Questions escrita por Nerilla


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Clichezaum que também tem raízes em um programa de TV que eu estava assistindo no momento, hehe.
Boa leitura.



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Enfim aquele era o primeiro dia de suas sonhadas férias.

Após tantos dias exaustivos de trabalho, Gray Fullbuster finalmente poderia aproveitar duas semanas inteiras de merecido descanso com reconfortante paz.

Ou era isso o que imaginava.

Sentada ao seu lado da mesa, a pequena — e também de férias — Lunnie de cinco anos, fruto de sua relação com Juvia Lockser, mantinha-se espantosamente quieta, vidrada na tela do Tablet que usava para pintar as flores do aplicativo infantil, enquanto esperavam a chegada da refeição.

Embora fizesse menos de vinte e quatro horas desde que sua esposa viajou a trabalho e o deixou cuidando da filha por uma semana, Gray já se sentia exausto. A menina o acordou cedo com pulos incansáveis na cama, interpretou o vilão que ela teve de derrotar para salvar a princesa boneca e ainda serviu como modelo de penteados estranhos. Levá-la ao parque e em seguida ao restaurante para comerem uma pizza pouco depois da hora em que deveriam ter almoçado lhe pareceu uma excelente ideia para conseguir alguns instantes de cobiçado sossego.

Mas ele se enganara.

— Papai — a garotinha o chamou ao de súbito abaixar o aparelho e fitá-lo, fazendo-o olhá-la diretamente em seus olhos negros —, o que é sexo?

— Hã? — o Fullbuster sentiu uma batida de seu coração apertar com o questionamento feito de modo tão tranquilo e espontâneo que o obrigou a pensar que tivera ouvido errado.

— O. Que. É. Sexo? — ela repetiu devagar e consequentemente mais alto, atraindo a atenção de outras pessoas que Gray sabia que fingiam não terem escutado.

Infelizmente, não teria se equivocado.

— Onde ouviu falar disso? — devolveu tentando transparecer algum resquício da calma que parecia ter lhe abandonado.

— No parque, uma menina me perguntou, eu não sabia, e disse que perguntaria para você... — Lunnie falou moldando um sorriso pueril, sem perceber que seu pai engolira em seco. — O que é sexo, papai?

Gray entreabriu a boca, e ficou em silêncio.

Não conseguia acreditar que aquele terrível momento havia chegado.

Ainda que tivesse se preparado com Juvia para responder àquilo e a outras perguntas similares de várias formas, estar frente à situação real, e sozinho, fez com que todas as explicações plausíveis fugissem de sua mente e o deixou imerso em um estado de nervosismo imensurável.

— Sexo é... — a menininha o olhou com mais atenção assim que começou a falar, ao mesmo tempo que os demais disfarçavam seus risos — ...é-é algo que os adultos fazem quando se amam. E-Eles ficam juntos de um jeito muito... especial, e-e, às vezes, quando o amor do papai se junta com o da mamãe desse jeito especial, um bebê começa a crescer dentro da barriga da mamãe. — Ele sorriu tortuoso, torcendo para que suas palavras tivessem feito algum sentido e não precisasse dar mais detalhes. — Isso que é sexo.

— Sexo faz mamães terem bebê? — indagou tombando a cabeça para o lado, e o viu assentir apressado. Ela abaixou os olhos ao apertar os lábios finos e rosados, formando a conhecida expressão que fazia sempre que começava a pensar em algo que talvez fosse avançado demais para alguém com aquela idade, e logo voltou a encará-lo bastante surpresa com o que conseguiu deduzir. — Então, você fez sexo com a mamãe uma vez?!

O Fullbuster congelou diante dos olhares curiosos que tal frase gritada originou e analisou a garotinha que, sedenta por mais explanações, não demoraria a soltar novas perguntas constrangedoras.

— O-Olhe, Lunnie! — Gray alargou seu sorriso afobado e agradeceu mentalmente pela divina oportunidade que surgiu para encerrar aquele assunto ao ver o garçom enfim trazer a aguardada pizza. — A pizza chegou!

Ela se voltou na direção do homem e sorriu mais animada ao observar com seus olhos brilhantes o almoço ser posto na mesa, não demorando a questionar, para o alívio dele, sobre o tipo de sobremesa que escolheriam quando terminassem de comer.

Gray sabia que cuidar de crianças era uma tarefa trabalhosa e demasiada estressante, e por causa disso, jamais tivera vontade de se tornar pai. Entretanto, após um ano e meio de relacionamento e uso temporário de um medicamento que sua colega de trabalho não sabia que cortava o efeito do anticoncepcional, ele precisou assumir a complicada responsabilidade que, com o nascimento de sua amada filha, tornou-se, estranhamente, também a mais gratificante que poderia ter...


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Notas finais do capítulo

Hm... talvez encerre minha trajetória com as fics curtas aqui, IDK (Edit: Pensei em parar, mas não parei, huehueq).
Obrigada por ler, querid.
Bgs. ♥



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