Rose sentou, encabuladí­ssima.

Em mãos, um uísque de fogo.

Em seus ombros, um casaco muito maior que o seu tamanho.

Em seus olhos, lágrimas.

Achava que iria morrer sem sua garota, sem os cabelos sendo a primeira coisa que vê ao acordar.

Mas pelo que sabia, era uma mentira que seu coração tentava dizer para manipular sua mente.

Prendeu um soluço, a música alta fazendo-a balançar a cabeça, mesmo sem estar no clima.

As pessoas desconhecidas a encararam; Rose respirou fundo e jogou o casaco cheiroso dela no bar, com descaso.

Abriu seu coração para eles, deixou a música a levar como se nunca havia sido livre. Ficou ali até o sol nascer, deixando a música aquecer seu corpo como mil incêndios.

Deixou a batida carregar suas lágrimas enquanto caem, com um pouco de fé, suas lágrimas se transformaram em êxtase.

Nada de choro na boate! Pensava balançando a cabeça, sorrindo, já com a bebida escorrendo pelas veias. Dançou até os pés incharem, pedindo para que ela parasse.

Quando chegou em casa, riu alto, retirando os saltos com dificuldade. Seus primos, que tomavam café a encararam em choque. Rose apenas rolou os olhos ao encontra-la, sentada ali, abismada com suas ações.

"O que foi?!" Gritou furiosa, as bochechas ficando vermelhas. Os olhos arderam novamente ao vê-la ali, calma e arrumada, linda, enquanto estava naquele estado deplorável.

Nem os deu tempo de responder, subiu para seu quarto, a cabeça girando, o rosto marcado pelas lágrimas agora secas.

Caiu na cama e começou a gritar contra o travesseiro, controlando a vontade de chorar.

Lembre-se: nada de choro na boate, e em casa também!