garota que se chama Phoebe e eu aproveito para chamar ela para sair com a gente no final de semana, ela aceita e depois as duas se despedirem, elas entram na escola, ligo o carro e me preparo para ir para o trabalho 

—Hely Arnold - ouço nome que tanto li no caderno de poesia da minha sobrinha e automaticamente olho o procurando, e vejo um menino baixo e loiro rodeado pelos amigos, o primeiro amor da Helguinha é um garoto muito fofo, dou um sorriso de lado pouco antes da partida. 

... 

Estico os braços sobre a cabeça tentando ao máximo me alonga depois de passar 2 horas trabalhando no quadro, não estava tão fácil como antes, afinal já passou muito tempo desde da última vez que tive que trabalhar como restauradora e mesmo que deteste admitir, eu  definitivamente estou enferrujada, pego o celular no bolso do avental para ver a hora, tomo um susto ao ver que o tempo que estive trabalhando sem percebe era bem mais do que 2 horas, isso explica o meu cansaço, solto um suspiro e decido que já é a hora de parar, levanto e tiro o avental e volto a olhar para a tela do celular e noto que esta quase na hora da Helguinha sair da aula e por que não busca –lá no caminho de volta? Reviro minha bolsa até encontra a chave do carro e vou até o PS118, ao chegar procuro por ela e não demoro muito para encontra- lá na frente da escola com a Phoebe, mas não vejo só elas também tem um garoto grande, careca com um boné azul me aproximo e posso ouvi ela chamando ele de “garoto cor de rosa”, “gorducho’’ e outras coisas enquanto sua amiga tentava acalma-la  e naquele momento era como se eu estivesse vendo Bob, o jeito de fala e agir, agora ali na minha frente ela não era mais a minha Helguinha, e esse breve pensamento me assusta, eu já tinha perdido a Olga, não quero perde a Helga também. 

—Helga... – chamo e ela se vira com uma expressão irritada como se estivesse pronta para uma briga  

—Evie! - ao olha para mim parada ali seu rosto muda para um vermelho envergonhado e como se tivesse sido pega no flagra ela começa a gaguejar tentando se explicar  

—Oi Helga, adivinha! Vim levar você para casa- falo animada pegando-a pelo braço e levando em direção ao carro, olho para traz e vejo sua amiguinha parada sem saber o que fazer- por que você não vem também Phoebe? Levo você - falo sorrindo para ela colocando as duas no banco de traz do carro - não esqueçam do sinto meninas- elas colocam e eu ligo o motor Helga tenta de novo se explicar, porém não deixo e pelo resto da semana não falamos sobre aquilo só nos divertimos e riamos. 

...

Foi incrível como durante toda aquela semana entre o meu trabalho no museu e passar um tempo com a minha família, principalmente com a Helga fez com que eu esquece- se  completamente toda a angustia e tristeza que me fizeram larga tudo em Los Angeles para vir nessa viajem, mas nem tudo era só alegria, mesmo que eu já não pensasse na minha preocupação original outra tinha surgido e essa preocupação era a Helga, depois daquele dia comecei a prestar mais atenção nela e vi o quanto ela tinha se tornado parecida com o Robert em todos os seus lados ruins e aos poucos ia perdendo aquele seu jeito que a fazia única e especial, o que me entristeceu ainda mais foi ver como a Helguinha era tratada por todos, toda a falta de atenção, carinho, interesse e as constantes comparações com a Olga, durante aquela semana por diversas vezes vi Bob chamando- a pelo nome da irmã e como se aquilo fosse uma coisa natural e corriqueira ela simplesmente o corrigiu, cheguei a pergunta sobre como Helga ia na escola para Miriam e ela não soube me responder  e Olga quando não na escola, estava ocupada de mais sendo paparicada pelos pais para poder prestar atenção na irmãzinha, Helga não ficava se afastava da família, ela era mantida distante por eles. 

Desço as escadas depois de mais uma ligação despertador, Dav acabou cumprindo o que disse e agora liga para mim todo dia logo depois que desligo o meu despertado tirando totalmente qualquer 5 minutinho de cochilo que eu quisesse ter, não deixando encerra a ligação até ter certeza de que estou pronta para sair, e isso é um saco, dá uma vontade de deixar o celular desligado, mas só de pensa nele pegando o primeiro avião só para me arranca da cama é o suficiente para fazer meu corpo estremecer, entro na cozinha e mais uma vez me deparo com Helga sentada no balcão enquanto todo mundo estava na mesa, aquela cena me entristece, no começo pensei que ela estava se sentando ali por minha causa, para nos duas conversarmos, até que eu percebi que mesmo que eu não estivesse aqui ela ainda se sentaria ali afasta totalmente da mesa, longe de todos e mesmo com isso acontecendo Bob, Olga e Mirian não faziam nada e continuavam agindo naturalmente como se ela estar ou não ali não fizesse diferença e observa tudo aquilo deixava um nó enorme da minha garganta a angustia  por não poder fazer nada para mudar aquela situação. 

... 

Tiro o meu avental e o penduro ao lado do armário em que guardo as minhas coisa, dou um suspiro cansado e frustrado ao mesmo tempo, não consegui avançar tanto quando eu queria na restauração do quadro, já que hoje o museu vai fazer a contagem das obras, o que me obrigou a parar antes da hora, olho para a tela do meu celular só para confirma que ainda é muito  cedo para buscar Helga na escola, mando uma mensagem avisando que diferente dos outros dias eu não iria poder busca- lá hoje. Entro no carro e vou direto para a casa da Mirian chegando lá encontro minha irmã na cozinha que se assusta ao me vê, estranho, ela estava pronta para pegar algo encima do armário quando eu chegue, mas ao invés de continuar o que estava fazendo ela vai até a geladeira e tira uma garrafa de agua e só então eu percebo as frutas no liquidificador ( talvez ela estivesse colocando algo lá) dou de ombros ela bate as fruta fazendo suco, ela me oferece e eu aceito o copo de suco e antes de perceber já estávamos falando do passado e da nossa infância, um tempo depois Olga chega e se junta a conversa, vamos para a sala, Bob é o próximo a entrar e ir direto em nosso encontro e por um milagre que eu não sei como explicar conseguimos ficar no mesmo ambiente sem brigar, logo a ideia de tomamos um café surgi e Olga se levanta para preparar mais eu a impeço e me ofereço para ir deixando os três na sala, olho o relógio  enquanto espero a agua esquenta, dou um sorriso a ver que estava na hora da Helga chega, termino de reparar o café coloco as xicaras em uma bandeja e as levo em direção a sala quando vejo e aporta abrir bruscamente Helga entra quase correndo, ela me olha por um  segundo, segundo esse que é o suficiente para eu notar seus olhos cheios de lagrimas, ela sai correndo escada acima enquanto grito seu nome, largo a bandeja encima da mesa aonde fica o telefone e subo as escadas correndo. 

A porta do quarto esta aberta e mesmo de longe posso ouvi os sons do seu choro entro e encontro ela deita de bruços na cama ainda chorando inconsolavelmente, me aproximo chamando seu nome, mas ela não responde sento do lado dela na cama-  Helguinha, por favor não chora- falo passando a mão sobre sua cabeça, percebo que ela se assusta no começo como se não estivesse acostumada a receber carinho e mais uma vez meu coração se aperta, nem sei se aquilo esta ou não ajudando afinal nunca fui muito boa em consolar as pessoas, ser carinhosa e pedi para elas não chorarem é o máximo que posso fazer principalmente quando não sei o motivo do choro, finalmente vejo alguma reação quando ela vira um pouco a cabeça para me olhar com seu rostinho todo vermelho e seus soluços mal contidos, Helga senta na cama ainda olhando para mim e me da um abraço enquanto tentava controlar o choro . 

—Por... porque? - ela tenta dizer com a sua voz embargada pelo choro e soluços - porque ninguém me ama, Evie? - ela diz voltando a chorar incontrolavelmente, meu coração que já estava apertado se quebra de vez isso foi a gota d’agua. 

—eu te amo- aperto mais o meu abraço- eu te amo muito, Helguinha- isso era a única coisa que eu conseguia fala, o choque de ouvi-la dizendo isso foi grande demais, não posso deixa- la assim, não posso deixa-la chorar, não posso deixar que ela se perca e acima de tudo não posso deixar a minha Helguinha aqui, em um lugar aonde ninguém liga para ela ou quer saber dela, já tomei a minha decisão, ela não vai fica mais aqui – Helga, você quer morar comigo? 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

por favor me digam o que acharam, se gostaram de vê outro personagem narrando ou se preferem só o Arnold e a Helga mesmo, para os que não gostaram já vou dizendo q os próximos cap vão ter só os dois narrando mesmo. desde de agora vou pedindo desculpa pela demora e q please não desistam de mim kkkkkkk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mercy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.