Tomei mais um pouco do sorvete de chocolate com menta, o mesmo que eu tomava na primeira vez que falei com ele, assim como no ultimo dia em que eu vi o sorriso dele nas férias.

A refrescancia da menta combinava perfeitamente com o doce reconfortante do chocolate.

Era o que eu precisava nesse dia de verão.

Lembrar dele.

Lembrar do sorriso cheio de covinhas, dos olhos escuros que pareciam brilhar.

#FlashBack#

Deixei os raios carinhosos de sol tocarem meu rosto, era tão bom!

Tão bom sair de Custer, a minha pequena cidade no sul da Dakota do Sul (há, isso é bizarro dude) e ir passar minhas férias em Bahamas.

Abri os olhos, tomando mais um pouco do sorvete de menta e chocolate. Era refrescante e acolhedor.

Assim como o verão.

Catherine e Matt jogavam água um no outro, eles estavam no mar, e eu os olhava da areia, meus melhores amigos, eu sabia que eles logo sairiam da água e me chamariam para voltar junto deles, e me refrescar.

Mas eu não sentia vontade de sair do sol.

O sol que parecia acolhedor, que me esquentava dos pés a cabeça.

Dei mais uma espiada no garoto jogando vôlei com uma garota, pelo o que eu achava era irmã dele.

 - VAMOS LOU! – Matt gritou da água, eu o olhei, forçando os olhos para ver seus cabelos loiros brilhantes.

- MATT DEPOIS EU VOU! – Eu gritei para ele.

Tomei mais um pouco do sorvete, vendo Catherine falar algo pra ele, que eu não consegui ouvir, e ele jogar a cabeça para trás rindo.

Coloquei os óculos de sol vermelhos e olhei o garoto, que havia parado de jogar vôlei, e agora parava um carinho de sorvete, e depois começa a caminhar em minha direção.

EM MINHA DIREÇÃO?

Não, não devia ser de outra pessoa... devia?

- Oi. – Ele se sentou do meu lado, jogando o cabelo não muito liso e úmido para o lado.

- Oi. – Respondi, mordendo o lábio inferior, estranhamente nervosa por estar ao lado dele.

- Qual seu nome? – Ele sorriu para mim, com o lábio inferior sujo de verde, pela menta.

Apesar de metálico aquele sorriso era lindo, cheio de covinhas, e o aparelho azul (N/A: Quem ai já parou pra olhar a cor do aparelho do Chris sabe que essa não é a cor real, e que, a cor é amarelo e azul, que parece que o dente dele ta sujo x.x) parecia dar um charme a mais para aquele sorriso.

Eu ri levemente.  

- Louise Smithers, – Eu disse sorrindo e olhando nos olhos dele, castanhos como chocolate, e aparentemente tão doces quanto. – E o seu?

- Christian Beadles. – Ele balançou a cabeça de leve no ritmo que tocava nos fones de ouvido que eu só percebi existirem agora.

- Posso? – Apontei para o foninho que caia no peito não muito forte, nem tãaao definido dele. (N/A: O Chris tá mais “forte” do que na vida real)

- Claro. – Peguei o fone e coloquei no ouvido.

Love Was Here – Usher.

- Usher? – Perguntei rindo de lado.

- Ahaaan. – Ele mostro a língua, eu não gostava muito do Usher, mas aquela musica era fofa. – Do que você gosta? Quer dizer, musicalmente. – Ele riu, se enrolando com as palavras.

- Paramore, Tokio Hote, McFLY, Never Shout Never, All Time Low... – Parei para pensar, a lista devia ser pequena perto do que realmente era. – Sei lá, deve ter mais, só que eu não lembro.

Ele riu de novo.

A musica mudou, Brocolli – McFLY.

- OWW! Que surpresa, McFLY no iPod de um garoto? – Eu ri suavemente.

- é! Algo contra? – Ele bateu nossos ombros de um jeito engraçado, que me fez rir mais.

- Naada! – Ele riu da minha cara, e tomou mais do sorvete.

- Então, de onde você é? – Ele pergunto, deitando a cabeça no meu omro, de modo folgado que me fez rir.

- Custer, Dakota do Sul. – Encostei minha cabeça na dele, sentindo meu cabelo ficar mais úmido.

- Super perto hein? – Ele comentou irônico.

Eu já estava quase acabando meu sorvete, e ele já acabava o dele também.

Rapido ele não?

- Ahan... e você?

- Stratford, Ontario. – Eu ri, revirando os olhos.

- Depois fala de mim.

- Falo mesmo, hum. – Ele riu, enquanto eu desencostava da cabeça dele.

- Bestaa. – Dei um tapinha nele.

- Bem eu. – Ele riu, levantando, só com a casquinha do sorvete que não tinha um gosto bom.

Meu sorvete já estava do mesmo jeito, deixei a casquinha na canga, e olhei ele, que estendeu a mão para mim, com um sorriso maléfico no rosto.

Eu a segurei, me levantando.

E no instante que eu estava de pé, ele me puxou para o seu colo, e começou a correr em direção ao mar.

Passamos por Matt e Catherine.

- ME SALVEM! – Eu gritei desesperada e eles riram da minha cara.

Grandes amigos eu fui arrumar.

Entramos no mar, quase caindo, apesar de as ondas não estarem tão fortes aquela manha, era difícil andar com alguém no seu colo.

Ele riu, enquanto íamos mais e mais fundo, me soltando quando a água começou a bater nas minhas costas, sabendo que eu ia boiar.

- AAAH! SEU CHATO! – Eu gritei, pulando nele, e tentando afoga-lo, e ele só ria de minha irritação.

Aquele riso perfeito, que me dava vontade de rir junto.

- AAh, vai dizer que não gostou hein amor? – Ele riu, mergulhando.

E meu coração?

Ele parecia um pássaro, voando alto e rápido, quase não o sentia.

Ele havia mesmo me chamado de amor? Ou apenas havia sonhado que aquelas palavras havia saído da boca dele?

Acho que sim, mas mesmo assim, porque? Eu o conhecia a menos de horas...

Eu sorri, lentamente.

#FLASHBACK OFF#

Esse foi o primeiro dia em que eu o vi, foi o primeiro dia em que vi o sorriso cheio de covinhas, o cabelo que parecia ser liso, mas não era.

Foi o primeiro que eu ri dele, e com ele.

Sorri, como eu sentia falta dele!

E logo eu o veria de novo, mais especificamente 12 dias.

Em doze dias eu subiria em um ônibus, atravessaria os vários estados que nos separam, e então, ao descer daquele ônibus eu poderia ver o sorriso dele de novo, os olhos castanhos, e sentir aqueles lábios novamente tocando os meus.

E eu só tenho a agradecer, agredecer pelo melhor mês da minha vida, pelo meu amor de verão, que era para ser passageiro mais na verdade, pode ser o meu amor, o meu verdadeiro amor.

Porque mesmo longe Christian, eu te amo, como se te visse todos os dias, e te conhece-se a anos.

Porque você é perfeito do seu jeito, e eu não troco ele por nada, eu nunca tentarei te mudar, nem os mínimos defeitos, porque sua quase perfeição chega a me assustar.

Meu pequeno inconseqüente.

E todos os dias, com um sabor diferente, eu me apaixonei mais e mais por você.

Cada dia que eu te via, nos escolhíamos sabores diferentes, variávamos, e nos conhecíamos mais.

Mas o sabor de chocolate e hortelã foi o que mais marcou para mim.