Not More - One Shot escrita por Lily


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Merlin... Mais de um ano sem postar nada e, num belo dia sem wifi em casa resolvi me aventurar nas notas do celular. Achei um pequeno trecho escrito e tentei voltar à ativa... Espero que gostem!

Boa leitura...



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Metronomo. Instrumento usado para marcar o tempo na música, para que a melodia tocada se torne perfeita. Em toda a minha vida os compassos foram bem marcados, as fermatas e as pausas respeitadas e os ritornelos cumpridos sem reclamação. Até ele chegar. Até ele me desestabilizar. Até ele mudar o ritmo do meu metrônomo. Até ele mudar minha vida toda.

Vê-lo longe hoje, imaginar como está sendo a vida dele sem a minha presença, rezar para que ele ainda pense em mim. Implorar para Merlim não deixar que ele me esqueça completamente.

Essa era a minha punição. Meu tormento. Minha sina. Tudo isso porque me apaixonei pela pessoa errada. Scorpius Malfoy.

Ficamos juntos por cinco meses, até Rony Weasley descobrir tudo durante o natal. Scorp havia me presenteado com uma correntinha delicada de onde pendia uma única rosa. Azuis como meus olhos dizia o bilhete. Achei que não poderia ficar mais feliz, até meu pai ter um ataque de ciúmes e me obrigar escrever uma carta terminando com o Sonserino.

Eu poderia ter vários defeitos, mas o pior deles se tornou “ser leal à minha família”. Não poderia desrespeitar um dos três bruxos que derrotou Voldemort, um teimoso Weasley, o mais perfeito Grifinório... Meu pai.

Tranquei-me no quarto decidindo a melhor desculpa para usar, mas nenhuma parecia boa o suficiente. Precisava ser rude ou ele viria atrás de mim e encontraria Rony com a varinha pronta para combate. Precisava afastá-lo de uma vez. Nem que para isso tivesse que me torturar.

Desculpe, mas não posso aceitar um presente de alguém que não amo mais.”

Enviei pela coruja da Hugo e ordenei que não esperasse uma resposta. Pela minha família eu seria uma Grifinória. Seria perfeita. Não sentiria... Pelo menos não enquanto alguém estivesse olhando. Afinal, só meu travesseiro sabe quantas lágrimas já derramei depois daquele dia.

A resposta demorou a chegar e foi tão simples e concisa quanto meu bilhete.

Pelo menos fique com isso, porque eu ainda te amo

Percebi o colar no envelope logo depois. Abri o fecho como tinha feito aquela manhã e o prendi ao pescoço. Desde então aquela lembrança dele não saiu mais de mim.

Pouco mais de um ano depois, ainda dói vê-lo com outras garotas. Cada dia com uma, para ser mais precisa. Aqueles olhos incrivelmente cinzas perderam o brilho, a felicidade. Mas o sorriso continuava o mesmo, mostrando todos os dentes incrivelmente alinhados e brancos, como se quisesse provar ao mundo que estava bem. Mas eu sabia. Tinha certeza. Faltava o motivo daquele sorriso. Faltava eu. No entanto não podia fazer nada quanto a isso. Apenas observa-lo.

                                --  // --

Era uma terça feira do início do ano letivo em Hogwarts. Levantei-me atrasada para as aulas, pois passei metade da noite pensando nele e a outra metade enfiada num livro de história da magia para me esquecer dele. Resumindo... Consegui dormir durante duas horas, depois de muito esforço. 

Coloquei meu uniforme rapidamente. Deixei o nó da gravata um pouco mais frouxo que de costume, prendi os cabelos nos meu habitual coque, peguei minha mochila e disparei escadas abaixo correndo o máximo que me atrevia e rezando para não me atrasar para a aula.

Só faltava mais uma esquina. Virei à direita e... fui direto para o chão. Senti o impacto nos joelhos e aparei a queda com a mão. Meus cabelos escaparam do coque e desceram em cascata sobre meus ombros. Estava ciente de que a pessoa com quem esbarrei carregava muitos livros, já que tinham alguns espalhados pelo chão.

Dispus-me a pegá-los, mas quando alcancei o primeiro senti aquele perfume inebriante. Inesquecível. O perfume dele.

Fique imóvel e calada enquanto ele se abaixava para pegar os livros caídos. Foi só quando ele já estava saindo que percebi o livro em minhas mãos. Eu poderia mandar alguém devolvê-lo mais tarde ou enviar por alguma coruja. Mas a saudade falou mais forte.

— Malfoy? – Chamei delicadamente, como se não quisesse assustá-lo.

P.O.V Scorpius

Qualquer músico sabe a diferença que um tom pode causar. Um erro pode estragar a melodia, ou a deixar mais bonita...

Eu achava que já conhecia todos os decibéis do meu sobrenome. A maioria das pessoas fala como se fosse uma maldição, com bastante desprezo, dando bastante ênfase na primeira sílaba. Alguns tratam com indiferença ou medo, falando bem baixo, deixando o “Y” se sobressair... Mas foi daquela boca rosada que saiu o “Malfoy” mais perfeito de todos. Assim que Rose Weasley disse meu sobrenome, me apaixonei. E, por Merlim, fazia tempo que não o ouvia essa palavrinha mágica naquela voz doce e suave.

Eu tentava ter raiva daquela ruiva. Com todas as minhas forças. É o que uma pessoa normal sentira depois de sua namorada terminar por carta e tão duramente como foi. No entanto... Eu nunca fui uma pessoa normal. E sentia que tinha algo errado por trás daquele bilhete.

Perdi-me por alguns segundos, mas me virei para a dona daquela bela voz. Ela mantinha o braço erguido com um de meus livros. O rosto um pouco corado, como se estivesse cometendo um crime ao falar comigo. Tão linda, tão delicada... Tão minha... Não!

Obriguei meu braço a se estender até aquele monte de páginas amareladas pelo tempo e fiz questão de roçar nossos dedos. Senti o mesmo choque de tempos atrás. Era ela. Sempre foi. Pena que a própria não me amava mais.

Já estava pronto para agradecer e refazer meu caminho quando percebi um brilho azul vindo de seu pescoço. Aproveitei-me que ela estava parada e com a outra mão, puxei a correntinha de dentro do uniforme que ela usava.

— Não sabia que ainda tinha isso. Obrigado, Weasley.

P.O.V Rose

Não poderia saber se aquele obrigado fora pelo livro ou por ainda ter aquela parte dele comigo. Quando ele já estava quase no fim do corredor me atrevi a responder.

— Às ordens, mas... A culpa foi minha. – Também não saberia dizer se as desculpas tinham um único motivo aparente

Ele estacou no lugar e pela segunda vez se virou ao ouvir a minha voz. Tinha um brilho de esperança naquele olhar.

— Eu estava atrasada e acabei trombando com você... Desculpe-me.

— Ah... Claro. Sem problemas. Pelo visto continua desastrada – aquele sorriso de canto apareceu.

Eu sabia que não deveria continuar aquela conversa. Sabia que era perigoso. Sabia que meu pai me deserdaria se eu aparecesse em casa com o “Filhote de comensal”, mas nada disso foi o suficiente para me impedir de respondê-lo.

— E pelo visto continua com esse meio sorriso quando fala comigo. – Ele voltou a se aproximar

—Faz tempo que não nos falamos... Você fez um ótimo trabalho me evitando por todo esse tempo.

Meu coração se quebrou novamente. Era saudade transparecendo naquele olhar? Não sabia o que responder. Não diante daquela situação. Era por isso que havia decidido me manter longe dele, pois qualquer contato que tivesse, eu desmoronaria, e entregaria tudo por sua causa.

— Acho que te devo uma conversa. – Falei com a cabeça abaixada, mostrando a vergonha que me corroía por dentro.

— Acho que me deve um pouco mais que uma conversa. – Respondeu um tanto duro.

— Já que perdemos o início dessa aula... Acompanha-me até os jardins? – Corei até a ponta das orelhas.

Como se quisesse me torturar por fazê-lo esperar mais de um ano por algum contato, ele só respondeu após um longo tempo parado.

— Porque não? – Típico de Scorpius... Responder uma pergunta com outra. Sentia falta disso.

Caminhamos em silêncio até uma árvore à beira do lago, onde ele se sentou e deu alguns tapinhas na grama ao seu lado. Indicando o meu lugar. Também me assentei, mas a uma distância maior do que ele estabelecera. E bem maior do que a que eu desejava.

Ele continuou quieto. Esperando a minha iniciativa de contar o que aconteceu. E sem pensar nas consequências, falei. Tudo aquilo que estava preso em mim por um ano foi liberado. Mas, por incrível que pareça, somente uma lágrima desceu sobre o meu rosto.

Ele foi um bom ouvinte. Não me interrompeu. Apenas pegou aquela pequena lágrima com o indicador e a secou em suas vestes.

— Por que não me contou isso antes? Não me diga que foi por medo Rosie – Estava ali a indicação de que ele me perdoara, mesmo seu tom de voz sendo um pouco ríspido. Rosie. Senti minha vida retornando à sua órbita original.

— Por lealdade, respeito e por pensar que eu aguentaria a vida toda me torturando para agradar meus pais. Mas depois de trombar com você hoje, no corredor, e fitar seus olhos... Não me permitirei mais fazer isso, Scorp. E acho que com isso fica bem claro que eu nunca deixei de...

Não consegui terminar aquela frase. Os lábios sufocantes e particularmente lindos do meu Malfoy não permitiram. Suas mão foram diretas para minha cintura, enquanto eu acariciava aquele cabelo platinado recém cortado. Nenhum orgulho Weasley ou Grifinório me tiraria dele. Não mais.


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Notas finais do capítulo

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