~ Três anos depois ~

— Eu não acredito que vocês fizeram isso, é sério mesmo? — a loira olhava risonha para a foto em suas mãos.

— Claro, a gente preparou a armadilha logo na porta de entrada da casa, assim que o Loki passou ele ficou assim todo verde — Lio riu com gosto.

— Pena que usamos essa ideia, vou ter que pensar em uma nova para usar com o Lio agora... — Nights resolveu cutucar a fera.

— Espera, o que você disse?

— Nada, deve ser imaginação sua — respondeu normalmente.

— Só vocês dois mesmo — riu. — Agora vamos terminar logo, hoje o dia vai ser cheio!

Era uma manhã normal de quarta-feira onde Lucy acordou mais empolgada do que o normal, tomou café com Lio e Nights e foi para a guilda em busca do namorado. Chegando lá o encontrou facilmente e o arrastou pela cidade sem explicar nada, até pararem em uma rua bem movimentada, com vários comércios e o principal, o que Lucy queria alugar ou comprar.

— Espera... Você está falando sério? — Laxus perguntou um pouco perplexo.

— Claro que estou, amor. Tenho certeza que não vamos nos arrepender, é um ótimo lugar além de ser muito movimentado. Vamos ser o sucesso da cidade!

No começo, Laxus não entendeu nada. Por que sua amada queria começar um negócio? Então ela o explicou que queria dar início a um desejo seu, o de ter uma padaria.

— Gnoma, eu disse isso faz três anos.

— Você não quer mais ter uma padaria?

— Claro que eu quero, seria ótimo ter algo fixo, assim não precisaríamos tanto sair em missões. Eu só achei que você tivesse esquecido...

— Ah, nunca me esqueço de informações importantes. Vem, vou te mostrar o lugar — pegou o loiro pela mão.

O local era grande na medida certa, com paredes em cores pastéis. Na parte de trás tinha duas portas, que levavam para o banheiro, e na direita outra porta que dava para a cozinha espaçosa, com dispensa e sala de limpeza. Algumas bancadas podiam ser vistas em um canto da parede e eram incluídas no aluguel, ou compra do local.

— Então? — olhava ao redor animada.

— É.. Perfeito.

— Então podemos fechar negócio?

— Se for de compra, sim — sorriu para ela.

— Amanhã aviso a dona, ela foi viajar, mas volta hoje de noite. Estou tão animada — deu pulinhos de alegria.

— Falando em animação, tudo pronto para hoje? — perguntou a abraçando.

— Sendo sincera, eu não faço ideia... A Cendy negou a minha ajuda e sequer me contou algo sobre o casamento, até parece que ela quer fazer surpresa para os convidados — respondeu confusa.

Pouco mais de um ano atrás, Cendy começou a namorar com um moreno muito simpático, membro de uma nova guilda de Fiore. Três meses atrás chegou o convite do casamento dos dois, convidando Lucy e Laxus para serem a madrinha e o padrinho.

A loira ficou super animada com a notícia e rapidamente se prontificou para ajudar nos preparativos, mas Cendy negou toda e qualquer ajuda, pedindo que ela apenas se preocupasse em comprar o vestido, foi o que ela fez.

— Talvez ela apenas não quisesse atrapalhar, sabemos bem como ela é.

— É, você tem razão... Acho melhor eu voltar para casa agora, fiquei tão animada para te mostrar o local que até esqueci de tomar café...

— É a sua cara fazer isso — riu da menor. — Mais tarde eu passo lá, vou precisar de ajuda para me arrumar — avisou enquanto beijava o pescoço da loira.

— Ajuda para se arruma? Sério?

— Ahã, principalmente uma ajudinha para tomar banho, sabe — sorriu malicioso. — Não ando tomando banho corretamente essa semana.

— Pervertido...

— Não fale como se não tivesse gostado da ideia.

— Melhor não demorar muito — se afastou do loiro. — Ou vou acabar me arrumando sozinha — sorriu desafiadora, deixando o loiro para trás.

— Essa Gnoma ainda me mata... — riu divertido, indo para casa.

—- // --

— Anda, pequena. Vamos nos atrasar — Laxus chamou da sala enquanto arrumava a gravata.

— Eu perdi meus sapatos, não encontro eles — saiu do quarto desesperada.

Lucy estava vestindo um belo vestido vermelho longo, com um zíper atrás o qual ela estava quase se matando para fechar. Assim que deu uma olhada geral na sala, encontrou seus sapatos em um canto qualquer. Correu até ele se esquecendo do zíper.

— Vem cá, eu prendo para você — o loiro a ajudou depois que ela calçou os sapatos. — Você está linda.

— Obrigada, você também está muito lindo — sorriu corada.

— Pronta para ir?

— Claro, estou completamente pronta — respondeu, pegando a bolsa no sofá.

— Ótimo, já estamos atrasado — pegou na mão da loira, saindo do apartamento.

As ruas não estavam muito movimentadas, pois já era quase dez horas da noite. Cendy gostava muito da noite, um casamento essa hora devia ser seu sonho de consumo quase realizado.

Estranhamente, o local indicado no convite não parecia nada com uma igreja, na verdade era uma casa grande. Sua fachada era toda em um bege claro, com decorações brancas e alguns vasos de rosas na entrada.

— Laxus, tem certeza que é aqui? — Lucy perguntou confusa.

— Tenho, é esse o endereço que está no convite — olhou confuso para o papel.

— Então não nos resta dúvida...

Laxus abriu a porta, mas não enxergou nada, pois tudo estava muito escuro. Tentou acender as luzes, mas nenhuma funcionou. A casa por dentro era muito espaçosa. Tinha vários móveis e quadros cobertos por panos brancos, além de uma escada que dava para cima.

O loiro seguiu na frente, segurando firmemente a mão da amada, a guiando por dentro da casa até chegar a uma sala com uma mesa redonda decorada com uma toalha branca e algumas velas vermelhas, além de duas cadeiras.

— Mas o quê é isso? — Lucy olhou para tudo mais perdida do que nunca.

— Não faço ideia... Fica aqui sentada que eu vou olhar se tem algo lá fora, isso está ficando mais estranho a cada passo que damos.

— Tem certeza? Pode ser perigoso ir lá fora sozinho...

— Tenho, volto o mais rápido possível — depositou um beijo na testa da loira e sumiu na escuridão.

Lucy ficou um bom tempo sentada sozinha. Apesar de não demonstrar, estava assustada. Aquele lugar em si não era o que a assustava, a casa parecia um lugar bem aconchegante, mas o escuro somado a toda aquela falta de informação, não ajudava em nada.

Para se distrair, ficou encarando as velas diminuindo de tamanho. Assim que ouviu barulho de passos, levantou da cadeira abrindo a bolsa para pegar suas chaves. Não hesitaria em lutar caso fosse preciso.

— Gnoma?

— Lax-kun, que susto — respirou aliviada indo ao seu encontro.

— Eu finalmente encontrei o casório. Ali fica a cozinha — apontou com o dedo para trás de si. — E tem uma porta que dá para o quintal. Tem uma lona toda preta tampando o local, depois dela está o altar. Todo mundo já está lá, só falta a gente e a noiva, que ainda não chegou — explicou de forma resumida.

— Então é realmente o lugar certo, a Cendy é maluca — riu da situação.

— Sim, é o lugar certo. Agora vamos logo, quem pode se atrasar é a noiva, a gente não — a puxou pela mão.

Os dois passaram pela porta de trás logo chegando ao quintal. Laxus não exagerou quando falou da lona preta, ela estava, literalmente, cobrindo o quintal inteiro. Lucy puxou a lona para o lado, adentrando o local da cerimônia, que continuava em um completo breu.

— Laxus, você não está me trollando, está?

— Claro que não, por que você acha isso? —foi para o lado rapidamente, procurando algo.

— O que está procurando?

— Isso — pegou o que tanto queria: um controle remoto.

Assim que o loiro apertou um botão, a sala se iluminou fracamente. Tinha vários balões de coração decorando o local, e pétalas de rosa espalhadas pelo chão. Poucos segundos depois, um telão ligou no fundo da sala. Lucy se virou curiosa, vendo várias letras se movendo de um lado para o outro até pararem e formarem uma pergunta.

Você quer se casar comigo?

Lucy arregalou os olhos, lágrimas de alegria já desciam por seu rosto. Olhou para os lados atrás de alguma câmera escondida, ou o pessoal da guilda pronto para gritarem que era uma pegadinha, mas a única coisa que encontrou foi seu namorado ajoelhado em sua frente, com uma caixinha nas mãos.

— Amor... Isso...

— Eu não queria fazer o pedido normalmente, mas também não queria fugir muito do comum. Foi então que eu tive a ideia de fazer uma pequena aventura misteriosa, o problema seria te trazer até aqui. Pedi ajuda para a Cendy e ela inventou a história do casamento.

— E o resto do pessoal?

— Todos sabiam, mas prometeram manter segredo.

— Você é maluco — sorriu feliz.

— Maluco por você. Então, você ainda não respondeu. Aceita se casar comigo?

— Claro que eu aceito — pulou emocionada nos braços do agora futuro marido, o beijando com paixão. — Espera... Você alugou a casa toda, para me pedir em casamento?

— Claro que não — riu com gosto.

— Então...

— Eu comprei.

— Comprou? E agora, o que pretende fazer com ela?

— Simples, é nela onde vou construir uma linda família ao lado da minha futura esposa — sorriu bobamente.

— Você não... — voltou a chorar.

— Eu sim — enxugou as lágrimas da loira.

— Você não existe — o abraçou mais forte. — Ei, Lax-kun.

— Hum?

— Temos que começar a planejar tudo — olhou para o loiro com os olhos brilhando.

— Mas é de noite.

— Não importa, vamos logo — saiu o puxando para algum lugar.

— Acho que criei um monstro casamenteiro — riu com gosto, seguindo a loira.

—- // --

~ Quatro meses depois ~

Lucy nunca imaginou que se sentiria tão feliz e completa, mas agora lá estava ela, no altar vestida com um belo vestido branco ao lado do homem que tanto ama, prestes a se casar.

— Caso alguém tenha algo contra esse matrimônio, fale agora ou se cale para sempre — o padre olhou para todos.

— Eu! — Natsu levantou o braço, sentado do lado dos outros padrinhos.

— Natsu! — a loira o olhou surpresa, assim como todos os presentes ali.

— Oras, seu... — Laxus o olhou com raiva, nada o impediria de se casar com Lucy.

— O que tem para dizer, meu rapaz? — o padre o incentivou.

— Isso aqui está demorando muito, estou com fome. Não tem como dar uma acelerada?

— Francamente — Gray ria levemente ao lado do rosado.

— Bem, já estamos terminando aqui. Mais alguém tem algo contra? — o padre refez a pergunta, quase rindo quando viu Laxus olhando mortalmente para Natsu.

— Eu! — Happy levantou do banco onde estava sentado.

— Esse gato... — Laxus olhou para ele, se segurando para não xingar.

— Vai ter peixe na festa? Senão tiver eu não vou... — sorriu sapeca.

— ... Mais alguém? — o padre ignorou o gatinho, se virando para os outros convidados.

— Se alguém fizer mais uma gracinha, eu juro que quando sairmos lá fora não vai sobrar nem a unha da pessoa para contar história — Erza ameaçou com sua aura maligna, fazendo todo mundo “murchar” no lugar. — Desculpa por isso, o senhor pode continuar — sorriu carinhosa.

— Bem... Nesse caso, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Todos ficaram em silêncio por um estante, até explodirem em gritos e aplausos quando os dois loiros finalmente se beijaram.

— Eu te amor, MEU marido — Lucy sorriu, encostando sua testas na do loiro.

— E eu te amo, MINHA esposa — retribuiu o sorriso, não podia estar mais feliz.

A partir dali, os dois não faziam ideia do que o futuro reservava, mas de uma coisa eles tinham certeza: a busca pela pena os uniu.

E o que a pena une... Jamais se separa.