Sweeten Life escrita por


Capítulo 1
Capítulo Único - Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Dei uma sumida, eu sei, desculpa. Não posso prometer que não vai acontecer de novo mas farei o possível para que não aconteça.

Então sem mais delongas, boa leitura à todos, espero que gostem! ❥



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"Vamos nos reagrupar no FBI e então tentamos encontrar Mark procurando qualquer associação com esses caras ou o cartel." — a voz de Kurt soa através dos comunicadores para toda a equipe e Patterson no laboratório.

"Entendido"

 

— Roman, você está na escuta? — chamo ao notar que não havia ouvido sua confirmação e seu comunicador estava silencioso. — Roman?

Nenhuma resposta. Checo o painel dos comunicadores e percebo que a luz que representa o seu comunicador está vermelha ao invés de azul. Droga.

— Roman, você está na escuta? — repete Kurt.

— O que está acontecendo, Patterson? — pergunta Jane, sua voz soando ansiosa.

—  Ele estava... —  Reade começa a falar mas eu acabo o interrompendo.

— Uh, nada, acho que o comunicador do Roman não está funcionando bem, mas já estou trabalhando nisso.

O comunicador de Roman estava off e o localizador não indicava movimentos há cerca de 30 minutos.

— Vamos levar Jones e os outros ao FBI. Tente localizar Mark. E ROMAN. — a voz de Kurt soa firme nos comunicadores, destacando a prioridade em Roman. — Estamos à caminho, Patterson.

— Entendido.

Isolo o comunicador de Roman deixando-o ligado apenas ao meu e checo o sinal novamente. “Off” porém ainda conectado à nossa rede. Isso é um bom sinal.

— Roman? — chamo mais uma vez.

Nada.

— Roman, você está aí? Roman, por favor, responda. — peço deixando a ansiedade transparecer em minha voz. Um breve sinal de estática me faz engolir em seco e esperar uma resposta, mas então a frequência cai em silêncio novamente.

— Graças a deus. — expiro soltando a respiração que não percebi que estava prendendo. O comunicador permanece ativo, então é capaz de ser rastreado.

Começo a trabalhar executando milhares de softwares nos computadores e fazendo a minha mágica, determinada a encontrá-lo. O processo é rápido mas parece demorar uma eternidade diante da urgência em fazer aquela luz vermelha brilhando forte na minha frente, se tornar azul de novo.

A busca finalmente é concluída e resulta em um resultado aproximado da última localização. É o tempo de pegar meu tablet e gritar pelo Stuart, pedindo para ficar de olho nos painéis caso a equipe entre em contato, e saio.

* * *

Do outro lado da rua, apoiado contra a grade de proteção da ponte do Brooklyn, está ele. Está com o comunicador nas mãos, girando-o entre os dedos enquanto encara o céu. Ele poderia facilmente ter jogado o comunicador no mar, mas não fez isso, o que por algum motivo que eu não sabia explicar, me fez sorrir. Envio uma mensagem para Kurt dizendo que estou com Roman e que está tudo bem.

— Você não pode desaparecer desse jeito! — digo me aproximando e parando a algumas passos de distância atrás dele.

— Se eu tivesse desaparecido você não teria me encontrado. — responde ele ironicamente. Reviro meus olhos suspirando audivelmente.Touché. — E eu sabia que você iria me encontrar.

É claro que ele sabia. Depois que seu comunicador havia ficado off, ele o reativou apenas o suficiente para que o programa gravasse a sua localização aproximada e eu pudesse encontrá-lo. Porque afinal, ele queria ser encontrado.

— Você vai me contar o que aconteceu ou eu vou ter que adivinhar? — questiono cruzando os braços, encarando suas costas.

— Você não vai desistir, não é? — pergunta ele retoricamente, já sabendo que não, eu não iria desistir.

— Não. — confirma parando ao seu lado e balançando a cabeça em negação.

Ao longe, o sol estava começando a se pôr, o que conferia ao céu as mais diversas cores mesclando-se na imensidão azul. Roman fitava o horizonte, mas seu olhar estava longe, assim como seus pensamentos.

— Às vezes eu acho que não vou conseguir lidar com tudo, que é muita pressão e que um dia eu vou explodir.

— Você não vai.

— Você não tem como saber disso. — murmura ele pegando uma pequena pedra e atirando-a no mar à sua frente. Apesar de sua expressão frustrada, sua voz era calma.

— Já houveram momentos em que eu pensei que você fosse explodir, mas você aguentou. — afirmo encarando-o. — E você não é mais aquele Roman, e o que importa não é o que você fez no passado, mas o que você tem aqui. — completo apontando para o coração dele, reafirmando a sua importância no presente.

Um vestígio de sorriso surge em seus lábios em resposta ao meu gesto, e ele pega minha mão, segurando-a por um momento. Suas sobrancelhas se unem e seus lábios se apertam na expressão que eu já reconhecia. Não tinha muito tempo que Roman havia entrado de fato para a equipe de campo, então provavelmente hoje havia sido um dia daqueles.

— Nosso team é como um Tangram. — começo usando a mesma explicação que dei a Jane quando ela chegou e as coisas pareciam não se encaixar. — Antes de Jane, estivemos por muito tempo em uma forma. Depois que ela chegou nos acostumamos com ela como uma nova peça. E agora com você, estamos passando pelo mesmo processo novamente. Tudo o que temos que fazer, é descobrir como nos encaixarmos e entrar em uma nova forma. Pode levar algum tempo, mas vai dar certo.

— E se eu não me encaixar? — questiona ele. Na mesma hora, eu o empurro com o ombro, o que ao invés de o fazer ao menos balançar, ele mal sente devido à nossa diferença de altura.

— “E se eu não me encaixar?” — digo engrossando sua voz, fazendo uma imitação de sua voz. — Parou, ok? Eu não vou dizer de novo.

Roman revira os olhos para o tom que usei para imitar sua voz e ri.

Pela primeira vez hoje.

— Você é sempre tão persistente assim? — questiona ele fixando seu olhar no meu. Iluminado pela luz do pôr do sol, seus olhos parecem ainda mais intensos e mais profundos.

— Só com o que valhe a pena ser. — respondo sustentando seu olhar e abrindo um sorriso presunçoso ao colocar as mãos no bolso do meu macacão e perceber o que estava ali dentro.

— Aqui, coma. — digo tirando a pequena barra de chocolate do bolso e estendendo para ele.

Ele pega a pequena barra e analisa, contendo um sorriso.

— O que é isso?

— Chocolate. — respondo como se não fosse óbvio. — Já foi comprovado cientificamente que é impossível continuar mal depois de consumir chocolate.

— Ah, é? — pergunta Roman em tom irônico.

— Coma. Agora. — digo usando meu melhor tom autoritário.

Nos encaramos por alguns instantes, seus olhos fixos em mim, até que um riso leve escapa de seus lábios. Ele cede e sorri abrindo o pacote e dando uma mordida generosa. Na tentativa de esconder o quanto está saboreando o chocolate, ele desvia o olhar do meu, passando a encarar o horizonte, até que fecha os olhos e passa a língua nos lábios sorrindo.

— Sempre funciona. — digo sorrindo presunçosamente e olhando para o horizonte junto com ele.

— Acha realmente que vale a pena lutar por mim? — questiona ele entre uma mordida e outra.

— Não, eu não acho. — afirmo de forma séria, fazendo com que sua postura imediatamente se endureça ao meu lado. Me viro para ele e nossos olhares se encontram, se prendendo um ao outro. — Eu tenho certeza de que você vale a pena.

Relaxando visivelmente, Roman novamente revira os olhos para mim e dá outra mordida no chocolate. Revirar os olhos e chocolate pareciam estar se tornando suas coisas preferidas.

— Vem, vamos voltar para o FBI. — digo estendendo a mão indicando o caminho. — Eu prometi que te encontraria e te levaria de volta e não estou afim de apanhar da Jane.

Ele ergue as sobrancelhas de modo irônico, com certeza imaginando uma luta entre mim e Jane, e ri. Semicerro os olhos como se estivesse ofendida e dou um murro em seu braço, mas o sorriso permanece em seus lábios.

— Esse sorriso significa que você vai voltar?

— Sim, Patterson, eu vou. — confirma ele.

— Amém! — exclamo erguendo as mãos para o céu em um gesto exagerado, mas que poderia muito bem refletir a felicidade inesperada e o alívio que tomou conta de mim quando ele confirmou que voltaria.

A luz da lua ilumina a noite que começa a cair, enquanto uma brisa fresca agita o ar e alguns instantes de um confortável silêncio seguem, até que olho para o lado e vejo o chocolate em sua mão esquerda.

Num impulso, quebrando a calmaria do momento, me estico para pegar o que sobrou do chocolate, mas infelizmente ele é mais rápido que eu e o coloca na boca.

— Roman! Eu não acredito nisso! — cruzo os braços exclamo exibindo uma expressão de incredulidade, mas ao mesmo tempo, rindo sem acreditar no que ele acabou de fazer. — Eu te ofereci meu chocolate da cura para casos extremos e você não deixou nem um pedacinho para mim!

Minha reação o faz rir e ele solta uma gargalhada. Brincalhão, puro menino que aprontou alguma e agora se diverte com isso. O riso dele é leve, divertido, daqueles que encanta e te faz querer rir junto.

— Eu passei por um supermercado no caminho, vem, eu compro uma caixa deles para você. — diz ele estendendo a mão para mim, ainda rindo. — Assim você sempre terá um deles para me oferecer quando eu tiver uma recaída.

Abro a boca para responder mas apenas o encaro, absolutamente encantada com esse lado brincalhão, mais leve,  que nunca havia aparecido e que com certeza havia ficado adormecido durante muito tempo.

— Patterson? — chama ele estalando os dedos para chamar a minha atenção.

Pisco algumas vezes, momentaneamente perdida em pensamentos, constatando como seus olhos se iluminam e parecem ainda mais verdes quando ele sorri.

— Só se você prometer rir assim mais vezes. — digo estendendo a mão para a dele mas sem a pegar, propondo um trato.

— Se você reagir assim sempre que eu roubar seu chocolate, fechado.

— Fechado. — sorri colocando minha mão na dele, que assim que a pega, sai caminhando, quase me fazendo perder o equilíbrio.

Saindo do supermercado à caminho do FBI, rimos e conversamos sobre chocolates, comendo alguns que compramos para ele experimentar, sem nem nos darmos conta de que seguimos quase o caminho todo de mãos dadas, e que isso foi bom.

* * *

"Ela está vivo e bem" exclama Patterson abrindo um sorriso assim que vê Jane do outro lado do SIOC. Um sorriso enorme toma conta do rosto de Jane ao ver o irmão mais do que bem, sorrindo, e finalmente parecendo feliz e confortável ao entrar ali no FBI. Kurt que acabara de terminar os relatórios do dia, vinha ao encontro dela, e ela se lembra da conversa que teve com Patterson após o duro diagnóstico da Dra. Sun.

“Weller não foi objetivo e ele trouxe o melhor de você.
Talvez você possa fazer o mesmo pelo Roman.”

E ao ver Roman entra no SIOC com Patterson, os dois debatendo sobre alguma coisa enquanto riem ele comem um chocolate, ela percebe que talvez não fosse ela a ser pelo irmão o que Weller havido sido quando ela chegou no FBI. Talvez essa pessoa fosse Patterson. Talvez ela já fosse essa pessoa. Talvez ela e Roman pudessem ser mais.


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Notas finais do capítulo

Mais alguém ficou com vontade de comer chocolate? pois eu fiquei :P

Comentem, se expressem, (aqui ou no tt @mockingjeller) adoro saber a opinião e se/do que mais gostaram! ❥



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