O grande confronto escrita por Emily Hardwell


Capítulo 1
Conheço minha morte no armário dos zeladores


Notas iniciais do capítulo

Eu já terminei essa história e que, ah propósito, foi meu primeiro livro terminado, mas como poucos conhecem a obra, postarei alguns capítulos aqui. :)



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O conceito de termo “pesadelo” é bem simples de se compreender, afinal, consiste em apenas nosso subconsciênte nos apresentando (geralmente) nossos medos reais indiretamente.

Como eu havia mencionado antes, é simples de compreender, mas a realidade é bem mais complexa que isso.

O pesadelo mais comum é o que pode ser trazido com o sonho, do qual você pode se livrar de seus medos temporariamente (se é que isso é possível) simplesmente acordando, mas tem outro tipo de pesadelo, do qual você não pode simplesmente se livrar ao acordar, pois que o atormentado vive e respira todos os dias em plena agonia, já que encara seus temores quase todo o tempo.

Esse é o pior dos pesadelos, o constante. E eu o conheço bem, até porque o vivo todos o meus dias de existência _claro que tenho dias felizes (as vezes até sou otimista para os meus padrões), mas as cicatrizes do passado doem sempre que podem.

Mas também tenho sido pertubada pelos pesadelos que acompanham os sonhos desde que fiquei sabendo que iria estudar no Colégio Maximer.

Eu estou na chuva e encharcada. Uma figura encapuzada está presente, mas ela parece estar totalmente seca. Ela vem em minha direção com uma espada. Posso ver alguns números no objeto... mas não consigo ver seu rosto nem os digitos, mas se eu não estivesse no sonho, diria que a figura encapuzada era eu. Ela se aproxima mais e, enfim, enfia a espada na minha barriga. Não consigo respirar e, quando estou caindo no chão, acordo.

 

Hoje era meu primeiro dia de aula e minha mãe me acordou com uma buzina vermelha. Sim, uma BUZINA!

—Acorde, Bela Adormecida. Vai chegar atrasada no seu primeiro dia de aula na nova escola.

Olhei para ela, olhei para meu travesseiro e voltei a dormir.

—ACORDA!

Ela exautou puxando meu cobertor e meu travesseiro.

—Por favor, me deixa dormir! _Comentei sentando.

Minha mãe também sentou-se e ficou olhando para mim, com um sorriso sem mostrar seus belos e bem tratados dentes, o que significa que ela estava pensando.

—O que a senhora está pensando? _Perguntei com uma sobrancelha erguida.

—Nada. É que... eu só quero que você se dê bem nesta nova escola. _Ela disse um tanto preocupada.

—Acha que eu vou ter um surto psicótico? _Disse com um sorriso bobo na cara, mas infelizmente, isso fez minha mãe ficar séria. _Não se preocupe. O “Clube de controlhe da raiva” funcionou. _Eu alarguei meu sorriso para apazigua-la. _Se quiser, pode me testar.

Ela olhou para mim e disse com uma falsa raiva:

—Você é muito burra!

—Não me importa o que você disser, pois eu sei que sou inteligente... mais ou menos. _Falei com bastante calma e, por isso, minha mãe sorriu.

—Muito bem, queridinha! _Eu sabia que aquilo era mais um teste, afinal, ela me chamou de queridinha. QUERIDINHA.

—Não me chame de queridinha! _Falei séria e minha mãe alargou ainda mais seu sorriso.

—Ótimo! Agora, não grite com ninguém, não machuque ninguém, não magoe ninguém...

—Opa! Daqui a pouco, a senhora não vai me deixar nem dar uma voadora! _Disse sarcastica.

—Boba. _Minha mãe falou rindo e, quando parou de rir, acariciou meu rosto. Logo depois, seu semblante ficou sombrio. _E, por favor, não queime ninguém.

Aquela simples frase me deixou, irônicamente, fria como gelo. Eu não faço isso por querer (pelo menos acho).

—A senhora sabe que não é minha culpa! _Minha voz soou mais áspera do que gostaria. Ela me abraçou em um gesto melancólico e pediu desculpas. _Mas não fique assim. Acredite em mim agora, sou uma garota controlada!

Ela olhou para baixo e me disse:

—Não está ansiosa pelo seu primeiro dia de aula na escola nova? _Ela perguntou com o semblante rígido.

—Não. Já estou acostumada com escolas novas e, também, esse é o meu quarto “primeiro dia de aula”, só desse ano. _Comentei relaxada.

—Eu sei. E peço desculpa por ter feito isso contigo.

—Não é sua culpa ter uma filha problemática. _Falei virando o rosto para o lado.

—Você só é especial. Mas prometa que vai se esforçar para fazer amizades e nada de por seu nome em atividades que não conhece, ok?

—Aí já está pedindo demais, mas, vou tentar. Mas não vai ser minha culpa se lá só tiver babacas! _Minha mãe riu do último comentário.

—Boa menina! _Ela falou sorrindo.

—Não se refira a mim com uma expressão que dizem para cães! _Eu falei rindo.

—Retiro o que disse. _Ela levantou as mãos em rendição e as bateu na cama. _Agora, levante imediatamente!

Ela disse isso e eu caí na minha doce e confortável cama.

—Eu faço uma trança no meu cabelo se a senhora me deixar dormir mais.

Ela saiu com um sorriso no canto do rosto. E é assim que eu consigo dormir mais.

—Mãe, é sério, Isto é uma escola ou uma prisão?

Questionei à minha mãe.

—Engraçadinha! Não é tão ruim assim!

Disse minha mãe pegando minhas malas que estavam em seu Impala velho enquanto eu olhava para o internato no qual eu iria estudar, ou melhor, enlouquecer. Esse internato também era para adolescentes psicológicamente problemáticos, ou seja, para adolescentes como eu.

—Adeus, Clear. Divirta-se!

Quando minha mãe terminou de entregar as malas, entrou no carro e foi embora, me deixando sozinha naquele lugar estranho. Aquela foi a última frase que minha mãe pronunciou.

Agora é hora de deixar o passado no passado e tentar aproveitar o presente.

 

Meu nome é Clear, tenho 15 anos, estou no segundo ano do ensino médio e, um fato muito importante, para não dizer o contrário, é que não tenho cidade natal. É claro que eu sei ondo eu nasci, se é isso que está perguntando. Foi em algum lugar entre Pittsburgh e Filadelfia, onde deveria ser a casa da minha vó (que já foi demolida e, agora, provavelmente é uma plantação de milho). Nunca pude chamar uma cidade de minha também pelo fato de me mudar frequentemente e nunca permanecer em um lugar por muito tempo e por não ter nada que me prenda a lugar nenhum _ a única cidade em que já voltei é Carson City, em Nevada, onde minhas primas maternas moram e em Park City, em Utah, onde minha avó paterna estava, no asilo, mas já morreu. Eu, minha mãe e meu tio (que era como um pai para mim, mas que também está morto) nos mudávamos desde que me lembro e, isso ficava acontecendo únicamente por minha culpa _por ser uma garota com graves problemas e, entre eles, ser uma provável piromaníaca com descontrole de raiva e também ser esquizofrênica pacifica (uma combinação um tanto complicada). Estudava na escola “Transition”, em Frisco, no estado Colorado, antes de vir para cá.

Quer dizer, eu nem sei porque estou reclamando dessa escola, afinal, foi eu que pedi para estudar aqui. Minha mãe foi contra, me dizendo que esse colégio não era bom por ser um internato (porque... digamos que meu histórico com internatos não seja muito bem) e que eu só sou diferente (não problemática), mas eu a contrariei, falando que eu me encaixaria melhor nessa escola e que ela poderia descansar, afinal, ela tem um emprego, ou melhor, um hobbie, que a faz viajar bastante. Tudo bem, a vida segue e eu já estou aqui, então... vamos lá.

Quando entrei no prédio, que havia as salas de aula, a direção e a enfermaria, a primeira coisa que fiz foi escutar um garoto gritando:

—As inscrições dos jogos de inverno já estão abertas então, quem quiser se inscrever, podem chegar no Albert!

Fiquei curiosa para ver o que aquilo era então me aproximei.

—Como são esses jogos?

—Escuta aqui, gatinha. Tudo isso acorre a cada 5 anos, ou seja, você está com sorte. _ “Gatinha”?! Ele estava falando sério? _Estes jogos têm 6 provas:

“A primeira prova é a do lago, precisamos achar e tirar do lago seus objetivos que ninguém sabe quais são.”

“A segunda prova é a do fogo, é uma sala que no chão tem muitas 'bocas de vulcão' e você não pode ser queimado.”

“A terceira prova é a do arco e flecha e, você, obviamente, precisa de um arco e flecha e, também, acertar o objetivo que ninguém sabe qual é.”

“Também tem a prova dos espelhos, a prova do gelo, e por último, a prova do labirinto. E aí? Se acha boa o suficiente para tudo isso, flor do campo?!”

 

Uau! Esse garoto devia ter um grave problema mental. Só pode!

Eu prometi para mim mesma que não faria nada no meu primeiro dia de aula, mas não iria deixar que aquele menino pensasse que sou fraca. Após me inscrever, o garoto problemático berrou:

—Escutem, seus fracaçados. Essa menina... _enquato ele tentava chamar atenção para mim, eu arregalei os olhos e comecei a balançar a cabeça negativamente _foi a primeira corajosa...

—Cala sua boca! _Eu sussurrei para ele ouvir.

—...a se inscrever nos jogos de inverno.

Um rápido murmuro correu no corredor como: “Quem é essa estranha?”, “Ela é uma novata. Só pode.” e, o pior de todos, “Vai precisar mais do que só uma carinha bonitinha para ganhar!”.

Depois de toda a baderna, uma mulher chamou todos os novos alunos pelo alto-falante da escola ao se encaminharem para o auditório.

Quando fui virar um corredor, bati com um garoto de olhos extremamente azuis, cabelos negros em corte padrão, sweater verde e uma calça jeans.

Ele devia estar com pressa, pois o impacto foi tão forte que me derrubou com as malas e tudo.

—Você está bem? _Ele me perguntou se levantando e esticando sua mão, mas eu só fiquei encarando-o.

—Sim. Obrigada, mas não preciso de ajuda. E eu acho que você deveria ir mais devagar, afinal, se continuar assim, vai acabar atropelando todo mundo!—Falei olhando para seus olhos ”Céu sem nuvens”.

—Mas eu estava indo devagar. Na verdade, você que estava rápida. _Ele disse um pouco confuso com minha acusação.

—Sério? Eu estava rápida? Bom... nesse caso, me desculpe. _Ele deu uma pequena risada da minha esquisitice.

—Não precisa se preocupar. Não foi culpa de ninguém. Ah, me perdoe, sou Gabriel, coordenador de atividades.

—Clear, novata insignificante.

Ele riu e ficou olhando para mim (desconfio que ele seja levemente psicopata).

—Acho que você ainda não foi para o seu dormitório. _Ele apontou para minhas malas no chão. _Quer saber onde vai ficar? _Balancei a cabeça positivamente. _Okay.

Ele tirou um papel meticulosamente dobrado quatro vezes e começou a procurar meu nome na lista.

—Eu não estou achando nenhuma Clear.

—Olha, meu nome nesta lista pode estar como Clara. _Ele olhou para mim confuso, mas abaixou seu olhar novamente para o papel e anunciou: _Encontrei. Seu chalé é o trezentos e doze.

Fixei meus olhos nos dele e continuei a conversa (só para saber onde o auditório era).

—Obrigada. E, por um acaso você sabe onde é o auditório?

Ele deu um sorriso pelo canto da boca e tentou tirar um cacho do meu rosto, mas como eu não gosto quando encostam em mim, dei um tapa forte em sua mão, que o fez abaixar imadiatamente. Ele reclamou e começou a esfregar as costas de sua mão machucada.

—Mãozinha forte, hein!

Arregalei meu olhos e pedi desculpas (eu já bati em um pessoa e me inscrevi em uma atividade e estou a menos de meia hora nesse colégio, meu recorde).

—Fique tranquila. E, quanto ao auditório, suba primeiras escadas da esquerda.

Enquanto seguia suas instruções, notei que ele era, mais ou menos, quinze centímetros maior do que eu. Isso que dá ser baixinha.

Quando cheguei ao auditório, pela primeira vez ouvi a voz do _pelo menos achava ser, segundo minha mãe_ Sr Dylan, o diretor, então ele bradou com uma voz grave :

—Alunos novos, queria falar que é muito bom estar com vocês. Meu nome é Dylan e, seus nomes já estão anexados nas listas e nos carômetros e, para saberem suas salas, perguntem para os coordenadores.

“Primeiramente, quero deixar bem claro que aqui é proibido qualquer tipo de aparelho eletrônico, INCLUSIVE celular.” Nesse momento, uma caixa foi passando de mãos em mãos, mas como não tenho nunhum, passei o objeto direto. “E, em questão aos seus dormitórios, perguntem para os alunos coordenadores de atividades que eles lhe informarão.”

Acontece, diretor, que eu já sei (não sei porque isso me faz sentir bem). Ele também falara outras coisas, mas não achei importante.

“Também queria falar que a nossa escola é muito diferente de muitas outras, pois temos muitos costumes e tradições diferentes. E também digor que vocês serão muito bem-vindos!“E terminou ordenando ”Quero falar com Clara Bads na minha sala.”

 

Sinceramente, eu ficaria euforica se isso não fosse típico, mas não pude deixar de pensar no que poderia ter feito de errado.

A caminho da diretoria, uma menina com uma camisa cinza um pouco maior que ela da banda KISS, escrito com as cores azul claro e roxo, um short azul esportivo que, por estar debaixo da blusa, ficou parecendo ser pequeno, mas, em compensação, usava uma meia listrada branca e roxa tão comprida que dava a impressão de ser meia calça, olhos verdes escuros e cabelos loiros soltos e bagunçados com sardas no nariz apareceu na minha frente e argumentou:

—O que você fez para ser chamada na sala do diretor, garota? Desculpe-me, sei que está muito chateada e um pouco frustrada por ser chamada na sala do diretor logo no primeiro dia de aula, devia ter pegado mais leve. _Tá legal, isso não é típico. Aquela menina soube que eu fui chamada pelo diretor sendo que ela nem estava nesta reunião!

—Como você sabe? _ Perguntei indignada!

—Não sei!_ Respondendo de uma forma não exata a minha pergunta.

Eu não aceito esse tipo de resposta, mas estava atrasada para ir à sala diretor, então tive que me apressar.

 

O diretor logo começou a exclamar em voz alta:

—Clara, achei que... _Não o deixei terminar para corrigi-lo.

—Na verdade, é Clear, não Clara. Ninguém me chama de Clara.

—Ok, Clear, deveria saber que sua mãe fez um afastamento da cidade por quatro meses por causa do emprego.

Fiz uma careta _afinal, ela também havia me botado aqui por que sua vida seria muito agitada e, já que eu ficaria aqui por muito pouco tempo, não me afetaria _ e questionei:

—O senhor me chamou só por isso?

—Não, Clear. É por que, já ficamos sabendo que você...

Ele fez uma pausa com um tempo razoavelmente grande.

—Que eu...?

—Que você é a única aluna novata que já esta inscrita nos jogos de inverno..._suplicou com ar de preocupação_ e você ainda tem que treinar mais um pouco se quiser se arriscar. Você ainda não está pronta.

—É claro que eu estou pronta para isto! Essa não é a única escola que possui esportes, você sabia? _Questionei sendo irônica.

—Mas esta não é igual as outras escolas, Clear._Cortou-me o diretor _ Me desculpe, mas pode acontecer... qualquer coisa. Não que tenha coisas que podem acontecer... _enquanto falava, se atrapalhava todo. _ Por que eu não calo a boca? _Ele murmurou.

—Algum problema?

Provoquei.

—A questão é: você não pode participar.

—Obrigada pela preocupação, diretor, mas eu sei me cuidar.

Repliquei caminhando em direção da porta.

—Clara...

Contextou o diretor, mas eu já havia saído.

Eu acabara de sair da sala do diretor quando ouvi algo diferente, diferente das risadinhas sarcásticas e das bobagens do terceiro ano do ensino médio. Ouvi umas batidas e alguém murmurando “não, não, não, não...”. E o som de tal parecia vir do armário dos zeladores, mas quando fui tentar abrir a porta, percebi que estava trancada.

Para mim foi simples, peguei um grampo da minha trança e abri a porta.

Quando vi a menina _que estava batendo seu cranio contra a parede de costas _, percebi que era aquela com olhos verdes de hoje de manhã.

Sentei ao lado dela, segurei a parte que estava sendo batida contra o muro, para que não se machucasse mais e interroguei:

—Qual é o seu nome? _Sei que não é a melhor coisa a se perguntar para alguém que está naquele estado, mas precisava ser cautelosa, afinal, ninguém naquela escola era normal.

Ela continuou a a tentar bater sua cabeça com os olhos fechados.

—Ei, calma. Pode me falar o que aconteceu.

—Amanda. Meu nome é Amanda.

Ela finalmente me respondeu, parou de ficar inquieta e abriu os olhos.

—Por que...

—Eu estou neste estado!? Primeiro, não é da sua conta e, segundo, eu te conheço?

—Mais ou menos. Nos encontramos hoje de manhã. Se lembra da menina com quem fez um interrogatório?

—Talvez sim, talvez não. O mundo é cheio de mistérios para serem desvendados.

Ela deu um pequeno sorriso pelo canto da boca.

—Viu, estamos nos entendendo! E, a propósito, adorei sua roupa.

Ela me encarou um tanto surpresa e, quase que no mesmo instante revirou os olhos e balançou a cabeça.

—Olha, menina, tudo bem não gostar da minha roupa, quarde isso para si mesma, mas não precisa usar ironia. Você não é a primeira pessoa e nem será a última, então, por favor, me poupe, se poupe e nos poupe. _Ela começou a se levantar e, para acertar o mal entendido, levantei também.

—Mas eu não estava sendo irônica. Sério! Eu achei sua roupa bem original. Sem contar que adoro a banda Kiss.

Ela olhou bem no fundo dos meus olhos e, depois disso, olhou para baixo, e eu me senti um pouco violada, como se minha vida inteira pudesse ser exposta para ela. Depois, levantou seu olhos e disse:

—Acredito em você.

Olhei em volta e lembrei qual era a pergunta que eu mais queria fazer.

—Então, o que faz em um armário de zeladores trancado?

Estava com uma sobrancelha levantada com um olhar curioso, na verdade, sempre tenho esses olhos.

Ela não me disse nada, levou um das mãos a testa, como se estivesse com dor de cabeça e, de repente, seus olhos começaram a mudar de cor. Primeiro ficaram azul-escuro, da cor do céu no meu pesadelo. Depois ficaram pretos, cor do capuz da garota do meu sonho. Após, ficaram vermelhos, parecido com meu sangue.

—Você teve um sonho horrível! Mas cuidado, é uma profecia.

—O que?

Eu não entendi muito bem, mas... na verdade, não entendi nada. Ela voltou a fechar os olhos e falou:

—Ah, desculpa. É que possuo uma doença rara e bem desagradavél _dando ênfase no “bem” _que faz as cores dos meus olhos mudarem. E o papo de louca que falei foi só abobrinha, caisas sem pé nem cabeça, então não ligue quando eu falar essas coisas, beleza?

—Beleza. Bem, agora eu já sai seu nome, mas você não sabe o meu. O meu nome é...

—Clear, eu já sei. _Olhei para ela com um olhar do tipo “Como raios você fez isso?”, mas ela só olhou para mim e completou: _Foi só um palpite. É que você tem cara de Clear.

—Okay, mas você não completou que eu sou Clear, uma garota que está com fome. Que tal comermos algo antes de fazermos o que quer que tenhamos que fazer?

Só da menção da palavra “comida” estampou um sorriso enorme no rosto dela.

—Tenho a impressão de que seremos grandes amigas.

Se quisessemos comer _eu não sei ela, mas EU quero e, vou comer! _teriamos que nos apressar, pois era aula de educação física e devíamos nos trocar rapidamente, já que, coincidentemente, eramos da mesma sala.

Adivinha qual era o nosso coordenador de atividades?! Gabriel!

A primeira atividade foi atletismo, que eu adorei, pois eu sou _admito _ um tanto competitiva.

Gabriel pediu para fazermos uma pista inteira e mais 100 metros de bônus.

Havia duas meninas de óculos, uma com um de grau e outra com óculos escuros , Amanda, um garoto bem alto, porém com um porte atlético e uma menina com cabelo cor de mel preso com rabo-de-cavalo frouxo, olhos negros perversos, pele bem branquinha e bochechas rosadas. Todos em um horrível uniforme cinza.

Quando Gabriel deu a largada, a “olhos negros” saiu na frente e, eu, estava em segundo lugar. Eu vi seus pés velozes com o tênis desamarrado passando pela marcação no chão. Quando estávamos lado a lado, acidentalmente pisei em seu cadarço. Nós capotamos e fomos rolando até passarmos do bônus. Enquanto eu estava sentada, esperando recuperar minhas forças para levantar, aquela menina fixou seus olhos negros em mim e gritou:

—Você fez de propósito!

—Não fiz, não.

—Espere a próxima aula de educação física. Você já era!

—Ui, que medo!

Ela não conseguiu me assustar, mas a expressão em seus olhos dizia que queria me ver morta.

Quando ela estava indo para o vestiário, Amanda me informou:

—O nome dela é Maria Eduarda. Assustadora não?!

—Não. _Disse para Amanda.

Depois, só fiquei olhando Maria subir a escada para o vestiário. De repente se ouviu uma vozinha irritantemente metida falando:

—Olá, meu nome é Patrícia, você deve ser Clear, uma das alunas novas. Você vai ser líder de torcida? Seus olhos azuis e seus cabelos ruivos ficariam perfeitos no topo da pirâmide.

—E quem te perguntou, patricinha?

Provocou Amanda.

A irritante líder de torcida, com maria-chiquinha e roupas pequenas (muito menores que o número que deveria usar) e rosas murmurou:

—Me desculpe, mas eu não quero saber o clima do seu mundo.

Eu não gostei nem um pouco do que ela dissera, mas falei educadamente:

—Me desculpe também, mas eu acho, sinceramente, que líderes de torcida como você são um bando de garotas egocêntricam e esnobes em uma ridícula roupa vulgar cor de rosa, que só ficam tentando “encorajar” os outros, mesmo que de uma maneira muito estúpida, porque não fazem nada para ajudar de verdade pessoas que não sejam semelhantes a vocês e, acho, que vocês só ficam gritando e pulando de um lado para o outro porque necessitam de um cérebro.

Amanda não conseguiu conter a risada e começou a ter um ataque de riso e pareceu ficar até sem ar.

A menina patricinhna saiu estrebuchando, com seu cabelo negro cacheado preso balançando e seus olhos castanhos quase cinza de tanta raiva.

—Menina, nós vamos ser melhores amigas! _Amanda falou, ainda roxa de tanto rir.

Pois é, meu cabelo é ruivo e com um cacheado alarmante. De vez em quando eu até gosto, mas na maioria das vezes, é desagradavel por chamar muita atenção e por ser o alvo das “piadinhas”, exemplo: cabelo de ferrugem, cabeça de cenoura e outras coisas.

 

—Clear! Minha novata insignificante favorita! Então, já sabe qual é sua sala desse horario?

Gabriel falou sorrindo ao me ver.

—Não e, é por isso mesmo que eu vim aqui.

—Ok. Clear, você fica na sala 202.

Ele disse depois de olhar uma prancheta em seus braços.

—E eu? _Amanda perguntou ansiosa.

—Você é Amanda, né?

Ele perguntou com uma certa indecisão.

—Puxa! Sabe o nome da Clear mas não sabe o meu?

Ela não falou ofendida, mas falou como se quisesse provocar.

—Me desculpe. É que eu conheci a Clear hoje e... _Ele falava como se estivesse intimidado e com vergonha e, ela, não parava de encarar ele. Ele não parecia ele mesmo.

—Não se desculpe. Algumas pessoas passam despercebidas pela multidão. Então... qual é minha sala?

—Err... 202.

—Obrigada.

Ela falou e foi indo para a sala.

—Caramba! _ Ele falou olhando para Amanda boquiaberto.

Dei uma risadinha e fui.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Quarta que vem apareço com mais um capítulo



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