—Vocês sabem que já deveriam estar lá, certo? – Perguntou Izzy enquanto pegava a recém nascida Céline, que estava no colo de Jace, deixando a camisa branca por baixo da jaqueta toda amassada.

—Eu sei disso, mas é a primeira vez que deixamos os dois desde que Céline nasceu. -Clary disse enquanto juntava os brinquedos de Samuel, que aos seus 2 anos não parava quieto e atirava os brinquedos de volta no chão. -Eu acho que deveríamos cancelar isso, talvez sair quando eles estiverem maiores.

—Nem pensar -Disse Simon enquanto empurrava Jace e Clary pela porta da sala do Instituto. -Eu, como padrinho de vocês, não vou deixar vocês passarem o aniversário de vocês aqui, no meio de vômito e mamadeiras.

Jace e Clary pararam na porta e olharam um para o outro e depois para os filhos.

—Talvez algumas horas iriam nos fazer bem -Disse Jace enquanto pegava delicadamente a mão de Clary.

Clary suspirou profundamente antes de ajeitar o vestido preto e olhar para Simon. -Tudo bem, podemos ficar fora algumas horas. Mas vocês tem que prometer que irão cuidar bem deles.

 

—Claro que vamos cuidar bem deles -Disse Izzy revirando os olhos -Agora vão logo fazer qualquer coisa nojenta que vocês estão planejando fazer. -Disse com um sorriso malicioso no rosto enquanto empurrava os dois e fechava a porta.

Dando um beijo no rosto de Samuel, Izzy sentou ao lado do marido, Simon, e colocou a cabeça em seu ombro.

—Não pode ser tão difícil, certo? -Perguntou enquanto a pequena Céline se contorcia no berço e Samuel jogava todos os brinquedos de volta no chão.

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—Isso é culpa da sua boca grande e você sabe, Izzy! -Simon gritou por cima do choro estridente de Céline, enquanto tentava fazer Samuel ficar quieto. Acontece que, as bochechas fofas e os cachinhos eram apenas fachada, porque Samuel não parava quieto um segundo, além de ter uma habilidade enorme em escalar para uma criança de 2 anos, e ao se pensar que ele teria medo de subir uma estante de quase 2 metros Simon se encontraria enganado; apesar de não ter o sangue, Simon tinha certeza que o pequeno Samuel tinha tirado a imprudência e a vontade de morrer do pai, Jace.

Izzy também achava que Céline tinha puxado a constante necessidade de chamar atenção do pai, pois para um bebê de poucos meses, a pequena Céline tinha uma garganta potente. Não importa o que Izzy tentasse, a garotinha sempre voltava a chorar como se a vida dela dependesse disso.

—Pelo Anjo! -Gritou Izzy enquanto balançava Céline com os braços já doloridos. -Eles disseram que iam chegar ás 23:00 em ponto e já é quase 1:00, Simon!

—Ei! -Gritou Simon de volta -Eu não tenho culpa se os dois estão atrasados, eu também estou passando um perrengue, Samuel é muito rápido!

Quando os dois já estavam perdendo as esperanças, eles escutaram o elevador do Instituto e de repente, tudo parou. O choro, a pirraça, a bagunça parou de uma hora para outra. Izzy sabia que os sobrinhos tinham ouvido o elevador, e eles sabiam que eram os pais.

Clary e Jace abriram a porta da sala e não podiam esconder o que estavam fazendo. Clary estava vermelha e em seu pescoço Izzy podia ver uma marca roxa, enquanto Jace, estava com os cabelos loiros bagunçados e a camisa amassada.

Izzy por um momento sentiu raiva dos dois. Sabia que não deveria, pois há muito tempo os dois não ficavam juntos, mas não pôde deixar de sentir uma invejinha, pois eles pareciam ótimos, enquanto Izzy e Simon tinham vômito de bebê nas camisas e os cabelos todos bagunçados.

—Eu não tenho palavras pra dizer o quanto eu estou feliz por vocês terem chegado -Izzy disse enquanto corria e abraçava Jace. -Eu amo meus sobrinhos, mas pelo Anjo, da próxima vez vejam se Magnus e Alec estão disponíveis para serem babás.

Ao invés de ficarem ofendidos, Jace e Clary apenas riram e se entreolharam, como se soubessem que aquilo ia acontecer e foram em direção aos bebês.

—Ela está apenas brincando -Disse Simon enquanto abraçava Izzy pelos braços e ia em direção a porta.

—Eu não estou não! – Izzy gritou antes da porta se fechar atrás deles.

Izzy até podia ter achado difícil cuidar dos sobrinhos, ela só não sabia que em alguns meses, tentando cuidar da filha que estava para nascer e nem ela ou Simon sabiam estar esperando, ela até mesmo sentiria saudades de servir de babá para Jace e Clary.