De garoto a Vingador escrita por IdeaLady


Capítulo 4
Amiga inesperada




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—Senhor Parker... –disse o diretor da escola quando Peter adentrou a sala dele. Levou aquele sermão de quase uma hora e ainda detenção por quatro dias. O diretor o olhou, suspirou e falou. –Peter, você é um garoto inteligente, até demais, não desperdice isso, OK? –Peter fez sim com a cabeça e saiu da sala.

—E aí? Você foi expulso? –Ned perguntou ansioso.

—Não foi dessa vez, mas quatro dias de detenção. –Ned fez cara de “Que droga”.

Andavam pelo corredor conversando sobre o que Peter tinha feito e escutavam todos no corredor comentarem sobre o feito do Homem-Aranha, em como ele tinha salvado a Turma do Decathlon em Washington.

—Cara, como é ser famoso e não poder falar pra ninguém? –Ned cochichou para Peter que sorriu de volta.

—Estranho...mas legal! –Ambos se olharam e se cumprimentaram com a saudação restrita a eles.

Ainda guardando suas coisas no armário, Ned falava mais que uma maritaca sobre o que ele tinha feito, Peter viu Liz conversando com suas amigas, suspirou.

—Pete...vai falar com ela.

—Nã-não Ned, vou falar o quê?

—Meu amigo, você é um Vingador, se você não conseguir ficar com aquela garota, nenhum de nós irá. –o sinal tocou e Ned foi para sua sala acenando para Peter, que ficou pensando no que Ned disse.

Peter estava na sala da detenção fazendo os deveres de casa, quando recebe uma mensagem de quem ele nem imaginava.

Happy: Olá Senhor Parker. Encontre-me na saída da escola no mesmo lugar da outra vez.

Peter se exalta, uma alegria percorre seu ser, “Obaa... Senhor Stark vai me dar uma missão!” ele pensa com um sorriso no rosto.

Peter: Oi Happy, e aí cara? Só que estou na detenção, saio 15:30h, estarei lá. Vou precisar do passaporte de novo?

Happy olha a mensagem e ri.

—Não coleguinha, você vai conhecer a pessoa mais doce e mais ardida que eu já conheci e a única que fez o Senhor Stark entrar no eixo. –disse para ele mesmo dentro do carro.

 

(...)

 

Pepper pegou o celular pela terceira vez, era Tony de novo. Ela estava tão puta com ele, que não o atendia e ele sabia. Além de todas as coisas que eles tinham em comum, a teimosia era a mais evidente entre os dois. Ela continuou a assinar os papéis sobre sua mesa, era quase uma da tarde e com certeza ele queria convidá-la pra almoçar. Mais uma vez o celular vibra e aparece a chamada de vídeo de Tony. Pepper bufa. Não dá nem dez minutos Tony aparece na porta dela. Ele enfia apenas a cabeça pela porta, olha o que ela está fazendo, olha ao redor, Pepper só levanta os olhos e fica o observando. Ele ainda a olha sério, fechando os olhos em direção à mesa dela e depois de uns longos minutos fazendo isso, ele entra.

—Só queria ter a certeza que você não tem nada mais pesado aí nessa mesa pra jogar em mim. A última vez foi um treco bem pesado e me machucou a testa.

Pepper pegou a primeira coisa que viu e tacou na direção da porta. Era um grampeador e por milímetros não o acertou. Tony podia não ter super poderes, mas como treinava muito, seus reflexos eram bem rápidos, isso fez com que ele desviasse rapidamente do objeto.

—Como você consegue ter uma mira tão precisa? –ele diz caminhando pra perto da mesa dela.

Ela não dizia nada, mas tinha vontade de tacar a cadeira em cima dele.

—Pep... –ele fez um gesto com as mãos e uma cara de inocente a fazendo olhar mais brava para ele e extravasando tudo o que ela tinha pra dizer, ainda que num tom baixo, porém autoritário.

—Eu falei para você conversar com o garoto, ele podia ter morrido hoje e quem carregaria a culpa por isso? Você! Mas claro que sendo você como é não iria suportar sozinho e iria dividir essa culpa com alguém, que nesse caso, seria Eu, ou então, iria se afogar em uísque até esquecer o ocorrido como foi com outras coisas, tudo porque você é egocêntrico demais ou burro demais ou um completo cabeça-dura para dar ouvidos a alguém.

Tony sentou na cadeira na frente dela, apoiando a mão entre a boca e o nariz, fazia uma cara de “Por que ela sempre tem que estar certa?”, fez um silêncio entre os dois. Tony nada respondeu, sabia que ela estava certa. Ela parou de encará-lo e continuou a assinar os papéis. Ele a observava.

—Vai ficar assim comigo até quando, ô ardida? –ele quebrou o gelo entre os dois.

—Não sei, estou puta, ou brava ou querendo tacar essa cadeira na sua cabeça. –Tony riu do que ela disse. Pepper suspirou e disse com os olhos nos papéis. –Mas para a sua sorte, eu te amo demais, e não consigo te odiar nem por um segundo sequer.

—O garoto é esperto demais Pepper. Ele tirou o rastreador do traje, mas você sabe que eu sempre tenho mais de uma opção nos meus trajes. Eu sabia que ele estava lá. Vi que ele também desabilitou os protocolos de segurança que eu fiz.

Pepper abriu a boca e balançou a cabeça.

—Tony, se você sabia, por que não foi atrás dele?? Ele poderia ter se machucado.

—Eu estava na Índia lembra? –Pepper virou os olhos para ele. –Mas eu deixei a Friday atenta a tudo, se ele precisasse eu iria ajudar, mas às vezes temos que aprender a cair para levantar.

Pepper o olhou assustada, Tony Stark, dizendo aquilo? Ele realmente queria ensinar algo para o garoto? Pepper sorriu pra ele e Tony teve a certeza que estava perdoado. Ela olhou para os lados e depois para ele e falou:

—Quem é você? O que fez o meu namorado? –Tony deu um sorriso lateral para ela sem graça.

—Escutei isso de um amigo. Agora vamos almoçar? Por que eu estou morrendo de fome... –Pepper riu e aquiesceu levantando-se e dando a volta na mesa em direção a ele. Tony ainda estava sentado, ela sentou no seu colo, colocou a mão na sua nuca, acariciando seus cabelos.

—Vai ser sempre assim?

—O que Pepper? –perguntou curioso olhando nos olhos dela.

—Você sempre me surpreendendo? –Tony sorriu para ela e a beijou. –Acho que isso é um sim.

Almoçaram e Pepper fez algo que não gostava, mentir para Tony. Primeiro que pra ela era quase impossível, pois ela considerava sua sinceridade seu maior defeito. Segundo, porque Tony a conhecia demais e sabia quando ela mentia. Porém a desculpa de que ela teria que ir ao cartório e a outros lugares que envolviam negócios da STARK o convenceu. Nem se quer desconfiou. Estavam no carro com o Happy e ele sabia que tudo era uma mentira para ela poder conversar com Peter. Uns dos dons de Pepper para com Tony, e sempre foi para o seu bem, foi conseguir manipulá-lo, de um modo bom. Tony ficava com raiva por isso, mesmo que passageiramente, mas todas às vezes que ela tinha feito isso, terminaram com êxito para Tony Stark.

—Vou raptar o Happy de você hoje, está bem? –disse depois que Tony a beijou.

—Acho melhor mesmo, porque lá no centro nunca tem vaga. –Tony a beijou de novo a deixando sem fôlego e abaixou o painel que separava o motorista dos passageiros. –Happy, você fica a serviço da Pepper hoje?

—Claro Tony. Sem problemas. –Happy olhou pelo retrovisor para ela, e sorriu.

 

(...)

 

Já eram 15: 15h e Peter estava na detenção. Ansioso para que o tempo voasse. Fez as lições de casa que precisava o mais rápido possível. E ficou esperando. Seu celular vibrou, era mensagem do Ned.

NED: O que será que o Senhor Stark vai mandar você fazer? Será que você vai lutar com o Hulk?

Peter arregalou os olhos e ficou pensativo, respondeu ao Ned.

Peter: Eu espero que não...já viu o tamanho daquela coisa? Ele me esmaga, que nem uma aranha mesmo.

NED: kkkkk... Você é esperto Pete, derrubou aquele cara que ficou grandão lá. Tá na sua hora. Me manda mensagem depois, falow!

Peter se levanta e vai pra fora da detenção. Dessa vez ele saiu devagar, pois estava sendo observado pelo Diretor. Foi ele passar o portão da escola, começou a correr. Correr não o cansava mais, um dos efeitos da picada da aranha nele. Chegou ao lugar combinado em menos de 5 minutos. Happy estava do lado de fora o aguardando.

—E aí Happy? Beleza? –Happy o olhava sério, Peter fez um gesto para ele dar tipo um tapa na mão dele, mas Happy apenas apertou sua mão formalmente.

—Senhor Parker. Sem crises no que verá ok. E isso terá que ficar em segredo entre eu, você...e ela.

—Ela? –Peter fez uma careta pra ele e Happy abriu a porta do carro.

Quando Peter a viu, sua reação era óbvia para um garoto de 15 anos. Pepper era linda, uma bela mulher. Peter ficou parado na porta e olhava para Happy e para ela.

—Ela é...ela é? Uowww...é ela sim. –Pepper ria da reação dele. Peter apontava para ela e queria correr dali.

—Entre logo... –Happy dizia o empurrando e Peter segurando na porta dizia.

—Happy eu não vou entrar, o Senhor Stark vai me matar se me vir com a namorada dele. –Happy pegou Peter pela gola e o empurrando com dificuldade conseguiu fazê-lo entrar e fechou a porta.

Peter sentou a distâncias de Pepper, olhava pra ela assustado e dizia em voz baixa “ai meu Deus, ele vai me matar...ah ele vai.” Pepper achou graça. Happy entrou no carro e ela disse:

—Happy, vai rodando e vou ter um tempo privativo com o Senhor Parker, está bem? –Happy aquiesceu rindo da cara de assustado de Peter, levantando a divisória que separava o motorista e o passageiro.

O carro começou a andar e Pepper virou-se para ele.

—Então, você sabe quem eu sou e eu sei quem você é. Mas nunca fomos apresentados, portanto, prazer Virgínia Potts. Alguns amigos me chamam de Pepper. -ela estendeu a mão para ele.

Peter apertou a mão dela e disse:

—Pe-Peter Parker. A Senhora sabe quem eu sou? –Pepper fez uma careta pela palavra senhora.

—Agora sei o que o Tony sente quando o chamam de Senhor... Deus, me senti uma velha. –Peter riu dela.

—Desculpa... Eu não quis...

—Não se preocupe com isso. Sim eu sei muito sobre você Peter. O Senhor Stark não consegue esconder as coisas de mim. –ela deu um sorriso sarcástico para Peter.

Peter pensou “Que homem de sorte, que mulher linda!”, balançou a cabeça e gesticulando perguntou:

—O que você quer comigo?

—Conversar. –Peter a olhou descrente. Pepper suspirou. E docemente falou com ele. –Eu sei que você não pode conversar com ninguém sobre seus poderes, talvez tenha um amigo que saiba, mas existem coisas que você não pode dizer a ele. E como eu vivo no meio de um bando de heróis, posso te ajudar.

Aos poucos a conversa fluía. Peter tinha relaxado finalmente. E estava aprendendo a gostar do jeito dela de expor as coisas.

—Você me entende Sra. Potts? Por que ele não fala comigo?

—Porque ele não sabe como falar. Tony não teve uma relação muito legal com os pais, Peter, principalmente o pai. Ele tem medo de falar algo pra você e que interfira demais na sua vida.

Peter olhava pela janela, abaixou a cabeça e falou:

—Ele acha que eu sou um garoto. Apenas um garoto. Ele não confia no que eu posso fazer. –Pepper sentiu pena dele, mas ela tinha que manter o equilíbrio entre eles. E pelo menos tentar que Peter não fizesse nada perigoso para se provar para Tony.

—Você é um garoto, Senhor Parker. –ela disse, mas de um jeito tão doce que Peter não achou ruim e sorriu para ela. –Um ótimo garoto, que ganhou esse presente do destino e que está o usando para o bem. –Pepper engoliu seco e continuou. –Eu vi você deixando bandidos de lado, para salvar um homem e um gato. Isso, ninguém pode comprar, nem impor, nem tirar de você. Virtude, Senhor Parker. Nunca a perca.

Peter olhou no fundo daqueles olhos azuis e abaixou a cabeça. Já fazia 1h que estavam rodando quando Pepper disse:

—Está com fome? –Peter fez sim com a cabeça. –Fast Food? Ou outra coisa?

—Fast Food! –Pepper tinha certeza que ele iria dizer isso. Abaixou a divisória e falou para Happy parar no drive do McDonalds mais próximo.

—Vou te confessar uma coisa... Eu amo Fast Food! Happy me traz escondido às vezes para eu comer, não conte para o Tony, pois vivo brigando para ele parar de comer. –Peter riu. –Amo pizza também, você gosta? –Peter fez sim para ela.

Pegaram os lanches e estavam comendo num parque que ficava aos arredores de Nova York. Peter havia se liberado da vergonha.

—Você acha que eu devia contar para minha tia? –disse com a boca cheia do lanche.

—No que isso iria ajudar? –Pepper disse tomando um gole de coca-cola. Peter deu com os ombros. -Olha só, eu acho que ainda não é a hora. Talvez quando você for maior, porque imagina, se sua tia sabe que você é quem é, e sabe que você estará metido em confusões, e prédios altos, e tiros... -Pepper parou de repente e lembrou-se de Tony, respirou. –Quando a gente ama alguém, não importa se é namorado ou amigo ou um sobrinho, pra gente que fica do lado de fora, é bem pior, sempre. Porque a gente não pode fazer nada, apenas assistir, e se possível recolher os cacos que vierem. –Ela disse com os olhos marejados e Peter entendeu o que ela queria dizer.

—É assim com Senhor Stark? –Ela apenas fez sim com a cabeça, limpando uma teimosa lágrima que caía.

—Desculpa, não queria te fazer chorar, Sra. Potts.

—Tá tudo bem Peter, eu sou uma chorona histérica. –ela disse sorrindo pra ele.

—Não é não, você é mulher e são mais sensíveis. –Pepper levantou a sobrancelha para ele, apoiando a mão na cabeça. –Vocês tem um sexto sentido sabe? Minha tia sempre adivinha o que eu estou sentindo...e, vocês conseguem mexer com qualquer homem. –ele disse como se tivesse falando para alguém e Pepper percebeu, rindo dele.

—Tem uma Senhorita Parker por aí? –ele fica sem graça e ela dá um tempo para ele falar.

—Ela chama Liz. Ela é linda sabe. Nossa, perfeita. Olha aqui uma foto dela. –ele pegou o celular e mostrou para Pepper. -Mas eu não sei como falar com ela, fico sem jeito, minhas mãos suam. Eu a salvei uma vez sabia? –disse empolgado.

—Ah... Vocês heróis adoram salvar a mulher que amam. –Ela disse pegando uma batata.

—Senhor Stark já te salvou? –ela fez sim com a cabeça e mostrou 03 dedos para ele, pois estava com a boca cheia. –Três vezes? Legal!

—Duas e meia eu acho, porque na terceira eu o salvei também, mas essa história eu te conto depois, porque já está ficando tarde. –Eram quase 17:30h. –Vou te levar para casa.

Entraram no carro em direção à casa de Peter. No trajeto vieram calados, Pepper apenas o deixou quieto, ela só precisava ter ganhado a confiança dele e aparentemente tinha conseguido. Quando Happy parou o carro na frente da casa dele, ele ainda olhava para o chão do carro. Olhou para Pepper e soltou:

—Você acha que eu sou um herói?

—Acho que você tem grande potencial, Senhor Parker. Mas precisa aprender a não agir por impulso. Pense antes de fazer qualquer coisa. Não deixe as emoções te dominarem. –ele aquiesceu. Ia abrindo a porta do carro quando ela pegou no seu braço. –Espera, toma, quando precisar conversar. –Pepper piscou para ele.

—Obrigado, Sra. Potts. –ele olhou o cartão e falou. –Em qualquer hora? –ela fez sim para ele. Peter abriu a porta, já estava praticamente pra fora do carro, Pepper o chamou.

—Peter. –ele olhou pra dentro do carro. –Pode me chamar de Pepper. –Peter sorriu pra ela, um sorriso sincero de garoto.

—Falou Happy, até a próxima missão. Não me esquece hein? –Pepper o ouviu dizer pro Happy e ria.

Happy abaixou a divisória do carro e falou:

—Então, deu certo?

—Mais do que eu esperava. –ela sorriu e seu celular tocou, era uma chamada de Tony.

—Pep, e aí, deu certo? Já está voltando, fiz reserva naquele restaurante que você gosta. –ela sorriu para ele.

—Tudo saiu como eu planejei! –disse sarcasticamente pra ele. Tony fez uma cara de desconfiado. –O trânsito está péssimo, por tanto vamos chegar depois das 18h, tá bem? –Tony fez sim com a cabeça, mas ainda pensando na frase que ela tinha dito.

—O que você tá aprontando Sra. Potts? –Pepper riu.

—Eu? Nadinha, nadinha. Eu te amo, até daqui a pouco. –ela desligou a chamada com a sua cara de menina arteira. Happy riu e tocaram para a Torre Stark. -Happy, liga o rádio.

Ele o fez e a letra a fez sorrir mais ainda e cantou com a música:

 

"And I`ve never known a girl like you before.
       Never, never, never, never
       Never known a girl like you before
       This old town's changed so much."


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Notas finais do capítulo

Música dedicada à Pepper (risos)

https://www.youtube.com/watch?v=nLkHBF5CyTI



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