W escrita por Kim Jin Hee


Capítulo 3
Capítulo II — As Promessas são Sagradas


Notas iniciais do capítulo

Oi genteee! Eu sei que demorei (duas semanas mais do que o previsto, já que a principio queria postar toda quinta), mas eu tive LER (pra quem não sabe, lesão por esforço repetitivo, popularmente conhecido por tendinite). Também fiquei alguns dias sem internet (só o 3g da operadora fica difícil pra postar, acaba muito rápido). Claro que isso foi somado ao fato de eu ter pulado totalmente o roteiro e escrito o que achei melhor na hora, rs. Agora vou ter que refazer todo o roteiro, mas eu gostei bastante desse capítulo. Focou bastante na Lily e no próximo espero focar no James (se eu não der a louca e jogar o roteiro fora de novo hahaha).
Enfim, espero que ainda estejam comigo. Beijinhos e boa leitura.

Ps: eu li todos os reviews, amei demais, cada um tem um espacinho especial no meu coração, vou terminar de respondê-los agorinha.



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Hospital Hogwarts — Hogsmeade, Londres, agosto de 2016 (W)

            — Sei que não é muito... — Lily tentou se explicar, mas James a interrompeu, rindo de um jeito sarcástico.

            — Não é nada. — ele parou de sorrir e a olhou nos olhos. — Sei que salvou minha vida e sou grato a isso, mas não posso deixá-la ir sem responder as minhas perguntas.

            Lily não sabia o que fazer. Parecia sentir muito isso ultimamente.

            — Eu vou responder. Mas não pode ser agora. — ela pensou por um instante. — Eu prometo.

            Ela sabia que, para James, promessas eram realmente válidas. Em toda sua vida, ele nunca havia quebrado uma promessa e aquilo era realmente importante para ele.

            — Eu sei o valor que uma promessa tem pra você. — ela explicou e ele continuou calado, olhando-a intensamente. — Então, eu prometo responder às suas perguntas, mas não posso responder agora.

            — Como sabe disso? — ele perguntou, ignorando a oferta dela. Ninguém, além de pessoas próximas sabiam o quanto ele prezava uma promessa.

            Lily o olhou com os olhos verdes e brilhantes, de maneira fixa. Não pareciam ao menos piscar.

            — Você fez três promessas, 10 anos atrás. Você prometeu a Eileen que a ajudaria com o trabalho de álgebra. Prometeu ao seu pai que assistiriam ao jogo da seleção inglesa juntos e prometeu a sua mãe que jantaria com todos, assim como ela gostava. — a voz de Lily embargou e ela não sabia porquê estava se sentindo triste por personagens. Porque era isso que eram. Personagens. — Você chegou tarde, porque Sirius havia insistido que vocês deveriam beber uma cerveja pra comemorar o vestibular. Quando você chegou, o narrador gritava mais um gol da Inglaterra, mas seu pai não o comemorava. A chaleira já chiava no fogão, há mais de vinte minutos, e o trabalho de álgebra da sua irmã nunca seria entregue.

            Porque quando você chegou já era tarde demais, ela completou em pensamento, as lágrimas caindo livremente por seu rosto.

            James a olhava sério. Seus olhos castanhos não demonstravam sinal algum, apenas um marrom frio e escuro, como o fundo de um poço.

            — Como sabe disso? — ele repetiu a pergunta anterior, porém sua voz estava diferente, fria.

            — Eu te conheço bem. — ela fungou. — E é por esse motivo, que eu prometo te contar o que quiser saber, da próxima vez que nos virmos.

            Ele não se opôs. Não disse nada também. Seus olhos continuavam frios.

            — James... — ela o chamou, antes de ir embora. — Você vai ter um final feliz.

            Novamente, Lily ouviu o barulho de caneta rabiscando o papel. Seus olhos se dirigiram para a parede ao lado de James, e o mesmo que havia acontecido da primeira vez que estivera ali, aconteceu. As palavras surgiram no ar, brilhando fracamente.

Continua...

            Antes que desaparecesse na frente dele, Lily correu para o banheiro do quarto, não se importando em trancar a porta.

            Hospital Saint Mungus — Hogsmeade, Londres, agosto de 2016

            Lily piscou no mundo de W e quando abriu os olhos novamente, estava debaixo da maca, na recepção do Hospital Saint Mungus.

            Ela não fazia ideia de como aquilo acontecia, ou qual era a conexão dela com os dois mundos, mas tinha certeza de que iria acabar louca se aquilo não parasse de acontecer. Não era normal fechar os olhos num lugar e abrir em outro, a menos que a) estivesse sonhando; b) estivesse sendo sequestrada; c) estivesse sendo abduzida; ou d) estivesse realmente louca.

            Lily não queria admitir, mas a última opção era a única que fazia sentido com sua história maluca.

            Saiu debaixo da maca, tomando o cuidado de não bater a cabeça novamente e fez o mesmo caminho até o elevador, limpando os olhos molhados no caminho. Ela só esperava que realmente pegasse o elevador certo dessa vez. Olhou o relógio no pulso, pronta para incluir o tempo longe nas desculpas para McGonnagal, mas — para sua completa surpresa — haviam se passado apenas dez minutos desde que havia desaparecido.

            Como aquilo era possível?

            Ela se lembrava de ter ficado bastante tempo da primeira vez, mas, quando voltou, Peter havia saído há menos de cinco minutos. E, dessa vez, o mesmo havia acontecido.

            A contagem de tempo parecia ser diferente.

            É isso, pensou, se sentindo muito esperta. O tempo passa de forma diferente no mundo real e no mundo de W.

            Quando o elevador parou no térreo, Lily preferiu ver Sirius Black saindo dele novamente. Tudo, qualquer coisa, era melhor que enfrentar McGonnagal com raiva.

            — Srta. Evans! — ela disse com sarcasmo. — Achei que já tinha se aposentado, a que devo a honra da sua visita?

            Lily sabia que estava encrencada. McGonnagal com certeza era perigosa quando estava calma, quando estava com raiva, até mesmo quando estava dormindo. Mas quando estava sendo sarcástica, Lily tinha certeza de que ela poderia ser letal.

            — Professora, eu...

            — Não quero mais desculpas. — ela levantou a mão, fazendo Lily se calar. — Minha sala em dez minutos. Talvez eu fique mais calma com um café... — disse como quem não quer nada, mas Lily entendeu a indireta.

            — Sim senhora.

            Lily observou-a ir até o balcão de recepção e informar algo a mulher que estava atrás dele. Em seguida, McGonnagal passou por ela novamente e a encarou com um olhar que dizia claramente “o que ainda está fazendo na minha frente?”. Lily já tinha visto aquele olhar diversas vezes, ora direcionado a ela, ora a Remus e — nas piores vezes — aos dois.

            Enfiou a mão no bolso do jaleco e caminhou até as portas principais do hospital, se deparando com uma chuva torrencial do lado de fora.

            Sério?, pensou bufando e atravessando a rua correndo e com os braços sobre a cabeça, afim de proteger-se da chuva.

            Irritada, esbarrou em uma mulher ao entrar na mesma cafeteria que havia estado com Sirius, pouco tempo antes. Foi até o balcão e fez o pedido, torcendo para que não demorasse. Alguns minutos depois, sentiu seu celular vibrar no bolso da calça.

            — Alô? — ela disse sem olhar quem havia ligado.

           — Lily, sou eu. — Peter disse do outro lado da linha, sussurrando.

            Ela ajeitou-se na cadeira, esperando alguma notícia ruim. Peter não ligaria no trabalho se fosse algo banal. Ou ligaria? Ultimamente ela não tinha certeza de nada.

            — Seu pai voltou para casa, ele...

            — Ele está bem? — ela interrompeu.

            — Não sei, parece que sim. O estranho foi que...

            — Parece? Como não consegue me dizer se ele está bem ou não, isso é assim tão impossível? — ela se irritou.

            Peter era uma pessoa muito boa, mas ela tinha que admitir que às vezes ele lhe dava bastante insatisfação. Como ele não conseguia saber se seu pai estava bem ou não? Ela não podia desaparecer de novo, mas tinha que saber como o pai estava.

            — Pete? — bufou para o telefone. — Deixe-me falar com ele. Não posso sair do hospital agora, mas preciso saber como ele está.

            Peter resmungou algo sobre ele estar trancado no escritório desde que voltou, mas Lily ignorou, esperando que ele levasse o telefone a seu pai.

            A barista chegou a sua frente, com dois cappuccinos de chocolate e uma caixa com três donuts. Se aquilo não melhorasse o humor de McGonnagal, nada melhoraria.

            — Pai? — Lily chamou ao telefone, após ouvir um resmungo. — Pai, você está bem? Onde estava? Eu e Peter ficamos muito preocupados.

            — Pete é um bebê chorão. — ele riu rouco. — Estou bem, tinha apenas saído para dar uma espairecida.

            Lily mordeu o canto interno da bochecha, incomodada com o que queria dizer. Ela estava se sentindo curiosa para saber o motivo pelo qual o pai tinha tentado matar James, para depois salvá-lo, entretanto, tinha medo de que o Sr. Evans ficasse irritado. Ele sempre se alterava quando Lily tentava se meter no trabalho dele.

            — Lily? — ela ouviu seu pai chama-la, do outro lado da linha. Sua voz parecia impaciente. — Se quer dizer algo, apenas diga. Ficar suspirando ao telefone não vai adiantar em nada.

            — Sim... Desculpa. — ela respirou fundo, suspirando mais uma vez. Seu pai tossiu, encorajando-a a continuar. Se estivessem se falando pessoalmente, ela tinha certeza que ele já teria a pegado pelos ombros e a sacudido até que falasse. — Por que tentou matá-lo para depois salvá-lo? Quero dizer, os fãs ficariam tristes não é? Ele nem descobriu quem é o assassino ainda...

            — Eu saio por ai te ensinando como operar um coração? — ele respondeu friamente, interrompendo-a. — Foi um erro salvá-lo, James tem que morrer. Não preciso saber o que os fãs achariam, eles só precisam aceitar. E você também.

            — Mas não é justo! — ela tentou argumentar.

            — A vida não é justa, Lily! — sua voz se alterou, assustando-a. — Muitas pessoas morrem sem completar seus planos para a vida, por que com um personagem seria diferente? Volte ao trabalho.

            E desligou.

            Lily não conseguia acreditar naquilo. Seu pai estava realmente irritado por causa de um personagem? Era ridículo.

            Pagou pelo seu pedido e saiu do café, dessa vez, sem tentar se proteger da chuva, que parecia ficar mais forte a cada minuto.

            Ela não entendia porque estava com tanta raiva, mas sabia que algo fervia dentro de si. Era ridículo que estivesse se importando com um personagem — ela nem tinha mais idade para isso —, mas também era ridículo que seu pai tivesse construído toda uma história, tivesse desenvolvido um personagem com falhas e acertos, com um crescimento incrível dentro da trama para mata-lo miseravelmente no final. Se ele queria mata-lo, que fosse uma morte decente ao menos. Heroica e importante, como morrer para proteger alguém, mas não em um telhado de hotel esfaqueado com uma faca de cozinha.

            — Entre. — McGonnagal disse baixo, quando Lily finalmente bateu a sua porta. — Está chovendo? — ela perguntou visivelmente surpresa ao ver Lily completamente molhada.

            — Sim. — a ruiva respondeu sem muita vontade. — Aqui está seu café.

            — Aconteceu alguma coisa, Srta. Evans? — McGonnagal perguntou indicando a cadeira em frente à sua mesa. Lily sentou-se, tentando se acalmar.

            — Eu só discuti com meu pai. Me desculpe.

            McGonnagal pareceu compadecida. Lily quis rir da expressão de culpa que ela fez, mas seu humor não estava para risadas naquele momento.

            — Vocês discutiram por causa de W? — ela perguntou, diferindo totalmente da McGonnagal que Lily estava acostumada. — Quero dizer, eu fiquei bastante irritada pela senhorita achar que pedir ao seu pai para criar uma personagem com seu nome iria lhe ajudar a conseguir pontos comigo, mas ao mesmo tempo não queria que se sentisse pressionada a esse extremo e...

            — Não foi por sua causa. — Lily tentou sorrir. — Eu vou receber algum castigo?

            — Não. Seu amigo me explicou que seu pai havia desaparecido e, para ser sincera, o diretor desse hospital tem uma afeição muito grande pela senhorita, então se considere com sorte. E que isso não se repita.

            Lily tinha certeza que McGonnagal estava aceitando livrá-la de um castigo simplesmente graças a Dumbledore — o diretor do hospital — e não porque Remus havia lhe dito a verdade, mas ela se lembraria de agradecer ao amigo.

            O dia passou tão rápido que Lily teve a certeza de que, daquela vez, os céus estavam a seu favor. Nenhuma emergência grave havia dado entrada na cardiologia, mas Lily ficou feliz em checar seus pacientes antigos e ficar com as emergências menores.

            Dentre os pacientes que teve naquele dia, Lily ficou feliz em reencontrar Slughorn, seu professor de História do Ensino Médio. Ele era famoso por acreditar que qualquer coisa poderia levar a morte. Nas suas aulas, não eram permitidos compassos, tesouras, réguas e qualquer objeto que ele pudesse considerar perigoso. Naquele dia, Horace havia dado entrada no hospital com fortes dores no peito, alegando que estava tendo um enfarte.

            Depois de todos os exames possíveis — que ele quase obrigou a ruiva a passar — ficou constatado que o que ele tinha era apenas gases. Lily percebeu que ele não ficou muito feliz com a notícia.

            Seu dia passou tão rápido que, quando Lily finalmente conseguiu checar o relógio, eram 2h54m da manhã.

            Sorriu para si mesma enquanto pegava um café. Era bom demais não ter nada para se preocupar, que não fosse o trabalho que ela tanto amava.

            — Cansada? — Remus perguntou, sentando-se ao lado dela no sofá da “sala de descanso” dos médicos. Ela pegou uma batata do pacote que ele segurava antes de balançar a cabeça em negação.

            — Estou feliz. Tudo aconteceu como deveria acontecer. — sorriu e jogou a batata na boca. — Estou tão ocupada que não tive tempo de pensar em nada.

            — E desde quando isso é bom? — Remus riu, irônico. Aquela era a vocação deles. Era para aquilo que eles haviam nascido. — Que dia é sua folga? — ele perguntou depois de alguns minutos de silêncio.

            — Sábado. Por quê?

            — A minha também. — ele sorriu. — Quero te chamar para um encontro.

            Lily engasgou com o café que tomava. Foi preciso uns dois minutos de tosse e tapinhas nas costas para que ela conseguisse responder.

            — Como assim... Um encontro?

            Remus pareceu entender a dúvida dela e arregalou os olhos.

            — Não um encontro com você. — ele fez uma careta esquisita. — É um encontro duplo. — ele explicou e ela se sentiu mais aliviada. Remus era como seu irmão. — Tem uma garota que quero sair, mas ela só sai com o irmão atrás, então achei que seria legal.

            — Quem é o cara?

            — Ela não disse o nome dele. — ele respondeu fazendo bico. — Por favor.

            Lily pensou um pouco. Talvez pudesse ganhar alguma coisa com aquilo. É claro que ela não iria num encontro às cegas totalmente de graça, não é?

            — O que eu vou ganhar com isso?

            — Por que você sempre tem que... — ele começou a resmungar, mas desistiu, sorrindo para Lily. — Um ingresso pro show das Esquisitonas. — Lily sorriu, mas levantou a mão inocentemente, mostrando dois dedos no ar. — Dois? Tudo bem. Dois ingressos.

            Remus está mesmo empenhado em ficar com essa garota, Lily pensou segurando-se para não rir.

Cinco minutos após Remus sair, Lily sentiu o celular vibrar no bolso da calça. Atender o celular não seria uma tarefa tão difícil se Lily não tivesse visto quem ligava. Petúnia.

Lily já sabia que devia esperar por isso, mas não achou que a irmã fosse ligar enquanto ela estivesse no hospital. Não havia ido para casa na noite anterior, estivera tão cansada depois de tudo o que havia acontecido que dormiu na casa do pai, em seu antigo quarto. Ela tinha que se lembrar de agradecer a Marlene pela roupa que a morena havia lhe emprestado.

— Alô? — atendeu ao telefone, sem muita vontade. Petúnia parecia um touro furioso do outro lado da linha, tanto que bufava. Quando falou, porém, sua voz estava manhosa.

— Lily! — choramingou. — Por que o papai fez um personagem com o seu nome e não com o meu? Isso é injusto, sabia?

Lily apertou a ponte do nariz, tentando se acalmar.

Petúnia era dois anos mais velha que ela, mas nesses momentos era quase impossível se lembrar disso. Era como falar com uma criança de dez anos e não com uma mulher adulta.

— Eu não sei, pergunte a ele. Não posso ficar de papo enquanto estou no trabalho, sabia?

— Você sabe que ele odeia que falemos sobre W. — ela disse com uma raiva contida. — Mas é claro que tinha que ser a Lily, a filha perfeita, a médica da família.

Lily se segurou para não rir. O ciúme da irmã era tão ridículo que chegava a ser engraçado. Lily, mais do que ninguém, sabia que Petúnia sempre havia sido a filha perfeita aos olhos dos pais. Não importava que fosse adotada. Ou talvez fosse exatamente por esse motivo. Seus pais acreditavam que Petúnia seria triste por ser adotada, então deixaram Lily de lado para que a irmã fosse feliz.

— Discuta isso com o papai! — a ruiva respondeu com raiva. — Eu tenho mais o que fazer Petúnia. Mais tarde nos falamos, tudo bem?

— Tá bom. — a outra respondeu, e Lily pôde visualizar a expressão raivosa dela naquele momento. Levantou-se e saiu da sala, jogando o copo de café no lixo no caminho. Era impossível que Petúnia conseguisse estragar seu dia com uma ligação apenas. — Ah, mamãe pediu pra avisar que...

Porém, a ligação ficou muda.

— Tuney? — falou para o telefone mudo.

Desligou e tentou discar novamente, mas seu celular continuava mudo.

— Não fazem mais telefones como antes, por Deus... — resmungou virando para começar a andar, mas sentiu-se esbarrar em alguém. — Me perdoe, eu estava dist...

Porém, ao encontrar o rosto amigável dá pessoa que a segurava pelos ombros, sua fala foi cortada. Não era em um desconhecido que ela havia esbarrado. Tampouco alguém que devesse estar olhando-a de maneira tão real.

James Potter a segurava pelos ombros, impedindo-a de cair. Sorria de lado e parecia bem demais para alguém que estava hospitalizado. Entretanto, Lily percebeu dois segundos depois, ele não usava a roupa do hospital.

— Ja-James? — gaguejou e quis se bater por isso. Pigarreou antes de continuar. — Por que está com essas roupas? Não deveria estar na cama? — seu lado médica a impedia de ignorar a pergunta.

— Já fiquei tempo suficiente na cama, acabei de ter alta. — ele sorriu mais ainda, exibindo dentes perfeitamente brancos e alinhados.

Se você fosse real, seus dentes nunca seriam assim, a ruiva pensou com uma pontada de inveja. Mas seu cérebro focou em outra informação. “... acabei de ter alta”, ele dissera.

— Alta? Já? — ela perguntou assustada e teve quase certeza de que seus olhos voariam do rosto a qualquer momento. Como um hospital liberaria um paciente que havia sido quase morto há menos de uma semana?

James, no entanto, riu.

— Fiquei deitado por dois meses, não acha que é suficiente, doutora? — Lily teve que se segurar para não suspirar ao vê-lo chamando-a de doutora.

James Potter era bonito demais para ser real. E era por isso que ele não era real.

Novamente, algo na fala dele chamou mais atenção do que seus pensamentos. Dois meses? Lily se assustou. Como era possível? Ela havia saído há menos de 10 horas.

— Dois meses, huh? — ela disfarçou seu espanto, soltando uma risada. — Acho que sim... Quero dizer, se sente bem?

— Pronto para outra. — ele sorriu e levantou o queixo num gesto presunçoso.

— Não diga uma coisa dessas. — Lily ralhou, dando um tapa no braço dele.

Ela não havia percebido, mas, até aquele momento, ele não havia soltado seu ombro. Uma mão havia caído junto ao corpo, mas a outra estava lá, pousada tão levemente sobre o ombro dela que era como se não existisse.

— James? — Lily ouviu a voz de Sirius, atrás dela. — Seu carro já está lá fora. — Lily o olhou, balançando a cabeça em um cumprimento sem jeito. — Evans, oi! Não te reconheci. Como tem passado? — ele sorriu.

Lily gostava de uma coisa em Sirius. Ele era simpático e sorridente demais. Mas tinha uma coisa que ela realmente não gostava nele. Ele era curioso demais.

Como eu passei? Foram só dez horas. Eu nem tomei banho ainda, ela pensou fazendo uma careta.

— Muito bem. E você?

James pigarreou, interrompendo a resposta de Sirius.

— Então Evans, você se lembra da sua promessa? — ele disse sério, olhando-a fixamente nos olhos.

Lily estava ferrada. Oh, se estava.


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Notas finais do capítulo

Entããão, o que acharam? Eu tentei passar sutilmente do mundo real para o mundo de W, ficou fácil de perceber? Qualquer coisa estou a disposição para explicar. Beijooos.



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