Desafio do ABC - Histórias de Hiatus escrita por Queen Jeller


Capítulo 3
Dia c - There's Nothing Holdin' me Back


Notas iniciais do capítulo

O dia C era classificado como Cade ou CIA, mas eu não quis escrever nada sobre esses dois então acabei me inspirando no nome do meu bairro e escrevi algo com CAIS. Se você não tiver idade para ler coisas safadas, não leia. Se você tiver, espero que curta e comente!



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O dia havia sido bastante estressante para uma terça-feira então eu saí de casa para caminhar e espairecer um pouco. Fazia um pouco de frio, então eu coloquei uma calça e um casaco com capuz, assim eu poderia apenas esquecer-me um pouco me camuflando nas sombras das calçadas.

As ruas da parte do Brooklyn onde eu morava atualmente eram infernalmente calmas. Era apenas 21 horas da noite e já não havia ninguém na rua. Quer dizer, quase ninguém.

Ao avançar dois quarteirões, vi que havia uma mulher vindo em minha direção. Alguns passos dados a mais e vi pelo balançar de seu quadril que era Tasha.

Meu relacionamento com ela era um enigma. Não por ser algo difícil, porque nossa relação tornou-se prática quando nós realmente nos conhecemos, mas porque não tinha rótulos. Não que eu preservasse isso, ou mesmo pensasse nisso, mas porque a maior parte do tempo e para todos os nossos amigos nós éramos apenas amigos, mas quando havia só nós dois e quatro paredes, nós éramos bem mais que isso.

Era maravilhoso ter ela como amiga e como amante, mas de algum modo eu achava aquilo perigoso, mesmo não sabendo explicar o motivo. Porém era isso que também o tornava altamente excitante. Éramos um enigma gostoso e prazeroso de se tentar resolver.

Sorrimos um pro outro quando nossos olhares se encontraram e logo estávamos um a frente do outro. Tirei o capuz do casaco da minha cabeça, mas continuei andando e ela se pôs ao meu lado.

— Aonde você ia? — Perguntei após alguns passos.

Ela me olhou com um sorriso malicioso.

— Ao seu encontro. Onde você está indo?

Ri para ela e ela acompanhou meu riso.

— Eu não sei. Apenas saí para espairecer

— Nesse caso acho que posso te levar pra um lugar hoje para espairecer. — Ela disse dando um som um pouco sarcástico para a última palavra e eu acenei com a cabeça.

— Para onde você quiser.

Alguns quarteirões depois ela me puxou para dentro de uma pizzaria. Fiquei apenas calado, pois estava deixando ela me guiar como nos últimos tempos e ela pediu duas pizzas, mas pra viagem. Ao sairmos, achei que voltaríamos para a minha casa que era mais perto, mas ela então puxou a minha mão.

— Eu disse que estávamos indo a um local, não que era a pizzaria.

— Estava até achando anticlimático depois de tanto suspense. — Respondi com sarcasmo e ela deu-me aquele olhar risonho porém quieto que sempre me era sinal de conforto.

— Eu já desapontei você alguma vez? — Ela perguntou quando descíamos uma das ruas em direção aos cais.

— Não.

— Então não vai ser hoje.

Ela voltou a puxar minha mão ao chegarmos perto de alguns containers e após passar por um labirinto chegamos a uma parte do cais que eu não conhecia.

Não havia trânsito, pessoas ou mesmo vida, exceto por uma luz de um poste. Nós porém não ficamos perto dele. Havia uma meia ponte e então Tasha sentou-se lá e eu fiz o mesmo. Ao ver a paisagem, respirei fundo pela primeira vez naquele dia. Era um lugar calmo e acolhedor, embora quase não tivesse iluminação o suficiente.

Tasha abriu a caixa de pizza e então começamos a comer em silêncio.

Eu adorava ter a companhia dela pra fazer essas coisas bobas e no fundo sabia que eram aquelas coisas que me acalmavam depois de um dia tão cansativo. O melhor era que ela parecia adivinhar quando eu precisava desses momentos, ou talvez eu pensasse tanto no quanto precisava dela naqueles momentos que aquilo de algum modo a atraía sempre. Quando ela estava próximo, parecia que o dia tinha pesado menos e ela sempre me fazia perceber que o pior já havia passado.

Ela engoliu mais um pedaço da pizza e então disse:

— Sempre que eu tenho um dia difícil eu me encontro com essa paisagem e esse lugar e vejo a água calma e percebo como vale a pena lutar para que essa cidade continue bonita assim.

— É um belo lugar mesmo. — Afirmei.

Ela virou-se pra mim.

— É meu lugar favorito em Nova York.

— Obrigada por compartilhar comigo.

Ela sorriu para mim, então fechou um pouco da distância que havia entre nós.

Sua coxa agora estava colada com a minha.

— Eu gosto de compartilhar as coisas boas com quem me faz bem. — Ela finalizou e então me beijou.

Compartilhávamos mais um de seus incendiários beijos. Como eu gostava de sentir o gosto de seus lábios nos meus, das curvas que seus lábios faziam para colar com os meus e com os caminhos que sua língua fazia. Quando nos afastamos, ela já estava em meu colo com uma das mãos nas minhas costas e eu estava com uma das mãos em seu quadril.

— Sempre que eu tenho um dia difícil eu também gosto de me encontrar com você. — Ela continuou, roubando-me um beijo rápido — e percebo que vale a pena te procurar.

Foi a minha vez de roubar um beijo dela. Seus lábios ardentes incendiavam cada pedaço de mim, sempre. Nos separamos compartilhando sorrisos e ela então colocou sua mão desocupada em minha barba enquanto sua testa colava com a minha.

— Então eu decidi compartilhar com a minha pessoa favorita o meu lugar favorito.

— Estou feliz por ser essa pessoa. — Finalizei e então voltamos a nos beijar.

Aquele lugar rapidamente se transformou em um antro de calor com nossas carícias.

Não havia sido fácil nos aproximarmos, mas sempre que estávamos juntos sabíamos que seria ainda mais difícil nos separarmos. A eletricidade, química, o tesão que corria em nossos corpos era algo que nós dois nunca pensávamos que pudéssemos um dia receber e então nos vimos um nos braços do outro.

Nós éramos sortudos por ter um ao outro naqueles momentos.

Nosso beijo começou a se tornar bem mais que um beijo enquanto minha mão circulava pelo seu short, implorando para que de algum modo ele pudesse sumir, e sua mão desceu pelo zíper central do meu casaco.

Sentir seus dedos suavemente pelo meu abdômen me dava um frio bom na espinha. Uma sensação de que ela realmente me tinha nas mãos, mas eu também sabia que poderia causar a mesma sensação nela e logo minha mão tirou todos os tecidos que haviam entre meus dedos e seu clítoris e logo ela estava quebrando um pouco do nosso beijo para emitir aquele meu som favorito.

 

Logo ela quebrou o beijo de vez e tirou sua blusa.

Eu me sentia um louco por estar fazendo aquilo em um local público, embora hiper reservado, mas eu apenas não poderia dizer não. Não havia qualquer sanidade ou inibições naquele momento.

Ao invés de continuar no meu colo, porém, ela jogou-se na água.

Eu ri pela sua atitude, em como ela escapou tão rápido dos meus braços então exclamei com sarcasmo.

— Não aguentou meu fogo? — Perguntei já tirando o casaco e ela então levantou-se para o forte onde eu estava, ficando com metade do corpo para dentro da água e metade de fora.

Ela me olhou com diversão e malícia e então me respondeu

— Claro que não. Apenas quero ver se seu fogo é suficiente para me incendiar dentro d’água. —  Ela finalizou com um olhar dissimulado e então tirou seu sutiã já molhado e jogou para mim.

Eu fiquei olhando-a de modo incrédulo para sua atitude até que ela sorriu.

— Está com medo, Roman?

Eu a olhei já levantando-me para tirar minha calça e então rebati.

— Você quem devia estar com medo.

Meu próximo movimento foi pular dentro da água.

Não era tão fundo, mas a água estava em meu pescoço. Dei um mergulho e logo peguei Tasha pelo pescoço, puxando-a para perto de mim.

— Você é louca, você sabe disso, né?— Comecei logo que ela agarrou-se ao meu pescoço, mas ela respondeu com um daqueles sorrisos que tiram minha sanidade e joga fora todas as minhas inibições.

— Você adora minha loucura que eu sei. — Ela respondeu e voltou ao beijo que ela então tinha quebrado.

Agora nossos corpos estavam livres e cada vez mais perto um do outro. Eu poderia circular meus dedos por todo o meu corpo e eu assim em cada centímetro dela e a cada centímetro explorado mais e mais eletricidade e fogo ia crescendo entre nós.

Não demorou muito para que eu estivesse dentro dela, com a mão livre acariciando um de seus seios. Era excelente o modo como sua voz soava quando estava sentindo meu prazer, o modo com o qual meu corpo sentia-se estando dentro dela e como seu tato encontrava-se com minha barba e meus músculos. Nós nos sentíamos como ninguém poderia nos fazer sentir naquele momento máximo de tesão.

Nos enchemos de prazer e então ficamos mais um tempo um nos braços do outro sem qualquer pudor. Com ela eu poderia fazer o que eu quisesse e quando nós quiséssemos, sem nos preocupar com reputação ou qualquer coisa do tipo.

Quando o calor foi embora, veio um frio.

— Acho que é um bom momento pra sairmos daqui. — Disse com um riso.

— É uma boa ideia.

Nós saímos e nos vestimos, mesmo que a maioria das nossas roupas estivesse molhada. Eu esperava que ninguém nos visse naquele estado, embora gostasse da ideia de compartilhar com os outros a felicidade que estava sentindo naquele momento.

Jogamos as caixas de pizza no primeiro lixo que encontramos e então Tasha encostou-se em meu braço. Eu o passei por cima de seu ombro, abraçando-a. Ela encaixa perfeitamente em meu abraço.

— Então… — Comecei querendo provocá-la novamente. — Acha que eu não aguento seu fogo, Zapata? — Disse enquanto brincava com seus cabelos e caminhava.

Ela virou-se para mim com seus olhos maliciosos e mordeu levemente seus lábios.

— Talvez, mas será que aguenta um segundo round na sua cama?

Eu ri pelo seu tom de voz e então a peguei mais forte nos braços.

— Você só diz isso porque adora me desafiar né?

Ela roubou-me um beijo e então respondeu.

— Eu adoro te desafiar porque você sempre cumpre.

E cumprimos alguns minutos depois, quando nosso uníssono gemido soava pelo meu quarto.





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Notas finais do capítulo

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