O passeio tinha sido bom, mas não tinha acabado do modo que nós esperávamos. Quando decidi sair um pouco de casa, eu esperava que nós dois esvaziássemos nossa cabeça, e não adquirirmos problemas. Não foi isso que aconteceu.
Um cara tentou me pressionar na parede enquanto fui ao banheiro e deixei Roman a sós no bar e o cara acabou ganhando a marca dos dedos de Roman em seu rosto antes que eu pudesse fazer qualquer coisa e acabamos discutindo no caminho de casa pela atitude dele. Nós dois acabamos saindo não muito bem do bar naquele dia.
Me joguei de forma frustrada em cima da cama e suspirei de forma pesada pensando nisso. Nós dois estávamos errados, mas nós dois éramos igualmente teimosos e orgulhosos para admitir isso. Porém, se não quiséssemos brigar, algum de nós teria que admitir isso primeiro. Eu decidi ser essa pessoa.
Ele saiu do banheiro já com sua calça de moletom de dormir, as costas molhadas enxugando sua barba com a toalha amarela que havia em seu ombro e pareceu muito distraído com seus próprios pensamentos para me enxergar até que eu o chamei.
"Roman", eu chamei e então ele me olhou triste, mas antes que eu dissesse mais alguma coisa ele me interrompeu.
"Desculpe, ok? Eu sei que eu não agi da maneira certa. Você sabe que existe muita coisa sobre relacionamento que talvez eu tenha que aprender ainda, mas de algum modo eu não acho que agi da maneira errada."
"Você pode sentar ao meu lado?" Eu perguntei enquanto sentava na cama dele, que atualmente mais parecia minha também pela frequência com a qual eu estava lá, e estendi minha mão para ele.
Ele logo sentou-se do meu lado e agarrou minhas mãos. Seus dedos estavam gelados, como eu sabia que ficava quando ele ficava nervoso. Suas mãos eram enormes se comparada as minhas, mas quando precisávamos agarrar um a mão do outro, elas pareciam ter o mesmo tamanho.
Eu o olhei nos olhos e eu sabia ainda mais por dentro daquele pequeno mundinho verde o quão nervoso ele estava.
"Eu perdoo você, ok? E o que você fez não foi errado. Meu irmão e meu pai ficariam felizes em saber que tenho alguém do meu lado que me defende e defender uma mulher, principalmente sua namorada, de um assédio em um bar não é errado." Eu comecei e ele então me olhou.
"Mesmo assim nós brigamos. Eu odeio quando nós brigamos." Ele disse esfregando seus dedos um no outro, como eu sabia que ele fazia quando estava nervoso com algo.
"Eu sei que você odeia. Eu também não sou muito fã." Eu disse com um pouco de humor, mas logo completei. "Mas você precisa confiar em mim, ok?"
"Eu confio em você."
"Eu não estou falando em confiança de fidelidade, mas em confiança sobre se defender sozinha. Eu acho muito bonito a ideia de que você quer sempre defender eu e Jane, duas agentes do FBI, mas você precisa confiar que nós duas sabemos nos defender sozinhas e que podemos nos defender sozinhas, mesmo que tenhamos você e Weller como reforços para nos ajudar. Você não tem a obrigação de se meter em meus problemas só por ser homem ou meu namorado. "
"Ok. Entendido." Ele disse e beijou minha mão.
Eu adorava o quão amoroso ele poderia ser após nos resolvermos. Os olhos dele brilhavam mais quando estávamos bem, e esse brilho logo estava sendo refletido em meu sorriso porque eu amava colocar aquele brilho em seu olhar e substituir todo aquele nervosismo por calmaria no coração dele.
"Eu amo você". Eu disse após roubar um beijo daqueles lábios vermelhos por entre aquela barba e logo seu sorriso triplicou.
"Eu também amo você." Ele respondeu me roubando mais um beijo e continuou. "E você sabe que quando precisar estarei aqui, ok?"
Eu o olhei com malícia.
"Sério? Que tal então se você fizer algo para jantarmos enquanto eu tomo banho?"
Ele sorriu, me roubou mais um beijo e então levantou-se indo em direção a cozinha.
"Claro que sim, madame!"