Cristais de gelo escrita por J S Dumont


Capítulo 6
Capitulo 6 - Intrusa


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, tudo bom? Aqui é a Lunah, gente era para ter saido na quarta-feira, mas não deu estamos com a vida um pouco agitada, pois tanto eu quanto J.S Dumont fazemos faculdade e está chegando nossa época de provas, eu estou atolada de trabalhos e ai atrasou um pouquinho, mas também não estavamos muito satisfeita com o numero de comentários recebidos no capitulo anterior, atrasamos um pouco também por isso, e peço vê se nesse vocês comentam, queremos saber o que estão achando. Bgs bgs e bom fds para todos, casos tenham comentários postamos na quarta normalmente se não atrasaremos de novo a postagem.



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6. Intrusa

Peeta e eu ficamos calados o caminho todo de volta para fazenda, não que eu estivesse com raiva dele, mas eu não conseguia conversar, meus olhos estavam fixos na janela do carro e eu ficava pensando no que acabei de descobrir. Peeta está se divorciando e eu ainda não sabia o porquê.

Sempre achei que quando Peeta casasse seria para toda vida, ele tem o jeito de ser desses tipos de homens, romântico, compreensível, fiel. Provavelmente foi ela que errou, eu não imagino Peeta dando mancadas no relacionamento.

— Você está nervosa? – Peeta perguntou, fazendo-me acordar dos meus pensamentos, eu o olhei com as sobrancelhas franzidas. – Por eu não ter te contado que eu sou casado...

— Você disse que está se divorciando, certo? Então foi por isso que você veio morar na fazenda? Por isso você falou que queria um tempo para pensar? – eu perguntei, Peeta olhou-me rapidamente, ele suspirou e depois voltou a olhar para a estrada.

— É, estou num período difícil, eu acho que tenho muito que pensar...

— Está confuso se vai mesmo se divorciar dela? – perguntei.

— Não, eu estou certo disso, só que... – Peeta se calou para soltar um suspiro. – Existem coisas que me preocupam, ainda você vai entender....

Eu não entendi a resposta dele, afinal, eu só vou entender se ele me explicar, mas decidi não insistir, Peeta parecia incomodado com o assunto e eu entendia muito bem sobre assuntos que incomodam. Eu também não iria querer que ele ficasse me sondando até eu ser obrigada a contar sobre Cato.

— Fica sossegado Peeta, você terá muito tempo para contar! – eu disse, e notei que ele sorriu, embora discretamente. Depois eu fui me dando conta do que eu falei, com o meu comentário eu dei a entender que Peeta e eu ficaríamos na fazenda por um longo tempo, e eu não tinha certeza se isso iria acontecer.

Quando retornamos a fazenda, Peeta novamente saiu do carro antes de mim para abrir a porta para que eu descesse, sorri levemente para ele, depois olhei a minha volta, não encontrei ninguém, nem mesmo os dois cachorros dele.

— Eu vou dar uma olhada nos cavalos, quer ir comigo ou quer ficar na casa? – ele perguntou.

— É, eu prefiro ir com você... – eu disse a ele e nem sei porque, ou talvez até soubesse, eu não queria ficar sozinha.

Então eu acompanhei Peeta até o estabulo, ele era todo de madeira e cada cavalo ficava separados, cada um em sua baia, não dava para ver o cavalo por inteiro, então eu tinha que me aproximar e olhar para dentro da baia para conseguir ver o corpo deles, mas eu tinha medo de fazer isso, afinal, eu tinha medo de chegar muito perto.

Peeta ficou conversando com um funcionário, acredito que seja o veterinário e eu fui observando cavalo por cavalo, eles são bonitos, mas morro de medo deles, alguns eram todos pretos, outros brancos, tinha um cavalo que tinha pele dourada e brilhava parecendo ouro, o achei lindíssimo, parei na frente dele e esse eu ousei me aproximar para ver direito o seu corpo.

Peeta se aproximou de mim, parou ao meu lado e passou a mão na cabeça do cavalo.

— Gostou desse? – ele perguntou. – Eu também gosto muito dele, ele é muito manso...

— Eu o achei bonito! – eu disse.

— O nome dele é Trovão... – ele disse e sorriu para o cavalo, enquanto o acariciava, dava para perceber o carinho que ele tem pelos animais. – Ele é um Akhal Teke, essa raça é famosa pela cor dos pelos deles, tem Akhal Teke de cores cinza, preta, acastanhado, mas a mais notável é a pelagem metálica dourada, que é a do trovão... Não é companheiro? – ele voltou a sorrir para o cavalo. – Eu sempre quis um cavalo dessa cor, fiquei atrás até compra-lo, ele é um dos mais novos cavalos que eu tenho... Agora esse aqui... – Peeta foi para outro cavalo, um todo preto. – É um dos nossos mais antigos, meu preferido, pois é um companheiro da família de anos, é um Frisio, o nome dele é Simão!

— Ele é bonito também, a pelagem dele é tão preta que brilha... – eu falei aproximando-se dele e o observando melhor, Peeta o acariciava pelo pescoço.

— Passa a mão nele! – ele disse.

— Não, eu acho melhor não... – eu disse.

— Qual é, vai ter medo do Simão, ele é meu velho amigo, não vai te machucar, não é Simão? – ele falava como se o cavalo fosse o responder.

— É... Eu não sei, eu já te disse que não me dou com animais...

— Quantas vezes você esteve perto de um cavalo? – ele perguntou para mim, arqueando as sobrancelhas.

— Acho que só quando eu tinha uns nove anos... – eu respondi, tentando me lembrar. Acho que foi com essa idade que fui numa fazenda de uns tios meus, mas depois nunca mais os vi. Lembro que desde daquela época eu já tinha medo de cavalos.

— Você por acaso já caiu de cima de um cavalo? – ele perguntou.

— Eu nunca andei neles!

— Então, você não pode perder essa oportunidade, cadê a mulher forte que eu imagino que você seja? Pelo menos era o que você me mostrava ser no ensino médio! – ele disse, e então eu sorri para ele.

— Você me achava uma garota forte? – perguntei para ele e ele sorriu para mim.

— E bem cheia de si, confiante até demais! – ele respondeu.

— Mas nos formamos já a um bom tempo!

— Mas você me parece que continua sendo a mesma, só não está ainda me xingando e nem me dando foras... – ele disse, e então eu ri e desviei os olhos para o chão, senti-me envergonhada ao me lembrar de todas as vezes que o maltratei sem motivo algum, apenas por me incomodar com seu jeito perfeito de ser.

— É eu errei... – eu disse, embora eu tivesse com dificuldades de falar a palavra: “errei”. Voltei a olhá-lo. – É que eu as vezes não acredito como possa existir pessoas como você, tudo bem, que você é assim desde criança, mas as vezes eu achava que você não poderia ser real, era tudo pose, acho que eu não estou acostumada com pessoas tão boas e a sua bondade me incomodava...

— Ah então se eu tivesse sido um badboy, você me maltrataria menos... – ele falou, abafando uma risada.

— Eu não sei! – eu disse, e então eu ri e voltei a olhar para o cavalo. – Mas agora eu sei, que por incrível que pareça você é real!

— Garanto que sou de carne e osso... Mas não enrola não, vai, dá sua mão ai!

— O que? – ele perguntou.

— Vou te ajudar a perder o medo de cavalos... – ele então pegou a minha mão e no mesmo momento senti como se estivesse sendo atingida por uma corrente elétrica, eu quis puxar a minha mão da dele, mas eu não consegui, a mão dele estava quente e levemente suada, e mesmo sendo uma coisa simples, ele estava apenas segurando minha mão, o meu corpo todo se aqueceu, e aquilo era estranho.

Nós nos olhamos por alguns segundos, até que Peeta sorriu e colocou a minha mão em cima do pescoço do cavalo.

— Viu, ele não te mordeu! – ele disse, e então tirou a mão dele de cima da minha, eu suspirei e então acariciei o pescoço dele. – Olha só, conseguimos avançar, você já consegue acariciar eles, amanhã podemos tentar fazer com que você suba em um!

No mesmo momento tirei a minha mão e olhei para Peeta com as sobrancelhas franzidas.

— Eu subi nele? Não! Não mesmo! – eu disse.

— Ele não vai te derrubar, você ainda não confia em mim? – ele perguntou.

— Eu confio em você, mas não confio nele! – eu respondi.

— Eu vou estar com você, todo o momento, pode confiar... – ele disse, sorrindo para mim, eu suspirei, mas decidi não insistir.

Depois que saímos do estabulo, fomos caminhando em direção a casa grande, Peeta parou próximo ao lago onde eu já estive antes na qual eu sentei em frente para observar a beleza da fazenda, mas dessa vez ele ficou concentrado em uma enorme arvore que havia ali, a poucos metros do lago.

— Ainda sabe subir em arvores? – ele perguntou para mim, eu sorri para ele.

— Eu acredito que não, nunca mais subi em uma! – respondi.

— Mas você não deve ter esquecido, é como andar de bicicleta, pode passar décadas, mas a gente nunca esquece, vem eu te ajudo!

Peeta ficou atrás de mim e segurou-me pela cintura para me ajudar a escalar a arvore, eu senti um calor estranho com a proximidade dele e por alguns segundos eu desejei somente sair correndo dali, mas respirei fundo e tentei ignorar o que a aproximação dele me causava. Concentrei-me na arvore e usei todas as minhas forças para escalá-la, parecia que ele tinha razão, mesmo com os anos parece que a gente não esquece como que se sobe numa arvore. Pelo menos eu não tive tanto dificuldade para chegar até em cima e também em sentar-me em um dos seus fortes galhos, embora eu não tivesse sido tão ruim, Peeta subiu bem mais rápido e com bem mais facilidade do que eu, em poucos segundos ele já estava ali do meu lado, ele se sentou e olhou a sua frente, nós dois ao mesmo tempo paramos os olhos no pôr do sol.

— Eu sempre quando veio á fazenda eu subo nessa arvore para observar o pôr do sol! – ele comentou.

— Realmente é lindo, eu não imaginava que poderia me sentir tão bem em um lugar assim... – eu falei, sorrindo levemente, não tive coragem de olhá-lo.

— Seu olho quase não está mais roxo... – ele disse, e só então eu lembrei-me disso, agora o olho roxo estava mesmo bem mais claro, o que me fazia lembrar de que eu já estou a bastantes dias na fazenda. – Quem tiver feito isso com você, nunca mais vai fazer...

— Como você pode me garantir isso? – perguntei e agora eu o olhei.

— Eu quero proteger você... – ele disse, e depois sorriu para mim, tocou em meu cabelo, colocando uma mexa atrás da orelha. – É só você querer, se você ficar aqui quem tiver sido não vai poder mais te fazer mal...

 - Eu não posso viver aqui para sempre, eu não posso ficar me aproveitando de sua bondade!

— Você não está se aproveitando de nada Katniss...

Eu voltei a olhar para o pôr do sol, soltei um longo suspiro.

— Você está se divorciando, está passando por um momento complicado, e eu estou na sua casa, sendo mais um problema para você...

— Não diga isso! – ele disse, e então eu o olhei. – Você apareceu no momento certo!

— Como eu posso ter aparecido no momento certo? – perguntei.

— Você pode não entender nesse momento Katniss, mas ter te reencontrado foi bom, pois te reencontrar foi á vida me mostrando, que ainda tem vezes que vale a pena sim ajudar as pessoas, você é uma dessas pessoas que merecem ser ajudada.. – ele disse e depois olhou para o pôr do sol. – E mesmo que você não tenha percebido eu estava totalmente deprimido, e quando você veio para cá, até me fez esquecer algumas vezes dos meus problemas...

— Está falando do divorcio, não é? – perguntei.

— É, eu demorei anos para eu mesmo aceitar que não tínhamos alternativa! – ele disse.

Naquele momento eu até senti vontade de contar para ele que também sou casada, mas eu não tive coragem. Ficamos calados, e Peeta ficou observando o pôr do sol, ele parecia que estava com o pensamento longe, provavelmente se lembrando de algo de seu passado. E então, eu fui me dando conta de que eu não sou a única que tem segredos. Peeta parecia que também tem, e talvez até mais do que eu.

+++

Eu não estava conseguindo dormir, fiquei um bom tempo pensando nesse dia que passei ao lado de Peeta, eu ficava revirando para um lado e para o outro da cama, pensando e pensando no que eu descobri.  Ás vezes eu pegava-me imaginando como era essa esposa dele, o por quê eles estão se divorciando e o que o machuca tanto. Sim, Peeta parecia estar sofrendo por algo, e acredito que seja algo mais do que se dar conta de que o casamento dele não deu certo.

Quando vi que não conseguiria dormir, eu sentei na cama, parei os olhos na enorme janela, ela estava aberta, parecia que estava ventando lá fora, pois a cortina estava se movendo, fiquei observando somente os movimentos da cortina, quando escutei alguns barulhos.

Gritos... Sim, eram vozes femininas, que misturou com outras vozes que eu nunca havia escutado, e mais outra voz, agora parecia ser de Peeta, eu não entendia muito bem, só sei que eles falavam alto, alto o suficiente para eu do quarto conseguir escutar.

Peguei o roupão que eu havia comprado e deixado na cabeceira da cama, e então coloquei-o em cima da minha camisola, em seguida abri a porta do quarto e fui andando em direção aos corredores, cada passo que eu dava em direção da escada eu conseguia ouvir melhor.

— Senhor me perdoe, ela estava gritando no portão, e eu não sabia o que fazer...  – era a voz de algum funcionário.

— Você fez certo Richard, não poderia deixa-la lá! – essa voz era voz de Peeta.

— Você não vai fazer isso comigo, se você pensa que vou assinar alguma coisa, você está muito enganado... – agora era uma voz feminina, estava embolada, ela estava... bêbada.

— Glimmer, como Molly te deixou sair desse jeito? – ele perguntou. – Você fugiu não é? Cadê as crianças?

Crianças? Eu parei na escadaria e não tive coragem de descer, meus lábios estavam entreabertos e eu segurava no corrimão.

— Você não se importa com elas, se você se importasse não teria ido embora! – ela disse.

— Você sabe que eu me importo, eu queria trazê-las, você que não deixou! Cadê elas, você não as deixou sozinha, não é? – ele perguntou. Foi então que eu vi uma mulher de cabelos loiros aparecendo na sala de jantar, ela estava cambaleando e se segurou na mesa de jantar para não cair.

— Glimmer, volta aqui e me responde! – Peeta apareceu atrás dela. – Você fugiu? As crianças ficaram com a Molly?

Ela ficou algum tempo olhando para o chão, até que subiu o olhar e seus olhos pararam diretamente em mim, ela me olhou de uma forma estranha e também não demorou muito para Peeta notar minha presença, o meu rosto ficou quente e naquele momento senti-me como uma intrusa.

— Quem é ela? – escutei ela perguntar, a voz ainda estava embolada como de bêbado, mas misturava-se com um tom extremamente raivoso.

Meus lábios se entreabriram mais e meu coração no mesmo minuto disparou. Estava mais do que claro, que ela é a esposa de Peeta.

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A: Katniss está cara a cara com a esposa de Peeta, iai o que será que vai acontecer? Se comentarem voltamos na quarta!



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