O silencio no refeitório era tal que se podia ouvir uma mosca a voar. Todos olhavam para a Alina de boca aberta e, um por um, todos os campistas se puseram de pé e se inclinaram perante ela.


- Salve Alina Jackson, filha do Senhor dos Céus - gritaram todos.


Todos? Nem todos. Thalia ainda estava sentada, olhando para a Alina, em choque.


- Não é possível - acabou por dizer, substituindo o choque por raiva.- O MEU pai jamais quebraria a lei por uma simples mestiça!!


- Bem, tá explicado porque é que o pai nunca interveio, quando foste perseguida até aqui, no teu primeiro dia no acampamento - ronronou maldosamente o Sr. D, olhando para a Thalia.


Nesse momento, ouviu-se relâmpagos a arrebentar no céu, fazendo estremecer o ar.


- E parece que o pai concorda comigo - disse alegremente o Sr. D -, por isso, fecha a matraca!


Thalia olhou para o irmão, ofendida, acabando por se levantar e sair do refeitório, bufando de raiva.


- Óptimo, agora sim, podemos almoçar - disse o Sr. D, depois virou-se para a Alina, que assistira ao confronto, meio-confusa.- Podes ir sentar-te naquela mesa, que representa Zeus.


Alina assentiu e dirigiu-se até a mesa. Sentou-se e esperou até que um grupo de ninfas entraram no refeitório, carregando tabuleiros cheios de comida. Passou quase uma hora quando, finalmente, o almoço terminou. Quando estava quase a chegar a sua cabana, Alina ouviu alguém a chama-la.


- Alina, espera!


Alina voltou-se e viu dois rapazes gémeos, aparentemente com 17 anos, a aproximarem-se.


- Olá - cumprimentou Alina, insegura.


- Olá - disse um deles. - O meu nome é Dean e o do meu irmão é Sam. Somos filhos de Poseidon e Quíron encarregou-nos de te iniciar na grande arte que é a esgrima!


- Esgrima? - Perguntou Alina.


- Sim, precisas de começar imediatamente - respondeu Sam com um sorriso -, por isso, veste lá algo confortável que nós esperamos por ti!


Atordoada, Alina entrou na cabana, tendo o estranho pressentimento que iria sofrer naquele dia.




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POV POSEIDON ( ou algo parecido )




Poseidon estava a observar o acampamento, a partir do lago, perto da cabana III, destinado ao seus filhos. Havia já duas semanas que Zeus não parava de lhe falar da sua querida filha. Ou porque a Alina demonstrava grande aptidões para a esgrima, ou porque, em apenas cinco dias, Alina já tinha o perfeito controlo sobre os raios,o ar e o céu. A gota d´água foi quando Zeus comparou a sua filha com os seus filhos gémeos, dizendo o quanto fracassados eram os poderes deles comparado com os da Alina. É claro que isso acabou com um olho negro para Zeus e um lábio aberto para Poseidon.


E agora, Poseidon estava ali, esperando pacientemente que aquela fedelho aparecesse para poder ver o que ela tinha de tão especial. O Sol estava quase a se levantar quando, finalmente, a porta da cabana I se abriu, revelando uma jovem, com o cabelo todo despenteado e vestida a penas com uma blusa branca e uns pequenos calções azuis que lhe chegava a meio das coxas, que parou a entrada e levantou os braços, espreguiçando-se.


Se possível, o queixo de Poseidon ter-se-ia fracassado no chão. Hipnotizado, ele observou avidamente cada parte descoberto desse jovem corpo: Os pés perfeitos, as magnificas pernas que não pareciam ter fim. Com o movimento dos braços, a blusa subiu, deixando ver assim a sua cintura perfeita. O rosto era magnificamente esculpido, com umas longas pestanas a cobrirem os olhos sonolentos e uns lábios cheios e vermelhos, perfeitos para se beijar.


A fascinação de Poseidon foi quebrado quando Alina voltou a entrar dentro da cabana. Desiludido, pensando que ela não voltaria a sair, Poseidon começou a ir-se embora quando o porta voltou a abrir-se e o que ele viu o deixou simplesmente a babar-se: Alina voltara a sair, vestida com um conjunto de biquíni azul muito reduzido e uma toalha.


Poseidon teve que se esconder atrás de uma árvore quando viu a Alina a dirigir-se a praia. Viu-a pousar a toalha na areia e a entrar no lago, começando a nadar com ritmo. Cerca de 30 minutos depois, Alina saiu do lago, com a água a escorrer-lhe pelo corpo.


Poseidon teve que respirar profundamente para se acalmar pois um desejo profundo percorria o seu corpo como lava escaldante.




POV NORMAL




Alina saiu do lago, encaminhando-se até a toalha. Ela tomara o hábito de nadar cedo de manhã, para acorda bem pois nunca fora uma pessoa madrugadora. Enquanto se secava, Alina pensou nas duas semanas que passaram: a descoberta e o controlo dos seus poderes, as suas aulas de esgrima, a sua amizade crescente com os gémeos Winchester (Dean e Sam). O sua relação com a sua irmã Thalia ia de mal a pior, Thalia recusava simplesmente a aceitar que Zeus tinha mais afeição por Alina do que por ela. Por outro lado, os presentes que recebia do seu pai a enchiam de alegria, sobretudo quando Zeus lhe devolveu o seu medalhão perdido.


- Então, o mergulho foi bom?


Alina assustou-se e virou-se. Perante ela, encontrava-se o homem mais atraente que ela alguma vez virá: alto e magro, com um corpo perfeitamente musculado e bronzeado,um cabelo negro e revoltoso e um par de olhos magníficos, da cor do mar. Uns olhos que ela já vira em algum lugar.


Alina engoliu em seco.


Ela estava na presença o Grande Deus do Mar, Lord Poseidon.