Cristais de gelo escrita por J S Dumont


Capítulo 9
Capitulo 9 - A família Mellark


Notas iniciais do capítulo

olá gente, hoje é quarta-feira, dia de "Cristais de Gelo", então aqui está mais um capitulo para vocês, antes precisamos agradecer a Jessi, lindaaa que deixou uma recomendação lindissima para nós, ficamos mega felizes com ela e dedicamos o capitulo a você flor, muito obrigada de coração!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/741124/chapter/9

9. A família Mellark

Quando chegamos a casa grande eu deparei-me com a família de Peeta, na sala de estar, todos pareciam amáveis e eram extremamente sorridentes, a mãe dele eu conhecia, pois eu lembrava-me dela na época de escola, ela sempre fazia questão de ir as reuniões de Peeta e sempre fora uma mulher bastante amável, quando eu era criança e era amiga de Peeta, lembro-me que ela já me convidou para ir a sua casa, cheguei a ir algumas vezes e foi quando Peeta me ensinou a subir em arvores. Eu até sei de quem Peeta herdou toda essa simpatia.

Eu sabia que ela não iria me reconhecer, afinal, naquela época eu era muito pequena. Mas assim que a vi eu vi que ela não havia mudado quase nada. Ela era uma mulher esbelta, alta, loira, de olhos azuis e muito bonita, ela lembrava um pouco Peeta e tinha um sorriso amável idêntico ao dele, próximo a ela havia uma senhora mediana, de cabelos grisalhos, olhos azuis idênticos aos da mãe de Peeta, essa provavelmente era avó dele, ao lado dessa senhora havia outra senhora, um pouco mais jovem, mais ainda parecia ser mais velha que a mãe de Peeta, ela tinha cabelos negros, estavam presos em um coque, os olhos são castanhos, ela é alta e esbelta.

Sentada no sofá, havia uma garota que parecia ter minha idade, ela era branca, de cabelos vermelhos e olhos azuis, e ao lado dela, havia um homem mais ou menos da idade da mãe de Peeta, era um senhor atraente, de olhos azuis, cabelos castanhos, pele branca e parecia ser bastante musculoso, em seu colo havia uma criança dormindo, não consegui ver direito seu rosto, pois estava coberto no peitoral dele, ele  era mais velho que o Alex, então lembrei-me do Logan. Todos eles assim que nos viram sorriram para nós.

— Alex, que coisa feia que você fez! – a senhora de cabelos pretos reclamou, aproximando-se de Alex e Peeta, logo Peeta entregou Alex para ela. – Não pode ficar correndo assim, se você se machucasse...

— Eu queria ver meu papai! – ele disse.

— E ele não está aqui? Ai Peeta, desculpa, não conseguimos segurá-lo! – ela desculpou-se enquanto cumprimentava Peeta.

— Que isso Molly, eu o entendo! – ele disse, dando um rápido abraço nela. – É, ela é Katniss, uma amiga, ela tá ficando alguns dias aqui em casa... – ele disse e a senhora sorriu para mim, percebi que essa altura todos estavam aproximando-se também para cumprimentar Peeta, com exceção do homem, que permaneceu sentado, acredito que seja por causa da criança que dormia em seu colo.

— Katniss ela é uma empregada de muitos anos dos Mellarks, é como da família, a Molly! – ele disse e então Molly me cumprimentou com um beijo no rosto. – Oi mãe! – ele disse, enquanto cumprimentava sua mãe com um abraço.

— Ai filho eu já estava com saudades... – ela disse e ao soltá-lo sorriu para mim. – Nossa, como a sua amiga é bonita! – ela falou, e senti meu rosto esquentar. – Prazer querida...

A mãe de Peeta se chama Rose, depois de falarmos brevemente com ela, cumprimentamos a avó de Peeta, a Lourdes, depois ele me apresentou a Annie, a garota que parece ter minha idade, ela é filha do padrasto de Peeta, e por ultimo cumprimentamos o Rick, que é o padrasto de Peeta, marido de Rose, ele que estava com a criança nos braços que tive a certeza por Peeta de que é Logan. Assim que Peeta viu o garoto, os olhos dele encheram-se de lágrimas, e no mesmo momento senti vontade de abraça-lo.

— Foi a Glimmer, não foi? – Peeta perguntou para Rick, ele confirmou com a cabeça.

O garoto se mexeu, deixando amostra seu pequeno rostinho e então pude ver que o rosto dele estava meio inchado, pelo que Peeta falou deu a entender que a Glimmer machucou-o. E só de imaginar isso senti minha garganta dar um nó. Como ela teve coragem de machucar uma criança tão inocente? Ainda mais sendo filho dela! É terrível o que a bebida é capaz de fazer, olhando o menino dormir, ele parecia um anjinho, ele também é bem branquinho, loirinho, de olhos azuis, ele realmente era uma graça, eu sentia-me mal em imaginar o que poderia ter acontecido com ele.

— Logan... – Peeta falou, parecia mal e com razão, ele sentou-se ao lado de Rick, e começou a acariciar o cabelo do filho.

— Peeta, eu fiz de tudo para protegê-los, mas só foi o momento em que fui na cozinha fazer o jantar, que olha só o que ela fez com o menino, depois que você foi embora, ela fica bêbada vinte e quatro horas... – Molly falou para Peeta.

— Eu não deveria ter ido embora! – ele disse, olhando para o chão.

— Claro que você fez o certo meu filho, por acaso você acha que vai conseguir protege-los mantendo-se casado com ela? Com certeza você vai conseguir a guarda, olha o que ela faz com a criança, nenhum juiz é louco de mantê-los com ela! –disse Rose.

Eu fiquei observando Peeta por alguns segundos, e eu sentia-me mal, extremamente mal por vê-lo passar por isso, ele estava ali, com os olhos tristes, olhando para Logan que com certeza ele deve amar demais como se fosse seu filho de sangue, imagino como ele deve pensar que é o culpado por ela ter machucado  menino, imagino como ele deve estar angustiado com toda essa situação. Eu senti vontade de abraça-lo, tanto, que meu corpo até doeu.

— Cadê a Glimmer? – ele perguntou, depois de alguns segundos em silencio.

Eles se entreolharam, ficaram alguns segundos em silencio, parecia que não sabia quem iria responder a pergunta dele.

— Ela sumiu! – quem falou foi a avó de Peeta, a Lourdes.

— Como assim ela sumiu? – Peeta perguntou, meio surpreso.

— Depois que Richard levou-a para casa, ela ficou ainda mais transtornada, se embebedou, teve um momento que Alex começou a chorar muito e ela o mandou calar a boca, ela ficou nervosa e quis bater nele e eu entrei no meio para defender, e ai ela me xingou, disse que não suportava mais essa vida, e saiu de casa, eu tentei ir atrás dela, mas não consegui ser rápida o suficiente por causa das crianças, eu chamei e chamei, mas ela simplesmente saiu correndo pela rua, não dava para alcança-la Peeta, eu achei que depois que passasse a bebedeira ela ia voltar, mas até agora ela não voltou, aproveitamos então e trouxemos as crianças...  – Molly explicou e então Peeta sorriu para ela.

— Foi a melhor coisa que vocês poderiam fazer por mim, você sabe o quanto que eu estava com saudade deles... – Peeta disse sorridente, seus olhos brilhavam e brilhavam acho que era por causa das lágrimas.

Eu suspirei, e então novamente eu me senti uma intrusa dentro da casa, afinal, Peeta estava com sua família e eu nem os conhecia direito, senti-me incomodada ainda mais por eles estarem falando de um assunto tão pessoal, então decidi pedir licença e fui para o meu quarto, mesmo estando interessada no assunto, enquanto eu sentava-me na cama, eu fiquei imaginando o que eles deveriam estar pensando sobre mim. Será que eles acreditaram que Peeta e eu somos só amigos? Ou eles acham que falamos isso somente para disfarçar. 

Tentei não pensar mais no assunto, e então tomei um longo banho para relaxar, e assim que sai do banheiro eu vesti um vestido amarelo, prendi meus cabelos num rabo de cavalo e em seguida fiquei algum tempo pensando, enquanto olhava-me no espelho.

Pensei em todas as vezes que Cato ficou bêbado e me bateu, eu fiquei pensando no ódio em que eu sentia toda vez que ele me tocava, o nojo de ser obrigada a fazer sexo com ele e as palavras duras que ele dizia para mim assim que terminávamos, fiquei me lembrando daquela sua voz embolada e seu hálito que fedia a bebida. Definitivamente eu sofri muito nas mãos daquele imbecil, mas eu ainda sou adulta e consigo me virar, eu consegui fugir e recomeçar, mas imagina duas crianças pequenas? Elas apanhando da própria mãe, da mulher que tinha que na realidade protege-las, elas não tem como se defender e muito menos fugir sozinhas. 

Eu imagino como também Peeta deve ter sofrido, deve ter sido anos tendo que proteger aquelas crianças indefesas da própria mãe.

Enquanto eu pensava, eu sentia meu estomago revirar, Peeta não merecia esse sofrimento. Mas e eu? Será que eu merecia?

Foi então que a porta se abriu, fazendo com que eu fosse obrigada a parar de pensar no assunto, eu olhei rapidamente para a porta, e então avistei Peeta olhando-me com um sorriso fraco nos lábios.

— Está tudo bem? – ele perguntou para mim.

Eu sorri para ele levemente.

— Sim, é, como estão as crianças? – perguntei a ele.

— Estão em um dos quartos da casa, vão ficar com Molly, eles são muito apegados a ela... – ele disse para mim.

— Sua família vai ficar aqui? – perguntei.

— Somente uma semana, depois só quem vai ficar é Molly e as crianças, caso Glimmer não apareça! – Peeta respondeu e então soltou um longo suspiro, depois começou a entrar no quarto, dando passos bem lentos em minha direção.

— Eu sinto muito... – eu disse, ainda olhando fixamente para ele. – Imagino como você deve estar sofrendo, se eu puder fazer qualquer coisa para te ajudar...

Ele parou bem na minha frente, e apenas concordou com a cabeça, seus olhos estavam brilhando, acredito que ele deva estar segurando as lágrimas.

— Me dá um abraço! – ele pediu, no mesmo momento meu coração disparou ainda mais por lembrar como eu queria fazer isso, eu aproximei-me um pouco e então fiz o que ele pediu, o abracei o mais forte que eu pude.

Realmente eu já queria abraça-lo, eu já queria consolá-lo e meu corpo todo estremeceu, enquanto o calor dele misturou-se com o meu, senti a cabeça dele ser apoiado em meus ombros e segundos depois senti o meu ombro ficar molhado, eu sabia que eram as lágrimas de Peeta, ele estava chorando e eu não sabia o por quê, mas não demorou muito  para que algumas lágrimas descessem dos meus olhos também.

+++

  Depois de nos abraçarmos, Peeta e eu trocamos poucas palavras, ele disse que logo o jantar estaria pronto e em seguida foi embora do quarto, enquanto ele fechava a porta, meu coração disparava tanto que achei que por um momento que eu teria um enfarto. Eu não queria que ele fosse embora, mas também não tive coragem de pedir para ele ficar.

   Fiquei meio receosa para descer para jantar, afinal eu sabia que a família toda de Peeta estaria lá e provavelmente falando do mesmo assunto, enquanto passava pelo corredor e começava a descer alguns degraus da escadaria, senti como se minha mão tivesse colado no corrimão da escada, fiquei ali observando alguns segundos eles reunidos na mesa, Alex estava no colo de Peeta, e ele estava lhe dando comida, Peeta estava lindo, enquanto sorria levemente para o filho, aquela cena me comoveu, a ponto dos meus olhos marejarem.

Respirei fundo e então desci as escadas, tentando disfarçar a emoção.

— Katniss, eu já ia ao seu quarto, você demorou! – Peeta falou.

— É, me desculpe, eu estava no telefone... – eu menti, na realidade eu estava com vergonha de descer, algumas vezes eu até pensei em não vir jantar, mas eu imaginei que se eu não descesse, Peeta chegaria a ir até o meu quarto.

— Senta aqui! – ele pediu.

Tinha uma cadeira disponível ao lado de Peeta, e meio envergonhada, sentei-me ao lado dele, olhei a minha volta e notei que todos estavam olhando para mim com olhares desconfiados, logo pensei que eles devem já estar imaginando que deve rolar algo entre mim e Peeta.

Eu fiquei o jantar todo calada, apenas os ouvindo conversar, agora para o meu alivio eles não falavam mais de Glimmer, o assunto era mais leve, eles estavam falando dos animais da fazenda, e até eu estava me sentindo mais confortável em ouvir essa conversa.

Quando eu terminei o jantar, eu dei boa noite a todos, e subi para meu quarto, eu já estava dobrando a maçaneta para entrar, quando ouvi uma voz feminina chamar o meu nome, virei e vi que se tratava da ruivinha, a Annie, ela sorriu para mim.

— Oi! – ela me cumprimentou.

— Oi... – respondi, sorrindo para ela.

— Não, que eu queira parecer uma intrometida, mas pode me contar a verdade, você e Peeta, namoram, não é? – Annie perguntou e sorriu maliciosamente para mim.

— Não... – respondi rapidamente. – Nós somos apenas amigos da época de escola, eu estava precisando de um lugar para ficar e ele como sempre é extremamente gentil, ofereceu a fazenda para que eu ficasse aqui por um tempo... Mas logo eu vou embora!

— É uma pena, a família estava bastante esperançosa de que Peeta pudesse estar tendo algo com você! – Annie disse e por um momento eu até achei que poderia ter ouvido errado. Esperançosa? Ela teria falado a palavra certa mesmo?

Peeta está se divorciando como eles estariam felizes em vê-lo com outra pessoa, ainda mais assim tão rápido?

— Esperançosos como assim? – perguntei, ela então sorriu ainda mais para mim.

— É, Peeta já sofreu muito, nós só queremos que ele encontre alguém que finalmente possa fazê-lo feliz! – ela falou, e em seguida abriu a porta do quarto em que ela estava. – Boa noite Katniss!

— Boa noite... – foi á única coisa que eu consegui dizer, mas a voz quase nem saiu.

Assim que eu entrei no meu quarto, encostei as costas na parede, e senti minha cabeça girar e girar, nem parecia ser verdade, alguém da família Mellark estava torcendo para que Peeta e eu ficássemos juntos, aquilo parecia ser tão impossível para mim, ainda mais na situação em que ele se encontra. Eu fiquei algum tempo parada, calada, ainda tentando digerir tudo o que estava acontecendo.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Comentem, recomendem, favoritem, que retornamos quarta-feira que vem!!!