(Ponto de vista)Caroline

Eu estava na rodoviária esperando minha mãe. Eu estava sentada em um banco com as mãos nos joelhos observando tudo em volta,enquanto Benjamin conversava com a namorada por vídeo-chamada. Eu a cada minuto olhava as horas no meu relógio e respirava fundo cada vez que via as horas demorarem passar. Eu estava olhando para o chão tentando pensar em uma outra coisa que não fosse a minha mãe,mas era difícil. Passar em uma prova totalmente escrita por uma língua que não é a sua é uma grande conquista. Mas deixar sua família e amigos por conta disso é como se isso competisse com sua felicidade.

Já estava farta de esperar. Mas eu vi uma silhueta parar na minha frente,fazendo sombra em mim. Eu levantei os olhos devagar e pude ver a figura parada na minha frente: Minha mãe(Que mais parecia uma irmã ou uma prima) estava usando roupas de frio exageradas. Estava com umas três blusas e com uma touca acompanhada de um cachecol(E eu estava com uma blusa fina pois já me acostumei com o clima da Alemanha).

Eu levanto já a abraçando e Benjamin olhou pra cá sorrindo. Nós duas o olhamos sorrindo,então eu a solto e começo a falar.

—Mamãe,esse é o Benjamin. É ele quem você deve levar para os Estados Unidos.

—Prazer em conhecer Benjamin! Você é daqui,não é? Seus olhos e seus aspectos físicos.

—Mãe,ele não tá entendendo nada do que você tá falando. Esqueceu que não estamos no Brasil?

Minha mãe ia abrir a boca pra falar,mas desiste. Eu tive que traduzir.

—Benjamin,ela disse que é um prazer te conhecer e que você parece ser daqui pelos seus aspectos físicos.

—Ah sim. Obrigada,é um prazer conhecer você também Isabel.

mamãe o olha sem entender oque ele disse. Ela apenas ri e continua.

—Bem,Caroline,eu tenho uma surpresa pra você.

—Sério? O que é?

Eu perguntei ansiosa.

—É uma longa história. Quando eu cheguei aqui era cedo demais,então eu passei numa pecuária e comprei uma coisinha pra você. Espere um pouco.

Mamãe vai até um rapaz que estava com um cãozinho nas mãos. Ela pega o cãozinho e dá uma quantia em dinheiro ao rapaz(Com certeza era por cuidar do cãozinho)e vem em minha direção.

—Caroline,conheça o Teddy.

Ela falou enquanto estregava o cãozinho nas minhas mãos.

—Que bonitinho! Ele é tão pequenino.

Ele lambeu meu rosto e eu ri,então sorri para a mamãe.

—Obrigada mãe!

Eu lhe dei um abraço. Benjamin olhou pra cá um pouco triste.

—O que aconteceu,Ben?

Eu questionei,agora mais séria.

—Sinto falta da mamãe e do papai,só isso. Você tem sorte de ver a sua mãe de vez em quando.

—Eu não vejo ela sempre. Não considere isso um bônus.

Ele riu um pouco sem-graça e pega as malas do chão,deixando um ar mais seguro de si,lembrando que iria ver a namorada e o filho.

Quando ambos embarcam no ônibus,eu fiquei observando e acenando. Teddy ficou em meus braços quieto,então quando o ônibus se foi eu voltei pra casa e levei Teddy comigo.