Coração Ferido escrita por Crisântemo Lirium


Capítulo 1
Capítulo 1




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Depois de muitas descobertas em sua vida, Percy viu-se frente a frente com a solidão, o Sol estava se pondo no horizonte e ele não sabia distinguir os sentimentos que tinha para com Annabeth Chase, havia um certo tempo que a loura fazia parte integrante de seus sonhos, só gostaria de saber se ela sentia o mesmo por si. Percy estava admirando as estrelas, sentia-se só, como nunca sentiu-se na vida e pensava o que faria dali em diante.

 

O pio das corujas, aliado ao farfalhar das folhas quebrava o silêncio que instaurava-se naquele local, as barracas armadas, apenas a dele e de Annabeth, de pé, os demais jovens haviam saído para fazer qualquer outra coisa que ele sequer teve interesse em saber, deviam estar caçando ou algo assim, Percy apenas suspirou. Passos suaves para ser um garoto chamou a atenção do menino, vendo a silhueta de alguém tomar forma devido a claridade que o crepúsculo proporcionava, era Annabeth.

 

Sentiu seu coração pulsar fortemente dentro do peito, o suor frio escorrer por seu corpo e o estômago revirar, se Percy estava doente, estava doente de amor, não aguentava mais alimentar esperanças de algo que não poderia dar certo, precisava de coragem, mas toda vez que Annabeth se aproximava era assim: ficava acuado, sem reação. Isso precisava mudar, definitivamente.

 

— Pergunto-me o que povoa sua mente neste momento, Percy. — a voz melodiosa de Annabeth soou e sua figura bela fez-se presente diante de Percy, o qual tentou não parecer um tolo diante dela.

 

— Ah! Olá, Annabeth. Não é nada demais, só… Algumas bobagens. — respondeu o garoto, engolindo seco e respirando fundo.

 

“ O que eu disse? Sou um grande idiota.” — pensou o menino, seus hormônios estavam a mil e ele não sabia o que fazer para conquistar essa garota.

 

— Sei. — disse Annabeth, sentando-se ao lado de Percy e observando a noite chegar, com um manto de estrelas a cintilar no céu, bem como a presença da tímida Lua.

 

Percy perdeu-se na beleza de Annabeth, o jeito meigo e astuto dela eram fascinantes, fora que ela era brilhante em combate e ele não ficava em sua sombra, também tinha lá seu talento, ela era boa na terra e ele na água. Entretanto, Percy ficou quieto e Annabeth não disse uma palavra, o que deixou Percy um pouco incomodado.

 

— É difícil. — disse Percy, em tom baixo, retomando a conversa.

 

— O que? — disse Annabeth em resposta, queria saber do que ele estava a falar.

 

— Expressar sentimentos. — resumiu Percy, abraçando as próprias pernas.

 

— Expressar sentimentos não é difícil, Percy. Difícil é entendê-los. — ponderou Annabeth, como sempre, ela sempre tinha uma resposta sábia a dar e Percy sentiu-se sem graça diante daquela afirmação.

 

— Eu...— começou Percy.— Gosto...De...Você… Annabeth.— Percy disse as palavras seguintes, de maneira pausada e lenta, parecia meio robótico vindo dele, mas foi o máximo de rapidez que ele pôde confessar o que sentia por ela.

 

— Hum. — fez Annabeth, pensativa. — De que forma? Como amiga?— indagou Annabeth, querendo saber dos reais sentimentos do rapaz para consigo.

 

— Não...Quer dizer… Também...— respondeu Percy, atrapalhado, o que praguejou mentalmente por isso, tentando não arrancar os próprios cabelos.

 

— Não estou te entendendo, Percy. Do que estás a falar, exatamente? — quis saber Annabeth.

 

— Que eu gosto de você, além de amizade, Annabeth. Pombas! — respondeu Percy, frustrado consigo mesmo por ser incapaz de declarar-se devidamente para ela, aquela resposta fez Annabeth arregalar os orbes cinza tempestade levemente, estava surpresa.

 

— Você está dizendo que me ama? É isso mesmo, Percy? — o coração dela também estava dando voltas dentro do peito, a emoção à flor da pele e por pouco, não deixou as lágrimas rolarem por seu rosto.

 

— É… É isso aí. — respondeu Percy, enfático e abaixou a cabeça, bufando baixinho. Lidar com sentimentos era a coisa mais difícil desse mundo, agora ele entendia isso, finalmente entendia.

 

As bochechas de Annabeth tingiram um leve tom de rubor, os de Percy também tingiram essa tonalidade, não se encararam por alguns minutos e já estava escuro, porém a luz prateada da Lua iluminava ambos agora, deixando o clima mais romântico.

 

— Annabeth, eu… Eu sinto muito, não sou bom com sentimentos. — disse Percy, por fim e respirou fundo, sentindo que tinha fracassado na declaração de amor à Annabeth.

 

— Tudo bem, Percy. Eu também não sei lidar com isso, podemos tentar. O que acha? — disse Annabeth, sugestiva; naquele momento o olhar de ambos finalmente se encontraram e os rostos foram aproximando-se devagar, até que os lábios de ambos tocaram um no outro em um toque sutil, já haviam passado por tanta coisa juntos que se ficassem separados seria um martírio para ambos. O que estava em jogo não é apenas a amizade que floresceu, também o amor que um sentia pelo outro, reciprocamente- no entanto, nem um, nem outro sabia como expressar seus sentimentos e talvez esse fosse o início de uma bela história de amor.

O vento brincou com os cabelos de Percy e Annabeth, fazendo-os esvoaçar, estavam sentados em frente a barraca de Percy, iniciando um beijo cheio de amor e paixão que foi intensificando aos poucos, estavam em um campo aberto, iluminados apenas pela luz prateada da Lua. Seus corações estavam acelerados, por causa do momento, as árvores em torno do mais novo tinham seus galhos movidos pela pouca força da lufada que recebiam, algumas frutíferas e outras, não.

 

Havia um certo tempo que Percy e Annabeth não se viam mais como meros amigos, havia um certo tempo que os sentimentos de ambos havia florescido, tal qual uma flor de maracujá, de pétalas roxas e o fundo num tom amarelo suave, o amor havia tomado conta de seus corações. Agora eram dois corações, uma só alma, a compartilhar sensações diversas em um beijo cheio de cumplicidade.


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