Agridoce de vida escrita por Sarah Lenna


Capítulo 2
CAPÍTulo 2




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Novembro de 2016
Quando o ano vai acabando e você pensa o que você fez, se fez o que queria fazer mesmo. Mas a realidade me acordou e a realidade é um chamado da minha mãe:
— Helena, vem jantar? Já está pronto.
Minha mãe Ângela, era uma pessoa bem interessante, ela era dessas mulheres bem decididas, com ela era 8 ou 80. Sem muitas filosofias, rápida e dinâmica. Já ao contrário do meu pai, Renato, que era bem calmo, ele levava a vida na simplicidade, tranquilo, fixo, mas presente. E para completar a família tenho Ana, minha irmã que é minha mãe em miniatura ela é 3 anos mais nova que eu, mas a decisão e a praticidade é igual a da mãe.
Quando sentei a mesa já estavam todos lá.
— Helena faz a oração? — Meu pai perguntou (sim nós somos uma família religiosa)
— Faço sim.
Fiz a oração e então era hora de saber do dia de cada um, eu gostava disso, não era forçado mas sempre acabava acontecendo.
— Vocês não sabem o que aconteceu! — Se a Ana tava tão empolgada era porque tinha sido ou engraçado ou sério— Fiquei sabendo que as meninas da escola estão parando de falar comigo, porque uma menina resolveu me odiar, esse povo é tudo louco.
—Elas estão com inveja, você atrai muitos olhares— minha mãe é muito sabia.
— Também acho, aquela escola tem muita cobra— Eu já tinha estudado lá, era um ninho.
— Tô nem aí mesmo— Ana falou.
Meu pai não falava nada, ele era bem calado.
Acabamos de jantar, eu e Ana lavamos a louça, assistimos um pouco de "O vestido ideal" e fomos deitar, estávamos cansadas e principalmente, queríamos assistir ou conversas sozinhas no celular.
Nosso quarto era pequeno: quando você entra tem duas camas, cada uma em uma parede, um teclado no meio, um armário em frente ao teclado e muitos cadernos e papéis.
Deitamos, Ana foi mexer no celular, e eu também.
Abri a Netflix e fiquei procurando um filme para assistir, era sexta a noite eu queria fugir da realidade, assistir um romance. Eu amava os filmes da Julia Roberts, então procurei um que nunca tinha assistido, achei Comer Rezar Amar.
Comecei a assistir e para resumir o filme fala de uma escritora que está perdida na vida e resolve tirar um ano sabático. Quando terminei de assistir estava chorando, aquela era eu, eu estava tentando fazer a vida ter um significado, eu precisava me reencontrar antes que a vida passasse por mim. Eu tinha conquistado muitas coisas até os 18 anos, mas nada que fosse realmente importante. Aos 14 eu tinha entrado para a Etec ( Fiz o ensino médio lá ), aos 16 já era técnica em Administração, aos 18 já estava no 3° semestre da faculdade, além de já ser fluente em espanhol e já ter participado de vários projetos. Eu me orgulhava disso, realmente era fantástico, mas eu queria viajar, sonhar um pouco, ser jovem.
Aquela noite passei em claro, fiquei pensando em tudo que tinha me acontecido até ali.
Então surgiu uma ideia, fazer uma viagem, sem a família, talvez com uma amiga. Uma viagem para relaxar, lembrar quem era, se reencontrar.
Mandei mensagem para uma amiga fotógrafa:
"Vamos viajar essas férias? Tô precisando relaxar?"
Clarisse, era da minha idade, fazia veterinária e tinha a vida cansativa igual a minha. Sempre quando nos encontrávamos, nos perguntavamos porque não podíamos parar um pouco?
Percebi que já era tarde, iam dar 3:00 dá manhã, ela não iria me responder agora, então fui dormir, porque de manhã a vida seguia.
Quando acordei às 6:00 ela ainda não tinha me respondido, então me arrumei e fui pra faculdade. No caminho recebi uma mensagem dela:
—Nossa ia ser uma boa, mas temos que ver né? Porque tô com pouco dinheiro.
—Tranquilo, guardei um pouco esse ano pra isso.— Respondi para ela— Quando você tá livre? Podíamos almoçar depois da faculdade?
—Olha, tenho tempo semana que vem, pode ser? Na quinta, OK?
—Beleza, tenho umas coisas pra te contar, você não sabe quem eu vi ontem.— Ela ficou sem internet e nossa conversa parou ali.


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