Humanidade: O velho Pontilhamento do Mundo escrita por Leverage Vis


Capítulo 1
Capítulo 1




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Entoa-se uma história do fundo do poço, da nascente do éter e através do tempo sobre um singelo e extenso véu que osso à osso, fio a fio, um velho o teceu.Desde quando a humanidade recorda-se por vagar por este planeta, ela lembra desse véu impertinente. Véu que foi partilhado em quatro.

Naquele tempo não existiam estrelas ou lua. E a noite era tão escura que todos se encolheriam dentro de casa com medo. Pirilampos sempre faziam o melhor que podiam para fornecer a iluminação, sim ele os criou. Esse velho vem retornando como conta-se nas fábulas, ele parece esperar que cheguem à ele pessoas que se perderam ou estão a procura de algo.

Há doenças que deixam cicatrizes no rosto de um homem, mas nenhuma era tão marcada quanto as deste velho, seu rosto era repleto de pequenas úlceras em tom de rosa. As lembranças deste senhor são carcomidas pela doença que lhe acomete a mente e o fazia esquecer das coisas, me parece que sua doença fez algo parecido com a pele. Dizem que ele vive entre os declives de granito decomposto ou numa planície. Dizem que ele esta morto.

Esta história aconteceu há muitos anos, mas é precisamente por isso que devem ouvi-la agora, antes que seja esquecida.
A única atividade que o velhote exerce é de recolher ossos. Sabe-se que ele recolhe e conserva especialmente o que é provável que esteja perdido pelo mundo ou que ele mesmo uma vez perdeu. Seu covil é cheio de ossos de todos os tipos de criaturas.
Várias culturas acreditam que os animais apareceram através deste homem e junto a ele as estações.

Quando todos os ossos das criaturas Pré-históricas estavam no lugar, quando a bela e majestosa escultura branca esta montada, o velho senta-se rente ao calor da terra, uma fogueira sobre a areia e pensa em uma canção para entoar, Em todas as canções do Oriente e do Ocidente soa esta melodia, ela é o alicerce das vozes. Quando o homem se decide, ele levanta e se aproxima da criatura, ergue os braços sobre o esqueleto e começa a cantar. É ai que os ossos e as costelas do animal começam a se forrar de carne e depois de pelos ou penas, o Velho canta um pouco mais e uma proporção maior da nova criatura ganha vida, entoa mais sua voz e a criatura começa a respirar. Canta mais o chão estremece e a criatura ganha vida e corre veloz pelo desfiladeiro.

Alguns acreditam que em um ponto da corrida, talvez pela velocidade e por atravessar o rio, quer pela incidência de luz solar e lunar sob seu flanco, o animal de repente vira humano que ri e liberta a liberdade em direção ao horizonte e jamais retorna. Com exceção de quatro garotas.
As garotas do Véu. 

Foi assim que surgiu a humanidade e posteriormente as estações.



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