Sinbad & A Lenda do Reino de Salácia escrita por CeciTezuka


Capítulo 1
Capítulo 1 - Mundo Injusto


Notas iniciais do capítulo

-Oi oi, caros leitores anônimos, fantasmas que passam seu tempo lendo neste site! Seja muito bem vindo a esta fanfic do filme Sinbad Legend of the Seven Seas que eu estou escrevendo com a intenção de imaginar como seria o Sinbad 2, se por um acaso a DreamWorks tivesse feito!
Tambem escrevi esta historia com a intenção de dr um final feliz ao personagem Rato(Rat), um dos marujos do navio do Sinbad que é um dos meus personagens favoritos do filme inteiro!
Fique a vontade para acompanhar a fanfic, postar um comentário, ou recomendações, que serão muito bem vindas!!
Sem mais delongas, fiquem a vontade para prosseguir com a leitura!!



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Náiade sabia que ninguém a notaria nem mesmo se um redemoinho marinho aparecesse e a tragasse para longe.

Aquilo por certo não aconteceria.

Mas ela tinha o desejo de desaparecer, pois não aguentava mais viver naquele maldito reino.

Ela se recostou o melhor que pode junto a uma grande barreira de corais, refugiando se nas penumbras que o sol projetava.

Mas ainda assim podia ouvir uns falatórios. Eram as princesas.

Que nunca conseguiam falar de outra coisa.

—Ela não é princesa coisa nenhuma. É uma plebéia e órfã com toda a certeza, se quiser saber. - sussurrou uma voz maleficente_ Os pais dela foram mortos durante a guerra de Salacia e de acordo com os meus empregados ela viveu a vida inteira sozinha! Pelos Deuses! Já pensou como seria horrível viver uma vida inteira como ela?

—Sim! E pelo que minha empregada me contou, ela não é pertencente a nenhum reino!Ela não é nada!_diz uma voz em resposta.

—Mas por que será que ela continua vivendo aqui?

—Não sei. Uma criatura como ela nem teria futuro algum!

Náiade tomou impulso e saiu nadando o mais rápido que suas pernas de salina conseguiam.

Encarou as maledicentes que sobressaltadas, tentavam disfarçar virando as costas e limpando a garganta. E seguiu em frente.

Náiade fingiu não ter ouvido os comentários maldosos. Já estava acostumada a tal humilhação.

Mas não conseguia mais aguentar ser o alvo de piadas maldosas e brincadeiras sem graça das princesas, alem de assunto constante do povo do reino de Salácia.

Apenas desejava nunca ter nascido naquele lugar horrível onde todos já julgavam antes de conhecer e eram superficiais demais,

Alem de darem valores a coisas que ela considerava fora dos padrões sociais das antigas normas do reino.

Permaneceu junto a um arco de pedra tentando observar a população que sondava o castelo do rei Saturno.

Os sons de risos, conversas e corpos dançantes retratavam exatamente o que resumia a vida daquele povoado de príncipes e princesas que pertenciam aos reinos e mais altas classes de Salácia.

Ficavam o dia inteiro naquele clima festeiro e ostentando seus caprichos e cobiças.

Outra coisa que a incomodou foi a musica que ecoava por ali, muito barulhenta e desprezível.

Os músicos do rei pareciam não saber tocar outro tipo de musica a não ser aquela.

A tentação em escapulir dali era grande demais.

Náiade olhou pelas redondezas procurando por um esconderijo e viu uma caverna escura.

Decidida a entrar, agitou as pernas contornando uma escola de peixes que havia se formado bem perto do portão do castelo.

Bastava um nado depois outro. Era como se pudesse voar , deslizar feito uma serpente .

Absorta nesses pensamentos esqueceu se da tartaruga marinha nadando a sua frente.

A tartaruga tomba com ela e houve a queda no chão, o que fez com que os peixes que por ali nadavam, olhassem para Náiade.

Acuada pelos olhares , ela permaneceu imóvel, assustada enquanto a tartaruga a encarava com firmeza.

—Vê se olha por onde nada, sereia!- diz mal humorada a tartaruga.

E seguiu seu caminho desaparecendo pelo azul infinito do mar.

Naquele meio tempo ficou ciente dos murmúrios de reprovação vindos dos príncipes e dos risinhos indiscretos das princesas que povoavam sua dolorosa vida.

Náiade se obrigou a levantar, constrangida demais com tudo que havia acontecido, as princesas continuavam apontando para ela e rindo, cada risada escandalosa parecendo um golpe de um punhal em seus tímpanos.

Afastou se dali rapidamente movendo suas pernas o mais rápido que podia, deixando uma nuvem enorme de poeira e bolhas.

Apesar de ser uma salina, e não uma sereia como pensavam os seres marinhos, ela conseguia nadar com uma agilidade e rapidez incrível.

Os salinos são descritos em algumas lendas como seres marinhos com aparência humana capazes de respirar embaixo d’água e conseguem se comunicar com os seres que habitam os grandes corais ou até mesmo os rios e córregos de água doce.

Eles geralmente vivem no oceano, mas costumam migrar para outros lugares de sua própria preferência conforme as estações mudam.

Que é o que Náiade fazia quando se sentia mal falada pela população esnobe e falsa do reino de Salácia.

Por que apesar de belos, os salinos não eram nada bem educados.

Esses seres que herdavam as classes mais altas dos reinos, ao invés de usarem seus talentos para coisas boas, ficavam observando os que não tinham classes altas e julgavam suas atitudes transformando-os em alvos de piadas maldosas.

Quando finalmente entrou na caverna e se aprofundou na escuridão, Náiade apenas fitou os cristais coloridos fincados no teto e soltou um suspiro de alivio.

Sentou se encostando se na parede abraçou os joelhos e fechou os olhos focando seus pensamentos no príncipe de Salácia.

O homem que não era bonito apenas olhando, seu charme era irresistível e com uma voz masculina aveludada agradável só de se ouvir um canto ou uma leitura de poesia em voz alta.

E ao se lembrar dos cabelos negros como ébano da meia noite que dançavam com o movimento marítimo.

Mas no entanto, ela sabia que ele nunca entenderia seus sentimentos, e aquela lembrança horrível voltou a assombrar sua mente.

Na qual ele dissera que não beijaria uma plebéia por que ficaria com a reputação manchada e que preferia se casar com as milhares de princesas que havia em Salacia.

—Alias eu estaria louco se decidisse beijar uma como você, de cabelo vermelho e cintura grossa!-disse o príncipe de Salácia.

Uma lagrima grossa escorreu de sua bochecha enquanto abraçava os joelhos para mais perto de seu peito.

Desejava esquecer aquilo.

Ela fica horrorizada ao ver as mesmas princesas que estavam sempre falando mal a seu respeito a encarando na entrada da caverna.

Sobressaltada se levantou e estava preparando para nadar para bem mais longe dali, mas foi impedida quando a líder a agarrou pelo pulso de uma maneira nada discreta e a impediu

—Espere plebéia, não viemos falar mal de você. -diz ela com o que parecia ser um tom de deboche.

Náiade sentiu a raiva se espalhar por seu corpo e uma súbita vontade de dar um soco nela.

A princesa com uma coroa que imitava os corais coloridos de uma barreira a encarava com um sorriso maléfico, e só de olhar, dava a impressão de que as intenções para com Náiade não eram boas.

 -O que vocês querem?-perguntou Náiade quase gritando e tentando se soltar delas, que estavam a segurando com uma tamanha firmeza e a impedindo de qualquer tentativa de fuga.

—Nós temos uma proposta a você. - diz uma das princesas com uma coroa que imitavam estrelas do mar, do reino das estrelas do mar.

—E que proposta seria essa?-perguntou Náiade desconfiada.

—Bem-diz com uma voz debochada, mas decidida _ Nós soubemos do fora que você levou do príncipe e decidimos ajudá-la a fazer uma vingança bem justa.

Náiade se espantou ao ouvir aquilo.

—Vingança?-pergunta sentindo se receosa.

—Acredite meu bem! Ele vai se arrepender do que fez e com certeza estará implorando por perdão. -disse a princesa.

Náiade se viu disposta a tentar

—Tudo bem!  Vou aceitar! Mas como faremos isso?- perguntou totalmente desconfiada da intenção das princesas.

—É simples, minha flor, você só terá que subir ate Terra Firme - diz uma das princesas apontando para a superfície.

—Nos vimos um navio ancorar e nele havia um homem que com toda a certeza causaria ciúmes no príncipe.- conota outra das princesas.

—Sim! E não posso deixar de acrescentar o fato de que ele era totalmente I-GUAL-ZI-NHO a ele!-disse outra princesa com a voz esganiçada de tanta empolgação.

Mas a salina sabia que aquilo que as princesas estavam querendo era algo que resultaria em muitos problemas.

Náiade pensou em recusar. Conhecia bem as regras do reino.

Os salinos não eram permitidos de subir ate a superfície terrestre nem falar com os humanos, e sabia que seria expulsa se por um acaso desobedecesse às regras.

—Não! Não farei isso! Se eu subir a superfície, os guardas irão relatar tudo ao rei Saturno e eu serei expulsa pra sempre de Salacia!- diz Náiade olhando atentamente para as princesas esperando que ficassem decepcionadas e fossem embora.

A princesa com uma coroa de estrelas do mar a agarrou pelo pulso novamente e a puxou para o lado de fora da caverna.

—Tá falando daqueles guardas ali?-perguntou a princesa das estrelas do mar apontando para os guardas adormecidos do portão do castelo enquanto o clima da festa no palácio do rei continuava acontecendo.

—Nós fizemos os guardas dormirem dando uma bebida com poção do sono, assim eles não irão relatar nada ao rei, nem impedir a sua subida ate Terra Firme, nada de ruim irá acontecer, a todas nos! Fique tranqüila, querida!-disseram as princesas confiantes e seguras.

Náiade encarou as princesas e disposta a cumprir a vontade delas, mesmo se fosse expulsa depois, pensou que ao menos estaria longe daquele reino e daquelas pessoas desagraveis e se viu disposta a morrer.

Afinal Náiade sabia que todo o salino expulso não conseguia sobreviver fora d'água.

"Todo o salino que desobedecer às leis de Salacia irá morrer em Terra Firme!" declarou o Rei Saturno com a voz ecoando dentro da mente de Náiade assim que ela lembrou-se do discurso real.

“Mesmo assim eu prefiro morrer. Já estou cansada de estar aqui!” Pensou Náiade se sentindo mais do que preparada para a morte certa.

E então as princesas a acompanharam na subida ate a superfície e lhe indicaram o barco correto na qual o homem igual ao príncipe estaria.

O barco era enorme e com velas vermelhas com um monte de símbolos desenhados.

A lua cheia brilhava intensamente no céu e Náiade se aproximou do navio, permanecendo escondida junto do casco, onde ninguém poderia vê-la.

Subitamente ela ouve uma voz cantando acompanhada de uma bela melodia.

Ao olhar para cima, viu um homem sentado no ninho do corvo do navio, tocando alaúde.

Náiade o fitou atentamente e viu que ele não era o que as princesas diziam.

Diferente do príncipe, ele tinha a pele morena bronzeada pelo sol, cabelos negros compridos, amarrados com uma faixa branca , bigode e barba a ser feita.

Náiade ficou completamente decepcionada.

Estava claro que as princesas haviam mentido, mas a salina não conseguia tirar sua concentração dele, que continuava cantando e absorto na melodia do alaúde.

Contemplou com total atenção e como não havia mais ninguém a sua volta, ficou a ouvir aquela voz melodiosa.

Um calafrio lhe percorreu o corpo e ela começou a cantar silenciosamente junto dele, apenas movendo os lábios e sussurrando baixinho, mesmo desconhecendo a canção.

Ela dá uma parada e encarou as princesas que, escondidas debaixo de um cais, encorajavam para que continuasse a cantar, mas um pouquinho mais alto, para que ele pudesse ouvir.

Náiade voltou sua atenção a ele, e fechou os olhos se entregando totalmente a ele, cantando junto de sua doce voz.

Náiade percebeu que ele havia parado, pois não conseguia mais escutá-lo cantando, mas mesmo assim continuou cantando outra canção.

A canção de ninar que ouvira seus pais cantando antes de serem mortos na guerra de Salacia.

Hipnotizando - o, trazendo para mais perto, mal sabia Náiade que o homem havia descido do ninho do corvo e estava a fitar para ela, enquanto ela continuou a cantar de olhos fechados e completamente entregue a uma agradável sensação de aconchego enquanto continuava a cantar.

Imaginava seus pais a abraçando enquanto se lembrava das palavras que eles haviam cantado na ultima vez que os vira.

Assim que terminou, se vira para o cais e viu que as princesas não estavam mais lá.

Mas ao ver o homem a encarando, sentiu se envergonhada. Escondeu o corpo nu com o longo cabelo ruivo ondulado e afundou o rosto na água com um pouco de medo, sentindo-se totalmente desamparada, esperando que ele desviasse sua atenção e voltasse a fazer o que estava fazendo antes.

Mas ele não fez. Simplesmente continuou fitando a nos olhos.

A salina se perguntava por que ele continuou a olhara para seus olhos.

E então ela sentiu o coração pulando dentro do peito quando ele lhe sussurrou suavemente umas palavras cujo idioma ela desconhecia totalmente.

"Sei Bella."

O jeito de falar dele.

A voz suave e carinhosa.

Despertou em Náiade algo que ela nunca pensava que iria conseguir um dia.

E então ela continuou olhando nos olhos do marujo ate que ela não conseguia mais obter forças interiores para continuar ali na superfície e desceu para as profundezas novamente.

Ela conseguia ver o rosto do homem olhando para baixo quando olhou para cima da água e se perguntou se tudo aquilo havia sido real.

Permaneceu escondida debaixo do cais de outro navio.

—Parece que ele ficou apaixonado por você, plebéia!-conotou uma das princesas que chegou de surpresa e tocou em seu ombro como se tentasse ser amigável.

—Ele não estava apaixonado por mim. Parem de criar essa ilusão. Como se fosse realmente possível um ser humano se apaixonar por um salino órfão e desonrado como eu.

—Sua tola. Você não viu o jeito que ele sussurrou aquelas palavras esquisitas pra você? - disse outra princesa que deu um soquinho de leve em seu ombro e fazia uma cara de indignada.

—E por um acaso você sabe o que ele quis dizer com aquilo?-Pergunta Náiade confiante de que ninguém saberia o significado das palavras que o marujo dissera para ela.

—Ele havia dito que você é linda!-disse a princesa do reino das conchas de caranguejo eremitas.

—Como sabe disso?-Perguntou Náiade chocada. Quase não conseguindo acreditar naquilo. Era a primeira vez que recebia um elogio. Mas esperava ser elogiada por um salino e nunca por um ser humano.

—Eu migro para os mares da Itália com meus pais naquelas certas épocas em que o mar fica muito agitado. E meu pai me ensina a língua dos humanos que vivem naquelas regiões. - disse a princesa do reino das estrelas do mar.

—Você tem que voltar para lá na próxima noite.

—E por que eu faria isso?

—Você não quer cantar de novo aquela canção esquisita para ele?

—Claro que não! Só as sereias se atrevem a subir na superfície e enfeitiçar os homens com suas vozes. E eu não sou uma sereia! Jamais teria a coragem de matar um humano como elas sempre faziam.

—Como assim?? O que você está querendo dizer?

—Todos os seres marinhos de Salacia pensam que eu sou uma sereia. E se vocês pensam que eu vou querer usar a canção dos meus pais para hipnotizar um humano, podem ir parando com essa expectativa idiota. -diz Náiade com um olhar furioso para as princesas, que se entreolharam e começaram a rir um riso histérico.

—Você entendeu tudo errado querida. Não queremos que hipnotize o humano, mas cante para ele novamente. Ele deve ter gostado tanto de sua musica que deve estar neste exato momento querendo ouvir sua canção de novo.

Náiade permaneceu quieta. Pensou no quanto havia gostado daquele homem que mesmo que não fosse parecido com o príncipe mas havia dito algo tão especial.

E então encarou as princesas que sorriam confiantes esperando por uma resposta e finalmente disse;

—Então tá. Amanhã irei a Terra Firme novamente.

As princesas então comemoraram felizes dando abraços em Náiade que um pouco relutante sorriu e conversou com elas.

—Qual canção pretende cantar para ele amanhã?-pergunta a princesa das estrelas do mar com certa curiosidade.

—Eu não sei. Qualquer uma. Afinal os humanos se encantam com qualquer uma de nossas canções.

—Não. Não pode ser assim. Tem que escolher a melhor dentre muitas. Porque não a canção do Amor dos Sonhos? Ou a Coração Honesto? Essas são as melhores para se declarar a alguém.

—É minha querida! E siga meu conselho: Cante como se fosse realmente conquistar o príncipe.

Aquilo fez Náiade sentir dor.

Afinal quando havia tentado conquistar o príncipe de verdade,ele foi grosseiro e mal educado com ela, fazendo-a sentir uma tristeza e desprezar a si própria.

Mas agora com aquele homem humano, o sentimento de esperança a fez ter certeza que tudo daria certo. E que ele não a desprezaria pela aparência.

“Sei Bella.” Aquelas palavras e o olhar atento não saiam da memória da salina.

Foi quando percebeu que não havia conseguido se esquecer do quão lindo ele era em todos os ângulos.

E o brilho daqueles olhos escuros já não saía mais de suas lembranças.

“Eu queria ter ficado mais um pouco para ouvi-lo cantar de novo.” sussurrou sua voz interior com uma certa tristeza.


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Notas finais do capítulo

CURIOSIDADE:
O reino submarino de Salácia,que será retratado em grandes partes desta historia, foi inspirado na serie infantil da Discovery Kids Princesas do mar, que surgiu de livros escritos e ilustrados por Fabio Yabu, ilustrador e escritor Brasileiro!!
Este foi o primeiro capitulo.
Espero que tenham gostado!
Prometo que os próximos capítulos serão um pouco mais longos, conforme eu for escrevendo e postando aqui!
Por favor deixem seus comentários.
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