Katsuki Baguko estava devastado; entrando em sua casa, fechou a porta atrás de si, se deixando escorregar até o chão. Ele levou suas mãos trêmulas até a cabeça e puxou os próprios cabelos, no desejo de deixar toda sua raiva e frustração sai num grito silencioso. Aquele havia sido apenas mais um dia como qualquer outro lutando contra vilões num mundo sem ela.

Se perguntava quando a casa passou a ser tão silenciosa e quanto começou a ser tão fria. Ali dentro era vazio sem a presença de Uraraka. Os desejos de Katsuki queria vê-la aumentavam a cada dia, ele sentia sua falta e não conseguia negar isso a si mesmo. Nem mesmo sua teimosia o permitia mentir sobre.

Com um nó na garganta, suas lágrimas se libertaram e alcançavam violentamente o chão. Querendo gritar, começou a bater com o pé com força contra a parede até notar que havia feito um buraco nela, o que fez com que aspirasse em ódio de si mesmo. Ele retirou as mãos da cabeça, a jogando para trás e apoiando as mãos nos joelhos.

O tempo é mesmo cruel. Já havia passado quanto tempo que estava sentado ali? O que ela diria se o visse daquela forma? Ficaria preocupada? Eram tantas perguntas sem respostas, pois somente ela saberia responde-las.

Katsuki queria ter feito algo mais quando ficaram encurralados por aqueles vilões; algo que a impedisse de ter usado sua individualidade ao limite e ficado vulnerável. Não havia nada que ele pudesse ter feito para salva-la? Que tipo de herói ele era que nem conseguiu salvar a pessoa que ama? Como poderia salvar outras pessoas se naquele momento não conseguia salvar a si mesmo?

Se levantando de onde estava, andou cambaleando até o sofá. Ele olhava na direção a um dos porta-retratos que haviam pela sala, um que continha a foto dos dois juntos num dia de primavera. A estação favorita de Ochaco Uraraka. Pensando sobre isso, percebeu que aquela seria mais umas das noites que passaria em claro, desejando novamente por aqueles dias floridos.

Quanto tempo ele ainda teria que esperar para encontrar ela?

Num suspiro fechou os olhos com a mente barulhenta se perguntando se ela voltaria quando as flores florescerem novamente.