Eu Amo Te Odiar escrita por Harper Queen


Capítulo 12
Após a tempestade...


Notas iniciais do capítulo

Olá galerinha! Mais um capítulo fresquinho para vocês.

Percebi no último capítulo muitos comentários negativos sobre como o capítulo anterior terminou. Mas vocês precisam entender que nem sempre vamos ter capítulo em um mar de rosas. Coisas como essas são necessárias para o desenvolvimento da história, maaas fico feliz que tenha falado as suas opniões. Muito obrigada mesmo assim.

Sem mais delongas, nos vemos lá embaixo. Boa leitura :)



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Felicity Smoak:

Barulho.

Muito barulho.

Sirenes.

Dor.

Tento abrir os olhos repetidamente, mas meu corpo não reage e a dor se intensifica com o esforço. Tento decifrar tudo que está a minha volta e uso toda a força que consigo e abro devagar apenas para gemer em desagrado quando é incidida uma luz nos meus olhos e uma mulher tentando falar comigo. As sirenes apitando a todo o momento faz com que a capacidade de ouvir a mulher seja quase nula, além de fazer minha cabeça querer explodir pelo barulho. Tento focar no rosto dela, mas lembro que estou sem óculos e a lente de contato já deve ter sido tirada dos meus olhos e me desespero. Tento respirar fundo para me acalmar e sinto uma dor insuportável no meu lado esquerdo. Mordo meu lábio inferior tentando segurar as lágrimas com a pontada aguda me fazendo respirar descompassada. Percebo o a máscara de oxigênio sendo colocada no meu rosto e tento me acalmar em meio às lágrimas. Sinto levantarem meu corpo do chão e olho para o lado para ver que estou em uma maca que ficou mais alta para transportarem. As sirenes continuam à todo vapor e eu fecho os olhos pedindo silenciosamente que a dor na cabeça pare de uma vez quando tudo se registra nos meus pensamentos.

Oliver.

O acidente.

Abro os olhos desesperadamente procurando-o em todos os lugares, mas com a vista turva em meio à lagrimas e ao desfoque não consigo ver muita coisa e começo a soluçar pensando como e onde ele está. Tento virar a cabeça para o lado, mas não consigo e vislumbro um colar cervical impedindo de me mexer e eu entro em pânico tentando me balançar a todo custo gritando ou pelo menos tentando falar o nome dele. Ele tem que estar bem.

A mesma mulher vem em minha direção e eu tento falar algo, mas o choro e o soluço saem mais audíveis quando vejo outra maca ser levantada e meu coração para ao ver quem é.

“Oliver!!” grito o mais alto que consigo e tento me levantar da maca esquecendo completamente todas as dores do meu corpo, mas a mulher me segura e passa a mão em meus cabelos.

“Senhora você precisa se acalmar.” ouço sua voz longe enquanto minha atenção está apenas nele e as lágrimas rolam soltas ao vê-lo inconsciente. Ele parece tão frágil em meio a aparelhos para transportá-lo e eu continuo gritando seu nome desesperadamente. A mulher percebe minha atenção e me força a olhá-la segurando ambas as mãos no meu rosto.

“É sobre ele? Você quer ficar perto?” ela pergunta e eu balanço a cabeça apenas para a dor tornar-se ainda pior, mas tento disfarçar na presença dela.

“Escute, eu vou mover sua maca para perto dele até que ele seja estabilizado e encaminharmos para o hospital. Mas você precisa se acalmar, o dano na sua cabeça e nas costelas já foram detectados, então não podem agravá-los ok?” pergunta e eu aceno que sim. Ela leva a maca até alguns centímetros da dele e ofego quando olho para o seu rosto. Ele tem muito sangue no lado esquerdo da cabeça e muitos dos estilhaços do vidro ainda estão no seu lado. Olho para o seu corpo coberto de machucados roxos ao longo do braço e do rosto e começo a chorar compulsivamente fazendo a dor voltar quase que instantaneamente.

Movo minha mão ao máximo que consigo e agarro a sua mão entrelaçando nossos dedos como se a minha vida dependesse disso. Observo a sua constante respiração e me apego a isso, mas sinto meu coração se quebrar ao vê-lo assim e não poder fazer nada. Me sinto mais que impotente.

Traço padrões na costa de sua mão com o meu polegar pedindo que tudo fique bem e tento me acalmar com o seu toque. Isso sempre funciona.

Vejo a pessoa que estava o examinando chamar os outros e começarem a recolher tudo apressadamente quando o pânico me domina. O que aconteceu? Ele está bem?

Tento respirar fundo quando me movo de lado tirando a fita que me prendia para verificá-lo e me arrependo na mesma hora quando sinto uma dor maçante e o ar me falta como se meu lado tivesse levado 20 facadas e grito de dor atraindo atenção de todos. Sinto meu corpo começar a fraquejar e minha maca se afastar rapidamente da dele quando nossas mão se separam e perco a consciência.

(...)

Bipes constantes quebram um silêncio que se instalou em minha consciência e aos poucos vou entendendo que não estou mais na estrada e sim em quarto. Em um hospital.

Abro meus olhos lentamente e solto um suspiro de alívio quando sinto que a minha cabeça não dói tanto como antes e abro meus olhos por completo observando a grande sala e os constantes bipes no monitor e percebo que já posso movimentar meu pescoço. Graças!

Meus olhos vão escaneando cada detalhe da sala e minha inspeção para quando observo a pequena pessoa de cabelos castanhos toda desajeitada na cadeira. A sorte é que Thea é pequena, se não ela estaria com uma bela dor nas costas. Chamo seu nome baixinho, mas ela não escuta e continua seu ronco me fazendo rir. Sinto uma pontada desagradável nas minhas costelas e percebo que ainda não estou 100% ou uma pequena lição por ter rido do estado dela.

“Thea...” falo de novo e ela apenas resmunga.

“Theaaa!!” grito e ela levanta em um pulo da cadeira com os olhos arregalados quando ela percebe que sou eu.

“Meu Deus, Felicity! Você acordou!!! Está com dor? Quer que eu chame um médico? Você está com sede? Você sabe quem eu sou? Por favor diga que se lembra de mim!” ela diz apavorada.

“É claro que lembro de você, maluquinha. Só queria te acordar, aí como eu estava te chamando baixinho e não houve resposta, resolvi gritar.” me defendo e ela senta ao meu lado na cama.

“Que bom que você acordou, Lis. Eu fiquei com tanto medo.” ela diz me abraçando e eu me agarro à ela quando sinto novamente a pontada e murmuro de dor.

“Ai meu Deus eu te machuquei?” ela diz em pânico.

“Não, era só a posição.” falo disfarçando a dor na frente dela e ela estreita o olhar para mim em descrença.

“Não minta para mim, você está com dor.” ela diz.

“Só quando me movo.” falo e logo arregalo os olhos quando uma pessoa vem à minha frente.

“Thea... e Oliver?” pergunto em pânico e o monitor começa a soar mais frenético tornando-se incrivelmente rápido.

“Ei calma. Ele está bem. Eu não sei te explicar o que tiveram que fazer, mas ele está bem. Só estamos esperando ele acordar como você.” ela diz suavemente.

“E onde ele está? Quero dizer, quem está com ele?” pergunto.

“Ele está em um outro quarto. Minha mãe está com ele. Eu estava com ele ontem e hoje resolvi ficar com você.” ela diz levantando e indo pegar algo na mesa.

“Olhe, Mavi veio mais cedo e trouxe um desenho para você. Ela disse que isso iria fazer você acordar logo...e bem ela estava certa.” Thea diz sorrindo.

“Meu bebê, Thea... Como ela está? Quem está com ela?” pergunto me desesperando.

“Calma Felicity, hoje é dia do Tommy. Ela está bem. Claro, a gente teve que explicar que você estava muito cansada e teve que dormir por um tempinho. Então ela entendeu tudo e vem te visitar pela manhã.” ela diz e eu sorrio para o desenho da minha pequena. Como estou com saudades dela!

“A bela adormecida despertou!” ouço uma voz vindo da porta e sorrio ao ver minha doutora favorita. Franzo o cenho quando noto que ela está de jaleco.

“Por que você está de jaleco? Achei que só começaria no hospital em 3 dias.” falo.

“Bem... já se passaram 3 dias.” ela diz e eu abro a boca descrente.

“Eu fiquei desacordada por 3 dias?” pergunto incrédula e ela assente.

“Suas fraturas não foram tão graves, mas graças à sua brilhante ideia de se retirar da maca no local do acidente complicou as lesões.” ela diz severa.

“Você o quê?” Thea diz cruzando os braços.

“Desculpe, mas eu precisava ver o Oliver. Todos começaram a se apressar depois de irem verificá-lo e eu não sabia o que fazer. E nem estava doendo tanto.” minto a última parte e Cait cruza os braços em descrença.

“Você teve duas costelas quebradas e uma concussão séria, Felicity. Você bateu a cabeça muito forte na lateral do carro e estávamos com medo da sua inconsciência prejudicar a nossa verificação de que estava bem. Fora os cortes no corpo e no rosto por causa do vidro do carro. Além de que achamos que a sua pequena inclinação possa ter feito com que uma das pontas de uma das costelas cutucasse algum órgão e causar danos mais graves. E você vem me dizer que não estava doendo?” ela diz cerrando os olhos e eu toco no rosto para sentir uma bandagem perto da sobrancelha e alguns cortes no queixo que eu nem sabia que tinha.

“Ok estava doendo muito. Mas eu precisava ver como ele estava, eu não podia chegar mais perto então eu fiz isso. Desculpa...” murmuro olhando para as duas.

“Só você mesmo pra me aprontar uma dessa. Fiquei realmente preocupada quando recebi a ligação da Thea.” ela diz.

“Espera um pouco... como vocês se conhecem?” pergunto.

“O hospital me ligou, já que sou o seu contato de emergência. E logo em seguida eu liguei para o Tommy para falar.” Thea diz e eu franzo o cenho.

“E onde você entra em tudo isso?” pergunto para Cait.

“Ele estava no apartamento comigo e com a Mavi.” ela diz e eu levanto uma sobrancelha sugestiva para ela.

“Nem vem, Felicity. Já cortei as asinhas do folgado que vocês chamam de amigo quando ele sugeriu que a gente brincasse de médico.” ela diz revirando os olhos e Thea e eu começamos a rir, mas logo me arrependo quando sinto a dor no lado.

“Ow, não me faça rir. Isso ainda dói.” falo estremecendo um pouco.

“Vou pôr mais uma dosagem de algo para suas costelas.” ela diz mexendo no meu IV.

“Não, ainda não. Preciso ver o Oliver.” falo tentando me levantar, mas Thea e Cait bloqueiam a passagem.

“Negativo, você acabou de acordar e embora esteja aparentemente bem, isso necessita de recuperação...” Cait diz.

“Com bastante repouso, ou seja, sem levantar...” Thea completa a frase da outra.

“Vocês estão até completando a frase uma da outra! Tem certeza que eu dormi por três dias e não por três anos?” pergunto bufando e as duas permanecem irredutíveis.

 “Eu prometo que assim que terminar de vê-lo eu vou ficar em repouso. Eu só preciso ver que ele está bem... por favor.” digo e as imagens dele desacordado voltam à minha mente.

“Certo, mas nada de fazer muito esforço. Vou mandar trazer uma cadeira de rodas.” Cait diz e eu sorrio.

“Então já que vocês vão lá que eu vou levar minha mãe para comer alguma coisa. Ela deve estar cansada.” ela diz e eu concordo.

“Vamos apressadinha.” Cait diz com a cadeira de rodas e um enfermeiro logo atrás. Ele vem até mim e com todo cuidado me carrega e coloca na cadeira com o menos de dor possível. Ele sorri para mim assim que termina e eu agradeço quando Cait vem empurrando. Logo paramos em frente a um quarto e eu suspiro de nervosismo quando ela abre a porta e entramos para dar de cara com uma Moira ao lado da cama dele. Ela percebe a nossa presença e se levanta com um olhar até mim.

“Senhorita Smoak, fico satisfeita ao ver que está bem.” ela diz com um pequeno olhar de preocupação tocando no meu ombro que faz com que eu dê um pequeno sorriso.

“Eh... hum... obrigada...” falo e ela assente.

“Sinto muito pelo acidente... quando eu soube fiquei devastada. Meu lindo menino parecia tão frágil... Mas eu não entendo, vocês não viram o carro aparecer?” pergunta.

“Eu o vi no último segundo antes de colidir. O carro estava fora da pista, foi muito estranho, quero dizer, que carro ficaria ali para bater em outro?” digo pensativa.

“Eu vou falar com o detetive Lance para avisar que você acordou e logo ele virá aqui.” ela diz e eu assinto.

“Mãe venha comigo até a lanchonete do hospital, precisamos comer algo.” Thea diz.

“E Oliver?” Moira pergunta e sinto minhas bochechas corarem.

“Eu... vim vê-lo, quero dizer, se estiver tudo bem. Eu queria ficar com ele, e não ficar ficar de estar junto ou namorando porque não estamos, e sim ficar no sentido de acompanhar. O que você teria entendido se eu não estivesse balbuciando para piorar as coisas e ficar ainda mais com vergonha...” falo mordendo o lábio inferior. Ela dá um pequeno sorriso, mas logo apaga voltando à sua expressão anterior.

“Certo, mas não demoro a voltar.” ela diz saindo e Thea a acompanha.

“Eu amo essa mulher!” Cait diz admirada e eu franzo o cenho para ela. “O que foi? Ela com essa pose de literalmente uma Queen do século 16 me faz querer um autógrafo.” Cait diz admirada quando minha atenção se prende na pessoa deitada na cama.

Cait aproxima a cadeira da cama dele e sinto meu coração derreter ao vê-lo assim. Oliver costuma estar tão ativo e cheio de força, que ver ele deitado inconsciente e tão vulnerável me faz querer entrar nos seus braços e não sair de lá.

“Cait me ajuda.” falo tentando sair da cadeira de rodas para sentar na cama dele.

“Negativo, Felicity. Você ainda está machucada.” diz.

“Caitlin Catherine Snow, me ajude a subir nessa cama ou vou subir do meu jeito e acabar me machucando mais.” falo a encarando.

“Não fale meu nome do meio alto!” ela diz vindo me ajudar e eu sorrio vitoriosa. Cait detesta o nome do meio!

Ela apoia o meu braço nos seus ombros para tentar pegar apoio e me senta na cama com um pequeno murmuro de dor que escapou dos meus lábios.

“Felicity...” ela começa.

“Estou bem.” falo me ajustando na cama e encaro mais de perto o seu rosto machucado. Toco suavemente no seu rosto analisando desde sua barba até seu cabelo me confortando e suspiro ao notar muito dos seus machucados. Meu dedos torneiam a bandagem branca que rodeia a sua cabeça e os diversos arranhões na face que eu suponho ser dos estilhaços vidro. Entrelaço nossas mãos deixando um beijo demorado na sua mão e sinto as lágrimas começarem a saírem e aperto ainda mais sua mão na minha como se a qualquer momento ele fosse se separar de mim igual quando estávamos na estrada.

“Ele só está dormindo, Felicity.” Cait diz suavemente atrás de mim.

“Eu sei... é só que... ele parece tão machucado... E eu só queria que ele estivesse bem.” falo entre lágrimas. “É por isso que você precisa acordar. Eu preciso de você... Eu só preciso que desperte Oliver. Por favor...” digo colocando sua mão entre as minhas e aproveito seu toque fechando meus olhos e me reconforto com o seu calor. Isso sempre me acalma.

Sinto um aperto forte em minhas mãos e abro os olhos abruptamente para vê-lo tentando abrir os olhos com um pequeno sorriso nos lábios.

“Oliver...” falo, mas sai apenas como um sussurro. Ele abre os olhos completamente e sorri ainda mais e eu não tenho mais o controle das minhas lágrimas.

“Hey, como você está?” pergunto sorrindo tocando seu rosto.

 “Cansado, mas acho que isso é efeito dos remédios.” ele diz suavemente, mas sua expressão muda drasticamente se tornando preocupada quando ele finalmente foca em mim.

“Felicity...” ele diz tocando meu rosto examinando cada detalhe. Acho que ele finalmente registrou que o acidente aconteceu mesmo.

“Estou bem.” falo, mas sua expressão não muda e seu olhar sai do meu rosto para o resto do corpo procurando ferimentos e sinto ele ficar tenso  de raiva ao ver alguns cortes e contusões do meu rosto e corpo.

“Hey, eu estou bem.” falo me inclinando mais para segurar seu rosto entre minhas mãos mas sinto aquela dor aguda e o murmuro de dor escapa dos meus lábios.

“O que aconteceu? Você está bem? Se machucou?” ele diz com os olhos arregalados.

“Ela é uma teimosa que veio te ver, mesmo estando em recuperação.” Cait diz  indo verificá-lo.

“Felicity...” Oliver protesta.

“Eu posso aguentar. Eu só precisava te ver, você não tem noção do quanto eu fiquei desesperada, Oliver. Então nada de me repreender. Eu já falei pra Cait que vou descansar, mas antes queria te ver.” digo suplicante e sua expressão suaviza  apertando minha mão.

“Bem, você lembra do acidente, certo Oliver?” Caitlin pergunta testando a luz em seus olhos.

“Só me lembro de quando Felicity gritou que um carro vinha em nossa direção e em seguida o impacto. Depois não lembro de mais nada.”ele diz e posso sentir a sua tensão ao lembrar.

“Você sofreu um baque na cabeça um tanto preocupante. Achamos o sangue acumulado na cabeça fosse resultado do baque, mas foram apenas os vidros que ainda estavam no local. Porém logo que os paramédicos lhe trouxeram nos relataram sobre o trauma na cabeça e até cogitamos te colocar em coma induzido, mas a sua recuperação foi bem rápida então deixamos seu corpo se recuperar do jeito natural, afinal não queríamos piorar o seu estado. Então foi apenas uma questão de tempo até que você acordasse e coincidência ou não, vocês acordaram no mesmo dia.” Cait diz e Oliver levanta uma sobrancelha para mim.

“Você acordou hoje?” pergunta surpreso.

“Um pouquinho.” falo fazendo bico.

“E você está se movendo pra cima e pra baixo horas depois de acordar!” ele diz exasperado.

“Na verdade foram alguns minutos.” Cait diz e eu abro a boca descrente.

“Cait!!” falo incrédula e ela dá de ombros.

“Felicity você precisa de repouso, volte pro seu quarto.” ele diz suplicante.

“Você está me expulsando, senhor Queen?” pergunto com uma pitada de diversão.

“Você precisa se recuperar! Não acha que se eu pudesse fazer você deitar aqui comigo eu não faria?” ele fala e no mesmo instante os seus olhos se abrem com uma ideia do que ele falou. Ele começa a se mover para o lado e eu franzo o cenho.

“Vem, deite.” ele diz em um sussurro não querendo chamar atenção da Cait, que estava de costas analisando algo. Eu olho por um instante para ela antes de começar a me mover com cuidado e me encaixo perfeitamente nos seus braços com um suspiro de satisfação.

“Epa epa, o que os dois pensam que estão fazendo?” Cait diz se virando para gente com um olhar reprovador.

“Eu ia repousar...” falo sínica.

“Em cima do Oliver?” ela diz sugestiva e eu coro como nunca.

“Qual o problema?” Oliver fala e começo a rir ao perceber que estamos parecendo crianças.

“O problema é que duas pessoas não podem dividir a mesma cama do hospital, senhores.” ela diz cruzando os braços.

“A menos que a cama seja usada para outra coisa!” escutamos uma voz conhecida na porta e eu sorrio ao ver quem é.

“Quem te deixou entrar?” Cait pergunta e a atenção de Tommy se volta para ela com um sorriso.

“Oi para você também, doutora! Eu vim ver meus amigos na verdade, mas se você quiser poderíamos ir ao um local privado pra me ensinar como duas pessoas podem caber em uma cama de hospital!” ele diz sorrindo malicioso e Oliver e eu nos contemos para não rir enquanto Cait bufa.

“É bom tem ver, amigo.” Oliver diz apertando a mão dele.

“É só isso? Você quase morre e tudo o que tem pra me dizer ‘é bom te ver’? Eu achei que iria te encontrar todo cheio de aparelhos estando no último suspiro de vida ao invés de estar dividindo uma cama com uma loira sexy. E você Smoak, parece estar bem também né!” Tommy diz bufando.

“É uma questão de necessidade, Oliver e Cait querem que eu tenha repouso, e é isso que estou fazendo.” falo.

“Na cama dele.... humm safadinha.” ele diz rindo e eu coro.

“Quem é safadinha?” Thea diz entrando com a sua mãe quando eu congelo.

SANTO HARRY POTTER! EU ESQUECI QUE A QUEEN MASTER ESTARIA AQUI. CADÊ UM BURACO PRA SE ENTERRAR QUANDO SE PRECISA DELE!

“A Felicity.” Tommy diz e eu arregalo os olhos.

QUEM VAI PRECISAR DE HOSPITAL HOJE VAI SER O TOMMY SE NÃO CALAR ESSA BOCA!

“Oh Oliver você está acordado!” Moira vem até ele e dá um abraço reconfortante. Thea vem correndo e por trás da mãe  o abraça também. Tommy vendo a cena também se junta.

“Vocês sabem que eu não resisto a um abraço.” ele diz e eu solto um risinho ganhando a atenção da matriarca da família.

“Posso saber o que faz na cama do meu filho, senhorita Smoak?” Moira pergunta e eu gelo.

“É... eu estava repousando, mas não no Oliver e sim na cama, o que me deixa muito feliz por não ouvir essa pergunta em circunstâncias realmente comprometedoras, até porque eu ficaria mortificada. O que a senhora não precisa saber obviamente, mas minha boca grande já deu o trabalho de falar por isso vou me calar em 3, 2, 1.” digo enfiando minha cabeça entre minhas mãos e Thea começa a rir.

“Ela estava com dor então a fiz deitar, mãe.” Oliver diz me salvando.

“Oh, e por que ela não vai pro seu próprio quarto?” a Queen pergunta.

“Oliver quer mostrar como duas pessoas podem caber em uma cama de hospital.” Tommy diz sorridente e Cait bufa.

“Ok já chega, Felicity como sua médica digo para deitar em uma cama de verdade até suas costelas curarem. Não adianta fazer essa cara, eu sei que está doendo.” Caitlin diz e eu resmungo.

“Felicity não sai daqui.” Oliver diz e até eu viro em surpresa o encarando.

“Você não tinha me expulsado há 5 minutos?” falo e ele dá de ombros.

“Eu não te expulsei, eu queria que você deitasse, e bem, você está deitada.” ele diz e não consigo segurar o riso.

“Estou falando de uma cama, Oliver.” Cait diz e ele revira os olhos.

“Estamos perfeitamente bem aqui.” ele diz simplesmente.

“Mas ela está em cima de você.” Moira diz chamando atenção.

“É por isso mesmo que ele está bem.” Tommy diz e ele e Thea explodem em gargalhadas.

“Ah qual é gente, é só trazer o quarto dela para cá.” Thea diz como se fosse a coisa mais comum do mundo.

“Você está porre?” Tommy pergunta franzindo o cenho e Thea mostra língua para ele.

“É claro que não, estou dizendo para transferirem ela pra cá, já que eu duvido que meu querido irmão irá libertá-la da cama.” ela diz.

“Isso foi muito sexual...” penso rindo quando todos se viram para mim.

“Eu falei isso em voz alta?” pergunto e todos assentem enquanto enfio minha cabeça no peito de Oliver morta de vergonha.

EU VOU COMPRAR UM FILTRO PARA OS MEUS PENSAMENTOS!

“Então, vou ver se peço para trazerem a sua cama e os aparelhos para instalarem você aqui. Mas prometa que após isso você vai descansar.” Cait diz e eu aceno que sim.

“Ei espere Doutora, me mostre como usar a cama do hospital...” Tommy diz saindo atrás dela e não posso conter a risada.

Olho para Oliver e me surpreendo ao perceber que ele já me encarava com um olhar doce e dou um pequeno sorriso para ele.

“Você vai ter que me liberar, preciso sair.” digo e ele bufa.

“Saiba que eu tenho vontade de te matar por isso, Thea.” ele diz e ela sorri se defendendo.

“Você tem certeza que está bem, querido?” Moira pergunta tocando na faixa que rodeia a cabeça do Oliver.

“Sim mãe, Caitlin disse que o pior já tinha passado, agora é só repouso.” ele fala e eu me aconchego mais nele quando o cansaço começa a vim e percebo que realmente preciso de uma cama.

“Você está bem?” Oliver pergunta se virando para mim e percebo que estou um tanto ofegante.

“Sim, só estou cansada...” falo respirando profundamente para me arrepender na mesma hora quando a dor nas costelas volta.

“Você é maluca Felicity, como vem me ver estando apenas alguns minutos consciente?” ele repreende.

“Você não tem ideia de como eu fiquei naquela estrada vendo você todo ensanguentado, Oliver. Foi horrível, te vendo cheio de paramédicos ao redor sem poder fazer nada... Foi horrível.” falo em meio à soluços ofegantes.

“Shh está tudo bem agora... Estamos bem.” ele diz me apertando ainda mais beijando o topo da minha cabeça.

“Oh Lis, não sabia que tinha sido tão difícil assim.” Thea diz tocando meu braço com um olhar amoroso. Olho para ela e dou um olhar cheio de emoção. Olho para Moira que estava encarando a cena com uma expressão surpresa entre mim, Oliver e Thea.

“Ok crianças, está aqui a bendita cama.” Cait diz entrando e dois enfermeiros começam a instalar os aparelhos da cama perto da do Oliver.

“Você está ofegante Felicity. Os sinais de cansaço estão começando a aparecer, melhor mudarmos logo, preciso examinar suas costelas.” ela diz e eu aceno que sim. Me sento na cama, mas a dor no lado é mais forte e fecho os olhos mordendo o lábio inferior. Sinto Oliver se mexer e ficar logo do meu lado.

“Liam me ajude aqui e leve a Felicity, por favor.” Cait diz e Oliver na mesma hora resmunga.

“Eu levo ela.” Oliver diz dando um olhar mortal para o pobre enfermeiro.

“É o trabalho dele, Oliver. E você não está autorizado a se mover, então.” Cait diz severa e sinto ser carregada.

“É amigo, é horrível ver a sua garota brincar de médico com outra pessoa...” Tommy diz batendo no ombro do Oliver e sorrio ao ver como ele se referiu a mim para o Oliver.

Sua garota.

Olho para Oliver que está apertando o edredom com força e resmungando algo para Thea enquanto Cait coloca de volta o IV em mim e o aparelho para respirar.

“Achei que ela já estivesse boa.” Moira fala me surpreendendo com a sua pergunta.

“Ela está bem, só está cansada pelo esforço. Isso vai te ajudar a respirar melhor, ok?” Cait diz e eu balanço a cabeça um pouco sonolenta.

“Acho que realmente estou cansada... E com sono.” falo me inclinando ao máximo para o lado que está o Oliver mas ainda estamos um tanto longe.

“Quero ver a Mavi.” murmuro olhando para a Thea.

“Vou trazê-la assim que você acordar. Durma Lis.” Thea diz sentando do meu lado e sorrio olhando para Oliver.

“Descanse, você vai se sentir melhor depois.” Oliver fala.

“Você ainda vai estar aqui?” pergunto fechando os olhos.

“Não vou a lugar nenhum.” ele diz e eu sorrio.

(...)

Desperto lentamente sentindo um pequeno calor em meu peito e um cheiro de shampoo de amoras viciante. Cheira igual ao meu bebê.

Mavi.

Começo a abrir os olhos quando escuto uma pequena conversa.

“...eu realmente gosto de unicórnios. Eu até pedi um para a  mamãe, mas ela não achou um que fosse de verdade...” escuto sua voz doce de bebê e sorrio internamente ao lembrar.

“É difícil encontrar um unicórnio. Eu mesmo já tentei encontrar um para Thea, mas não consegui.” Oliver diz e eu tenho vontade de beijar esse homem ainda mais.

“A mamãe disse que ia comprar um, mas não sei onde. Será que vende unicórnios por aí?” ela pergunta e eu sorrio.

“Eu ainda vou comprar.” murmuro abrindo os olhos para ver minha pequena na minha cama com o corpo virado para Oliver. Ela na mesma hora se alegra e pula em meus braços.

“Mamãaaae!!!” ela diz pulando no meu colo e eu sorrio amplamente.

“Senti saudades, macaquinha.” falo deixando muitos beijos pelo seu rostinho.

“Mamãe você finalmente acordou! Eu falei para o Olhos Azuis que você estava parecendo uma princesa que não queria acordar. Ele falou que iria te despertar com um beijo de príncipe encantado.” ela diz animada e eu coro.

“Principe é?” falo o encarando e ele dá uma piscadela.

“É, agora vou ter que cumprir minha palavra.” ele diz afastando os lençóis e saindo da cama.

“Oliver o que... O que você está fazendo?” falo rindo e logo ele senta na minha cama.

“Vim te beijar ué.” ele diz simplesmente.

“Mas eu já acordei.” falo fazendo bico.

“Melhor ainda.” ele diz puxando meu rosto até seus lábios e eu não consigo impedir o sorriso quando eu sinto o flash da câmera em nós.

“Mavi!!!” falamos juntos enquanto ela solta um risinho.

“Desculpe...” ela diz rindo.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que vocês acharam!

Nos vemos nos comentários. Até a próxima sexta♥