Vizinho Irritante escrita por Wichita25


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Tenham em mente que a fic se passa nos EUA. Só para a questão das músicas e uma piada ou outra, ok? As falas em itálico são em português



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Trafalgar Law chegou em casa dando um suspiro de alívio no momento que tirou o pesado casaco que usava e deitava em seu sofá. Tinha sido um dia cansativo no hospital em que trabalhava. Além das duas cirurgias que tinha marcado para aquele dia, mas duas cirurgias de emergência aconteceram naquele dia e ele era o único cirurgião disponível no momento. Isso atrasou a última cirurgia marcada para aquele dia e além de todo o estresse que já estava passando teve que escutar durante quase uma hora reclamações dos parentes de sua paciente.

Olhou para o relógio e deu um gemido irritado ao perceber que eram quase 9h da noite. Nem se deu o trabalho de levantar do sofá, ligou a Tv e viu os minutos finais de alguma série de comédia que estava passando no momento. Sabia que daqui a pouco o episódio ia acabar. Que o telejornal ia entrar no ar e quando isso acontecesse…

“JUST A SMALL TOWN GIRL! LIVING IN A LONELY WORLD!”

Seu vizinho do apartamento ao lado ia ligar a música e começar a cantar

“SHE TOOK THE MIDNIGHT TRAIN GOIN’ ANYWHEREEEE!”

“Não falha nem um dia” pensou Law entre a irritação e diversão. Já tinha virado uma rotina para o cirurgião. Às 9h da noite em ponto, no exato momento em que começava o jornal, seu vizinho iria o “presentear” com algumas músicas pelos próximos trinta minutos. O estilo sempre mudava, indo das músicas pop e eletrônicas atuais, passando por rock clássico de várias épocas até músicas de línguas que não eram em inglês. O vizinho parecia ter um gosto bem peculiar por músicas que Law imaginava que fosse em espanhol e o cirurgião achava o sotaque do menino bastante peculiar

Tinha decidido se referir ao seu vizinho como menino e garoto pelo simples fato que a voz parecia ser bem jovem, afinal nunca tinha encontrado com ele nesse último ano que morou ali. Os horários dos dois nunca bateram, afinal Law era um médico e seus horários de cirurgia e plantão eram bem bagunçados, e o menino parecia sair mais tarde do que Law saia e chegava em casa mais cedo. Provavelmente tinham se esbarrado na saída e entrada do prédio alguma hora, mas Law não tinha como saber quem era

Não era uma voz bonita ou agradável, mas também não era de todo mal. Ele ainda desafinava nas notas alta e não acompanhava perfeitamente os raps das músicas, mas era estranhamente tolerável. Law nunca ia admitir isso, mas no fundo preferia a voz do seu vizinho que a voz monótona da apresentadora do jornal

 

Como todos os outros dias o cirurgião assistiu as notícias com a cantoria de fundo. Meia hora depois de desgraças mundiais (“a coreia do norte começou uma guerra com quem agora?” Pensou sarcasticamente) e músicas de rock clássico, seu vizinho fez silêncio. Tinha acabado o seu repertório da noite e ia ficar em um silêncio moderado até a noite seguinte

Com um suspiro desligou a televisão e foi tomar um banho para dormir.Tinha tornado uma rotina fazer aquilo e se sentia confortável com aquilo, como se tivesse um show particular ruim toda a noite antes de dormir. Entrou no banheiro cantarolando uma das músicas daquela noite

“Living just to find emotion! Hiding somewhere in the night!”

A voz de seu vizinho ecoou em sua cabeça até que pegasse no sono

—---/----

Mais uma vez Law chegou em casa tirando o casaco e suspirando. Hoje o dia tinha sido mais calmo no hospital e tinha conseguido sair no seu horário normal, uma hora antes do que no dia anterior. Ouviu alguns barulhos no apartamento ao lado e percebeu que seu vizinho já estava em casa

Pegou uma maçã e o livro que estava lendo no momento e deitou no sofá para descansar. Não tinha o costume de jantar, mas estava cansado demais aquele horário para fazer comida e não tinha vontade de pedir comida pelo telefone. Continuou a ler seu livro e tentar se distrair enquanto esperava seu vizinho a começar a cantar

Algum tempo depois ele começou a se sentir incrivelmente desconfortável. Tentou se mover para encontrar uma posição mais confortável, mas não era isso que o incomodava. Não estava conseguindo prestar atenção, mas na história do livro e o som do tic tac do relógio que tinha na sala estava o irritando mais ainda. Fechou o livro e resolveu ligar a televisão. Talvez aquela série de comédia que passava sempre antes do jornal fosse mais relaxante que um livro de terror a final de contas

Franziu a testa ao ver o rosto da apresentadora de jornal aparecer na tela e não algum personagem bobo da sitcom. Olhou o relógio e viu com surpresa que já eram nove e quinze da noite. Estava tão concentrado no livro que tinha perdido a cantoria? Não, sabia que não. Por algum motivo seu vizinho não tinha começado a se esgoelar como sempre fazia no apartamento ao lado.

Seu primeiro pensamento foi que seu vizinho não estava em casa, mas logo foi descartado quando ouviu barulhos de pés vindos da mesma direção que normalmente vinha a música. Então sua mente começou a se encher de teorias sobre o porquê de aquilo estar acontecendo: Ele estava doente e não podia cantar? Estava cansado demais hoje? Tinha perdido o horário? O que raios aquele moleque estava pensando enquanto mexia na tão bela e estranha rotina do cirurgião?

Law só percebeu que estava agindo que nem um maluco quando foi abrir a porta de seu apartamento. O que estava fazendo? Ia bater na porta do vizinho e o que? Exigir que ele cantasse? Nunca tinham conversado antes! O menino ia achar que ele era um stalker psicopata ou algo parecido

Tinha que se acalmar e relaxar um pouco. Era só um dia que saiu um pouco de sua rotina, não era tão ruim assim, não é? Poderia aproveitar o silêncio que tanto amava por enquanto…

Tentou se convencer enquanto tomava banho e ia dormir. O silêncio em sua cabeça permaneceu ininterrupto e, pela primeira vez desde que se mudou para aquele apartamento, não conseguiu dormir

—---/---

“Está tudo bem com o Law?” Perguntou Shachi para Penguin e Bepo. Os três estavam tentando olhar disfarçadamente para o cirurgião, que parecia esgotado deitado no sofá da sala de descanso dos médicos do hospital

“Eu não sei” Respondeu o homem albino preocupado “Ele está assim há uma semana já. Acho que alguém tem que ir falar com ele…”

“Boa sorte com isso, Bepo” Falou Penguin batendo nas costas do amigo como uma forma de apoio

“Hã? Por que eu?”

“Porque foi você que sugeriu e ele ainda está irritado com nós dois por mandarmos os parentes da sua paciente para cima dele semana passada” Explicou Shachi e Bepo só deu um suspiro derrotado e foi falar com ele

“Law? Você está bem?” Perguntou o enfermeiro albino para o médico que olhava para o teto com os olhos cansados

“O que?” Perguntou de volta com cansaço e irritação na voz

“É que você parece mais cansado nessa última semana… aconteceu alguma coisa?”

“Não, não…” Law tranquilizou o amigo enquanto dava um bocejo “é só meu vizinho que não me deixa dormir”

“Aaaaah entendi” Falou enquanto tudo fazia sentido na mente do enfermeiro “É por causa do barulho, não é?” Law concordou com a cabeça mesmo não sendo o barulho que o incomodava

Era o silêncio. Esse sim estava matando o médico por dentro  

Seu vizinho não cantava a quase uma semana inteira. Nenhuma música se quer. Law esperava todo dia aquele maldito sitcom terminar para escutar a voz do garoto mais uma vez, mas nos últimos dias só tinha recebido silêncio como resposta

Sabia que ele estava em casa, porque ouvia ele caminhando pelo apartamento. Também sabia que não era um problema de voz, porque no dia anterior tinha ouvido ele falar no telefone com alguém e sua voz parecia saudável. Então por que aquele maldito não cantava?

Tinha desenvolvido milhares de teorias nos últimos dias. Talvez ele estivesse cantando em outro horário. Talvez alguém tenha reclamado e o menino resolveu parar. Talvez ele tenha descoberto que um maluco o escutava todo o dia e ficou com medo de Law. Essas hipóteses e o falta de sono estavam deixando o pobre médico a ponto de exaustão

“Bem…” Começou Bepo tentando ajudar “Porque não conversa com ele? Tenho certeza que ele vai para de fazer barulho se você pedir com educação”

A palavras do albino ecoaram na cabeça de Law até o momento que ele chegou em casa. Olhou no relógio e viu que faltava somente quinze minutos para o jornal começar. Deitou no sofá sem nem se importar de tirar o sapato e ligou a TV, que já estava no canal de sempre

Que droga, por que aquela série era tão ruim? Por que não cancelam logo essa porcaria? Seinfeld dava de dez a zero naquele programinha. Por que o som das risadas enlatadas o irritavam tanto? Por que a voz daquela personagem era tão anasalada? por que diabos o seu vizinho NÃO CANTAVA?

Sua raiva tinha atingido um ponto tão alto que no momento que a cara da apresentadora do jornal apareceu na tela Law perdeu todo o controle que tinha. Quando se deu por si estava batendo na porta do seu vizinho com força

O que ele estava fazendo? Os olhos de Law se arregalaram no momento que sua mente voltou para um estado lúcido. Tinha finalmente enlouquecido? Estava a ponto de virar as costas e voltar para seu apartamento como se nada tivesse acontecido e torcer para que seu vizinho não descobrisse que tinha sido ele quando a porta se abriu e Law deu de cara com seu lindo vizinho

Law já tinha visto ele antes. Tinha aberto a porta para que o garoto entrasse com as comprar enquanto ele saía para atender uma emergência no hospital uma vez. Também já tinha visto ele saindo do prédio olhando no celular enquanto Law entrava, mas nunca tinha percebido que era a mesma pessoa. Naquelas vezes tinha reparado que o garoto era bonito, mas sempre tinha coisas mais urgentes na sua mente e não parou para pensar muito nisso

Agora não tinha mais nada para atrapalhar seus pensamentos ao examinar seu vizinho. Era mais jovem que Law, devia ter no máximo 22 anos. Usava roupas bem simples, uma camisa vermelha e uma bermuda jeans gasta. Tinha cabelos escuros não muito curtos que apontavam para todos os lados bem bagunçado e olhos grandes e castanhos, que lembraram ao médico uma xícara de chocolate quente numa tarde de inverno, de tão quentes e acolhedores que eram. Havia uma cicatriz em baixo de seu olho esquerdo, mas isso só adicionava ao charme do menino na opinião de Law.

Ok, ele tinha que se acalmar e não deixar seus pensamentos tomarem conta de novo. Só porque seu vizinho era totalmente o tipo de Law não significava que ele tinha que agir como um idiota que nem vinha agindo até aquele segundo. Ele só tinha que se concentrar e…

“Boa noite?” Perguntou o mais jovem com aquela voz que o médico sentia tanta falta e isso foi o bastante que ele perdesse o controle de suas ações… de novo

“Por que você não canta mais?” Perguntou de uma só vez, tão rápido que o menino precisou de alguns segundos para entender a pergunta

“O que?” Perguntou confuso

“Você cantou no último ano todos dias! Não falhava nem um dia se quer, já era até parte da minha rotina ouvir você cantando enquanto via o jornal! E agora você parou! Porque?” Law percebeu que estava falando bobagens e fechou a boca. Suas bochechas começaram a ficar vermelhas de vergonha. Ótimo, agora seu vizinho o achava um esquisitão maluco e nunca mais Law teria uma boa noite de sono. Tentou consertar a situação “O-olha, d-desculpa…” Mas foi interrompido por uma risada

O menino ria com uma das mãos na frente da boca e com os olhos fechados. Law ficou ainda mais vermelho que antes e ao mesmo tempo não conseguiu não pensar em como o sorriso do seu vizinho era tão brilhante como o sol

“Desculpa” Riu o menino limpando uma lágrima que tinha escapado “Isso foi engraçado. Não sabia que estava cantando tão alto assim, não queria incomodar…”

“Não, você não está incomodando!” Falou com pressa “Eu só… fiquei curioso” Falou enquanto coçava o pescoço envergonhado. O menor abriu mais um sorriso e o médico decidiu que já podia morrer de vergonha e felicidade

“Depois da série que eu assinto eu faço a minha janta. Gosto de cantar enquanto cozinho” Explicou o menino ainda sorrindo “Meu fogão quebrou semana passada, então eu comecei a trazer comida pronta do restaurante em que trabalho”

“Ah, entendi” Murmurou Law meio aliviado e ainda muito envergonhado “Então...eu… vou voltar para casa...boa noite” Se despediu sem jeito enquanto se afastava. Estava pronto para se jogar da janela do seu apartamento quando seu vizinho o chamou

“Hey! Qual o seu nome?” Perguntou com a cabeça meio inclinada, parecendo curioso

“Law… Trafalgar Law” Respondeu meio inserto

“Traf...Tralf… Torao!” Teve dificuldade para falar o nome do outro e decidiu pelo apelido “Prazer em te conhecer, Torao! Me chamo Luffy” Falou com mais um sorriso

E pela primeira vez naquela semana Law dormiu bem como de costume. Mas ao invés de uma música, era a voz de Luffy o chamando de Torao várias e várias vezes

—---/----

“Ok, ele não parece mais tão cansado como ontem” Comentou Shachi na manhã seguinte “Mas por que ele está tão... depressivo?”

O cirurgião estava sentado em uma mesa da sala de descanso segurando um copo de café. Suas olheiras estavam menores do que o dia anterior e parecia bem mais saudável, mas o suspiro que dava a cada dois segundos enquanto olhava para o copo em sua mão não era nem um pouco normal

“Ontem ele me disse que estava com um problema com o vizinho... Será que eles brigaram?” Tentou adivinhar Bepo com uma cara preocupada. Os outros dois homens só deram os ombros, sem saber o que fazer

Law tinha dormido a noite inteira e acordado muito disposto aquela noite, mas nada impediu que a manhã chegasse e com ela a vergonha do que tinha feito. No que estava pensando? Agora Luffy (“seu nome é Luffy...” Pensou com um pequeno sorriso antes de fechar a cara de novo) não ia mais cantar. Agora que sabia que seu vizinho era um esquisitão que ficava ouvindo os outros cantarem escondido, era provável que estivesse olhando algum novo lugar para se mudar o mais depressa possível

Olhou para a porta do seu vizinho antes de entrar no seu apartamento. Como de costume deitou no sofá e ligou a televisão naquele maldito canal. Nem sabia o porquê de estar fazendo aquilo mais, parecia sem sentido.

“Talvez eu precise de um novo hobby...” Murmurou para si mesmo “Algo para fazer antes de dormir” Mas mesmo assim continuou vendo o programa sem graça e pensando na própria desgraça. Sabia que estava sendo dramático, mas Corazon sempre tinha dito para ele que era seu jeito de ser “Tenho que ligar para ele... Faz um bom tempo que não conversamos”

Franziu a testa ao ouvir a piada final do programa e os créditos finais. Não tinha percebido que o tempo tinha passado tão rápido. Viu a abertura do jornal e pegou o controle remoto para desligar a televisão quando ouviu...

Toc Toc Toc

Quem estava batendo na sua porta a essa hora? Law se perguntou enquanto olhava para a porta de entrada como se ela tivesse acabado de xingar todos os seus antepassados. Podia contar nos dedos das mãos quantas vezes tinham batido em sua porta desde que tinha se mudado para aquele apartamento. Seus amigos e familiares tinham cópias das chaves e geralmente ele ia receber entregas na portaria do prédio. Ouviu a pessoa bater mais três vezes na porta e levantou para ver quem era

Abriu a porta sem olhar no olho mágico e deu de cara com Luffy olhando para ele com aquele seu sorriso brilhante. O menino estava segurando uma sacola cheia e parecia muito animado com alguma coisa

“Torao! Desculpa incomodar! Eu estava pensando... será que posso usar seu fogão?”

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Ok, Law não tinha visto aquilo chegando... Não que não estivesse gostando, muito pelo contrário.

“So Rockabye, baby, Rockabye!” Cantava alegremente Luffy de sua cozinha enquanto mexia em uma panela com algum tipo de molho “I'm gonna rock you! Rockabye baby, don't you cry! ”

O médico tinha descoberto várias coisas sobre o seu vizinho nos últimos minutos. A primeira é que Luffy não se incomodava nem um pouco em que as pessoas o ouvissem cantar. Mesmo com Law na sala ao lado o menino não teve vergonha nenhuma de pegar sua caixa de som e dar play em alguma de suas várias playlists. A segunda era que o garoto devia cozinhar bem, por que o cheiro que saia do seu forno estava começando a dar água na boca no médico. E a terceira e mais importante...

Luffy não só cantava... Ele dançava também.

Law não conseguia tirar mais os olhos do vizinho. Tinha tentando prestar atenção no jornal para não ficar encarando, mas era impossível e volta e meia tinha que se forçar a desviar o olhar. O menino estava sempre se mexendo conforme a música, desde só balançando a cabeça e batendo os pés até começar a girar e usar a colher como um microfone quando se empolgava. Seu sorriso nunca abandonava seus lábios e Law achou aquilo incrivelmente cativante

Desviou o olhar uma última vez e se forçou a ficar olhando para a tv. Seus pensamentos estavam todos em seu vizinho e em como ele agia, mas teve que se segurar. Tinha que parar de agir como um perseguidor antes que o menino se assustasse de vez...

“Toraooooo!” Chamou o menino tirando o homem do redemoinho de pensamentos que se encontrava “O jantar está pronto! Anda logo antes que esfrie”

“O que?” Perguntou o médico confuso “Você quer que eu jante com você?”

“Claro! Você me emprestou a sua cozinha, é o mínimo que eu posso fazer para devolver o favor” Riu e começou a puxar o maior para a cozinha

“Mas eu não estou com...” Começou a dar uma desculpa, mas sentiu o cheiro que vinha da sua cozinha e seu estômago roncou alto, o fazendo ficar vermelho de vergonha “Tudo bem...”

“Shi shi shi” O menino só riu de novo enquanto continuava puxando o outro “Eu fiz espaguete com molho e carne, eu acabei não perguntando se tem algo que você não gosta...”

“Eu não gosto de pão... e damasco” Resmungou mais para si mesmo, mas Luffy ouviu

“Não gosta de pão? Que pena, eu faço um hambúrguer muito bom. Foi meu amigo Frank me deu a receita, mas tudo bem! Você gosta de carne, não é?”

“Gosto...” Respondeu se divertindo com a empolgação do menino

“Ótimo! Então venha comer!” Law foi puxado até a cadeira e forçado a sentar na cadeira. Luffy sentou na cadeira a sua frente e sem cerimônia nenhuma começou a encher ser prato de carne. O mais velho riu da empolgação do outro e se rendeu à fome, dando uma garfada no espaguete que tinha colocado no prato. Arregalou os olhos

“Isso é muito bom!” Falou surpreso antes que pudesse se segurar e ficou vermelho logo em seguida. Luffy só deu mais de um seus sorrisos antes de colocar mais comida na boca e começar a falar

“Eu sei! Sanji que me ensinou essa receita. Quando ele faz é bem melhor, ele é dono do restaurante que eu trabalho”

“Você é cozinheiro?” Perguntou curioso e Luffy fez um aceno negativo com a cabeça

“Não, sou garçom lá na parte da tarde, depois das aulas. Sanji diz que não consegue cozinhar direito com eu falando e cantando o tempo inteiro no seu ouvido, mas eu não me importo! Gosto de conversar com as pessoas”

Os dois conversaram durante todo o jantar. Law descobriu que o menino fazia faculdade de design de jogos pela manhã e trabalhava durante a tarde e início da noite. O dinheiro que ganhava era o suficiente para se manter, já que o apartamento era de seu avô e tinha uma bolsa na universidade por jogar futebol. Falou sobre seus vários e estranhos amigos, que iam desde um professor de kendo que se perdia sempre até um músico famoso. Quando perceberam já era quase meia noite e precisavam se despedir

“Obrigada pela janta...” Começou Law sem saber muito o que dizer “Estava... muito bom”

“Eu que agradeço! Eu estava pensando...” Law achou que tinha visto as bochechas do menino corar, mas só podia ser coisa da sua cabeça “...Se amanhã eu poderia usar seu fogão de novo”

“Claro!” Respondeu rápido demais “...fique à vontade”

“Ótimo! Você gosta de arroz? Estou pensando em fazer alguns onigiri...”

“Eu adoro onigiri! Hã... quer dizer.... Não precisa”

“Eu insisto! É o mínimo que eu posso fazer” O menino sorriu enquanto saia pela porta “Então, até a manhã, Torao”

“Até amanhã, Luffy” Assim que fechou a porta deu um sorriso de orelha a orelha que não conseguiu segurar. E esse sorriso continuou com ele até que ele dormiu com a voz e a dança de Luffy em sua mente

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“Ok, ele primeiro aparece extremamente cansado por uma semana, então um dia ele fica todo depressivo. E agora já faz uma semana que ele está todo sorridente com essa aura de felicidade ao redor dele! Eu juro, se ele aparecer daqui a pouco todo agressivo e querendo matar alguém eu vou começar a colocar remédios para transtorno de múltiplas personalidade no café dele, Shachi!”

“Penguin, pare de gritar, você está assustando os pacientes”

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Se a um ano atrás alguém dissesse para Law que ele estaria jantando toda a noite com seu vizinho cantante e que estava ficando cada dia mais atraído por ele Law teria mandado internar a pessoa. Na verdade, até duas semanas atrás ele faria isso sem sombra de dúvidas.

A amizade dos dois tinham evoluído muito nas últimas semanas. Tinha começado com Luffy aparecendo só na hora de cozinhar. Logo depois evoluiu para o menino aparecer antes para assistir os episódios da série de comédia que Law estava começando a apreciar, mesmo que ele nunca admitisse isso. Em algum momento Law deu uma cópia da sua chave para Luffy e a maioria das vezes o menino já estava no seu apartamento quando ele chegava do trabalho

Não se encontravam pela manhã, já que Luffy acordava algumas horas mais tarde que Law, mas o médico sempre recebia mensagens pela manhã lhe desejando bom dia e perguntando se ele queria alguma coisa especial para a janta. Essas mensagens sempre melhoram o humor do cirurgião e o número de reclamações sobre o “médico tatuado mal-educado” tinha baixado consideravelmente

Os amigos de Law perceberam automaticamente a mudança no comportamento do amigo, mas todas as tentativas de tentar descobrir o que tinha acontecido eram falhas. Como Law parecia mais feliz e saudável que antes não ficaram tão preocupados com o fato de não descobrirem o motivo. Começaram a fazer apostas sobre o que era, que iam desde ‘Ele conseguiu um amante’ até ‘Ele finalmente virou um serial killer e matar o deixa feliz’

Law revirou os olhos ao ver a discussão no seu grupo de amigos do hospital e os silenciou enquanto chegava em casa. Abriu a porta e franziu a testa ao ver que Luffy não estava deitado no sofá em meio aos cadernos da universidade dele como de costume. Talvez tivesse ficado até mais tarde no trabalho, já havia acontecido. Começou a retirar seu casaco quando começou a ouvir passos no apartamento ao lado.

Ok, Luffy estava em casa. Law sabia que não tinha que se preocupar, que logo o menino ia aparecer no seu apartamento com os braços cheios de sacolas e pronto para mais uma noite cheia de música e cantoria. O mais velho pegou o livro que lia nos seus horários de folga no hospital e continuou de onde tinha parado aquela tarde

Uma hora se passou e nada de Luffy aparecer. Isso fez com que Law começasse a se preocupar. Sua mente paranoica estava começando a procurar motivos de por que Luffy não tinha aparecido. Será que tinha falado algo estranho na noite passada? Não, Luffy tinha mandado uma mensagem como sempre naquela manhã. Será que Luffy tinha algum compromisso? Mas ele não avisou nada pelas mensagens como sempre fazia. Será que tinha se cansado dele? Ok, Law não queria ir por aquela linha de pensamento. Talvez tivessem finalmente consertado o seu fogão....

Resolveu ir até o apartamento do lado ver o que tinha acontecido. Parecia a ser a forma mais rápida de acabar com aquilo. Bateu na porta de Luffy e esperou

Eu atendo!” Gritou uma voz que Law não conhecia numa língua que ele não entendia. A porta se abriu para revelar um homem mais velho, mais alto e com mais sardas que Luffy “Oi?”

“Eu...Hã....Sou o vizinho da porta ao lado... O Luffy está?” Perguntou para o homem um pouco incerto, não esperava aquilo. O outro ergueu a sobrancelha e deu um sorriso de canto de boca

“Então você é o Torao, não é?” Perguntou cruzando os braços

“Sim! Quer dizer, não... meu nome é Trafalgar Law, Luffy que me chama assim”

“Entendi” Falou com um sorriso e se virou para dentro, gritando mais uma vez naquela língua que Law não entendeu “Seu namorado chegou, Luffy!”

“Ele não é meu namorado, seu idiota” Reconheceu a voz de Luffy vinda de dentro do apartamento

Pare de zoar ele, Ace... Ele não fez isso quando você apresentou o Marco para nós” Mais uma voz que Law não conhecia “Manda ele entrar!”

“Pode entrar” Convidou o médico com um sorriso “Eu sou o irmão mais velho do Luffy, Ace. Aquele cara sentado no sofá com cara de idiota é o nosso irmão, Sabo”

“Você que é um idiota, Ace” Devolveu o loiro revirando os olhos “Prazer em te conhecer, Torao! Luffy falou bastante de você para nós” Falou com um sorriso de orelha a orelha estendendo a mão

“O prazer é meu. Luffy também me contou de vocês” falou apertando a mão de Sabo de volta

Tinha mesmo. Luffy não tinha poupado fôlego para falar de seus incríveis irmãos durante horas. Eles não eram irmãos de sangue, mas tinham sido criados juntos desde criança e eram o mais próximo que o Luffy tinha de uma família, já que só tinha o pai e o avô, os dois ausentes desde a infância

“Luffy está no quarto trocando de roupa por que alguém...” O loiro fez um movimento com a cabeça para indicar o irmão, que deu os ombros enquanto sentava no sofá “ Derrubou cerveja nele”

Eu já disse que não foi minha culpa. Luffy que é muito devagar” Resmungou na sua língua natal enquanto tomava mais um gole da lata que estava tomando. O loiro só revirou os olhos mais uma vez

“Vocês... estão falando em português, não é?” Perguntou fazendo com que Sabo concordasse com a cabeça

“Luffy contou para você sobre ser brasileiro, não é? Parabéns, você é um dos primeiros que não chuta espanhol como primeira opção” Riu Sabo

Luffy tinha contado isso para ele também. Ele e Ace tinham nascido no Brasil, mas o avô de Luffy trouxeram os dois para os EUA por causa da morte do pai do Ace. Pelo o que Law tinha entendido ele era algum tipo de traficante muito famoso e depois da sua morte as pessoas começaram a perseguir Ace por ser seu filho. Luffy não entrou muito em detalhes e Law não se importou muito com isso. Não parecia uma história muito simples ou feliz. Sabia também que Sabo não era brasileiro e sim filho de imigrantes britânicos, mas que tinha aprendido português para se comunicar com os irmãos (“É quase como um código secreto entre nós” Explicou o menino durante uma janta)

Vocês não falaram nada constrangedor para ele, não é?” Perguntou Luffy saindo do quarto “Oi, Torao! Desculpa não te avisar, mas meus irmãos chegaram de surpresa hoje e eu acabei esquecendo”

“Não, tudo bem. Eu só vim checar se estava tudo certo. Eu vou voltar para meu apartamento agora, nos vemos amanhã...” Antes que pudesse terminar os irmãos de Luffy o impediram, ficando na sua frente com sorrisos de orelha a orelha arrepiantes

“Nada disso Torao!” Falou Ace entregando uma lata de cerveja para o médico “Queremos conhecer sobre o cara que o Luffy tanto fala” Falou erguendo as sobrancelhas de forma sugestiva. Law estava focado demais em Ace para perceber que o rosto de Luffy tinha virado um tomate de tão vermelho

“Vamos pedir pizza agora, jante com a gente! Não queremos roubar o seu cozinheiro particular assim” Falou Sabo depois de cutucar o irmão com o cotovelo. Pegou o braço de Law e o puxou para o sofá “Luffy me disse que você é cirurgião...” Começou a puxar assunto

O que vocês estão fazendo” Perguntou Luffy entre dentes para Ace, que só riu

Ninguém aguenta mais você falando desse cara sem parar. Torao isso, Torao aquilo. Vocês dois só precisam de um empurrãozinho” Ace falou rindo da cara envergonhada que seu irmãozinho fez

Vocês dois estão malucos. Torao não gosta de mim desse jeito, somos só amigos” Resmungou mais para si mesmo, mas Ace escutou

Eu não teria tanta certeza assim, irmãozinho” Ace piscou enquanto se aproximava de Sabo e Law que conversavam e deixando um Luffy vermelho e perdido em pensamentos para trás

Os quatros conversaram por várias horas. Law e os irmãos de Luffy acabaram se dando bem, tinham vários gostos em comum como livros de terror (Sabo) e série dos anos 80 (Ace). A pizza chegou e o médico descobriu que Ace e Sabo tinham o mesmo apetite monstruoso que o irmão mais novo, cada um acabando com uma caixa inteira de pizza como se não fosse nada. Era quase meia noite quando teve que se despedir, afinal tinha que acordar cedo no dia seguinte

“Já vai, Torao?” Perguntou Luffy com os seus olhos de cachorrinho que quase fizeram o mais velho desistir e continuar ali, mas sabia que amanhã se arrependeria

“Infelizmente sim... Nós vemos amanhã... Se você quiser, é claro”

“Claro que sim!” Falou e ignorou seus irmãos que fingiam que estavam vomitando “Te vejo amanhã no seu apartamento”

“Por que você não cozinha aqui? Ainda continua abusando da cozinha dele, Luffy?” Perguntou Ace de repente fazendo os dois travarem

“O fogão está quebrado, não é?” Perguntou e não pode deixar de perceber que o rosto de Luffy começou a ficar vermelho e o menino começou a suar frio

“Está? Eu achava que eles tinham vindo concertar essa lata velha semana pa...” Parou de falar quando tudo fez sentido na sua cabeça e deu um sorriso malicioso “oh Luffy, seu espertinho...”

“Só você não tinha percebido isso, Ace” Sabo revirou os olhos e depois deu um sorriso parecido com o do seu irmão “Você e Torao, é claro... Acho que você arruinou o plano do nosso irmãozinho”

Luffy ignorou os dois e olhou para Law com os olhos hesitantes. Não queria que ele soubesse que já tinham consertado seu fogão desde semana passada. Era por causa do fogão que tinha um motivo para ir na casa de Torao todo dia... não era

“Eu... te vejo depois” Law se despediu e Luffy concordou com a cabeça. Viu o médico sair do apartamento e deu um suspiro. Depois lançou um olhar gelado para seus irmãos e não falou mais nada, indo se trancar no quarto

Ele ficou bem irritado, não é” Riu Ace olhando para a porta que tinha acabado de fechar

Sim, mas...” Sabo deu um sorriso com todos os dentes “acho que é o empurrãozinho que esses dois estavam precisando no final de contas”

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“Ele está confuso! Confuso! Ele quase receitou 100 gramas do medicamento para o paciente! Isso é o suficiente para matar um rinoceronte, Shachi!”

“Vamos esperar um pouco antes de você tentar dar um ‘boa noite, cinderela’ nele, Penguin”

“Eu ainda vou colocar calmantes no café dele, você não pode me impedir”

“Posso sim”

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Law olhava para o teto da sua sala de estar sem realmente ver nada. Como no dia anterior Luffy não estava no seu apartamento quando chegou, mas conseguia escutar ele no apartamento do lado. Sabia que o menino não precisava mais usar seu fogão, afinal tinha um funcionando perfeitamente na própria cozinha, mas não entendia porque ele continuava vindo até a cozinha de Law. O cirurgião estava extremamente confuso e nenhum de seus pensamentos parecia fazer sentido nenhum na sua cabeça

Quinze minutos depois que chegou do trabalho escutou uma batida na porta. Franziu a testa, afinal Luffy tinha a chave para entrar, não é? Levantou e foi abrir a porta, não ficando surpreso ao ver o menino na sua frente segurando sacolas e uma travessa coberta de alguma coisa

“Oi, eu... posso entrar?” Perguntou Luffy com as bochechas vermelhas e Law somente concordou com a cabeça e o deixou passar. O menor foi até a cozinha deixar os ingredientes e a travessa

“O que é isso?” Perguntou Law indicando o objeto com a mão

“É uma torta... Eu queria que você experimentasse ela faz um tempo, mas demora muito para fazer e tem que deixar no forno por bastante tempo e bem...”

“Agora você tem um de novo, não é?” Terminou Law para ele, que concordou com a cabeça

“Também é um pedido de desculpas...” Falou enquanto arranhava o braço meio incomodado e virava o rosto “Tipo... eu menti nos últimos dias”

“Eu não chamaria isso de mentira... Foi mais uma omissão de ambas as partes” Riu Law tentando tranquilizar o menino mostrando que não estava bravo com ele “Você queria continuar vindo aqui e eu não queria que você fosse embora, então nenhum de nós tocou no assunto” O silêncio caiu entre os dois enquanto Luffy parecia pensar e Law esperava que o menino falasse

“Você não quer?” Perguntou de repente com o rosto baixo

“O que?”

“Que eu vá embora?” Levantou o rosto e revelou que estava bem corado “Tipo... a maioria das pessoas me acha irritante, dizem que eu falo demais, que eu como demais, que eu faço perguntas idiotas demais...” Falou meio inseguro “Eu achei que se eu tivesse um motivo para aqui você não me mandaria embora...”

“Não Luffy! Eu adoro passar meu tempo com você” Falou apressado tentando tirar aquele ar de insegurança do menino. Que droga, aquilo não combinava nem um pouco com o menor “Eu gosto muito de ouvir falar das suas histórias. Sua comida é deliciosa, até eu como demais por causa dela” Isso causou uma pequena risadinha no menino que fez com que Law sorrisse “Eu adoro as suas perguntas! Adoro seu sorriso! Droga, eu amo você!” Deixou escapar e arregalou os olhos quando percebeu o que tinha dito. Luffy olhou para ele também com os olhos arregalados de choque

“Você... o que?” Perguntou o mais novo ainda atordoado e Law respirou fundo para tomar coragem. Era agora ou nunca

“Eu... amo você. Eu acho que me apaixonei de verdade por você naquela primeira janta, quando conversamos durante horas sem nem ver o tempo passar. Sua voz é pura música para meus ouvidos. Seu sorriso ilumina todo o meu dia. Eu adoro ver você dançar e cantar enquanto cozinha, é minha parte favorita do dia! Eu sei que você não deve sentir o mesmo, mas eu não consigo mais esconder que eu te am...” Foi interrompido por dois braços que abraçaram seu pescoço e o puxaram para baixo. Sentiu os lábios macios de Luffy nos seus e por alguns momentos nada mais tinha importância. Respondeu o beijo com a mesma empolgação que Luffy estava colocando ali e pareceu que uma eternidade tinha passado até que os dois se separassem, ambos ofegantes

“Eu te amo” Falou Luffy puxando ele para um outro beijo “Eu te amo” Mais um beijo “Meu deus do céu, eu te amo tanto” O puxou para mais um beijo tão profundo quanto o primeiro

“Adoro quando você fala em português, mesmo não entendendo nada” Disse fazendo o mais jovem rir

“Eu te ensino depois. Você é inteligente, vai aprender fácil”

“Seus irmãos não vão ficar chateados?”

“Eles vão entender” Riu Luffy “É até melhor você aprender para conseguir sobreviver ao almoço anual com o vovô”

“Devo ficar com medo?” Perguntou ainda divertido

“Morrendo” Respondeu Luffy mostrando a língua “Agora, vamos. Tenho que fazer a janta e você pode me ajudar”

“Vai cantar para mim?” Perguntou brincando enquanto dava mais um selinho nos lábios do seu novo namorado, fazendo ele sorrir

“Sempre”

—-----/------

“Ok, Law, desembucha! Já estamos cansados de tentar adivinhar o que está acontecendo” Penguin disse enquanto batia com as mãos com força na mesa no médico, que até o momento olhava sorrindo para o telefone

“Do que você está falando?” Perguntou enquanto erguia o olhar para encarar seus três melhores amigos com uma sobrancelha levantada

“Das suas mudanças de humor do nada! Por que você está todo feliz e saltitante nos últimos dias? Com quem você anda conversando tanto pelo celular?” Shachi perguntou exigindo respostas. Law suspirou

“Com Luffy, que é meu vizinho e agora meu namorado. Estamos juntos a algumas semanas agora e acho que ele é o provável motivo da minha alegria, não?” Respondeu com um sorriso “Inclusive ele quer que vocês vão jantar lá em casa para conhecer ele neste sábado. Estejam lá as sete” Terminou de falar e sentiu seu pager apitar em seu bolso “Estão me chamando. Não se esqueçam da janta ou vão se arrepender. Tragam sobremesa. Luffy gosta de qualquer coisa menos torta de cereja” Saiu da sala com um sorriso no rosto e cantarolando uma música que tinha ouvido seu namorado cantar na noite anterior

Seus amigos encaravam a porta por qual o médico tinha acabado de sair com os queixos caídos de choque.

“O que?” Perguntou Shachi

“Mas o que?” Reforçou Penguin também sem entender

“Vocês dois me devem 100 dólares cada” Falou Bepo feliz “Eu disse que era por causa daquele vizinho”


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Notas finais do capítulo

Eu escrevi isso aqui numa madrugada, então se estiver ruim é pq eu estava totalmente louca e eu sinto muito kkkkkkkkkkkk Eu sei que devia estar escrevendo a minha Fic principal, mas não consegui aguentar, tinha que escrever essa história, não saia da minha cabeça
O Oda disse num SBS que o Luffy é brasileiro e desde então toda vez que imagino ele e o Ace em um Au moderno eles vieram do Brasil. Eu tenho toda uma história na minha cabeça, que o Roger era traficante (tipo... pirata...traficante... desculpa) e morreu por causa disso. Garp, que era policial ou militar, levou os meninos para o EUA para os manter longe daquela vida. Sabo fugiu de casa, seus pais eram uns ricos que só pensavam nas suas empresas e nada mais, e foi adotado por Garp tmb. Quero muito escrever um fic longa com toda a história em detalhes, inclusive com os outros Mugiwaras sendo dos países que o Oda escolheu.... quem sabe um dia...
Muito obrigada por lerem S2 Comentários e críticas são sempre bem-vindos!



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