I Never Told You escrita por Writer KB


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiii
Como demorei para postar capítulos e mesmo assim vcs lindas (os) não me deixaram, preparei uma surpresinha rs
Há algum tempo havia começado essa songfic, por achar que a tradução da música se encaixaria perfeitamente entre o que a Beckett sentiu (ao meu ver rs) no tempo que ficou na cabana, um pouco de Rise e Always. Não é muito grande mas está bem sentimental , minha linda amiga disse que leu ouvindo a música e deu todo um toque especial, então vou por o link caso queiram ouvir. (A música é linda, uma de minhas favoritas)

Espero que gostem, beijoks ♡

https://youtu.be/9mhqDv9uQwY

Aaahhh as partes da "música" estarão em itálico na fic ok?!



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Observando o céu, me sou conta de como Nova Iorque é diferente, digo a cidade em si. Cercada por prédios e tantos barulhos diferentes que nem nos lembramos de olhar para cima e admirar as estrelas, um belo pôr do sol ou simplesmente o formato das nuvens. Confesso que tenho feito isso até de mais essas semanas aqui na cabana com meu pai. Na maioria do tempo ele está aqui comigo, mas o raro tempo em que fiquei sozinha depois do tiro e a alta no hospital eu gastei pensando em apenas uma coisa. Na verdade, seria um conjunto, mas o que sinto mais falta é do par mais belo de olhos azuis.

Faz um mês que tive alta do hospital e quase dois que pedi que Castle me desse um tempo. Eu não imaginava que ele respeitaria tão cegamente. Eu sei que ele tem continuado a ir no Distrito e também perguntou para Lanie como eu estava, mas não me ligou, não tentou subornar os meninos (que era algo fácil de se imaginar), nada. Quase sessenta dias sem nos ver e eu só consigo pensar que nunca te disse o que eu deveria ter dito. Não, eu nunca te disse.
       Eu me segurei. Eu disse que não me lembrava do dia do funeral e o que me aconteceu após ser baleada, mas eu me lembro, e desde então sua voz ecoa na minha cabeça pronunciando sem parar três pequenas palavras e de efeito catastrófico em meu coração. E agora eu sinto saudade de tudo em você.
        Não acredito que eu te quero, depois de tudo que nós passamos; sinto falta de tudo em você.
      Já tentei de tudo. Já vi televisão, já li todas as revistas que meu pai trouxe, já caminhei, já observei o céu estrelado, mas só conseguia pensar em uma cor, azul!

O azul da sua camisa que é minha preferida, o azul dos seus olhos que me olharam tão intensamente implorando para que eu não fechasse os meus. Ah esse azul! E mesmo assim, aqui estou eu, sozinha em uma cabana no meio do nada tentando esquecer de quem eu mais penso, isso não faz nenhum sentido. Aposto que se minha mãe estivesse aqui me daria uma enorme bronca e me obrigaria a voltar para cidade e resolver as coisas de uma vez por todas, mas não sei quando me tornei tão insegura nisso. Sempre fui bem decidida, porém após tudo o que aconteceu, o crime, a perca, é como se me escondesse nessa bolha onde se não me apego; não sofro. Eu deveria saber que nenhuma bolha seria imune ao seu charme, seus lindos olhos e seu sorriso. Uma pena é não conseguir dizer isso a ele.

Após um bom tempo pensando em tudo o que poderia ou não ter feito, não vi meu pai chegar, só notei sua presença ao meu lado quando em um movimento para esticar as pernas ele levou consigo algumas pedrinhas que ao som do atrito me despertou do meu quase transe.

"Noite difícil?" - Ele disse olhando para o lago que estava à nossa frente.

"Unhum..." - Eu resmunguei, incapaz de mentir para ele.

"Sabe Katie, se eu soubesse que aquele verão seria nosso último juntos teria ficado mais alguns dias no Havaí.”

"Mas, se me lembro bem você detestou aquela viagem.”

"Sim, não gostei mesmo."

"E ainda assim queria ficar?"

"Não é o lugar filha, nem a estação, nem mesmo o fato de terem sido a nossa últimas férias juntos... É porque passei tanto tempo reclamando do lugar, do calor, da comida, que não aproveitei nem metade do que podia ter vivido. Sabe o que não volta?"

"O que?" - A essa altura já tinha os olhos cheios de lágrimas.

"O tempo! Me lembro de estar sentado em nosso quarto no hotel bravo com o atraso da programação dizendo algo sobre a falta de organização, quando sua mãe sentou ao meu lado e disse que o melhor do dia foi ter passado os trinta minutos do atraso comigo. Fazia tempo que não passávamos algum tempo só a gente e graças ao atraso eu tive um tempo extra com ela, tempo esse que gastei pensando e reclamando."

"Você nunca me disse isso."

"Eu sempre achei que você fosse a cópia fiel da sua mãe Katie, mas vendo você nessas últimas semanas eu pude perceber que você é muito parecida comigo. Há dias te vejo distante, parada com um olhar perdido. As vezes gostaria de ser mais como sua mãe e sempre saber o que dizer, mas você sabe que ficando aqui é se escondendo não vai mudar nada aí dentro não é?"

"Pai eu…"

"Filha, eu entendo que tudo o que você passou tem grande parte da influência da pessoa que você é hoje, não me entenda mal Katie, você é uma mulher incrível, tudo o que você faz, sua garra, me deixam orgulhoso de você e se sua mãe estivesse aqui também estaria, mas você precisa começar a acreditar em si mesmo. Você nem sempre foi essa pessoa fechada e não precisa ser."

"Eu sei . " - Eu admiti olhando para o chão, arrastando algumas das pedrinhas com meu pé. - "Eu tenho medo pai.”

"Medo de que?"

"De amar tanto e a qualquer momento o perder.”

"Sabe o que poderia ser pior?"

"O que?"

"Continuar a perder a chance de uma vida incrível por medo. Richard é um bom homem filha, e ele está sofrendo tanto ou mais que você."

"Co.. Como, você... Você falou com ele?"

"Eu almocei com ele. Sabia que ele acha que tudo o que te aconteceu é culpa dele?"

"Mas não é.”

"Eu sei... E disse isso à ele, mas não acho que adiantou."

"Eu não sei o que fazer pai."

"Certeza?" - Ele me disse levantando as chaves do carro. - "Acho que já é hora de tirar as rodinhas Katie, assim como você enfrentou o medo da bicicleta e se deu muito bem, essa é outra coisa que precisa enfrentar."

"Quando foi que você ficou tão bom nisso?" - Eu me levantei, peguei as chaves das mãos dele e beijei seu rosto. - "Sabe de uma coisa? Você tem toda razão."

"Dirija com cuidado. E me avise quando chegar."

Eu me afastei um pouco mas logo caminhei de pressa ao encontro do meu pai que já estava em pé para voltar para dentro de casa, abracei ele o mais forte que consegui, afinal as cicatrizes ainda doem bastante. – “Eu te amo pai! Obrigada!"

"Eu também te amo Katie. Agora vai logo antes que mude de ideia e tranque minha garotinha dentro de casa. "

"Tá, eu ligo quando chegar na cidade."

"Kate?"

"O que?"

"Se lembre que o escuro só é escuro porque ninguém teve a audácia de acender a luz.”

........xxxx............

Não sei onde estava com a cabeça quando concordei com meu pai, ouvir as palavras dele me deram tanto encorajamento que não pensei direito no que estava fazendo. Agora estou aqui a mais de cinco minutos pensando se bato ou não na porta dele. Não o culparia se ele não quisesse me ouvir, ou simplesmente me mandasse ir embora. Eu o afastei sem explicar os motivos e para piorar menti sobre não me lembrar do dia em que fui baleada. Mas meu pai tem razão, as rodinhas são boas, mas ganhamos velocidade quando tiramos elas.

Decidi fazer o óbvio, bati na porta e torci para que ele pelo menos me ouvisse. Ele abriu a porta e sua expressão era um misto de surpresa com algo que não pude identificar, raiva talvez.

"Oi." - Eu disse mais baixo do que gostaria.

"Vejo que está viva, que bom!" - Ele disse sério, longe de dar aquele sorriso que tanto amo.

"Castle.."

"O que você quer Beckett?" - Ele me interrompeu, droga.. Correr? Poderia responder isso já que era exatamente minha vontade.

"Conversar, te ver…"

"Está meio tarde não é?" - Pelo visto sim, e como disse antes eu não posso culpa-lo. Eu estava me curando, mas não o deixei saber.

"É, bom… Me desculpe eu devia ter avisado. Foi... foi bom te ver." - Quase deixei cair uma lágrima teimosa que insistiu em aparecer. Me virei e caminhei em direção ao elevador.

Ao descer e passar pelo hall eu jurava que ia encontrar ele lá, mas acho que esse seria o Castle de antes. Aquele com o belo sorriso e com os olhos brilhantes. Não esse que vi agora, triste e chateado, o pior é saber que eu fiz isso.

Me despedi do Eduardo, o porteiro e sai. Uma leve chuva começava a cair mais não me importei, havia deixado o carro próximo ao prédio porque se fosse colocar na garagem teriam que avisa-lo e eu corria o risco de não conseguir nem mesmo ver ele. Engraçado o sentimento que sinto agora, um misto de alívio por ter pelo menos tentado e uma dor de literalmente sentir meu coração se quebrar.

Fazia muito tempo que não vinha a cidade então decidi caminhar um pouco, talvez me arrependesse depois de ficar na chuva mas valeria a pena. Fui até um parquinho que não ficava muito longe do loft do Castle, me lembro da primeira vez que vim aqui. Estávamos em meio a um caso frustrante e ele me trouxe aqui, fica em uma espécie de praça e várias crianças brincavam e sorriam, ele me contou da época que trazia Alexis aqui e só de ouvir suas histórias misturadas aos gritos e sorrisos das crianças que brincavam fez com o que me sentisse melhor. Uma pena é que agora chove um pouco mais forte e há apenas eu e um par de balanços.

Sentindo um leve incômodo na lateral do meu corpo ignorei e sentei mesmo assim, a essa altura minha roupa e cabelo já estavam encharcados. Senti meu celular vibrar por várias vezes, mas não queria falar com ninguém agora, apenas fechei os olhos e me balançava enquanto sentia os pingos da chuva caírem sobre mim.

"Sabia que você pode pegar um resfriado?" - Ah essa voz. Eu abri os olhos para encontrar ele em minha frente, seus cabelos caindo sobre o rosto tão molhados quanto os meus.

"E você não?"

"Eu não estou me curando de uma cirurgia Beckett." – Beckett... ai estão as formalidades, mas ele continuou. – “Vem, vamos tirar essas roupas molhadas." - Eu olhei para ele e não pude conter um sorriso porque ele ficou vermelho e rapidamente se corrigiu. – “Eu digo, você tirar... para não ficar doente, é... Sozinha, claro eu… " - Como ele podia ser um homem que vivia de palavras? Mas decidi aliviar.

"Eu entendi Castle, e não reclamei da primeira opção, mas gostaria de ficar aqui mais um pouco." - Ele caminhou e se sentou ao meu lado no outro balanço e por um instante ficamos em silêncio.

"Eu te liguei." - Ele me disse.

"Desculpe, eu não olhei para ver quem era. Como me achou?" - Eu queria perguntar o porquê ele veio, ou por que ele estava aqui se molhando, seria uma segunda ou terceira chance?

"Quando você saiu eu realmente não tinha intenção de ir atrás de você..." - Ele parou de falar até que eu me virasse um pouco e olhasse diretamente para ele. - "Mas começou a chover e não queria que adoecesse." - Então pela primeira vez sorriu. Não foi um grande sorriso, mas era o mais bonito que via em meses.

"Eu estava de carro, você sabe, não é?" - Falei abaixando a cabeça escondendo o meu próprio sorriso, estávamos voltando ao nosso jeito de sempre.

"Bom, eu pensei nisso, mas descartei quando o vi parado em frente ao prédio sem você dentro."

"Então? Sou tão previsível assim?"

"Eu diria que para mim, sim!"

"Me desculpe Castle".

"Por me fazer tomar chuva? Dizem que as vezes faz até bem." - Esse era o Castle por quem me apaixonei. Ele estava me dando outra chance e talvez eu não merecesse, mas eu não iria perde-la.

"É sério Rick, não foi justo o que fiz com você. Eu sabia como se sentia e não fiz nada para mudar, eu quero que saiba que não foi culpa sua, nada disso foi. Você me entendeu?"

"Você dirigiu até aqui para dizer que não foi minha culpa?"

"Não. Quer dizer, não só isso."

"Foi difícil Kate, não vou mentir. Cada dia sem notícias suas eram como entrar em uma escuridão, temia pela sua saúde, mas não queria desrespeitar o tempo que me pediu.”

"Foi difícil para mim também, mas eu precisava entender tudo isso. Eu precisava me afastar...”

"Podia ter mandado uma mensagem."

"Eu sei. Me desculpe."

"Vem, podemos continuar a conversa no loft." - Ele disse após eu espirrar. Mas eu queria dizer tudo aqui, agora.

"Estou bem. Eu preciso que você saiba..."

"Posso saber de lá Kate, vamos."

"Eu te amo Castle." - Eu disse de uma vez. Ele me olhou surpreso. – “Mas preciso que me escute e por favor tente me entender."

"Você se lembra, não é? Do que eu disse?"

"Você... você sabia? Como?"

"Não havia outra explicação para você fugir. Eu me amaldiçoei esses dias todos, por dizer, mas achei que ia te perder Kate e foi mais forte que eu."

"Não Rick." - Eu fiquei em pé e ele me seguiu ficando em minha frente. – “Eu tenho problemas e não você, eu fui idiota por isso e você não deve se culpar. Essas semanas o que me manteve focada em melhorar foi reproduzir em minha mente suas palavras, e eu não entendia ou sabia o quanto você era especial para mim até não te ter por perto. Mas não sabia como me aproximar ou se ia me desculpar. Então os dias simplesmente passaram.”

Um silêncio apavorante se instalou, queria poder abraçar ele mas não consegui me mover e com a chuva mais forte não conseguia evitar pequenos tremores no meu corpo. Então ele me surpreendeu, se aproximou e me abraçou. Essa foi a melhor sensação em dias. Seu corpo também estava gelado, mas ainda assim o abraço era aquecido.

"Vem Kate, vamos terminar essa conversa no loft, você vai ficar doente."

"Espera , eu preciso saber. Você me perdoa?" - Ele passou a mão sobre meu rosto levando alguns fios de cabelo para atrás da minha orelha, abaixou levemente a cabeça e me beijou. Um beijo bem diferente do que tivemos no dia do disfarce, esse era calmo e ainda assim mil vezes melhor. Quando me apaixonei dessa forma? Quando será que Richard Castle derrubou os muros que cercavam meu coração? Talvez nunca saiba, mas quero passar bastante tempo tentando descobrir isso com ele.

"Responde sua pergunta?" - Ele disse ainda bem próximo ao meu rosto. - "Eu também te amo Kate, sempre."

"Sim, sempre!”

Então toda a saudade dos olhos azuis se foi, porque eu sabia que desde que não desse ouvidos a minha insegurança eu os teria para sempre. E sempre é um bom tempo para nós. 

 


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Notas finais do capítulo

Entãão? Rs
Até á pró...pró...próxima pepepessoal hahahaha
Grande beijo á todos ♡



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