The Horror Tales: Wicked Place escrita por Jo Chastone


Capítulo 3
Origens Antigas




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‘’Sou formada com amor, paz no coração, uma mente livre e um corpo alegre para dançar e trabalhar para termos tudo de bom e de melhor.’’

Trecho do livro ‘Antigas Tradições e Alegrias da Sociedade’ escrito por Cavernie Ravenwood e passado para cada família descendente da Sociedade.

                                                 º

De volta para a mansão Roseland Grace, Philomena decidiu que já era hora de contar para as meninas sobre a Sociedade e suas origens.

— Vamos, entrem. Vou pegar um chá e terminarei de contar a história.

— Somos tipo irmãs agora? – perguntou Nelly.

— Espero que não, odiaria ter que dividir a herança com você. – respondeu Mackenzie.

Philomena trouxe chá de camomila e bolo de cenoura para as meninas. Seria uma longa história e talvez elas pudessem ficar em choque.

— Séculos atrás nossos antepassados foram abençoados em uma época cheia de tormento, tristeza e escuridão. Era mais o menos 1630 quando Elizabeth Meadow e Phillipe Meadow ajudaram uma doce e jovem mulher que estava sendo perseguida nos campos da Suiça. A jovem donzela disse que seu nome era Schinsarach.

FLASHBACK – WILLISAU, SUIÇA – 1632.

Schinsarach estava andando com um grande machucado no estômago pelos campos suíços quando o casal Meadow avistou a mulher. Elizabeth e Phillipe gostavam de andar por aqueles arredores todas as tardes.

— Ajudar-me! Eles me querem. – a misteriosa mulher falava com um sotaque no qual o casal não conseguia decifrar.

— Phillipe, vamos! Agarre-a e vamos para o chalé, tem uma multidão correndo em nossa direção!

— Elizabeth, não sabemos o que querem com ela e nem quem ela é!

— Exatamente! Vamos ignorar seu pedido de ajuda?

Eles andaram por alguns metros e conseguiram despistar a multidão. Elizabeth abriu a porta do chalé do casal enquanto Phillipe colocou a mulher em uma cama e pegou alguns panos molhados para cobrir o ferimento.

— Obrigado. Eu não sei como retribuir.

— Seu machucado parece grave. Vamos ajudar. – disse Elizabeth.

— Podemos saber quem é você pelo menos? – Phillipe perguntou com um certo medo da mulher.

— Uma viajante. Estava de passagem e quando souberam de minha presença, eles quiseram queimar meu corpo.

— Eles quem? – Elizabeth questionou.

— Os moradores, camponeses, as famílias mais ricas...todos eles!

— Você é...uma...bruxa? – Phillipe perguntou. Dessa vez com um nervosismo e medo maior.

— Sou uma viajante. Fui-me embora das Ilhas Britânicas em busca de paz, mas tudo o que encontrei nestas terras foram guerra, perseguição e morte. Chame-me de bruxa, feiticeira, mística, suprema. Sou tudo isso e muito mais.

Elizabeth e Phillipe cuidaram da mulher durante três longos e sofridos dias. Eles não sabiam como pronunciar o nome dela e a mulher respondeu que eles poderiam chama-la de ‘’Feiticeira dos Campos’’ que era o significado de seu nome em sua língua.

Durante uma noite, já boa, a Feiticeira notou que Elizabeth estava quieta, cabisbaixa e com uma expressão triste no rosto.

— O que acontece, pequena?

— Phillipe e eu estamos juntos há anos e eu nunca tive um filho dele, acredito que nunca terei um bebê.

— Você será a melhor mãe do mundo.

— Como sabe? Não tenho filho.

— Apenas sabendo. – a mulher tocou na barriga de Elizabeth. – Uma pequena semente plantar, para meses semear. Uma alma pura e cheia de paixão, para deixar a maldade morrer em um caixão. Uma bela e linda esperança, nos olhos de uma doce criança.

— Você, sua família e seus descendentes serão abençoados por mim e meu poder. Você estendeu sua mão para mim e em troca vocês serão os meus escolhidos.

A Feiticeira pegou uma antiga pedra e transformou em pó quando jogou em um pequeno recipiente com pó. Beijou as mãos de Elizabeth e jogou esse pó sobre ela. Em seguida a mulher saiu do chalé em direção aos campos; estava retornando para casa.

ROSELAND GRACE, NOVA ORLEANS – 2013.

— Então quer dizer que todas nós somos descendentes de Elizabeth e Phillipe? – questionou Jordie.

— Sim, querida. A magia da Feiticeira uniu todos nós em um laço do qual ela chamava de ‘’escolhidos’’, ela acreditava que nós seriamos os responsáveis pela mudança boa no mundo. E fomos. – respondeu Philomena.

— Mas eu não entendi. A Sociedade somos nós, descendentes dos Meadow, traços de bruxos estão em nós. O que aquele tal Mark queria com a Sociedade? – perguntou Weenie.

— Você não entende querida. A Feiticeira jogou sua magia boa em um casal que teria uma família maravilhosa pois eles fizeram o bem para ela. Claro que depois disso ela jogou sua magia má para todos aqueles que organizaram toda perseguição contra ela. Essa era a família de Mark e ele cresceu ouvindo as histórias de como sua família era injustiçada pela Sociedade e isso fez um ódio crescer nele.

— Provavelmente era escorpião. – interrompeu Mackenzie.

— Até que ele encontrou seu fim. E morreu nesta casa.

                                            º

A história sobre as origens da Sociedade despertou a curiosidade em alguma das meninas, Weenie, Jordie, Emma e Mackenzie decidiram pesquisar mais sobre Mark, suas vitimas e a Sociedade.

— Ainda bem que vivemos na era da Internet. – disse Mackenzie enquanto jogava o nome de Jane Maddox em um site de buscas.

— No primeiro site, Mackenzie! – falou Weenie.

— ‘’Jane e James Maddox. Mais duas vítimas do fatal Slayer Man.’’

— Meu Deus, Slayer Man? É o nome mais horrível de todos. – disse Weenie.

— Sim, também achei cafona, sem originalidade. – Mackenzie respondeu.

Jordie estava inquieta e logo falou.

— Meninas, Mark pode ter algum parente ainda vivo. E se quiserem vingança?

— Podemos descobrir o sobrenome dele e pesquisar. – respondeu Emma.

Mackenzie fez uma cara de indiferença e depois de um longo suspiro foi pesquisar sobre.

— Vejamos. Seu nome era Mark Benston. Ele não era casado e não tinha nenhum irmão e nem irmã. Ele era praticamente sozinho no mundo gente, acho que é isso, não restou herdeiros, tudo acabou com ele.

— Estranho...

— Eu sei, Weenie. Mas não vamos nos preocupar com isso.

                                           º

Todas às quartas a noite, Philomena e Charlotte se encontravam na sala principal de Roselanda Grace para tomarem chá e comerem bolinhos. Naquela noite Philomena parecia inquieta.

— Acho que não fiz certo em contar para as meninas sobre tudo.

— Por qual motivo, Phi? Elas saberiam de um jeito ou de outro. Prefiro que saibam por você do que pela Kate.

— Ela é sua mãe, Charlotte. Respeite-a.

— Ela não me respeitava.

— Eram tempos diferentes minha cara. – Philomena deu um leve suspiro. – Naquela época éramos tão irracionais, não sabíamos de muita coisa.

— Ela me abandonou! – gritou Charlotte.

— Ela te deixou de lado sim, mas eu cuidei de você. Não quero que depois de grande fique tendo atitudes de criança de dez anos de idade!

Kate ouviu a gritaria e desceu as escadas e foi direto a sala principal.

— O que as duas estão discutindo? – Kate perguntou enquanto acendia um cigarro.

— Philomena contou para as meninas sobre a Sociedade.

— Ótimo, mais problemas.

— Não ache que não fui sensível. Expliquei tudo para elas.

— Esse é o problema, agora todas estão curiosas e vão fuçar nas coisas, bisbilhotar. Como já não bastasse aquela Emma.

— Você é contra a liberdade por acaso?

                                 º

Jordie, Mackenzie, Weenie e Emma contaram a Adele e Nelly sobre o que haviam encontrado e a recepção não foi das melhores.

— Vocês estão zoando com a minha cara, babacas. – respondeu Nelly.

— Cala boca, Nelly. Vocês não acharam nenhum parente dele que está vivo mesmo? – disse Adele.

— Nenhum. – Mackenzie respondeu.

Com uma expressão traiçoeira e má, Nelly falou:

— Vamos perguntar para a Feiticeira. Ela pode nos ajudar.

— Como? Ela deve ter morrido há séculos. – respondeu Emma.

— Bom, Philomena disse que havia um livro com uma jóia aqui na casa. Talvez essa joia também seja um tipo de objeto que as garotas da Sociedade usavam para se comunicar com a Feiticeira. Só precisamos achar isso.

— Vamos para a biblioteca. – falou Adele.

As meninas foram até a biblioteca que ficava no último andar da casa e reviraram todas as prateleiras. Elas estavam sem esperança até Weenie encontrar algo importante.

— Meninas, olhem! É um livro de comunicação com o outro mundo e aqui fala dessa joia na capa do livro.

— O que diz ai? – perguntou Jordie.

— ‘’O rubi uma alma guarda, se quebrada será libertada. Poderá perguntar o que quiser, mas a resposta pode não ser o que quer.’’

— Então...temos que quebrar o rubi? – disse Nelly.

— Nós nem sabemos se de fato a Feiticeira está ‘’guardada’’ naquela joia. – falou Emma.

— Aqui, vamos saber agora. – Mackenzie encontrou o livro na penúltima prateleira da biblioteca.

— Ok, quem quebra? – falou Weenie, com medo.

— Eu achei, eu não vou quebrar. Nelly, vai você.

— Eu? Por quê?

— Por que você gosta de pegar coisas dos outros.

Nelly deu uma risada falsa para Mackenzie, pegou o livro e tirou a pedra de rubi que estava em sua capa, jogando a joia de uma forma bem violenta no chão.

A pedra ainda brilhava enquanto era destruída em mil pedaços. Uma nuvem vermelha tomou conta do local e as meninas puderam ouvir raios e risadas maléficas.

O ar ficou pesado, as meninas desmaiaram, caíram no chão igual dominó. Passos podiam ser ouvidos no chão velho de madeira, a porta de entrada da biblioteca se abriu e a luz do corredor iluminava uma parte do cômodo, pela luz podia-se ver a sombra de um homem; a sombra de Mark Benston e sua faca.


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