Hermione nunca imaginou que conheceria alguém pior que Gina, mas ali estava ela presa a mais de quatro horas com Avanna.
Avanna disse que a sobrinha iria ficar perfeita para seu jantar, ou ela não era uma sirena.
— Avanna por favor, minha cabeça já está doendo.
— Calada mocinha.
— Ele já meu viu de sirena...se isso não o assustou não será meu cabelo que vai faze-lo
— Assustar porquê? Você é uma sirena linda.
— Eu tenho dentes de tubarão, calda e respiro de baixo da agua. Isso não te diz nada?
— No padrão sireno de beleza você seria perfeita, agora fica quieta, você não vai querer se atrasar.
Por fim, a jovem fez o que a tia mandava.
Hermione se olhou no espelho realmente surpresa, estava satisfeita com o que via. O vestido verde não chegava aos joelhos, deixando suas pernas torneadas bem visíveis. Seu cabelo estava solto, mas os cuidados de Avanna os deixaram comportados e sedosos.
Optou por um salto médio, o que lhe deu uns centímetros à mais.
Avanna sorriu orgulhosa da beleza da sobrinha.
— Como eu disse bonita como sirena... e belíssima como humana...só podia ser minha sobrinha.
Hermione encarou a tia pelo espelho.
— Obrigada.
— Não me agradeça até tê-lo beijado.
— TIA! - Exclamou a bruxa vermelha.
— Mionezita aproveita que não é toda mulher que tem como parceiro um coroa gatinho e com aquele gênio maravilhoso de ogro.
— Isso é realmente um elogio?
— Claro que sim. Príncipes são mulheres de calça e que carregam espadas. Ogros sabem ser o que as mulheres precisam que eles sejam.
— Isso não faz sentido.
— O que não faz sentido e você ficar me enchendo o saco em vez de ir jantar com o Sevezinho.
 
Hermione gargalhou com o apelido, a tia sabia ser bem irritante quando queria. É pelo que podia perceber gostava ainda mais de irritar seu professor... o que fazia a jovem imaginar que os dois seriam bons amigos. Se Snape não a matasse antes, é claro!
— Vai logo Mionezita. E aproveita!
 
 
 
Avanna havia atormentado o casal com ameaças de todo tipo até ter certeza que eles não fugiriam do jantar que ela havia preparado. Snape já queria ressuscitar Voldemort, só para ver se o bruxo das trevas continha o furacão destrutivo que a tia de Hermione era.
O homem desceu para o restaurante bem antes do horário marcado, odiava admitir, mas estava nervoso.
Como o resto do hotel, tudo ali ostentava um ar de riqueza. Com certeza a família marinha da Granger tinha dinheiro. Um lado do restaurante havia sido fechado para que o casal tivesse privacidade.
Severo foi encaminhado para uma mesa belamente preparada, e que tinha como vista o mar.
Ele tinha que admitir, a ideia da maluca, era algo que tinha desejo a tempos. Mas... ele não sabia lidar com os próprios sentimentos, ainda mais quando esses eram direcionados a alguém anos mais jovem.
No início Snape não quis admitir, mas depois ou aceitava ou morreria sufocado por aquele sentimento.  Ele se sentia atraído pela menina que viu crescer. Se lembrava bem do que sentiu ao vê-la quando acordou meses antes, ainda achando que estava morto. Mas ele não morrera, ela o salvou, se sacrificou, e por isso ele estava ali, ansioso para encontrá-la e sem saber o que fazer com o maldito coração que disparava toda vez que a via.
Que Morgana o ajudasse, porque ele velho daquele jeito queria ter em seus braços uma menina grifinoria que era amiga do idiota do Potter, que era uma sirena extremamente atraente – por mais estranho que isso soasse -, e que tinha a tia mais intrometida dos sete mares.
 
 
Hermione desceu até o restaurante bem nervosa. Viu a área reservada do local e seu coração pulou uma batida ao ver o homem sentado na mesa.
Severus Prince Snape estava absolutamente atraente no terno negro. Aparentemente ele havia cortado o cabelo…mas não muito, só o suficiente para fazer a jovem sirena se derreter pelo charme que ele emanava.
Ele não era bonito, mas era com certeza perfeito para Hermione.
Quando ela se aproximou o que viu nos olhos dele a impressionou e a alegrou. Ele a olhava com admiração, mas de uma forma que parecia que ela era a única mulher que ele pudesse ver em todo mundo. Havia desejo também, mas naquele momento a jovem não entendeu o quão profundo era.
Quando Hermione se sentou Severus não segurou um sorriso maroto. A jovem estava deslumbrante em um vestido da cor de sua casa.
— Você daria uma belíssima sonserina senhorita Granger.
 Hermione corou, ela não diria, mas queria agradar o homem, por isso escolherá aquela cor.
— Um elogio Severus?
O homem sentiu uma forte onda de desejo ao ouvir seu nome sendo pronunciado. Normalmente ela o chamava de professor, o que já lhe agradava imensamente, mas seu nome…ahh, soava tão doce.
— Com toda certeza Hermione.
 
 
 
 
Avanna deu umas espiadas no casal, mas teve a impressão que mesmo se jogando na mesa eles não iriam perceber. Faltava pouco um babar pelo outro.
“ São tão lindos juntos, mas dão tanto trabalho...pensam tanto...só precisam se conhecer e se aproximar, para pararem de me dar trabalho” Pensou se retirando do restaurante.
Apesar de ser uma sirena administrar bens humanos fazia parte de sua vida.
Por isso enquanto o casal de bruxos se resolvia ela ia ficar trancada no escritório assinando papéis.
 
 
 
Hermione e Snape se perderam em conversas. A jovem notou que o homem era ranzinza e rigoroso como sempre lhe pareceu em Hogwarts, mas sabia ser um belo cavalheiro quando lhe convinha. Talvez a tia tivesse razão e ogros fossem bons, principalmente aquele ogro...para ela.
Snape viu a menina nos anos de Hogwarts, mas ali naquele momento percebeu que não precisaria temer qualquer problema em relação a idade, Hermione era uma mulher. E devia ser ressaltado...uma muito linda. E o fato dela emanar maturidade, se dava pela guerra que ambos haviam enfrentado no mundo bruxo, e também pela personalidade que a família dela ajudou a moldar. Com certeza a família dela dava amor, e a impulsionavam a ser quem ela estava destinada a ser. E Hermione Granger era uma grande mulher que fez e faria grandes coisas
O jantar arrancou belos sorrisos de Hermione e uns discretos de Snape. Cada um percebeu que se entendiam de modo que parecia impossível.
 
Hermione olhou ao redor e percebeu que só havia eles no restaurante e ao olhar o relógio entendeu o porquê.
— Santa Calipso amiga de Morgana. – Soltou assustada
— O que houve?
— Já é meia noite e quarenta.
O homem também ficou surpreso.
— Melhor subirmos… vamos? - Ele disse se levantando e estendendo a mão, que a jovem prontamente pegou. O choque que percorreu o corpo de ambos foi intenso. Hermione sentiu borboletas voarem em seu estômago.
 Eles saíram do restaurante com um sorriso. Estavam felizes por terem tido aquele momento.
 
Avanna estava jogada na cama, mas pulou quando Hermione surgiu no quarto
—  E ai...e ai...conta como foi? Pela demora já estava achando que vocês estavam fazendo filhinhos narigudos e irritantes.
Hermione encarou a tia, estava tão contente que nem as maluquices de Avanna fizeram seu sorriso sumir.
— Boa noite tia.
— O QUE? Sua ingrata volta aqui...me conta.
Mas Hermione já fechava a porta do quarto que era dela naquela suíte imensa.
— HERMIONE!
Avanna ficou olhando a porta da sobrinha, se ela não queria contar…
— Tudo bem, se não vai me contar, vou falar com o Sevezinho.
Hermione que havia tirado os saltos ouviu aquilo e por alguns segundos não achou que a tia teria coragem, mas ao ouvir a porta sendo aberta...
 
Severus abriu a porta do quarto estranhando alguém lhe chamar. Quando viu Avanna não teve tempo de falar nada pois a mulher já invadia o cômodo.
— Me conta como foi? – Os olhos da sirena brilhavam de tanta curiosidade.
 
Snape olhou para ela indignado com a invasão. Mas não ouve tempo de o bruxo falar nada, pois Hermione já adentrava no local querendo matar a tia.
Avanna ia implicar o casal de pombinhos, mas ao ver os olhos mortais da jovem, decidiu que já havia feito um bom papel de “fada madrinha”... pelo menos por enquanto.
A sirena saiu passando por Snape e Mione desejando boa noite.
— Ela não é normal. – Os dois disseram em uníssono.