Um jantar memorável escrita por Jace Jane
Notas iniciais do capítulo
Primeiro especial que eu faço, espero que gostem ^^
— O que se da de presente para um senhor do tempo de dois mil anos de idade? – perguntou a Fortune em quanto brincava com um ioiô.
Morpheus olhou irritadiço para sua irmã que se sentava na cadeira de seu pai.
— Você me fez sair da China, onde eu comando um império porque não sabe o que da de presente para o Doutor? – disse indignado.
— Para a mamãe era fácil, era ternos, armas ou guerras – justificou – Já o papai...
— Inacreditável! – disse puxando a cadeira, a conversa seria longa – Que tal um sobretudo? Ele só usa aquele de fundo vermelho.
— Não é muito simples? – perguntou indecisa – Eu tinha pensado em uma arma sônica, não letal mais amedrontadora, mas ele não vai gostar, mesmo sendo sônica.
— Ele é um pacifista afinal – disse Morpheus – O que acha de uma replica da TARDIS em miniatura? – propôs.
— Nãaa, o Davi já teve essa ideia – negou Fortune, encostando as costas na cadeira.
— Outra chave de fenda sônica? Mamãe tem uma em forma de guarda-chuva – sugeriu
— Ele tem varias – apontou para o porta-caneta de chaves sônicas.
Os irmãos suspiraram.
— Porque não perguntamos a mamãe? – sugeriu Fortune sorridente.
— Porque só o Doutor sabe a senha do cofre e ele saiu com a Bill – respondeu Morpheus
— E um quadro de Gallifrey? – perguntou – Ele deve sentir saudades.
— Lembra que ele roubou uma TARDIS antes de fugir de Gallifrey? – disse o irmão – Ou que ele se tornou presidente só para voltar no tempo e extrair Clara Oswald antes que ela morre-se?
— É – concordou a irmã – Ele não deve querer se lembrar de Gallifrey.
— Talvez devêssemos ficar com o sobretudo – disse Morpheus tentando encerrar a discussão.
— JÁ SEI! – gritou pulando da cadeira – O que acha....
Quando piscou já não se encontrava no escritório de seu pai.
— Arg! – gritou Fortune, jogando o verme cinzento na mesa. – O que droga ta acontecendo? – perguntou irritada – Quando finalmente tive a ideia do presente perfeito! Eu vou matar o desgraçado – gritou
O Doutor limpou a garganta chamando a atenção da filha.
— Matar? Eu quis dizer multilar gravemente – disse a senhora do tempo tentando amenizar o que foi dito sem sucesso.
— Eu com certeza vou matar alguém – pronunciou o Mestre.
— Ah, não – resmungou Morpheus – Por que trouxeram o Mestre?
— Me sinto tão bem vindo.
Um barulho de metal soou e as mãos dos senhores do tempo foram presas aos braços da cadeira.
— Mais que merda! – gritou Fortune em quanto tentava puxar a mão do metal, inutilmente.
— Pretendo realmente matar alguém hoje – disse o Mestre com os olhos cheios de ódio.
O Doutor não perdeu a postura, acostumado a agir sobre pressão começou observar o lugar em que estavam. Não era um cômodo grande, estavam sentados de frente para uma mesa retangular, estava sentado na ponta da mesa, o Mestre estava a sua esquerda, e seus filhos a sua direita. Atrás do Mestre havia quadros na parede, junto de um relógio com ponteiros imóveis.
— Rápido! – chamou o Doutor – O que veem atrás de mim? – perguntou
— Uma mesa com presentes – respondeu Morpheus.
— Tem uma mulher atrás dela – comentou Fortune – Oi? – chamou, mas foi ignorada.
— É uma maquina com forma humana – explicou o Mestre.
— Correto!— confirmou a voz computadorizada, que vinha de um tablet em cima da mesa. – A 95 e a 96 irá auxilia-los em seu jantar.
— Porque nos sequestrou? – perguntou Fortune
— O mais importante, por que trouxe o Mestre? – perguntou Morpheus.
O robô da mesa de presentes se dirigiu até a mesa recolhendo os vermes e os colocando em uma caixa.
— Novamente, me sinto tão bem vindo – pronunciou o Mestre, irônico.
— Sendo claro, não gosto de você – esclareceu Morpheus irritado.
— Mistress não pode ser localizada, o Mestre a substituirá— respondeu a voz do tablet. – Respondendo a pergunta da srtª Fortune, os presentes foram removidos de suas linhas do tempo para comemorarem uma data especial terrestre, o dia dos pais.
— Já íamos fazer isso! – disse Fortune indignada.
— Não iriam— disse a voz
— Então só quer que comemoremos o dia dos pais? – perguntou o Doutor.
— Positivo!— respondeu a voz.
— Poderemos ir embora depois de comemorarmos então? – perguntou Fortune.
— Correto!— confirmou
— Serio? Inacreditável – comentou Morpheus sem acreditar que o teatro iria continuar.
— Então você teve filhos? – sorriu o Mestre.
— Pode tirar esse sorrisinho da cara – disse o Doutor de cara fechada – Eles são seus também.
O Mestre arregalou os olhos, espantado, encarou os gêmeos e depois olhou para o Doutor.
— Como é? – perguntou confuso.
— O que for dito aqui interferirá no futuro? – perguntou Fortune a voz.
— Negativo — respondeu
— Bom saber.
— Estão sentindo isso? – perguntou Morpheus apavorado com a coisa se enroscando em volta de suas pernas.
— É uma serpente! – gritou Fortune em pânico.
— Aviso: Se tentarem se levantar as serpentes irão mata-los, são extremamente venenosas.— alertou a voz – O jantar será servido.
— Essa foi a ultima vez que respondi uma mensagem sua! – disse Morpheus.
O segundo robô serviu o jantar para os convidados e os serviu uma taça de vinho e água.
O Mestre olhou para o prato desconfiado.
— A comida não foi maculada— avisou a voz
— Okay! – disse Morpheus pegando a colher já que sua mão foi libertada, pegando um pedaço da torta de maçã. – Meu favorito – disse de boca cheia.
— Não se deve comer comida de estranhos – disse Fortune indignada com a atitude do irmão – Não aprendeu nada com a mamãe?
— Ele disse que esta tudo bem – apontou para o tablet.
Fortune bateu a mão na testa.
— Como eles podem ser meus filhos e seu? – perguntou o Mestre ao Doutor, confuso.
— Com muito álcool – disse o Doutor pegando a taça com água.
— Sabe, quando uma mulher faz relações com um homem sem proteção.. – começou Fortune.
— Acho que ele sabe como se faz sexo – interrompeu Morpheus.
***
Depois que todos os presentes terminaram as refeições, os pratos foram recolhidos e as taças preenchidas a voz voltou a se pronunciar.
— Contem uma história— mandou
— Que comecem os jogos – riu Morpheus
— Histórias – refletiu o Doutor – Já me regenerei por culpa do Mestre, estava em minha quarta regeneração, não foi nenhum pouco agradável cair metros de altura quebrar a maior parte dos meus ossos – comentou.
— Remoendo o passado, serio? – disse o Mestre – Se não tivesse entrado no meu caminho aquilo não tinha acontecido.
— Se não criasse tanto caos e espalha-se sofrimento eu não seria obrigado a interferir – rebateu o Doutor.
— Parecem dois velhos resmungões – comentou Fortune para o irmão
— Vamos rir muito disso um dia – disse Morpheus.
O Mestre e o Doutor trocaram olhares cortantes.
— O que acham de contarmos como adquirimos os nossos nomes? – interferiu Fortune, não aguentando o clima pesado.
— O seu foi mais interessante que o meu – comentou Morpheus – Era verão e fazia um calor insuportável e para piorar estávamos entediados sem poder sair do hotel, tendo uma televisão como a única fonte de entretenimento.
— Estava passando um filme sobre o Egito, não foi? – perguntou Fortune tentando se lembrar.
— Sim, ele despertou sua criatividade e resolvemos viajar no tempo – disse Morpheus – Uma viagem rápida. Com uma criação nada normal nossa ideia de diversão é bem duvidosa – desviou os olhos para a irmã, ambos não conseguiam olhar nos olhos do pai.
— Plantar coisas fora do tempo para podermos rir dos arqueólogos era bem divertido a meu ver – riu ao se lembrar.
— Invadimos uma pirâmide e violamos uma tumba, não lembro o que colocamos lá – disse Morpheus.
— Pode ir direto ao ponto? – perguntou o Mestre irritado pela demora.
— Sabemos que os egípcios enterravam a fortuna dos falecidos com eles.
— Olha irmão! – apontou a senhora do tempo, para uma roda feita de ouro puro – O luxo era tanto que fizerem uma roda de ouro! – disse fascinada.
Morpheus olhou para a pilha de ouro e depois para roda, seguido a irmã.
— Roda da fortuna – disse
— O que?
— Você me nomeou de Morpheus – lembrou
— E você gostou – disse a senhora do tempo.
— Minha vez! – sorriu.
— E foi assim que passei a ser chamada de Fortune – concluiu Fortune – Tive muita sorte depois disso. – disse – Já o Morpheus ganhou o nome por ser preguiçoso.
— Você sempre vai me lembrar disso não é? – disse Morpheus
— Naufragamos na ilha de Circe, fui separada do Morpheus, quando acordei estava no covil da feiticeira, para ser coagida e me tornar uma delas, já o meu irmão foi aparentemente pego no feitiço de sono das feiticeiras – disse Fortune
— Aparentemente – repetiu Morpheus.
— Como um senhor do tempo ele não poderia ser abatido tão facilmente – recomeçou Fortune – A criatura resolveu cochilar em quanto eu fazia todo o trabalho pesado, dormiu mesmo não sendo pego pela magia das feiticeiras.
— Por isso não gosto de festas, ela sempre joga isso na minha cara – suspirou Morpheus.
O Doutor caiu na gargalhada, seus filhos eram uma comedia.
— Mas e você, pai? – perguntou Fortune – Você tem muitas histórias, nos conte uma boa, uma com a mamãe de preferência – pediu com os olhos brilhando.
— Teve uma vez que eu fiquei na biblioteca depois do horário na academia, ela fechou comigo lá dentro, só o Mestre sabia onde eu estava – começou – Brigamos mais cedo e por isso fiquei na biblioteca.
— E por causa da briga, só souberam que você estava lá na manhã seguinte – contou o Mestre, rindo da lembrança.
— Pelo visto a mamãe sempre foi maldosa – comentou Fortune.
— Já esperava isso dele – disse Morpheus.
Fortune já estava se irritando com o irmão, o clima ficava tenso toda vez que o irmão abria a boca para fazer comentários do Mestre.
— Qual é o seu problema? – reclamou Fortune – Porque todo esse ódio pelo Mestre?
— Se você soubesse.. – sibilou Morpheus olhando com ódio para a sua “mãe”.
— Então me conte! – pediu estressada – Sabe como uma situação dessas é rara? Por que não pode aproveitar um simples jantar?
O Doutor observava seus filhos discutirem curioso, não esperava ver a Fortune explodindo daquele jeito.
— O Mestre é a pior parte da mamãe! – explodiu Morpheus – Foi por causa dessa parte que a mamãe me abandonou no meio do campo de batalha.
Fortune então se lembrou, tinha reprimido a memória por todo esse tempo, mas naquele momento a deixou vir. Os gritos de seu irmão foi o motivo de ter reprimido aquela memória, odiou se sentir tão impotente.
— Mamãe! Mamãe não me deixe – implorou a versão mais nova de Morpheus.
— Ai meu deus! – disse Fortune horrorizada, desatando a chorar. Tinha lembrado a pior parte daquela memória.
Seu irmão tinha um rosto diferente.
— Me perdoe por te deixado, eu deveria ter ficado com você – disse Fortune em meio ao choro, se jogou aos braços do irmão, o apertou tão forte que provavelmente dificultaria sua respiração – Você se regenerou por minha causa.
— Não foi sua culpa – disse Morpheus retribuindo o abraço – A culpa foi da mamãe.
***
Alguns minutos se passaram e o clima da mesa estava tenso.
— Não é tão ruim – disse o Mestre quebrando o silêncio – O Doutor se regenerou varias vezes por minha causa.
O Doutor quis da um tapa na própria testa, o comentário do Mestre não estava ajudando.
— Sabe, seus comentários não estão ajudando – avisou o Doutor.
— Eu tentei – deu de ombros.
— É a hora dos presentes— disse a voz
— Compramos algum? – perguntou Morpheus para a Fortune.
— Espero que sim – respondeu Fortune.
O robô 95 e 96 recolheram as taças da mesa esvaziando para os presentes.
— Tem cartão? – perguntou Morpheus curioso.
— Sim, tem – respondeu o Mestre futucando o presente do Doutor – O maior é o do Morpheus – revelou – Adoro presentes, fico tão ansioso.
— O pequeno é o da Fortune – disse o Doutor, em quanto abria o presente.
— Acho que não tive uma boa ideia no final das contas – disse Fortune, deprimida.
— Tem um ano para tentar de novo – disse Morpheus, tentando animar a irmã.
— Um pen driver? – falou o Mestre decepcionado – Veja o do garoto!
Doutor colocou o pen driver no bolso e foi abrir o segundo presente. Estava embrulhado em plástico bolha.
— Essa versão estoura né? – perguntou Fortune para o irmão.
— Provavelmente – respondeu incerto. – Foi você que embrulhou, eu ficaria distraído com o plástico bolha.
— Disseram alguma coisa? – perguntou o Mestre distraído estourando as bolhas.
Fortune reprimiu o riso.
— Tem um bilhete – disse o Doutor – É uma arma incolhedora, para dar espaço nos armários.
— Então eu finalmente atualizei o design – admirou-se, Morpheus.
— Me será muito útil, obrigado – agradeceu o Doutor.
— Achei que você daria o sobretudo – disse Fortune.
— Pelo visto mudei de ideia – respondeu Morpheus
— Elas foram embora – avisou o Mestre – As serpentes.
— Ótimo! – alegrou-se Fortune – Abraço em grupo! – gritou abraçando o Doutor pelos ombros.
— Abraço em grupo! – seguiu Morpheus.
— Eu não gosto de abraços! – avisou o Doutor desconcertado.
— Nem de seus próprios filhos? – perguntou o Mestre, em quanto sorria ao presenciar a cena.
— Oh não – lamentou Morpheus em quanto via uma fumaça descendo do lustre.
Minutos depois todos os senhores e senhoras do tempo desabaram no chão inconscientes. Uma porta escondida atrás de um dos quadros foi aberta, um homem e uma mulher passaram e ambos usavam uma mascara de gás.
— Tinha me esquecido como somos persistentes – disse a mulher.
— Ainda bem que apressamos, o clima ficou bem tenso – comentou o homem.
— Vamos os colocar em seus tempos, me ajude aqui Morpheus – pediu a mulher.
— Cuidado com a cabeça do papai, irmãzinha – alertou Morpheus.
— Eu sempre tenho cuidado! 95 e 96 peguem nossas versões do passado, efetuando a ordem 10 – disse Fortune do futuro.
***
Quando o Doutor acordou se viu confuso, quando tinha adormecido? Olhou para sua mesa confuso, havia um pen driver, com um cartão ao lado.
De: The Fortune
Para: The Doctor
Foi até a sua TARDIS e colocou o pen driver no painel de controle, foi até a tela e acessou o arquivo de vídeo.
— Oi pai!— disse a Fortune do vídeo, estava sentada na sua cadeira no escritório – Perguntei para algumas alunas da universidade sobre qual seria o melhor presente para lhe dar, a Bill me deu uma ideia ótima, percorri o tempo e espaço por esse presente, suas antigas companheiras lhe desejam um ótimo dia dos pais.
Agora Rose Tyler que falava.
— Doutor! Eu não acredito que teve filhos..! — uma lagrima escorreu pelo rosto do senhor do tempo.
***
Morpheus acordou em seu palácio, não se lembrava de ter ido para a cama, também não lembrava como aquelas mulheres apareceram em sua cama, mas não se importava, só queria voltar a dormir.
***
Fortune tinha acordado em um lugar desconhecido, uma antiga instalação médica, que pelas salas por quais passou era para experimentos científicos. O lugar lhe lembrava a uma prisão.
— Onde é que eu estou? – perguntou-se em quanto vagava pelas alas das selas. – Quem me mandou para cá? Será que o Morpheus se lembrará do jantar?
— Já ia começar sem você – disse uma voz atrás da senhora do tempo.
Fortune se virou para a voz e arregalou os olhos.
— River?
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