Newt Scamander estava tenso, não na realidade ele estava em pânico e agradecia aos céus, o facto de não ter Quennie Kowalski perto dele, porque saberia com certeza o motivo dele assim encontrar-se e iria querer fazê-lo reflectir sobre o que ele nem sabia e pior, que ele não sabia bem como expressar.

Quem o olhasse, veria que ele estava só um pouco mais atrapalhado que o normal e mexendo com a comida das suas criaturas e alimentando-as, afinal ele cuidava deles desde sempre.

Sempre calado e irrequieto, parecia que nada passava-se em sua cabeça, mas estava todo um caos.

E tudo porque, Tina estava estranha, não sabia sinceramente o porque e ela não lhe contava, isso estava deixando-o tenso e preocupado.

Os seus animais eram mais fáceis de entender que os humanos, ele sempre achara e principalmente as mulheres.

Mas, Tina não era uma mulher qualquer, era a sua mulher, o que piorava as coisas…

Fazia menos de um ano que ele e ela haviam-se casado, depois de muitos obstáculos, com um Oceano de distância, com a terminada Guerra entre Grindelwald e Dumbledore e muitas saudades, ele havia publicado o seu livro e havia retornado a Nova Iorque, porque com tudo que havia acontecido, notara que sentia saudades da aurora mais do que tudo e o que o seu tempo fora lhe havia mostrado, é que não conseguia estar longe dela.

E para a sua felicidade, ela sentia o mesmo e haviam namorado, um curto tempo e o noivado durara o que era considerado respeitador e haviam casado pouco depois.

Ele acreditava que tinham um casamento feliz e repleto de compreensão, carinho, amor algumas discussões mas qual casal não tinha, mas naquele caso era diferente.

Tina estava evitando-o, deliberadamente parecia perturbada com algo desde há dias em que havia saído da maleta, e ele não lograva saber o que era, ela não lhe contava.

Ela de livre vontade, entrava dentro da mesma, sabia que ela tinha um amor muito grande às suas criaturas, tal como ele, cuidava-lhes quando ele saia para resolver alguma pendência.

Realmente amava a mulher que tinha e ela estar daquele jeito ausente, calado, distraída, ainda mais do que costume, bebendo muito chá de Camomila, lhe estava deixando em pânico, porque ele não sabia que fazer.

Pensara em perguntar para Jacob, mas ele estava tão embobecido com o seu casamento com Queenie, que seria inútil perguntar algo a este, era recém-casado, haviam conseguido triunfar sobre a absurda lei que vigorava entre proibição de casamento entre no-maj e bruxos, e ainda não estava naquele estágio do casamento em que a esposa ficava estranha do nada e não contava.

E pensou em breves segundos em Queenie, mas não queria ela sondando a cabeça de Tina e vir-lhe contar, sua esposa oficialmente não gostava e tinha uma espécie de lealdade entre irmãs que ele sabia reconhecer, afinal tinha isso com Theseus, seu irmão.

Pensou em ignorar essa sensação, por algum tempo e reagir normal, mas Tina continuava do mesmo jeito e ele sentia-se frustrado, será que havia falhado como marido? Será que ele havia-a irritado como fazia como a maioria das pessoas? Seria que ela havia deixado de o amar?

Todas essas dúvidas lhe estavam angustiando e quando dera por si havia deixado cair, o vaso de flores que tinha flores de camomila, que normalmente o Seminviso gostava de cheirar e ter no seu habitat.

Fora no momento que tinha pego a varinha e usado o feitiço “Reparo”, que lhe discorreu da ideia, Tina tinha saído da maleta com uma flor de Camomila e o Seminviso amava Camomilas, que será que isso queria dizer?

No momento em que pensava em tudo isso, sentira o trinco da maleta ser aberta e ouvira passos delicados descendo as escadas, apressara-se em esconder, se fosse quem ele pensava que era, seria o melhor.

E voilá, quem ele vira descer era Tina que parecia do mesmo jeito, pálida, com o olhar perdido mas tinha um certo tique, mordia seu lábio inferior e com os anos de convivência, ele aprendera a notar quando ela estava tensa ou preocupada, era esse o tique involuntário que ela tinha.

Procurava algo entre os papéis, ali da mesa que ele tinha arranjado para ela, às vezes fugindo de Queenie que não lhe deixava trabalhar depois de sair da MACUSA e do seu departamento, ela escondia-se para trabalhar nos seus casos na maleta, muitos dos seus papéis encontravam-se ali, isso quando eles não aproveitavam melhor aquele espaço e davam azo a sua vida de casados, ele corara de leve ao lembrar-se e mais ainda com a reacção involuntária de seu corpo, não era hora de pensar nisso.

Ela fora perto do vaso de flores de Camomila e para seu espanto, com a penugem prateada e olhos pretos, aparecia o simpático e amigável Seminviso, Tina dera um passo para trás como se temesse algo e ficara meio preocupado ao observá-los.

O Seminviso continuava com o seu olhar sereno e meio sorridente, até que seus olhos ficaram azuis, isso significava que ele estava prevendo um futuro próximo, Newt tinha a certeza e quando seus olhos bateram em Tina, vira ela mais pálida e olhos mais arregalados.

E novamente, vira os olhos do Seminviso voltar ao normal e para estranheza e surpresa de Newt, este pegara em algumas folhas de Camomila dando na mão de Tina, que suspirara longamente.

—Outra vez, não…

Se ele estava espantado, ficara ainda mais quando a vira correr na direcção do banheiro que tinha ali na maleta e ouvira ela enjoar, pois o barulho de escoamento e do vómito era inconfundível. Será que ela estava doente?

Mas, decidira não sair do seu esconderijo não ainda, pois quando terminou de pensar sobre, ela saia conjurando uma toalha com a sua varinha e subia as escadas da maleta, levando consigo provavelmente o papel que havia vindo buscar.

E quando ela fechara a maleta, ele apressara-se subir, abrindo bem devagar, vendo por onde ela ia, vendo que ela ia na direcção da cozinha.

Aos poucos sairá, vendo que ela estava distraída, fazendo um chá de camomila, ele semicerrava os olhos, tentando saber sobre. Ele estava mais preocupado que antes, que será que Tina tinha?

Mas, quando ia confrontá-la sobre que se passava, vira alguém bater na porta e entrar sem permissão, só conhecia uma pessoa que fazia isso normalmente. Queenie.

—Tina…? Jacob teve que ir trabalhar na padaria, mas manda as suas lembranças…

—Quennie…que bom, mas o veremos no fim-de-semana…não é?- Ela parecia aliviada ao ver a irmã, normalmente dava-lhe uma reprimenda por abrir assim a porta sem avisar que normalmente a loira prometia que iria tentar corrigir-se mas nunca que acontecia, porque voltava a fazer o mesmo.

—Sim…mas que querias falar, Tina?

Vira a sua esposa remexer as mãos e mordiscar novamente o lábio inferior, ao que Queenie olhava com atenção, até fixar bem os olhos na irmã e no seu rosto, até que seus olhos pousaram no chá de Camomila, com certeza estaria a usar da legilimância com a irmã e a surpresa maior de Newt era ver que a esposa deixara.

Mas,o mais surpresivo fora quando vira Queenie dar pulos, literalmente e batendo palmas, abraçando a irmã que corava sem saber como reagir á sua efusão.

—Quennie…- Parecia muitíssimo nervosa.

—Por Mercy Louis, Tina isso é óptimo…já lhe contaste?

—Eu…- Tina parecera subitamente atrapalhada e mais corada, ao que Queenie ficara com um ar repreensor que Newt tinha que reconhecer que não era o seu normal.

—Por Deliverance Dane, Porpetina Goldstein Scamander, como é possível que você ainda não contou para ele?

Newt estava ainda mais surpreso com a reacção quase chorosa de Tina, que parecia nervosa e tensa com a irmã ralhando com ela, ao que a loira amenizara a sua reacção.

—Hormônios…?

Tina limitara-se a assentir, abraçando-a, ao que Newt começara a unir os pontos.

Hormônios? Enjoo?

Ele abrira ainda mais os olhos, empalidecendo e depois caindo na real, dera por si abrindo a porta de escancaro, o que assustara as irmãs Goldstein, principalmente que Tina que não sabia como reagir, ao que Queenie só guardava um singelo sorriso, como se soubesse que ele já estava ali ao tempo, o que ele não duvidava nada.

—Tina, você está grávida?

Esta abrira e fechara a boca, ao que ele esperara pacientemente, até que ela assentira, confirmando.

—Eu…eu…

—Porque não me contou?

—Não sabia como contar, é que bem…casamos á tão pouco tempo e…não sabia que iria ser…tão cedo, fiquei meio…assustada de ser tão…- Mas, ele não deixara ela continuar, num ato impulsivo, beijara-a na frente da cunhada, soltando lágrimas de felicidade que acompanharam as de sua esposa que alargara o seu sorriso em meio as lágrimas.

Queenie só observava, feliz de ver o seu casal favorito e amar estar assistindo.

—Oh, Tina é maravilhoso…estou muito feliz…- Sussurrara ele bem baixinho, perto do seu ouvido, ao que Tina ficara de olhos esbugalhados e depois deixava cair lágrimas de emoção, com a sua reacção, ao que o abraçara com força.

E abraçando com força, suspirara aliviado, respirando o cheiro maravilhoso dos seus cabelos curtos que ele tanto amava, amava imenso sentir a sua esposa nos braços, ficara aliviado de que era uma notícia maravilhosa e que ela não estava doente.

Afinal a Camomila era para os enjoos que o Seminviso tinha previsto no futuro, ou seja que Tina estava grávida do seu filho e isso era incrível, tinha que lembrar-se de rechear a cama do seu Seminviso com muitas Camomilas e claro, dar a sua esposa as folhas da mesma para os enjoos que o filho de ambos ainda iria causar pelos meses que restavam.

Dando um sorriso, pegara mais folhas de Camomila, fazendo um chá para todos, conforme Queenie contava as novidades da lua-de-mel e ele segurava a mão da esposa com força, que apertava a mão em assentimento, sorrindo feliz e Newt estava imensamente satisfeito de a ver tão radiante e literalmente expelindo luz, a cada sorriso ou risada discreta.