Escuridão absoluta.

—Você me escuta?

~silêncio

—Não me ignore meu pequeno.

—Eu... quem sou eu?

—Me diga você.

—Eu... eu não sei.

—Você é minha criação, meu bem preciso. Você é algo que existe apenas para mim, pois, só existimos em nossos ouvidos.

—Apenas nos ouvidos?

—Sim, como pode ver, ou não, somos apenas eu, você, e a escuridão

—E qual o motivo de me trazer aqui? o motivo de ter me criado?

—Eu estava solitária...

—Solitária? o que é isso?

—É quando você está sozinho. não tem com quem falar, não tem com quem contar, não tem em quem confiar...

—Isso é algo ruim?

—Sim, e ela só existe por causa de você.

—De mim? como?

—A solidão não existia. o silêncio era algo normal. A partir do momento que criei você, o passado passou a existir, e a solidão que até então não existia, nasceu junto com você, mas ficou no passado. Com você nasceram várias coisas.

—Como o que?

—A Solidão, a dúvida, a saudade, o amor, a esperança...

—O que são essas coisas? são como eu?

—Não. A solidão já te expliquei. A dúvida é o seu dom e aprendizado, a saudade é o que sinto quando você se cala, o amor é o que senti quando você nasceu, e a esperança, é algo que só você pode me dar

—É como um enigma?

—Sim, é como você.

—Eu sou um enigma?

—Se começar a questionar você mesmo, não será mais.

—Então... Quem sou eu?

—Não vai encontrar a Resposta se não souber a pergunta certa.

—Sendo assim... o que... o que sou eu?