Um jantar memorável escrita por Jace Jane


Capítulo 1
Capítulo 1 - Capitulo único


Notas iniciais do capítulo

Primeiro especial que eu faço, espero que gostem ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/740264/chapter/1

— O que se da de presente para um senhor do tempo de dois mil anos de idade? – perguntou a Fortune em quanto brincava com um ioiô.

Morpheus olhou irritadiço para sua irmã que se sentava na cadeira de seu pai.

— Você me fez sair da China, onde eu comando um império porque não sabe o que da de presente para o Doutor? – disse indignado.

— Para a mamãe era fácil, era ternos, armas ou guerras – justificou – Já o papai...

— Inacreditável! – disse puxando a cadeira, a conversa seria longa – Que tal um sobretudo? Ele só usa aquele de fundo vermelho.

— Não é muito simples? – perguntou indecisa – Eu tinha pensado em uma arma sônica, não letal mais amedrontadora, mas ele não vai gostar, mesmo sendo sônica.

— Ele é um pacifista afinal – disse Morpheus – O que acha de uma replica da TARDIS em miniatura? – propôs.

— Nãaa, o Davi já teve essa ideia – negou Fortune, encostando as costas na cadeira.

— Outra chave de fenda sônica? Mamãe tem uma em forma de guarda-chuva – sugeriu

— Ele tem varias – apontou para o porta-caneta de chaves sônicas.

Os irmãos suspiraram.

— Porque não perguntamos a mamãe? – sugeriu Fortune sorridente.

— Porque só o Doutor sabe a senha do cofre e ele saiu com a Bill – respondeu Morpheus

— E um quadro de Gallifrey? – perguntou – Ele deve sentir saudades.

— Lembra que ele roubou uma TARDIS antes de fugir de Gallifrey? – disse o irmão – Ou que ele se tornou presidente só para voltar no tempo e extrair Clara Oswald antes que ela morre-se?

— É – concordou a irmã – Ele não deve querer se lembrar de Gallifrey.

— Talvez devêssemos ficar com o sobretudo – disse Morpheus tentando encerrar a discussão.

— JÁ SEI! – gritou pulando da cadeira – O que acha....

Quando piscou já não se encontrava no escritório de seu pai.

— Arg! – gritou Fortune, jogando o verme cinzento na mesa. – O que droga ta acontecendo? – perguntou irritada – Quando finalmente tive a ideia do presente perfeito! Eu vou matar o desgraçado – gritou

O Doutor limpou a garganta chamando a atenção da filha.

— Matar? Eu quis dizer multilar gravemente – disse a senhora do tempo tentando amenizar o que foi dito sem sucesso.

— Eu com certeza vou matar alguém – pronunciou o Mestre.

— Ah, não – resmungou Morpheus – Por que trouxeram o Mestre?

— Me sinto tão bem vindo.

Um barulho de metal soou e as mãos dos senhores do tempo foram presas aos braços da cadeira.

— Mais que merda! – gritou Fortune em quanto tentava puxar a mão do metal, inutilmente.

— Pretendo realmente matar alguém hoje – disse o Mestre com os olhos cheios de ódio.

O Doutor não perdeu a postura, acostumado a agir sobre pressão começou observar o lugar em que estavam. Não era um cômodo grande, estavam sentados de frente para uma mesa retangular, estava sentado na ponta da mesa, o Mestre estava a sua esquerda, e seus filhos a sua direita. Atrás do Mestre havia quadros na parede, junto de um relógio com ponteiros imóveis.

— Rápido! – chamou o Doutor – O que veem atrás de mim? – perguntou

— Uma mesa com presentes – respondeu Morpheus.

— Tem uma mulher atrás dela – comentou Fortune – Oi? – chamou, mas foi ignorada.

— É uma maquina com forma humana – explicou o Mestre.

Correto!— confirmou a voz computadorizada, que vinha de um tablet em cima da mesa. – A 95 e a 96 irá auxilia-los em seu jantar.

— Porque nos sequestrou? – perguntou Fortune

— O mais importante, por que trouxe o Mestre? – perguntou Morpheus.

O robô da mesa de presentes se dirigiu até a mesa recolhendo os vermes e os colocando em uma caixa.

— Novamente, me sinto tão bem vindo – pronunciou o Mestre, irônico.

— Sendo claro, não gosto de você – esclareceu Morpheus irritado.

Mistress não pode ser localizada, o Mestre a substituirá— respondeu a voz do tablet. – Respondendo a pergunta da srtª Fortune, os presentes foram removidos de suas linhas do tempo para comemorarem uma data especial terrestre, o dia dos pais.

— Já íamos fazer isso! – disse Fortune indignada.

Não iriam— disse a voz

— Então só quer que comemoremos o dia dos pais? – perguntou o Doutor.

Positivo!— respondeu a voz.

— Poderemos ir embora depois de comemorarmos então? – perguntou Fortune.

Correto!— confirmou

— Serio? Inacreditável – comentou Morpheus sem acreditar que o teatro iria continuar.

— Então você teve filhos? – sorriu o Mestre.

— Pode tirar esse sorrisinho da cara – disse o Doutor de cara fechada – Eles são seus também.

O Mestre arregalou os olhos, espantado, encarou os gêmeos e depois olhou para o Doutor.

— Como é? – perguntou confuso.

— O que for dito aqui interferirá no futuro? – perguntou Fortune a voz.

Negativo — respondeu

— Bom saber.

— Estão sentindo isso? – perguntou Morpheus apavorado com a coisa se enroscando em volta de suas pernas.

— É uma serpente! – gritou Fortune em pânico.

Aviso: Se tentarem se levantar as serpentes irão mata-los, são extremamente venenosas.— alertou a voz – O jantar será servido.

— Essa foi a ultima vez que respondi uma mensagem sua! – disse Morpheus.

O segundo robô serviu o jantar para os convidados e os serviu uma taça de vinho e água.

O Mestre olhou para o prato desconfiado.

A comida não foi maculada— avisou a voz

— Okay! – disse Morpheus pegando a colher já que sua mão foi libertada,  pegando um pedaço da torta de maçã. – Meu favorito – disse de boca cheia.

— Não se deve comer comida de estranhos – disse Fortune indignada com a atitude do irmão – Não aprendeu nada com a mamãe?

— Ele disse que esta tudo bem – apontou para o tablet.

Fortune bateu a mão na testa.

— Como eles podem ser meus filhos e seu? – perguntou o Mestre ao Doutor, confuso.

— Com muito álcool – disse o Doutor pegando a taça com água.

— Sabe, quando uma mulher faz relações com um homem sem proteção.. – começou Fortune.

— Acho que ele sabe como se faz sexo – interrompeu Morpheus.

***

Depois que todos os presentes terminaram as refeições, os pratos foram recolhidos e as taças preenchidas a voz voltou a se pronunciar.

Contem uma história— mandou

— Que comecem os jogos – riu Morpheus

— Histórias – refletiu o Doutor – Já me regenerei por culpa do Mestre, estava em minha quarta regeneração, não foi nenhum pouco agradável cair metros de altura quebrar a maior parte dos meus ossos – comentou.

— Remoendo o passado, serio? – disse o Mestre – Se não tivesse entrado no meu caminho aquilo não tinha acontecido.

— Se não criasse tanto caos e espalha-se sofrimento eu não seria obrigado a interferir – rebateu o Doutor.

— Parecem dois velhos resmungões – comentou Fortune para o irmão

— Vamos rir muito disso um dia – disse Morpheus.

O Mestre e o Doutor trocaram olhares cortantes.

— O que acham de contarmos como adquirimos os nossos nomes? – interferiu Fortune, não aguentando o clima pesado.

— O seu foi mais interessante que o meu – comentou Morpheus – Era verão e fazia um calor insuportável e para piorar estávamos entediados sem poder sair do hotel, tendo uma televisão como a única fonte de entretenimento.

— Estava passando um filme sobre o Egito, não foi? – perguntou Fortune tentando se lembrar.

— Sim, ele despertou sua criatividade e resolvemos viajar no tempo – disse Morpheus – Uma viagem rápida. Com uma criação nada normal nossa ideia de diversão é bem duvidosa – desviou os olhos para a irmã, ambos não conseguiam olhar nos olhos do pai.

— Plantar coisas fora do tempo para podermos rir dos arqueólogos era bem divertido a meu ver – riu ao se lembrar.

— Invadimos uma pirâmide e violamos uma tumba, não lembro o que colocamos lá – disse Morpheus.

— Pode ir direto ao ponto? – perguntou o Mestre irritado pela demora.

— Sabemos que os egípcios enterravam a fortuna dos falecidos com eles.

— Olha irmão! – apontou a senhora do tempo, para uma roda feita de ouro puro – O luxo era tanto que fizerem uma roda de ouro! – disse fascinada.

Morpheus olhou para a pilha de ouro e depois para roda, seguido a irmã.

— Roda da fortuna – disse

— O que?

— Você me nomeou de Morpheus – lembrou

— E você gostou – disse a senhora do tempo.

— Minha vez! – sorriu.

 

— E foi assim que passei a ser chamada de Fortune – concluiu Fortune – Tive muita sorte depois disso. – disse – Já o Morpheus ganhou o nome por ser preguiçoso.

— Você sempre vai me lembrar disso não é? – disse Morpheus

— Naufragamos na ilha de Circe, fui separada do Morpheus, quando acordei estava no covil da feiticeira, para ser coagida e me tornar uma delas, já o meu irmão foi aparentemente pego no feitiço de sono das feiticeiras – disse Fortune

— Aparentemente – repetiu Morpheus.

— Como um senhor do tempo ele não poderia ser abatido tão facilmente – recomeçou Fortune – A criatura resolveu cochilar em quanto eu fazia todo o trabalho pesado, dormiu mesmo não sendo pego pela magia das feiticeiras.

— Por isso não gosto de festas, ela sempre joga isso na minha cara – suspirou Morpheus.

O Doutor caiu na gargalhada, seus filhos eram uma comedia.

— Mas e você, pai? – perguntou Fortune – Você tem muitas histórias, nos conte uma boa, uma com a mamãe de preferência – pediu com os olhos brilhando.

— Teve uma vez que eu fiquei na biblioteca depois do horário na academia, ela fechou comigo lá dentro, só o Mestre sabia onde eu estava – começou – Brigamos mais cedo e por isso fiquei na biblioteca.

— E por causa da briga, só souberam que você estava lá na manhã seguinte – contou o Mestre, rindo da lembrança.

— Pelo visto a mamãe sempre foi maldosa – comentou Fortune.

— Já esperava isso dele – disse Morpheus.

Fortune já estava se irritando com o irmão, o clima ficava tenso toda vez que o irmão abria a boca para fazer comentários do Mestre.

— Qual é o seu problema? – reclamou Fortune – Porque todo esse ódio pelo Mestre?

— Se você soubesse.. – sibilou Morpheus olhando com ódio para a sua “mãe”.

— Então me conte! – pediu estressada – Sabe como uma situação dessas é rara? Por que não pode aproveitar um simples jantar?

O Doutor observava seus filhos discutirem curioso, não esperava ver a Fortune explodindo daquele jeito.

— O Mestre é a pior parte da mamãe! – explodiu Morpheus – Foi por causa dessa parte que a mamãe me abandonou no meio do campo de batalha.

Fortune então se lembrou, tinha reprimido a memória por todo esse tempo, mas naquele momento a deixou vir. Os gritos de seu irmão foi o motivo de ter reprimido aquela memória, odiou se sentir tão impotente.

— Mamãe! Mamãe não me deixe – implorou a versão mais nova de Morpheus.

— Ai meu deus! – disse Fortune horrorizada, desatando a chorar. Tinha lembrado a pior parte daquela memória.

Seu irmão tinha um rosto diferente.

— Me perdoe por te deixado, eu deveria ter ficado com você – disse Fortune em meio ao choro, se jogou aos braços do irmão, o apertou tão forte que provavelmente dificultaria sua respiração – Você se regenerou por minha causa.

— Não foi sua culpa – disse Morpheus retribuindo o abraço – A culpa foi da mamãe.

***

Alguns minutos se passaram e o clima da mesa estava tenso.

— Não é tão ruim – disse o Mestre quebrando o silêncio – O Doutor se regenerou varias vezes por minha causa.

O Doutor quis da um tapa na própria testa, o comentário do Mestre não estava ajudando.

— Sabe, seus comentários não estão ajudando – avisou o Doutor.

— Eu tentei – deu de ombros.

É a hora dos presentes— disse a voz

— Compramos algum? – perguntou Morpheus para a Fortune.

— Espero que sim – respondeu Fortune.

O robô 95 e 96 recolheram as taças da mesa esvaziando para os presentes.

— Tem cartão? – perguntou Morpheus curioso.

— Sim, tem – respondeu o Mestre futucando o presente do Doutor – O maior é o do Morpheus – revelou – Adoro presentes, fico tão ansioso.

— O pequeno é o da Fortune – disse o Doutor, em quanto abria o presente.

— Acho que não tive uma boa ideia no final das contas – disse Fortune, deprimida.

— Tem um ano para tentar de novo – disse Morpheus, tentando animar a irmã.

— Um pen driver? – falou o Mestre decepcionado – Veja o do garoto!

Doutor colocou o pen driver no bolso e foi abrir o segundo presente. Estava embrulhado em plástico bolha.

— Essa versão estoura né? – perguntou Fortune para o irmão.

— Provavelmente – respondeu incerto. – Foi você que embrulhou, eu ficaria distraído com o plástico bolha.

— Disseram alguma coisa? – perguntou o Mestre distraído estourando as bolhas.

Fortune reprimiu o riso.

— Tem um bilhete – disse o Doutor – É uma arma incolhedora, para dar espaço nos armários.

— Então eu finalmente atualizei o design – admirou-se, Morpheus.

— Me será muito útil, obrigado – agradeceu o Doutor.

— Achei que você daria o sobretudo – disse Fortune.

— Pelo visto mudei de ideia – respondeu Morpheus

— Elas foram embora – avisou o Mestre – As serpentes.

— Ótimo! – alegrou-se Fortune – Abraço em grupo! – gritou abraçando o Doutor pelos ombros.

— Abraço em grupo! – seguiu Morpheus.

— Eu não gosto de abraços! – avisou o Doutor desconcertado.

— Nem de seus próprios filhos? – perguntou o Mestre, em quanto sorria ao presenciar a cena.

— Oh não – lamentou Morpheus em quanto via uma fumaça descendo do lustre.

Minutos depois todos os senhores e senhoras do tempo desabaram no chão inconscientes. Uma porta escondida atrás de um dos quadros foi aberta, um homem e uma mulher passaram e ambos usavam uma mascara de gás.

— Tinha me esquecido como somos persistentes – disse a mulher.

— Ainda bem que apressamos, o clima ficou bem tenso – comentou o homem.

— Vamos os colocar em seus tempos, me ajude aqui Morpheus – pediu a mulher.

— Cuidado com a cabeça do papai, irmãzinha – alertou Morpheus.

— Eu sempre tenho cuidado! 95 e 96 peguem nossas versões do passado, efetuando a ordem 10 – disse Fortune do futuro.

***

Quando o Doutor acordou se viu confuso, quando tinha adormecido? Olhou para sua mesa confuso, havia um pen driver, com um cartão ao lado.

De: The Fortune

Para: The Doctor

Foi até a sua TARDIS e colocou o pen driver no painel de controle, foi até a tela e acessou o arquivo de vídeo.

Oi pai!— disse a Fortune do vídeo, estava sentada na sua cadeira no escritório – Perguntei para algumas alunas da universidade sobre qual seria o melhor presente para lhe dar, a Bill me deu uma ideia ótima, percorri o tempo e espaço por esse presente, suas antigas companheiras lhe desejam um ótimo dia dos pais.

Agora Rose Tyler que falava.

Doutor! Eu não acredito que teve filhos..! — uma lagrima escorreu pelo rosto do senhor do tempo.

***

Morpheus acordou em seu palácio, não se lembrava de ter ido para a cama, também não lembrava como aquelas mulheres apareceram em sua cama, mas não se importava, só queria voltar a dormir.

***

Fortune tinha acordado em um lugar desconhecido, uma antiga instalação médica, que pelas salas por quais passou era para experimentos científicos. O lugar lhe lembrava a uma prisão.

— Onde é que eu estou? – perguntou-se em quanto vagava pelas alas das selas. – Quem me mandou para cá? Será que o Morpheus se lembrará do jantar?

— Já ia começar sem você – disse uma voz atrás da senhora do tempo.

Fortune se virou para a voz e arregalou os olhos.

— River?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!