Corvo puxou Eros pelo braço, o olhar da mulher era firme. O primordial sorriu sarcástico.
A entidade e a general tinham uma rixa de trezentos anos, o que gerava um sério desconforto nas reuniões onde ele aparecia.
– Eu vi o seu olhar, se magoar o meu tenente com as suas escolhas, teremos problemas.
– Acho que ainda não superou seu último amor Ma...
– Corvo. Meu nome é Corvo.
– Sim, sim...Corvo querida, não fui eu que tentei te matar, foi ele. E em relação ao jovem tenente, bem...nada com o que se preocupar, tudo vai dar certo.
O primordial tinha muitas representações, e era visto de várias formas possíveis. Mas a aparência que ele mais usava e era menos vista, deixava claro porque ele era o amor e o responsável por um poder grandioso.
Eros era alto e musculoso, sua pele morena parecia tão macia quanto uma nuvem no céu, seus olhos eram de um verde que nenhum mortal já viu e haviam elas... as asas negras. Que quando eram abertas o deixavam tão imensamente belo que era quase impossível mensurar. Ele era irresistível.
Mas Corvo sentia seu coração se quebrar toda vez que o via, e ele nunca iria saber o motivo...
– Espero que sim Eros. – Sussurrou o soltando.
O primordial voltou a sorrir e se retirou, mas seus pensamentos nunca abandonavam Corvo.
Percy ficou avaliando de longe Corvo e Eros. Havia algo entre eles, era obvio, mas era difícil saber o que era.
“Amor e ódio...há uma linha muito tênue entre eles. ” Uma voz sussurrou baixo na mente de Jackson.
Quando a general voltou para perto do rapaz parecia que ela não havia acabado de discutir com um descendente do Caos.
– Vamos lá Percy, temos muito o que fazer...e eu ainda preciso terminar de ver Quantico.
Novamente Ordem havia aparecido e convocado Eros e os generais para uma reunião, e esta havia durado cerca de seis dias sem interrupções.
Perseu e todos os tenentes e soldados perceberam que uma profecia de Ordem havia surgido, o que significava que a balança da vida estava correndo perigo de ser desestabilizada. Mas nenhum general até aquele momento havia falado sobre o que se tratava para seus tenentes ou soldados. Mas eles sabiam que existia uma razão e que logo tudo seria explicado.
O filho de Poseidon só temia que a explicação representasse um problema maior que Gaia ou Cronos.
***
Lama e Lany haviam sido alertadas por Ordem, por isso quando a movimentação começou se colocaram em posição.
Os três primeiros níveis foram liberados e tentavam sair desesperadamente de Luna Leste. E junto com os mais fracos os três traidores marchavam focando em sua vingança.
As gêmeas haviam sido ordenadas a não tentar impedir a fuga, pois se o fizessem seriam mortas. Claro que elas morreriam para cumprir sua função, mas se a ordem era sobreviver, assim fariam.

Jamal, Nanako e Zazabel eram três seres condenados por Caos e Ordem. Eram malignos e sedentos por vingança. E eram capazes de tudo para alcançar seus objetivos... objetivos esses que incluíam iniciar um universo do zero, que seria controlado por eles.
Os três passaram pelo portão de entrada de Luna Leste e viram as gêmeas lutando contra um exército.
– Matamos elas? – Nanako disse com um sorriso macabro.
– Não, Sasex já está chegando, não devemos perder tempo, não estamos nem perto de dar conta de uma batalha com elas. – Zazabel quer era o mais poderoso deles disse firme.
Os dois assentiram e ao longe viram uma ave se aproximando.
Sasex havia se aliado aos três, não porque compartilhava da utopia de um novo universo, mas era um louco que adorava escravizar e estudar todos e qualquer tipo de criaturas que existia. E seu objetivo naquele momento era estudar o próprio Caos.
A ave que mais parecia um jacaré azul gigante com asas pousou e logo os três montaram.
– Para onde? - A voz fina de Sasex perguntou.
– Para onde os deuses olimpianos estão. – Zazabel disse.
O primeiro passo para o trio conseguir realizar o que queriam era destruir os malditos deuses e eles o fariam, assim que se recuperassem dos séculos em Lula Leste.

***

Corvo estava ao lado de Dede vendo doramas quando todo o Vazio sentiu a explosão de aura maligna.
– Odeio quando Ordem está certo. – Dede disse se levantando do sofá preto imenso e pausando o dorama.
Sim, como sempre as premonições de Ordem estavam certas e a pior parte era que não podiam impedir nada de acontecer.
Caos e Ordem acreditavam que a vida, mesmo a do pior dos seres, mantinha a balança da criação em harmonia, por isso raramente destruíam uma entidade. A primeira, segundo e terceira opção era Luna Leste. Mas isso, às vezes, gerava problemas e mais problemas. Como era o caso naquele momento. Ordem sabia que Zazabel e parceria planejava algo, mas em consenso com Caos a ordem foi que aguardassem as ações do trio. E como previsto a decisão foi fugir e tentar mais uma vez destruir o universo. E como eram reincidentes em prejudicar a balança, daquela vez não voltariam para Luna Leste, mas seriam extintos completa e absolutamente.

Todos os generais chamaram seus tenentes e com rapidez partiram para Luna Leste.
Percy olhou a cena caótica que se desenrolava. Havia monstros mortos, picados e outros presos por correntes magicas. Era claro que as gêmeas eram poderosas, pois lutavam sozinhas com um batalhão de monstros. Mas era visível que elas já estavam cansadas, afinal eram milhões de monstros das mais diferentes formas e tamanhos.
– Tenentes a ordem é impedir que esses malditos saiam da área de Luna Leste, façam o que for preciso. – Mhara disse e sem mais delongas partiu para a batalha.
Percy enquanto lutava com aquele batalhão, se recordou de quanto poder adquiriu nos anos no Vazio, ele sabia que mesmo sendo só um tenente era capaz de vencer Ares e Athena em uma batalha.
– Está se divertindo? - Corvo disse ao se aproximar enquanto cortava três bestas que lembravam ursos, mas eram verdes e cuspiam fogo.
– Quando fiquei tão poderoso? - Ele questionou desviando do ataque de um gigante.
Corvo riu.
– Quando decidiu que eu era incrível demais para você ficar longe.
Sim, ele já não era um menino jogando o jogo do olimpo. Ele era Perseu Jackson, tenente de Corvo, servo abençoado de Caos e Ordem. Era mais, muito mais que um dia pensou em ser.
A batalha foi rápida, logo os monstros que sobraram foram arrastados pelas gêmeas de volta as celas de Luna Leste.
– Uau as gêmeas estão péssimas. – Dede sussurrou, mas todos puderam ouvir.
Ninguém disse mais nada e como tudo já estava controlado decidiram voltar para o castelo.
– Agora vão nos dizer o que está acontecendo? – Percy questionou para Mhara e Corvo.
Corvo sorriu de forma macabra.
– Infelizmente sim filho de lula