Raiva escrita por anabfernandes8


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi amorecos, tudo bom? Dois dias depois e estou aqui novamente com a terceira fanfic da série Sentimentos. Dessa vez, com um casal hétero, trago aqui pra vocês o sentimento Raiva, com Sakura e Sasuke. (As outras duas ones estarão no meu perfil disponível para quem tiver interesse - Frieza, Gaara e Neji; Surpresa, Temari e Tenten)
Tive dificuldades sim para escrever essa fanfic, minha inspiração não está das melhores esses dias, mas ela ficou bem parecida com o que eu queria passar. A fanfic é do gênero Angst, Drama, não leia se não gostar desse tipo de fanfic. Também foi postada no Spirit, com o nick anabfernandes8.
Resolvi testar a fala entre aspas, em vez do famoso hífen. Já vi em várias fanfics e achei fofo. *-*
Agradeço se você já chegou até aqui, significa muito pra mim. Espero de coração que gostem da história, até as notas finais.



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Seu interior se contorcia, só de estar em pé ali. Enquanto ouvia a voz do antigo sensei, Kakashi, tentava controlar a ânsia que escalava sua garganta pouco a pouco. Esperara por aquele momento a vida toda. Mas agora que estava ali, percebeu que não estava pronta. Mas, principalmente, que não sentia a mesma coisa de sempre. Não esperava o sentimento ruim que se apoderou dela, a raiva, mas não havia mais como negá-la. Ela estava ali, presente. Talvez ela sempre estivesse estado. Desde que ele foi embora.

“... então Sasuke vai voltar para Konoha, como um ninja normal. Peço que o recebam bem, já que isso foi tudo o que sempre desejamos. Estão dispensados.” Ino vibrou ao seu lado, diante da frase do novo Hokage. Não era mistério para ninguém da vila a paixão que a loira nutrira pelo Uchiha. Não era mistério para ninguém que praticamente todas as garotas dali mantinham uma paixão platônica por ele. No entanto, Sasuke nunca tivera olhos para ninguém. Ninguém mesmo. Ela própria era loucamente apaixonada por ele há… alguns minutos atrás?

Dado o fim do comunicado, seus companheiros ficaram alvoroçados. Todos pareciam muito animados com a volta de Sasuke, nenhum deles aparentando guardar rancor ou remorso do que ele havia feito. Será se era só ela que não estava se sentindo perfeitamente bem com o retorno? Será se só ela que não conseguia esquecer tudo o que ele havia feito depois de tê-los abandonado ali? Será se só ela se lembrava que ele havia tentado matá-los? Seus próprios amigos?

Amigos pode ter sido uma palavra muito forte. Duvidava que algum dia o possuidor do Sharingan havia considerado algum deles como seus amigos. Nem sabia se ele algum dia os havia considerado como, pelo menos, companheiros. E agora estava ali, obrigada a aceitá-lo de volta na vila como se nada tivesse acontecido e tudo estivesse estado bem sempre.

Estava surpresa com todos os pensamentos que rondavam sua mente. Ela costumava amar Sasuke e a volta dele foi tudo o que ela sempre quis por vários anos. O que havia mudado agora em sua cabeça? Por que, em sua mente, aquilo era a pior coisa que poderia ter acontecido naquele momento?

Os dias se passaram calmos. A cabeça de Sakura ainda estava um turbilhão. Ela não conseguia deixar de pensar no amado, ou ex-amado, não sabia mais, principalmente porque seus amigos não paravam de falar nele. Todos estavam realmente muito animados. Parecia que finalmente tudo estava completo de novo. Mas ali, enquanto esperava os ex-companheiros de time, ela se perguntava se realmente o completo era bom.

Naruto havia convidado todos eles para comer no Ichiraku. Depois de muitas reformas, o estabelecimento havia sofrido diversas modificações e agora não era mais uma barraquinha de ramen. Era uma loja grande, com várias mesas, onde muitas pessoas iam durante a noite. Passara a ser o ponto de encontro não só de jovens, mas dos adultos e idosos também.

A Haruno arrumou os cabelos novamente, enquanto esperava Naruto, Sai, Yamato, Kakashi e ele, que acabara de adentrar o local. Sasuke havia sido o primeiro a chegar. Ele olhou em volta, o lugar estava realmente grande. Sakura não sabia se ele a havia visto, por isso levantou-se e acenou para ele, porque aquilo era o que era esperado dela e não porque queria. Assim que ele a avistou, andou em direção à ela sem nenhuma expressão.

Em todos esses anos, o único membro da família Uchiha, atualmente, havia mudado muito pouco. Claro que havia crescido bastante, bem mais do que ela ou Naruto, e que seu corpo era bem maior também, do que do garoto que ela se lembrava. Durante as poucas vezes que se viram, quando ele ainda estava ao lado do Orochimaru, ela não pôde reparar nele. Não porque não queria, mas porque estava muito preocupada com quais seriam suas atitudes.

Havia sido uma tola durante todos esses anos. Por mais que o considerasse amigo e companheiro de time, ela teve que admitir que não foi nenhuma surpresa quando ele foi em busca de mais poder, abandonando a vila da Folha. Desde que se lembrava, ele nutria esse sentimento de ódio pelo irmão mais velho, Itachi, planejando em seu interior matá-lo.

“Yo¹ Sakura.” Ele finalmente havia chegado em sua mesa, sentando-se à frente dela. Um sentimento ruim tomou novamente seu coração. Quem era ele para chegar assim, simplesmente, como se nunca tivesse ido embora? Por que ele ou todos insistiam no fato de atuar, como se nada nunca tivesse acontecido? Por quê?

“Sasuke” Foi tudo o que conseguiu pronunciar. Ela torcia com todas as suas forças para que algum outro membro chegasse, principalmente Naruto, que sabia quebrar o clima muito bem, deixando o ar mais leve. Com os dois ali, o ar estava bastante carregado. Havia muita coisa a ser dita, mas nenhum dos dois abrira a boca. Continuaram ali, sentados, em silêncio após a breve saudação.

Ayame havia vindo a mesa, em busca dos pedidos, achando aquele ser um encontro do casal. Nenhum deles pediu nada, alegando que ainda estavam esperando pessoas chegarem. A nova dona da franquia de restaurantes ficou com vergonha e saiu, sem dizer mais nada e o silêncio voltou a fazer parte daquele lugar.

“Sakura” Foi ele quem se pronunciou primeiro. Ela o olhou, pensando no porquê ele a chamara, ainda mais daquela forma. “Como está a vida em Konoha?”

A mente da mulher de olhos verdes deu pane. Sasuke Uchiha estava realmente perguntando algo assim? Ou melhor, ele estava realmente puxando assunto de livre e espontânea vontade? Alguma coisa estava errada. Ele não era assim. Ele era o tipo de pessoa que ficaria em silêncio ao seu lado mesmo que passassem o dia todo aqui. Que bufaria uma vez ou outra apenas pela forma ruidosa de respirar dela. Que suspiraria de tédio se ela comentasse uma coisa qualquer ou tentasse puxar um assunto. Que era todo monossilábico e fechado. Se era assim, então quem era o homem que estava à sua frente?

“Bem, hãn, tudo bem. A vida está boa” Também não se reconhecia. Não costumava falar tão pouco. Geralmente, se a perguntassem algo assim, ela ficaria falando o dia todo. Como estava adorando seu trabalho de médica no hospital, como os amigos eram gentis e haviam se aproximado ainda mais depois da guerra, mesmo com algumas perdas dolorosas como a de Neji, que estava animada com os casais que começaram a se formar ali, alguns muito inusitados como Sai e Ino, que, para ela, não tinham nada a ver um com o outro; outros já esperados como Naruto e Hinata, onde o loiro finalmente havia se tocado de que a Hyuuga gostava dele. A vida estava sim muito boa, tinha muito a contar.

Mas não conseguiu continuar a frase. Não queria estar ali com Sasuke, naquela situação constrangedora. Na verdade, não queria estar ali com ele em qualquer situação. Não conseguia perdoá-lo pelo que ele tinha feito e já não sentia mais o mesmo por ele. Seus sentimentos haviam mudado da água para o vinho, do bom para o ruim.

“Só isso?” Ele deu uma risada baixa, o que a fez fechar sua expressão. Naquele hora, como estavam, ele realmente estava rindo? Ele podia rir depois de todas as pessoas que havia magoado, sem o menor pingo de culpa? Será que ele conseguia, também, encostar a cabeça no travesseiro a noite sem pensar em tudo o que causou às pessoas ao seu redor? Ela quis socá-lo. “Bem, que bom que está tudo bem. Ainda não sei o que vou fazer, mas o primeiro passo será reconstruir meu clã.”

Que bom que estava tudo bem? Ele podia ir se foder com sua falsa cordialidade.

“Sakura, Sasuke, desculpem a demora.” Ela se virou para ver quem havia chegado. Seu interior agradecia a Kami pelo ato, pois estava prestes a arrumar uma briga com Sasuke, ali mesmo. Sua raiva estava tão grande pelo Uchiha, crescendo a cada palavra que ele pronunciava ou a cada expressão que fazia. Era Naruto, com Hinata ao seu lado. Ela se surpreendeu ao ver o kunoichi de olhos perolados. Não havia passado por sua cabeça que ele iria levá-la para a reunião do ex-time. Não que não quisesse a presença dela ali, mas apenas porque… Decidiu deixar pra lá.

Os recém chegados se acomodaram na mesa, juntamente com eles. Hinata os cumprimentou com timidez e ela respondeu gentil. Naruto estava visivelmente muito animado com a volta do amigo, tanto que sentou-se ao seu lado, começando uma conversa aleatória que ela não conseguiu acompanhar. Não tinha muitos assuntos com o que conversar com a outra mulher, por isso Sakura resolveu ficar calada.

“Infelizmente o Kakashi-sensei não vai poder vir. Nos encontramos com ele no meio do caminho e ele disse que está muito atarefado com as tarefas de Hokage, mas que vai fazer uma visitinha para o Sasuke em breve. Todos sabemos como ele é rabugento, deve estar estressado com o trabalho. Ficamos muito felizes com a sua volta, Sasuke, principalmente a Sakura-chan…” O Uzumaki ainda continuava a tagarelar, mas o Uchiha olhou para Sakura naquele momento. Ela não esperava que o amigo loiro falasse algo assim na frente dele, mas não era mentira. Ela havia sim sofrido muito com a partida dele, e ainda sofria até alguns dias atrás. No entanto, agora, tudo o que ela queria era distância do outro. Não queria que ele a olhasse, nem nada do tipo, nem que se aproximasse dela. Não queria contato com ele. Só queria ir para casa, deitar em sua cama. Era pedir demais?

“Naruto…” ela o advertiu, a expressão dura. Ia começar a falar umas poucas e boas para ele quando uma voz divertida e alegre soou atrás de si.

“Ah, aqui estão vocês! Desculpem o atraso, eu demorei a me arrumar. Espero que não tenham esperado tanto.” Era Ino. Não ficou surpreendida, não como ao ver Hinata. Sai e Ino já estavam totalmente assumidos para todos, ao contrário do outro casal. Mas, ao mesmo tempo, não esperava que o companheiro dos desenhos fosse, também, levar a nova namorada. Sua única esperança, agora, era Yamato. Mas, mesmo essa, foi despedaçada.

“Yamato disse que não vai poder vir por causa de alguma missão que Kakashi arrumou para ele no momento.” O mundo só podia estar de brincadeira com ela. Não só Kakashi não viria, como o outro sensei também não. E agora ela estava ali sobrando com dois casais e Sasuke. Poderia ficar pior?

Depois de todos acomodados, Ayame voltou novamente para recolher os pedidos. Todos escolheram o que queriam e Ino, ao seu lado, puxou um assunto com ela e Hinata. A amiga parecia estar bastante feliz com o namorado, ela contava tudo o que eles haviam feito até agora e como era seu relacionamento. Hinata corava a cada frase da loira. Sakura riu em alguns momentos, o clima leve a envolvendo. Havia até esquecido uma presença indesejada em sua mesa. Até que fizeram questão de lembrá-la.

“Sakura-chan, você devia levar o Sasuke para dar uma volta na vila. Tudo mudou bastante desde que ele saiu.” O loiro disse, um sorriso malicioso no rosto, enquanto cutucava o amigo moreno ao seu lado de uma forma sugestiva. A frase em si não a incomodara, sabia que Naruto era bem idiota e que falaria aquele tipo de coisas, mas o que a deixou enfurecida foi o sorrisinho que brotou em Sasuke. O Sasuke Uchiha que conhecia nunca sorriria daquela forma perante aquela frase, como se até mesmo quisesse que ela o levasse para dar uma volta. Foi a gota que precisava para explodir sua raiva.

“Por que todos estão sendo assim?” Ela se levantou, berrando sem nenhum pudor. Os olhos dos amigos se arregalaram, não esperando aquela atitude da mulher de cabelos róseos. Mas ela já estava de saco cheio de todo o fingimento, como se ela fosse a única que soubesse o que realmente havia acontecido. Estava cansada. “Por que ninguém aqui admite que Sasuke magoou todo mundo? Ele foi embora por motivos puramente egoístas, não se importando nenhum pouco com quem deixava para trás. Todos nós sofremos tanto, indo atrás dele e esperando que magicamente sua cabeça voltasse ao lugar e ele voltasse para nós. E aí, de repente, depois de todas as coisas horríveis que ele fez, ele volta e todo mundo age como se ele nunca tivesse ido embora. Por que todos vocês o perdoaram tão facilmente? Por que eu sou a única que não consegue esquecer?”

“Sakura…” Era a voz de Ino, ao fundo, mas ela quase não escutava. Porque havia se virado e andado para fora do restaurante. Iria para casa. Estava farta de todo o teatro de que todos estavam participando.

Não andou muito, como planejava. Alguns passos depois, ainda perto do Ichiraku, uma voz a fez parar de caminhar. Ela congelou em seu lugar, após virar-se para a voz que nunca havia esperado ouvir naquela situação. Era Sasuke, ali, a poucos metros de distância dela. Surpreendeu-se. Por que ele estava ali? Por que havia ido atrás dela? Não compreendia.

“Por quê?” Ele perguntou, a expressão serena enquanto a olhava com seus olhos ônix calmos. Se encararam, ela completamente confusa tanto com sua atitude quanto com suas palavras. O que ele estava querendo dizer? “Por que você não consegue esquecer?”

“Sério?” Ela soltou, dando um bufo/risada histérico aos seus ouvidos. As palavras fluíram de sua boca como se ela não tivesse controle sobre o que falava. “Você não pode voltar e achar que está tudo bem, que todo mundo vai esquecer o que você fez no passado. As pessoas têm memória e sentimentos, sabe. Não temos pedras de gelo no lugar dos nossos corações. Somos humanos.”

“Nunca disse que não eram. Estou ciente de todas as coisas que fiz e é por isso que estou aqui hoje, eu me arrependi e vim me redimir. Eles me aceitaram. Qual é o seu problema?”

“Qual é o seu problema!” Sakura estava berrando sem perceber, no meio da rua. Por sorte, eles estavam sozinhos ali, sem ninguém por perto para presenciar a cena. Nenhum dos amigos havia saído, também, para ver o desfecho da discussão. “Um pedido de desculpas não resolve as coisas. Você não quebra um copo e cola os pedaços de volta como se estivesse tudo bem! Qual parte disso você não consegue entender?”

O Uchiha ficou silencioso. A expressão não mudara, ele não havia se alterado como ela. Até mesmo nisso o maldito era perfeito. Nunca se permitiria se exaltar desse jeito patético.

“As pessoas precisam de tempo, Sasuke. Eu preciso de tempo, e esse tempo significa ficar longe de você. Até que eu consiga perdoá-lo pelo que fez.”

“Não consegue me perdoar agora? Eu gostaria de reconstruir meu clã o mais rápido possível… com você.” Estava certamente ficando louca. Ele havia dito mesmo aquelas palavras? A raiva foi substituída pelo choque. E então, em fúria. Sua mente estava uma bagunça, de tal forma que ela não conseguia pensar. E muito menos tinha força para filtrar suas palavras.

“Você só pode estar brincando. Você tem que estar brincando. Ouviu o que disse? Quer reconstruir seu clã comigo? Este é mesmo você?”

“Por que está surpresa?” O fato de ele não elevar a voz deixou-a ainda mais chateada com a situação. A Haruno tremia, apertando suas mãos e machucando a palma delas com as unhas afiadas, tentando se controlar para não partir para cima do homem à sua frente. Estava possessa de uma forma que nunca havia ficado na vida.

“Eu gostei de você por longos e longos anos. Eu estava aqui quando você foi embora, eu implorei para que não fosse, mas você não me deu ouvidos. Eu fui atrás de você em todas as oportunidades que tive, mesmo quando eu não estava emocionalmente bem para isso. E você tentou me matar uma vez. Mesmo assim, eu continuei esperando, sofrendo, sozinha enquanto você corria cegamente atrás de um ódio desnecessário. E então de repente você volta e diz que quer que eu seja… o quê? Você gosta de mim agora?”

“Eu gosto. Eu gosto de você e quero que seja a mãe dos meus filhos” Ela deu um passo atrás, uma ferida atingindo seu coração. As palavras que tanto desejara ouvir durante todos esses anos estavam ali, cruas na sua frente. Lágrimas brotaram em seus olhos. Sua mente era um turbilhão de emoções e sentimentos, todos juntos e embolados tanto que ela não sabia onde começava um e terminava outro.

“Sasuke....” Toda a sua raiva se transformou em angústia. Chorou abundantemente, em frente ao ex amado, não conseguindo se controlar. Ele com certeza a achava totalmente louca. Mas tudo bem. Naquele momento estava mesmo se sentindo louca.

“Sakura....” Não sabia como, mas de repente ele estava em frente a ela, segurando em seus ombros. Ela se afastou por reflexo, como se tivesse sido eletrocutada. Quando voltou o olhar para ele, não viu tristeza em seus olhos negros. Tudo o que viu foi determinação. Ele estava determinado a conseguí-la. Mas ela não sabia se estava pronta pra aquilo. “Me dê uma chance.”

Ele estava pedindo uma chance? Sasuke Uchiha estava mesmo à sua frente implorando alguma coisa à ela? Era real? Chorou ainda mais. Estava totalmente confusa com toda a situação, com ele, com o mundo, com si mesma.

“Não. Desculpa, não agora, eu não posso. Eu não… eu não consigo, Sasuke. Não com tudo tão recente. Eu não posso largar toda a minha vida, não posso me largar pra viver você. Eu preciso de um tempo.” Atropelou as palavras, jogando para fora tudo o que estava em seu coração naquele momento. Não conseguiria mesmo, era verdade. Não com toda a raiva e a mágoa que estavam acumuladas em seu peito.

“Tudo bem. Tome o seu tempo.” Foi tudo o que ele disse. Ela se sentiu péssima naquele momento, olhando o rosto dele. Percebeu um mínimo de sentimento, de tristeza, mas foi um momento rápido. Se sentiu mal por isso, mas precisava pensar em si mesma naquele momento. E também, não fazia sentido ficar com ele se não o amava completamente. Ela não era esse tipo de pessoa. Não a que precisava desesperadamente de alguém para completá-la.

“Vou pra casa. Estou cansada.”

“Boa noite, Sakura.” Ela se virou antes que tivesse tempo de se arrepender de sua decisão. Ainda havia algo ali, bem no fundo, um restinho de seu amor pelo moreno. Queria desenvolver esse sentimento novamente, mas precisava fazê-lo do jeito certo. Não construir um caminho em cima do ódio que provavelmente se despedaçaria no futuro. O próprio Sasuke já havia feito dessa forma e percebera que não daria certo. Não iria pelo mesmo trajeto que ele.

Começou a andar. Olhou para cima, era uma noite cheia de estrelas. Lágrimas ainda escorriam pelo seu rosto, em um fluxo menor e mais lentamente. Já se sentia mais calma e controlada. Tomara a decisão certa. A raiva que ainda habitava seu coração de uma forma sombria. Ela precisava se livrar dela antes que pudesse começar qualquer coisa. E isso levava tempo. Tempo que, agora, ela tinha de sobra. Aquilo não era um adeus total. Era um "até logo".

~Significados: ¹Cumprimento japonês, que tem o mesmo significado de "oi" ou "olá".~


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Notas finais do capítulo

Bem, aí está. Qualquer comentário (críticas, sugestões, elogios, erros, estado de espírito) é bem vindo. Lerei e responderei a todos. Agradeço a todos que leram e vieram até o fim. Muito obrigada por tudo! E até a próxima fanfic. ♥
Beijos.



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