Lia escrita por Carolambola


Capítulo 1
1


Notas iniciais do capítulo

OI! Espero que gostem, não sei muito o que esperar dela.



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— Vai pra casa, Lia. Não é seguro para você aqui.

— Não. Não até eu te convencer a deixar isso pra lá. Não vale a pena, Artie.

— Lia, se nós deixarmos passar em branco, eles vão fazer de novo.

Estávamos a caminho de um beco a algumas quadras da escola, ainda vestindo o uniforme verde e branco. O dia ainda estava claro e eu não sabia se alguém já estava lá, mas realmente esperava que não, daí talvez meu irmão deixasse disso e fosse para casa comigo.

— Artie, não vão fazer de novo. Além do mais, Jack está bem, não foi nada de mais. Vamos para casa, mamãe vai ficar preocupada.

— Comigo não, eu teria treino de futebol hoje. É com você que ela vai se preocupar. Boa sorte explicando essa se chegar mais tarde do que, vejamos, agora.

— Não tem ninguém em casa.

— Eu sei. Mas Mika está lá. Aposto que ela vai contar à mamãe se a princesinha não estiver em casa.

— Dane-se. Se você está determinado a ir, vou com você.

— Problema é seu. Fica parada aí, preciso mandar uma mensagem.

Paramos os dois no meio da calçada. Suspiro alto de propósito. Queria acabar logo com aquilo, já que iria acontecer de qualquer jeito. Retomamos a caminhada e finalmente chegamos ao beco.

— Bellevile, ficou maluco? - Marcus, um dos vários meninos encostados na parede do beco se aproxima do meu irmão, com cara de indignado- por que trouxe ela?

— Porque grudou em mim. - ele se aproxima do outro e sussurra algo que não consigo entender. - Qualquer coisa, ela corre, entendeu, Lia?

— Sim. - murmuro. Do nada, todos ficam na defensiva, menos eu. Ouço vozes graves gritando na rua. Arthur me indica uma grande lata de lixo. Devagar, caminho até ela e me escondo por trás. As vozes ficam mais altas.

Há uma discussão. Não entendo quase nada do que falam, mas discutem sobre Jack. Do nada, gritos ecoam pelo beco. O barulho de um soco, e alguém cai no chão. Suponho que eles tenham começado a brigar, mas não me atrevo a olhar.

Até que tudo fique em silêncio. Engatinho e espio da minha posição atrás da lata de lixo. Eles continuavam a brigar, só pararam os gritos. Tento voltar para o esconderijo. Tarde de mais.

Alguém me vê e caminha até mim, agarrando meu pulso e me puxando para cima.

— Olha só, o que temos aqui… - o garoto segura meu pulso com força. Seus cabelos ruivos bagunçados me fazem pensar por um segundo que aquele era Artie, até eu ouvir sua voz uns dois metros adiante.

— Solte ela, Martin. Ela não tem nada a ver com isso.

— Perdão, Bellevile, não sabia que você tinha namorada. Ou seria esta a famosa Lia? - ele olha para mim – com certeza. Estava ansioso para te conhecer, Lia. Você pode até ser igual ao seu irmão, mas com certeza é mais bonita. Venha aqui comigo, quero ver o que mais faz vocês dois diferentes…

— Martin, solta ela! - meu irmão tenta correr para frente, mas dois outros o seguram para trás.

— Artie! - grito. Também tento me soltar, mas o tal Martin era muito forte e me puxa de volta rapidamente.

— Calma, Artie. Não vou fazer nada de mais com a sua irmãzinha. Só vou… você vai ver. - O menino ruivo me tenta me puxar para o canto de novo. Tento lembrar das aulas de auto defesa. Não consigo, então resolvo improvisar.

Enterro o calcanhar no seu pé de surpresa, o fazendo frouxar os dedos em meu pulso. Puxo a mão e tento dar uma cotovelada no nariz, seguida de uma joelhada na virilha, que o faz cair de joelhos. Aproveito enquanto ele está assim para correr. Chego até a metade do beco até alguém me segurar contra a parede. Fecho os olhos.

Do nada, o peso some, tão rápido quando apareceu. Fico com os olhos fechados por mais alguns segundos até ouvir outra voz na minha frente.

— Vamos, Lia. - Abro os olhos. Thomas me oferece a mão, que eu tomo, e corremos até o carro. - Tudo bem?

— Tudo. Obrigada. Como você sabia?

— Arthur me mandou mensagem para eu vir te buscar. Sinto muito por ter demorado tanto. Alguém te machucou?

— Não. Tudo bem. Thomas, quantos eram? Artie…

— Vai ficar tudo bem, Lia. Vou te levar para casa.

Assinto. Fico quieta, e ele também. Estou muito preocupada com Artie, mas sei que ele vai ficar bem. Ele sempre fica. Quando me dou conta, estamos parados na porta da minha casa, já dentro do condomínio. Me inclino para Thomas.

— Obrigada.- beijo seus lábios e saio do carro. Bato a porta e olho pela janela- te amo.

— Também te amo. Até amanhã!

Ele se afasta e eu entro em casa. Dou oi para Mika e subo para o meu quarto para tomar banho. Encontro um hematoma roxo ao redor do meu pulso, onde Martin segurou. Fora isso, só pequenos raspões nos joelhos e cotovelos.

Encho a banheira e mergulho na água, tentando esquecer aquele dia.


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Notas finais do capítulo

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Beijo



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