21st Century Girl escrita por ladyenoire


Capítulo 1
Believe In Yourself


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!!!



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Fechei a porta do banheiro e me escorei na mesma, respirando fundo enquanto levava a mão no coração.

— Isso só pode ser loucura!

— Não é loucura, você realmente foi escolhida para ser uma heroína. – dei um grito quando a criaturinha apareceu ao meu lado novamente.

— C-Como você... Como entrou? – ela soltou uma risadinha e atravessou a porta, indo para o meu quarto, em seguida voltou. – Ai meu Deus! – abri a porta e corri, ficando parada no meio do quarto. Levantei as mãos na altura da cabeça e encarei a criatura. – Por favor, fica longe de mim!

— Já disse que não vou te machucar, eu só quero o bem.

— Como assim?

— Eu já expliquei. Sou um ser místico antigo que vive no colar. – apontou para a joia dentro da caixinha preta que eu tinha achado em cima da minha escrivaninha minutos atrás – Quando você quiser se transformar na Volpina é só...

— Calma! Calma! Volpina?

— Sim, você ganhou o Miraculous da Volpina.

— Mas ela não era uma farsa?

— O que quer dizer? – a criaturinha fez uma careta confusa e eu acabei por mostrar a reportagem sobre a Lila akumatizada. – Bem, essa era só um akuma. Ela não tinha o Miraculous verdadeiro, você tem.

— Esse Miraculous é tipo o da Ladybug e do Chat Noir?

— Não tão poderoso quanto os deles, mas sim. – sentei na cama e fiquei encarando o nada enquanto pensava.

Eu? Uma heroína? Isso é uma loucura total!

Não vou mentir que sempre quis saber como seria a sensação de ajudar as pessoas e poder fazer justiça com as próprias mãos. Também não é segredo que eu sempre admirei Chat Noir e principalmente a Ladybug – tanto que até tenho um blog sobre ela.

Mas nunca pensei que eu pudesse me tornar uma heroína também. Eu estava muito bem fazendo o que faço nos bastidores. No entanto eu estava disposta a tentar.

Levantei e respirei fundo, fazendo uma pose determinada.

— Estou disposta a tentar.

— Eba! Fico feliz por você! – ela bateu palmas.

— Mas antes, preciso que me conte tudo que eu preciso saber.

— Pode deixar. Para começar, me chamo Trixx e sou a sua kwami.

***

Depois de passar mais ou menos uma semana me transformando em Volpina e saindo à noite para apenas treinar minhas habilidades, determinei que o próximo akuma que aparecesse eu iria ajudar.

— Você está meio esquisita hoje. – Nino disse rindo e eu engoli em seco.

— Ela é esquisita todos os dias. – Marinette riu animada e eu fiz careta.

— Obrigada, amigos! – ironizei.

— Só estamos zoando com você, mas tem uma ponta de verdade. Porque tipo, você está calada, e você nunca fica quieta!

— Vou ser obrigada a concordar com ele. – minha amiga me encarou com uma expressão preocupada – Está tudo bem com você?

— Sim, está sim. Eu só estou meio preocupada com a prova de cálculos que temos na quarta.

— Ah, nem fale! – a garota bufou e eu me senti aliviada por eles terem caído.

— Tenho que pedir uma aulas pro Adrien, se não vou me ferrar. – e foi só falar no nome do garoto que Marinette começou a viajar. Ri com seu comportamento. Ela nunca muda!

***

— Trixx, transformar! – dito isso, a kwami foi sugada para dentro do meu colar e um brilho alaranjado me envolveu. Em seguida eu estava parada na frente do espelho trajada de Volpina. – Espero que dê certo!

Saí pela janela do meu quarto saltei por cima dos prédios como tinha feito no meu treinamento. Eu estava segura de como usar meus poderes – obviamente nem tanto assim – mas o que mais me assustava era não saber o que Ladybug e Chat Noir pensariam de mim.

Assim que cheguei ao local que vi no meu aplicativo onde o novo akuma atacava, me escondi atrás de um carro.

O vilão se chamava de Amarra e tinha cordas pelo corpo todo e controlava elas perseguindo Ladybug; ele já tinha prendido Chat Noir de cabeça para baixo no poste.

Por fim ele conseguiu pegar ela e eu sabia que precisava agir, mas quando eu pensei em sair de trás do carro, Chat Noir usou o Cataclysm para se soltar. Amarra foi esperto e antes que o herói chegasse perto dele, usou suas cordas para prender algumas pessoas que assistiam à luta. Então naquele momento todos ficaram parados sem saber o que fazer.

— É agora. – me abaixei ainda mais, peguei a flauta e toquei uma melodia fazendo com que um clone meu aparecesse no topo do prédio atrás de Amarra.

— Olhem lá! – uma mulher gritou e todos pararam para olhar para a falsa eu. Enquanto isso fui discretamente por trás dos carros para cortar a corda que prendia os reféns.

— Quem é você? – uma garotinha disse e eu apenas sorri e levei meus dedos até os lábios, pedindo que ela fizesse silêncio e cortei as cordas.

— O que foi isso? – Amarra se virou e fez careta quando me viu soltando as pessoas. Ele mexeu as mãos e uma das cordas veio na minha direção, porém eu pulei para o lado e fiquei em posição, segurando minha flauta na frente de corpo – Mas quem diabos é você?

— Me chamo Volpina. A verdadeira. – Chat Noir aproveitou minha breve apresentação para usar suas garras e soltar Ladybug.

— De novo? Não importa, vou acabar com você também! – ele movimentou as mãos novamente e eu corri saltando entre as cordas. Em seguida prendi a flauta nas costas para ser mais eficiente e passei por Ladybug e Chat Noir.

— Vou continuar distraindo ele, enquant...

— Já sabemos o que fazer. – Ladybug disse meio rude, o que me fez ficar desnorteada, logo não prestei atenção quando Amarra conseguiu acertar uma corda em mim, que me fez cair no chão. – Lucky Charm! — o vilão me levantou no ar com sua corda e me jogou contra o prédio.

Tentei ficar de pé, mas eu estava muito dolorida, nunca tinha sido arremessada desse jeito. No entanto, quando eu finalmente consegui levantar, notei que a luta já tinha acabado e Ladybug e Chat Noir ajudavam o homem enquanto recebiam aplausos da população.

— Dessa vez você é a verdadeira Volpina?

— Você também tem um Miraculous?

— Como foi trabalhar ao lado de Ladybug e Chat Noir?

— Você veio para ficar? – vários repórteres pararam ao meu redor e eu apenas abri espaço entre eles e parei ao lado de Ladybug.

— Ladybug, eu quer...

— O que você quer aqui? – ela cruzou os braços e me olhou de forma irritada. Provavelmente deve achar que eu sou como a Lila, mas eu precisava dizer que estava do lado dela.

— Não se preocupe, não sou um akuma. Eu realmente tenho um Miraculous, olha. – mostrei o colar preso em meu pescoço e ela sorriu irônica. Nunca tinha visto esse lado da minha heroína favorita.

— Assim como a Lila tinha.

— Mas eu não...

— Quer saber? Eu não vou cair nessa duas vezes, acho bom você ir embora e nunca mais voltar!

— Mas Ladybug...

— Não me venha com desculpas esfarrapadas. Seja lá quem for, você não é uma heroína! – Ladybug virou de costas e saiu acompanhada de Chat Noir, me deixando ali parada sem entender.

Os repórteres vieram novamente na minha volta, mas não escutei nada do que eles disseram. Apenas abri caminho e saí correndo.

Assim que cheguei em casa a ficha caiu e eu arranquei os pôsteres que eu tinha da Ladybug da parede, em seguida joguei as coisas que estavam na minha escrivaninha no chão.

— Ela não tem o direito de me dizer uma coisa dessas! – cerrei os punhos e fechei os olhos com força – Não acredito nisso! AH! – gritei batendo forte na mesa e me joguei na cama.

Não importa o que Ladybug pense ou diga, eu vou continuar sendo a Volpina, pois Trixx disse que eu ganhei o Miraculous porque mereci e se Paris precisa de mais uma heroína, eu serei ela.

***

— Vocês viram a verdadeira Volpina, demais não é?! – Nino disse e eu sorri, porém meu sorriso se desfez quando ouvi Marinette bufar e revirar os olhos.

— Quem disse que é a verdadeira Volpina? Garanto que é uma impostora novamente!

— Eu não acho, ela salvou as pessoas e ajudou a Ladybug e o Chat Noir. Mesmo que a Ladybug tenha sido um pouco dura com ela. – falei encarando ela.

— Acho que Ladybug só disse a realidade. – ele me olhou de volta.

— Mas precisava ser grosseira?

— Ela não foi grosseira, foi realista.

— Garotas...

— Agora não! – falamos juntas e Nino se encolheu na cadeira.

— Me admiro que você, a maior fã da Ladybug, esteja defendendo uma impostora!

— A Volpina não é uma impostora.

— Como tem tanta certeza disso?

— Ela ajudou as pessoas.

— Isso não é nada, Lila também o fez e olha no que deu. – respirei fundo. Não acredito que Marinette estava dizendo esse tipo de coisa.

— Mas e se essa Volpina for realmente a verdadeira?

— E se não for? – fiquei quieta. Não podia levar aquela discussão à diante e correr o risco de revelar que eu era a Volpina. – Eu disse Alya, aquela garota não é uma heroína. – dito isso eu levantei da mesa e saí. Não sou obrigada a aguentar esse tipo de coisa.

Corri para o banheiro e me tranquei em uma das cabines. Não pude evitar de deixar que algumas lágrimas caíssem. Afinal, minha heroína favorita e minha melhor amiga não acreditavam em mim, era uma sensação horrível.

Mas como eu tinha dito para mim mesma, se Jeanne d’Arc tivesse desistido quando foi desacreditada, as coisas seriam muito diferentes hoje. Então eu não vou me render tão fácil.

***

Mais um akuma apareceu e eu não perdi tempo em me transformar e ir até o local. Ladybug e Chat Noir chegaram depois de mim.

— O que faz aqui? Já disse que...

— Não me importo com o que você acha. – parei na frente dos dois e desviei o raio com a minha flauta. – Eu realmente tenho um Miraculous e fui escolhida com um propósito, se você não entende isso, sinto muito, mas eu vou continuar a proteger Paris. – ela respirou fundo e jogou seu ioiô no poste, se afastando.

— Dá um tempo pra ela. Ladybug pode ser cabeça-dura, mas é uma boa pessoa. – Chat Noir falou e eu sorri. Em seguida nos separamos e começamos a correr, desviando dos raios. – My lady, sugiro que pense em algo rápido. – nos escondemos atrás dos carros enquanto o akumatizado nos procurava.

— Eu posso distrair ele com...

— Não! Chat Noir pode fazer isso. – ela me cortou e Chat fez uma expressão tristonha por mim.

— Mas my lady...

— Faça o que eu mandei, eu tenho um plano.

— Certo. – dito isso, o garoto saiu de trás do carro e começou a fazer suas típicas piadas sem graça com o intuito de distrair o vilão.

— Qual é o plano? O que eu faço?

— Nada. – bufei irritada.

— Quando vai parar com essa implicância comigo? Já disse que não sou como a Lila!

— Como eu posso ter tanta certeza?

— Eu... – parei de falar assim que vi o vilão parar atrás de Ladybug.

— Sabia! Já disse, você não é uma her... – antes que ela terminasse, corri em direção ao akumatizado que apontava sua arma para Ladybug e me coloquei na frente antes que o laser a atingisse.

Caí no chão sentindo uma dor horrível enquanto ele ria. A garota se abaixou ao meu lado.

— Você está bem? – assenti e me escorei nos meus cotovelos.

— Mais uma para a coleção!

— Não se eu puder evitar! Lucky Charm! – Ladybug avançou e iniciou uma luta com ele. Usei todas as minhas forças para ficar de pé e ajudar ela a usar o brinquedo que tinha ganhado. – Eu distraio e você tira o laser dele. – assenti parando ao lado dela. – Ei, você não gostaria de ter esse boneco edição limitada na sua coleção?

— Edição limitada? Me dê, agora! – ele se aproximou e eu aproveitei para rolar para o lado e assim que ele estava próximo, bati com a flauta na arma laser, a jogando longe. Ladybug correu para quebrar e eu coloquei meu braço na frente, impedindo que o akumatizado fosse atrás dela.

— Tchau, tchau borboletinha. – depois de desfazer todo o mal que ele tinha causado, a joaninha caminhou até mim. – Me desculpa por ter brigado com você. Eu só não queria me enganar novamente, mas você me salvou e eu provou que eu estava enganada.

— Tudo bem, sei que ficou com um pé atrás pelo que aconteceu com Lila.

— Me desculpa mesmo, eu sou muito cabeça-dura.

— Sabemos. – Chat Noir disse chegando atrás dela, em seguida levando uma cotovelada da mesma na barriga. – Ai! – ri da careta que ele fez.

— Está tudo bem.

— Não, não está. Eu fui uma idiota e para recompensar, gostaria que você fizesse parte oficialmente da nossa... Equipe. O que acha? – sorri alegre.

— Eu adoraria! – ela estendeu a mão, mas eu não me segurei e acabei a abraçando. – Muito obrigada, Ladybug. Espero que possamos ser grandes amigas.

— Eu também, Volpina. E antes que eu me esqueça – colocou a mão no meu ombro e sorriu –, você é uma heroína sim e me sinto honrada de poder trabalhar com você.

***

Só faltava uma coisa para eu ficar completamente feliz e era me reconciliar com Marinette. Não devia ter descontado minha raiva nela, somos amigas, isso era bobagem.

Fiquei sentada na escada em frente à escola esperando ela, mesmo que soubesse que as chances de ela chegar atrasada eram imensamente maiores. No entanto me surpreendi quando vi ela correndo até a escola, até pensei que tinha acontecido algo.

Quando ela chegou na frente do prédio, procurou algo e quando me viu veio correndo. Levantei e me aproximei dela.

— Eu preciso falar co... – falamos ao mesmo tempo e começamos a rir.

— Você primeiro. – falei.

— Tá bem. Alya, eu queria pedir desculpas pelo que eu disse, eu sei que não devia julgar as pessoas sem conhecer, afinal se você tivesse feito isso comigo, não seríamos amigas até hoje. E eu também não deveria ter brigado com você por um assunto tão bobo. Você me perdoa?

— Claro, está tudo bem. Eu também não devia dizer o que eu disse pra você. No final foi só uma bobagem que separou a gente. Você me desculpa também? – ela assentiu e nos abraçamos.

— Amigas para sempre? – levantou o dedo mínimo.

— Amigas para sempre. – fiz o mesmo e entrelaçamos os dedos.

Rimos e entramos na escola ainda abraçadas conversando sobre a luta de ontem onde a Volpina tinha ajudado a Ladybug. E eu e Marinette chegamos à conclusão de que as duas formavam uma bela dupla, assim como nós. E ela ainda disse que a Volpina era sua heroína.

Naquele dia, mal eu sabia que minha amiga também era a minha heroína.

***

***

***

Ah! Antes que eu esqueça, aqui vai um conselho: Só porque alguém não acredita em você, não significa que não deve acreditar em si mesmo. Se nossos heróis do passado tivessem pensado assim, o mundo ainda seria repleto de injustiças.

Acredite em si mesmo acima de tudo, não seja antiquado, é assim que garotas e garotos do século XXI devem pensar.


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Notas finais do capítulo

Surpreendi vocês, não é? Eu sempre fiquei com vontade de fazer um shor fic com a Alya e acabei por fazer essa one fofinha. Tomara que tenham entendido a mensagem sobre amizade e girl power hahaha :p
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Espero que tenham gostado ♥ xx



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