30 Encontros escrita por noora


Capítulo 1
único


Notas iniciais do capítulo

Oirrr
(espaço pra revelação da miga secreta)
Jily BEM fluffy, espero que gosteeemmmm



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Lily se amaldiçoou por não estar prestando atenção na aula no momento em que Slughorn disse que era para formarem duplas, assim não estaria no desespero de achar alguém descente.

Dorcas e Emmeline, duas de suas amigas que faziam Poções com ela, já haviam se juntado. Ela não era muito próxima dos outros alunos que faziam parte daquela turma do sétimo ano e Remus Lupin, a outra única pessoa com quem ela mantinha uma amizade, já tinha formado uma dupla com Sirius Black.

Ela olhou pelo cômodo com aflição, vendo lentamente as duplas sendo formadas e ela ficando sozinha. Foi quando avistou, pelo canto de seu olho, Severus se aproximando dela numa tentativa de formar uma dupla. Os dois já haviam sido muito amigos, mas as novas companhias de Snape tinham feito Lily se afastar dele. No horror da possibilidade de fazer um trabalho com ele, a garota viu James Potter sentado sozinho, claramente enfezado de ter sido abandonado pelos amigos.

Apesar de nunca ter gostado muito dele, Lily tinha que admitir que suas atitudes tinham melhorado muito no começo no sétimo ano. Aquilo era o suficiente. Sem pensar duas vezes, ela foi até onde ele estava e chamou-o:

­­— Potter.

James levantou os olhos da bolinha de papel que brincava e ajeitou os óculos. Quando viu que era Lily que falava com ele, jogou a bolinha para trás e passou a mão pelo cabelo, dando sua clássica bagunçada.

­— Uau, nossa, oi Lily! – ele sorriu ao falar o nome dela, animado por Lily estar falando com ele.

— Então, você quer ser minha dupla nesse trabalho?

Ele arregalou os olhos por alguns segundos, mas logo já voltou ao normal, se espreguiçando e colocando os braços atrás da cabeça.

— Por você, linda, eu faço qualquer coisa.

Lily revirou os olhos, balançando a cabeça. Teria que se preparar emocionalmente para trabalhar com aquele menino por um mês.

— Certo, que seja. Me encontre mais tarde na biblioteca para pesquisarmos sobre a poção.

 

 

Ela esperou por uns quinze minutos quando James apareceu esbaforido, segurando a mochila para não cair. Ele puxou a cadeira do lado de Lily, jogando-se nela, a respiração ofegante.

— Desculpa pelo atraso Lily, o Binns não percebeu que o sinal bateu e continuou a falar. Ninguém conseguiu avisar ele porque ele só ignorava qualquer aluno.

Lily suspirou, abrindo o livro de poções. James olhou surpreso para ela, já que aquele livro só era disponível na Sessão Restrita da biblioteca. Lily percebeu o olhar do colega e deu de ombros, explicando:

— Slughorn disse para a Madame Pince que os alunos de Poções do sétimo ano estavam com permissão para pegar o livro com a receita, mas só para olhar. Então anota aí o que a gente tem que fazer, por favor. Tudo bem, vamos só começar isso logo – procurou o nome da poção no índice – ok, Poção Polissuco... Página 93.

Virou o livro para que James conseguisse ler também, enquanto citava em voz alta cada um dos ingredientes:

— Certo, vamos precisas de 12 moscas lacewing, 4 sanguessugas, 16 flores de descurainia, sanguinária, pó de chifre de Bicórnio, pele de ararambóia picada e algo da pessoa que um de nós vai se transformar.

James escreveu tudo o que ela falou, além de anotar o modo de preparo. Deu uma olhada com calma nos ingredientes, franzindo o cenho.

— Vem cá, como a gente faz pra achar 12 moscas? E pó de chifre de Bicórnio? Eu não sei você, mas não estou disposto a achar um Bicórnio e raspar o chifre dele.

Lily revirou os olhos e respondeu James:

— Claro que não é assim! Os ingredientes vamos pegar no armário do Slughorn.

­— Então não seria mais prático nós pegarmos agora os ingredientes, já que mais uma boa quantidade de gente vai fazer o mesmo?

Os dois se olharam e levantaram de supetão, pegando suas coisas e saíram correndo. Desceram o mais rápido que alguém conseguiria do terceiro andar até as Masmorras. Quando chegaram perto da porta, viram Emmeline e Dorcas saindo, cada uma com os ingredientes na mão. Elas gritaram quando eles passaram por elas:

— É melhor vocês se apressarem porque tem chance de alguns ingredientes já terem acabado. Nós pegamos os últimos.

James e Lily entraram ainda correndo na sala, indo em direção a mesa atrás da mesa de Slughorn. James abriu a porta e entrou no armário de poções enquanto Lily tirava a lista de ingredientes da mochila. Ela ia riscando o ingrediente quando James falava o que tinha achado. No fim, colocaram o que tinham em cima da mesa do professor e analisaram a situação.

— Temos então as 12 moscas, sanguinária, o pó de chifre e a pele de ararambóia. Só vamos ter que arranjar 4 sanguessugas, 16 flores de descurainia e alguma coisa de quem a gente vai se transformar. Fácil. – Lily comentou, a voz transbordando de sarcasmo.

James colocou a mão no ombro dela, dando um sorriso de conforto.

— Vai dar tudo certo. Amanhã a gente fala com o Slughorn e resolve isso, ok?

 

 

Na aula de poções do dia seguinte, Slughorn adicionou uma informação sobre o trabalho que deixou os alunos ainda mais animados para fazer a poção com êxito.

— Turma, sobre o trabalho: resolvi que quem fizer a melhor poção, além de ganhar nota máxima, irá ganhar um almoço pago por mim no Madame Puddifoot.

Começou um burburinho na sala, os alunos animados com o novo prémio. Lily não estava se importando nem um pouco com aquilo, só queria que Slughorn terminasse a aula para que ela e James pudessem ir falar com ele logo. Alguns minutos depois a classe foi dispensada e a dupla Potter e Evans foram atrás do professor.

— Prof. Slughorn, poderíamos falar com o senhor rapidamente? Surgiu um problema no nosso trabalho.

Ele consentiu com a cabeça, apoiando-se na mesa.

— Então, nós dois viemos ontem pegar os ingredientes da poção, mas alguns já tinham acabado. O senhor sabe como eu e Lily poderíamos conseguir a descurainia e as sanguessugas? – James perguntou, apoiando seu peso em uma das pernas.

Slughorn coçou o rosto, o que fazia toda vez que estava pensando. Por fim, respondeu a pergunta:

— Olha, eu poderia pedir pelo correio os ingredientes, mas demoraria um tempo para chegar e atrasaria o trabalho de vocês – ele olhou por cima da dupla, checando se não havia mais nenhum aluno na sala – certo, eu não disse isso para vocês, mas é possível conseguir as sanguessugas no Lago Negro e a descurainia na Floresta Proibida, se tiverem a coragem para ir lá pegar. Se forem fazer isso, seria melhor fazer logo amanhã que é lua cheia e a descurainia só funciona se for colhida nessa época.

Os dois agradeceram o professor e saíram da sala, conversando:

— Lily, você só se preocupe com o cabelo de quem um de nós vai se transformar que eu vou tentar achar um jeito de arranjar as sanguessugas e a descurainia – James disse, antes de se afastar para alcançar Remus e Sirius que estavam esperando-o.

 

 

— Marley, eu sei que isso vai soar estranho, mas mais pro final do mês você poderia me dar uns fios do seu cabelo?

Marlene levantou os olhos do livro que estava lendo para encarar Lily. Abriu seu sorriso característico e respondeu, enquanto ria:

— Claro! É para o trabalho de Poções de vocês? Dorcas me falou sobre isso, achei super legal!

Lily agradeceu, voltando para sua lição de Runas Antigas. Sentiu alguém cutucar seu ombro e olhou para trás, vendo James parado. Ele contornou o sofá que Lily estava e sentou-se ao seu lado, começando a falar:

— Então, combinei do Hagrid de te levar amanhã na Floresta para ir atrás das flores e as sanguessugas a gente pode ir pegar no dia seguinte à tarde, quando todo mundo estiver almoçando.

— Tudo bem – ela concordou – mas por que você não pode ir amanhã comigo e com o Hagrid?

James olhou para baixo, um tanto desconfortável. Ela tinha teorias do motivo, mas não iria pressionar uma resposta, já que não era de sua conta. Antes que ele pudesse responder, Lily falou:

— Quer saber? Não importa, contanto que você apareça para ir pegar as sanguessugas. Eu que não vou fazer isso.

Ele riu, com um vislumbre de agradecimento no olhar. Lily sentiu um calor dentro do peito, não sabendo muito bem por que.

 

 

Os dois se encontraram durante o almoço, já que o Lago estaria vazio nesse horário. Enquanto enrolava a barra da calça e tirava os sapatos e meias, James perguntou para Lily como tinha sido com Hagrid.

— Foi bom, consegui as flores e não fomos atacados por nenhuma criatura bizarra, apesar de Hagrid querer seguir um barulho estranho que ele jurava ser algum animal raro. Agora sem enrolação, entra nesse lago e pega essas sanguessugas logo que eu estou morrendo de fome.

— Sabe Lily, nunca achei que nosso primeiro encontro fosse ser nessa situação, você na margem e eu dentro do Lago Negro procurando sanguessugas – James comentou, enquanto entrava na água até ela estar em sua canela.

— Isso não é um encontro, Potter. – Lily retrucou, revirando os olhos.

— Se você diz — James disse, com um sorriso de lado.

Ele ficou uns cinco minutos iluminando a água com sua varinha, até que fez uma cara estranha e deu um gritinho agudo, assustando Lily.

— O que foi? – ela perguntou, alarmada.

— Tem alguma coisa no meu pé — James respondeu, com um tom assustado.

Levantando seu pé devagarzinho, viu que havia uma sanguessuga grudada na sola de seu pé. Ele começou a pular e gritar, tentando bater a criatura pra fora de seu pé. Enquanto isso, Lily berrava, enquanto ria, para ele pegar a sanguessuga, já que eles precisavam dela.

Aquela tarefa levou uma meia hora e deixou James traumatizado, mas finalmente conseguiram coletar as 4 sanguessugas necessárias. Enquanto Lily não prestava atenção, James colocou uma quinta em seu bolso, para questões futuras.

 

 

Os dias se passaram e a aula de entrega finalmente chegou. Todas duplas estavam com suas poções expostas para Slughorn analisar, e Lily segurava alguns fios loiros de Marlene na mão, para James se transformar nela. A maioria dos alunos não havia conseguido atingir o necessário e a disputa agora estava entre James e Lily e Snape e uma menina da Sonserina que era sua dupla. Na vez de Snape, a aparência da poção estava correta, mas na hora que sua dupla foi se transformar, acabou com uma mistura bizarra dela com Snape.

— Não é possível que esteja errada! Eu fiz tudo conforme as instruções – Snape reclamava, enquanto Slughorn analisava mais uma vez a poção.

— Aparentemente, Sr. Snape, o que aconteceu aqui foi que provavelmente o senhor deve ter colocado uma sanguessuga a mais.

Ao ouvir isso, Lily sentiu algo a incomodando e olhou para James com desconfiança. O menino assoviava e olhava para cima, como se não estivesse prestando atenção. Ela ia dizer alguma coisa para ele, mas Slughorn chamou sua atenção, pedindo para que os dois apresentassem a poção. Lily colocou os cabelos de Marlene no copo e James bebeu, fazendo uma careta. Logo seu rosto e corpo começou a mudar, esticando-se. Por fim, ele sumiu e Marlene McKinnon apareceu em seu lugar. Só era possível saber que não era ela por suas roupas estarem muito largas para ela.

James começou a desfilar e fazer poses, imitando a menina. Era tão preciso que a sala inteira riu e até conseguiu um sorrisinho do professor. Slughorn voltou em sua mesa, pegando um papel.

— Está claramente obvio que temos os vencedores. Parabéns Srta. Evans e Sr. Potter, vocês tem um encontro marcado.

Enquanto a classe aplaudia James/Marlene começou a fazer um comentário, mas Lily o interrompeu:

— Continua não sendo um encontro, Potter.

 

 

O encontro deles aconteceu na semana seguinte. Lily se arrumou apenas porque Marlene pediu muito. Ao chegar no Madame Puddifoot, James já estava lá e Lily sentiu aquele mesmo calor no peito quando o viu. O cabelo dele era o mesmo bagunçado de sempre, mas o menino tinha colocado uma roupa um tanto mais chique do que as que ele normalmente usava.

Lily ficou extremamente surpresa com ele durante o encontro. James não fez nenhuma piadinha de mau gosto, apenas umas tão engraçadas que fez água sair do nariz de Lily de tanto que ela riu. Nunca ri tanto em um encontro, algo que desde que chegou ao restaurante estava começando a considerar como um. Pensou em James no mês que tinham passado trabalho juntos e como ele tinha sido simpático e prestativo durante o processo da poção.

Na hora de pagar, James tirou o cartão de Slughorn do bolso com intenção de usá-lo, mas Lily tirou de sua mão, deixando James confuso.

— Espera, a gente não vai usar? Por quê?

Lily respondeu, com um sorrisinho nos lábios:

— Porque um cavalheiro sempre paga no primeiro encontro.

Um sorriso apareceu no rosto de James, enquanto ele tirava os galeões do outro bolso.

Aquele seria o primeiro de muitos encontros entre os dois.


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Notas finais do capítulo



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