Ainda assim... escrita por Duda


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Voltei pessoal!!! Mil desculpas pela demora em postar um novo capítulo, mas eu estava com uma ideia na cabeça e enquanto eu não escrevesse o que estava martelando aqui eu não conseguiria me concentrar neste capítulo.

Espero que gostem.



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Félix ficou olhando Niko sair em direção aos quartos, mas não deixou de apreciar a vista que aquele belo carneirinho lhe proporcionava. Ele tentou, mas falhou drasticamente, em disfarçar o desejo sendo pego completamente desprevenido quando Niko se virou.

“ Não demoro.” Disse o belo loiro piscando pra ele.

Félix tentou suprimir um suspiro, Niko com certeza não tinha músculos definidos como o Anjinho, mas ele tinha um charme irresistível. Por um instante, Félix se deixou levar pela imaginação, tentando adivinhar o que ele escondia por baixo de todos aqueles casacos e cores, como seria o gosto daqueles lábios rosados. Ele fechou os olhos por um momento imaginando aquela barba rala e macia tocando seu rosto e seus lábios inchados percorrendo o seu pescoço, e sentiu seu corpo estremecer ao imaginar aqueles olhos verdes lhe encarando enquanto sua boca fazia coisas terrivelmente indecentes com seu... Félix abriu os olhos de repente e se mexeu na cadeira sentindo um desconforto crescer em seu baixo ventre.

“Pelas contas do rosário...”

“ Aqui seu Félix, seu cafezin.” Adriana entrou falando com seu jeito engraçado tirando Félix de seu transe.

“Hã?”

“Seu cafezin seu Félix. O seu Niko me pediu pra te servir um cafezin antes de eu me deitar.” Adriana falava enquanto Félix a olhava como se não tivesse entendendo uma só palavra. “ Seu Félix. O senhor está se sentindo bem?”

“Eu?”

“É. O senhor tá como uma cara... Igual a do Jayminho quando ele tá fazendo alguma coisa errada.”

“Ahh não fala besteira mulher.” Félix se recuperou rapidamente. “Me dá aqui este café.” Ele se inclinou para pegar o pires com a xícara, mas quase derrubou tudo deixando ainda mais evidente seu nervosismo com o olhar desconfiado que a babá lhe lançara. “Cuidado criatura!!! Quer me mandar direto para um centro de tratamento de queimados?” Félix tentou disfarçar.

“ Me desculpa seu Félix.”

“Tá, tá desculpada. Deve ser o cansaço né? Vai, vai lá descansar que eu fico aqui esperando o Niko.”

“Tem certeza seu Félix.”

“Tenho criatura. Não chegou a derramar nada. Pode ir.”

“Tá bom então seu Félix. Boa noite.”

“Boa Noite.”

Félix tomou um gole do café e novamente mirou o corredor onde Niko desaparecera minutos atrás. Era incrível a leveza e alegria daquele homem, Félix não conseguia entender como, mas o fato é que, mais do que beleza, ele tinha uma coisa, um charme, um... algo que Félix não conseguia explicar. Niko representava tudo aquilo que Félix sempre desprezou: família, estabilidade, amor... pois tudo aquilo na vida dele Félix Khoury era nada mais do que uma pose numa foto.

“_O Carneirinho. Ele gosta de você. De verdade.”

As palavras de Márcia novamente vieram à sua cabeça, mas desta vez Félix se deu conta que aquelas palavras eram, na verdade, um aviso. Um aviso de que ele não deveria se envolver com Niko, porque Niko era especial, um homem para viver um grande amor, pra formar uma família, pra ser feliz... tudo o que Félix Khoury nunca fora capaz de dar a ninguém e ele não podia alimentar qualquer esperança do loiro, pois ele sabia que não seria capaz de lhe retribuir o amor, a família, enfim nada daquilo que ele sempre sonhou e, no final, Niko acabaria machucado e Félix perderia um amigo. Talvez o único amigo verdadeiro que Félix já teve na vida.

Decisão tomada, Félix então resolveu finalmente tomar aquele café e esperar pelo carneirinho voltar, enquanto isso concentrou-se em pensar nos acontecimentos dos últimos dias, Niko fora um anjo que caiu do céu, não só por ter falado com a sua Mami poderosa, de ter sido o responsável pelo seu perdão, mas também pela forma como ele o aceitou. Mesmo depois de tê-lo visto na sarjeta, literalmente, Niko foi até sua casa e convidou, não só ele, mas também a Márcia e aquele infeliz do Rinaldo para passar o Natal com ele... Felix sentiu seu peito se aquecer, era uma sensação ao qual ele não estava acostumado, e ele sorriu.

Era irônico como as melhores coisas que Félix ganhara na vida, foram justamente àquelas nas quais ele não precisou pagar nenhum centavo, pois elas não tinham preço. Uma delas foi a amizade de Niko, aquele homem doce e ingênuo lhe fizera mais por ele do que todos os seus ricos amigos, ou melhor, comparsas e tudo sem pedir nada em troca. Félix olhou novamente para o corredor a sua frente, ele sabia que não poderia pagar Niko por tudo o que ele fizera, mas queria poder retribuir, retribuir a amizade e foi então que ele teve a ideia de convidá-lo para passar o Réveillon na mansão.

Félix estava neste ponto de seus pensamentos quando viu Niko aparecer no corredor e vir em sua direção. Ao chegar mais perto ele sentou-se em frente ao decidido moreno que resolveu aproveitar e já fazer convite, mas perdeu totalmente qualquer das suas recentes certezas ao ver o olhar doce que o amigo lhe direcionara. Para disfarçar, ele falou a primeira coisa que lhe veio a cabeça, emendando um comentário no outro mas, não importava quanta bobagem que ele dissesse, pois aquele carneirinho continuava olhando pra ele com aquele olhar doce, meigo, com um brilho parecido com o brilho que sua irmã tinha nos olhos ao falar do bofe de ouro.

E quando ele confidenciou para Félix que poderia tê-lo tirado da 25 de março, mas que ele viu que sua mãe era mais importante pra ele do que qualquer outra coisa, o coração de Félix derreteu, e novamente, ele teve a certeza de que Niko era um amigo que ele não podia perder, e Félix se concentrou nisso, se concentrou no amigo incrível que ele fizera e usou de todo o seu humor pra quebrar aquele clima de flerte e, cada vez que o loiro o olhava daquela maneira Félix tentava ignorar aquele frio na boca do estômago que sentia, aquela vontade de jogar para o alto sua razão.

Por isso ele decidiu que era melhor ir pra casa, e foi exatamente o que ele disse, levantando-se em seguida pois assim ele não precisaria lutar contra a tentação de olhar para aqueles belos olhos cor de jade que lhe encantavam a alma, mas foi surpreendido pela pergunta de Niko. “_Você não quer dormir aqui?” E num impulso ele virou-se e novamente e seus olhares se cruzaram, Félix tentou em vão suprimir um sorriso, mas quando viu aquele olhar de carneirinho abandonado, um sorrio largo e esperançoso o moreno não se conteve e abriu um largo sorriso, que foi imediatamente seguido de uma pergunta. “Niko?” Embora seu tom fosse delicadamente repreensivo, o seu sorriso ainda estava cravado no rosto. “Quê” Niko fingiu não entender e Félix por um momento não sabia o porquê de sua decisão alguns minutos atrás, ele sabia que havia tomado a decisão certa, mas a parte do seu cérebro que tinha toda esta certeza era tão pequena, que Félix começou a duvidar se ela ainda existia. Ainda assim, ele agradeceu o convite, mas sua total falta de convicção deu ainda mais determinação a Niko, que manteve seu olhar doce mas cheio de segundas intenções deixando Félix totalmente desarmado.

“Ele gosta de você. De verdade.” A voz de Márcia veio cortante e dolorosamente vívida a sua cabeça, e por mais difícil que fosse resistir aquele misto de sensualidade e doçura do belo homem a sua frente, Félix não podia esquecer que ele se importava com ele, e, por isso o mais sensato a fazer era dizer não.

“Melhor não.”


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Notas finais do capítulo

Adoro a cena deles aqui... Acho muito fofo como eles olham um para o outro, amo a insistência de Niko em manter o flerte e acho hilario ver o Félix tão desconcertado... Bjs.



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