O Segredo de Janis | Supernatural Fanfic escrita por Kamila Lube


Capítulo 4
O fantasma da árvore




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Sam correu pela floresta o mais rápido que pode até o jardim da casa Bennet.

Mesmo sem a breve descrição da casa, ele saberia exatamente do que Janis estava falando quando ela citou o entalhe na árvore.

Foi Dean quem o notou quando os irmãos estiveram ali investigando sobre a morte de Chad dias atrás. De longe, parecia apenas cicatrizes numa velha e nodosa árvore. De perto lembrava um desenho infantil com bonecos palito, porém do tipo assustador.

Não era possível dizer muito bem o que o entalhe foi um dia, mas era nítido que havia duas figuras representadas. Um dos bonecos era alto e simples, o outro era mais baixo e tinha um triângulo na parte inferior do tronco como se fosse uma saia. Sam agora sabia que eles representavam Chad e Susan Bennet, e que o entalhe era na verdade uma lápide.

Ele pulou a cerca que separava o jardim da floresta esperando encontrar o lugar vazio, mas tomou um susto quando viu alguém cavando no exato lugar em que pretendia cavar. Devagar, Sam tirou a pistola do cós da calça e andou na direção da figura. Com sorte, uma coronhada bastaria para apagar a pessoa e, quando ele ou ela acordasse, ele já estaria longe.

— Até que enfim você chegou! - a pessoa disse num tom indignado - Uma ajuda seria bem-vinda!

— Janis!? O que você está fazendo aqui? - Sam perguntou abandonando completamente a postura de alerta. Ele andou rapidamente até ela e o buraco de 30 cm que ela tinha começado a cavar.

— Depois Sam! Agora precisamos terminar isso aqui! - ela disse ao enfiar a pá que tinha nas mãos no buraco e jogar um punhado de terra para longe. Sam largou no chão a pistola e o saco de sal que havia trago e pôs-se a cavar com Janis. Aparentemente, ela tinha um plano, pois em vez de cavar um enorme buraco como ele e Dean costumavam fazer, Janis tinha se concentrado em um quadrado com pouco mais de 50x50 centímetros.

Demorou cerca de dois minutos até que a pá de Sam batesse em algo sólido. Era uma caixa de madeira que pulou para fora do buraco quando ele usou a ferramenta para fazer uma alavanca.

— É um ossuário. - disse ao arrastar a caixa para o gramado, mais para dar um nome àquilo do que para explicar para Janis. Era claro que ela já tinha visto a caixa em uma de suas visões e por isso sabia onde e como cavar.

— O que eu faço com isso? - Janis segurava o saco de sal ao seu lado.

Sam retirou dois dos pregos que mantinham a tampa da caixa lacrada com a ponta da faca e aquilo foi suficiente para ele conseguir forçar a madeira e retirar a tampa completamente.

— Jogue aqui dentro. - ele pediu enquanto apalpava sua jaqueta em busca do querosene.

— Sam? - Janis arfou e ele só teve tempo de olhar para cima antes de ser jogado longe por uma força invisível.

Ele caiu de bruços, em cima do braço esquerdo. Não havia quebrado, mas a dor da torção o cegava.

Segurando o braço machucado contra o peito, Sam virou-se ainda no chão e deu de cara o fantasma de Susan Bennet. Ela estava pronta para atacá-lo com as mãos nojentas, mas perdeu a forma quando Janis a acertou por trás com a pá.

— Você tá bem? - perguntou ela ao oferecer a mão como apoio para ajudar Sam a se levantar.

— Graças a você. - ele olhou para a pequena mulher, que lhe sorriu de volta - Agora precisamos terminar isso. Ela não vai demorar a voltar.

Sam tirou a latinha de querosene do bolso, retirou a tampa e se aproximou do ossuário, seguido de perto por Janis, mas ambos foram lançados longe pela força de vontade do fantasma.

Dessa vez, Sam esperava que aquilo fosse acontecer e caiu sobre os joelhos, mas a lata de querosene escapou de sua mão. Ele podia vê-la a uns três metros de distância à sua direita, porém foi na direção de Janis que ele correu.

— Janis! - ela gemia caída no chão - Você tá legal?

— Acho que bati a cabeça.

Ele tentou ajudá-la a ficar de pé, mas ela parecia estar zonza com a pancada. Naquele estado, era melhor que ela ficasse deitada, tanto para que melhorasse mais rápido quando para não ser um alvo óbvio, então ele a deixou ali e avançou na direção da cova, mas o fantasma de Susan Bennet estava entre ele e o ossuário como se dissesse você terá de passar por mim. Sam levou aquilo para o lado pessoal.

Ele pegou a pá que Janis tinha usado para acertá-la, a empunhou como se fosse uma espada e golpeou. Susan Bennet explodiu em fumaça branca, mas logo em seguida reapareceu do lado esquerdo de Sam. Com um gesto, ela o jogou contra a cerca de madeira que delimitava o jardim. Ele conseguiu aterrissar de pé e se preparou para um novo golpe com a pá, mas Susan arrancou com um gesto a ferramenta de suas mãos e a jogou longe. Num piscar de olhos, Susan o paralisou contra a cerca. A força de vontade dela era tanta que ele mal conseguia mexer os dedos.

Sam lutou contra, mas aquela era uma batalha que ele sabia não ter força suficiente para ganhar. Talvez, se conseguisse se libertar, ele teria uma chance de alcançar a pá e acertá-la mais uma vez. Ele precisava tentar. Só que Susan tinha outros planos.

Ela se aproximou tanto que Sam pode sentir, se é que dava para chamar aquilo de sentir, a saia do vestido que ela usava roçando suas pernas. Susan levantou a mão em forma de garra e forçou-a contra o peito de Sam. Ele gritou de dor.

Sam podia sentir os dedos dela se mexendo dentro dele. Susan queria arrancar seu coração exatamente como tinha feito com as outras vítimas, para depois rasgá-lo em pedaços. Ele pensou em Dean e em como o irmão ficaria arrasado. Fazia tão pouco tempo que ele tinha recuperado sua alma. Sam sabia que não deveria se entregar daquele jeito, mas...

Um grito agudo cortou a noite e Susan foi envolvida num vapor flamejante. Sam caiu de joelhos no chão ofegante. A poucos metros de distância, ele viu o ossuário em chamas.

— Sam! - Janis correu na direção dele. - Sam, você tá machucado?

— Não. - ele disse ao se levantar, mas guardou o pelo menos não gravemente só para ele. Ele iria sobreviver - E você? Sua cabeça?

Ela levou uma das mãos à têmpora e a trouxe de volta manchada de vermelho.

— Parece pior do que realmente é. - explicou para ele - Fiquei tonta na hora, mas agora estou bem.

— Deixe-me ver.

Sam se aproximou e tocou os cabelos escuros de Janis com cuidado. Ele afastou os fios para olhar o tamanho do corte. Parte do cabelo estava encharcado de sangue já meio coagulado, o que o fez deduzir que a ferida não era grande nem muito profunda. Talvez Janis tivesse uma concussão, definitivamente ela precisaria visitar um médico, mas não era urgente.

— Assim que a gente sair daqui, vou te levar ao pronto socorro.

Janis teria protestado se Sam não a tivesse silenciado com um gesto. Seu telefone tocava desesperadamente no bolso de seu casaco. Ele o pegou e, no visor, viu o nome do irmão.

— Dean... - ele começou a dizer mas logo foi interrompido.

— AONDE DIABOS VOCE ESTÁ? 


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