Mudanças escrita por carolze


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Olha aí como prometido! O primeiro da semana... Vamos cruzar os dedos para o próximo!
Apreciem sem moderação ;)



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Cecilia já tinha notado, cada vez que o Álvaro chegava no escritório, ela era mandada para uma outra sala, outro andar. Já tinha conversado com Gustavo sobre isso, não havia essa necessidade. Afinal, eram negocios, eles sabiam lidar com esse tipo de pessoa. Mas Gustavo não dava o braço a torcer. Na verdade, ele até já queria desistir do contrato, Cecilia que foi contra.

Eles estavam em mais uma reunião, e nessa por ser a mais importante, para que finalmente o contrato fosse assinado, Cecilia estava participando. Mas a mesma encontrava-se longe.
Ontem a noite não foi das melhores, Dulce Maria tinha tido o que aparentava ser uma crise de asma. Da mesma forma que veio, foi embora. Sequer medicação a sua menina precisou.
Gustavo dormiu na casa dele, para que pudesse revisar o contrato, e na casa da Cecilia, ele fazia muitas coisas, desde de organizar o jantar, enquanto a namorada ajudava a filha no banho a colocar Dulce na cama. Mas se recusava a trabalhar, era seu momento em família. Por isso não fazia ideia do que tinha acontecido. Ela esperava o momento certo para contar, e também iria marcar uma consulta para a filha.

A reunião já estava no fim, Gustavo assinara todos os papeis, Álvaro que ainda jogava conversa fora. O homem parecia não ter o que fazer, só sorria e olhava para Cecilia. Gustavo já estava chegando ao seu limite, mas sabia o quanto a namorada detestava cenas de ciumes, e mais ainda no trabalho. Seria uma briga épica.

Cecilia sentia pelo olhar que o Gustavo estava dando ao Álvaro, que ele estava no limite. Antes que pudesse dizer alguma coisa, o seu celular tocou.
Ela foi até Gustavo e o disse que sairia para atender, era da escola de Dulce.

— Diretora?
— Cecilia desculpe por te incomodar no horário de trabalho, mas tivemos um acidente com a Dulce. Antes que você se desespere, ela está bem. Mas não quer ir ao hospital sem estar acompanhada dos pais. Eu preciso que vocês venham até aqui.
— Tudo bem.

Cecilia sentia-se dormente, parecia que tudo estava em câmera lenta. Sua filha sofrera um acidente mas estava bem. Ela precisava ir até o colégio. Precisava chamar Gustavo, a filha queria os pais com ela.

Voltou para a sala de reuniões, onde a mesma ainda seguia. Gustavo na hora que olhou para Cecilia, sabia que tinha alguma coisa de errado.

— O que aconteceu?
Ele perguntou, pouco se importando com quem estava presente.

— A Dulce, ela se acidentou na escola e está nós esperando para irmos ao hospital. Ela não quis ir com a professora.
Cecilia falava tudo no automático. Sabia disso.

Gustavo levantou-se e despediu-se de Álavro.
— Como você vê, a minha filha precisa ser levada ao hospital. Você assina os papeis e depois resolve qualquer dúvida com o Cristovão, tudo bem.
— Você é o namorado da Cecilia?
— Sim Álvaro eu sou... Até logo!

Gustavo achou que perdeu tempo demais falando com o homem. Ele tinha certeza que em algum momento Cecilia, entraria em colapso. Ela estava em estado de choque. E se isso viesse a acontecer, ele não saberia o que fazer.

Uma viagem de trinta minutos, parecia ter uma hora. Assim que chegaram ao colégio conseguiram notar a agitação no local. A professora da Dulce explicou, que ela estava no recreio quando o acidente aconteceu. E que o acidente em si, consistia na Dulce ter caído e tentando colocar o braço esquerdo para amparar a queda e que aparetemente o quebrou.
Nesse momento Cecilia sentiu-se tremer, sabia que iria desmoronar. Não sabia quando, mas iria. E tudo que ela mais queria no momento era ver a sua menina, colocar os olhos nela e ver que ela estava bem.
Assim que entrou na sala da diretora, a filha estava sentada e cabisbaixa na mesma hora tentou levantar mas foi impedida, mas já estava com os olhos marejados de lágrimas e Cecilia também.

— Meu amor! Meu amor! Tá tudo bem Dulce? Tá doendo em algum lugar? A sua cabeça? …
— Mamãe! Meu braço, meu braço tá doendo mas a minha cabeça tá inteirinha!
Dulce falava chorosa.

Gustavo estava fora de cena, se assim podemos dizer, as duas só se enxergavam, só se viam.
Ele entrou na sala, e falou com Dulce, também precisava se certificar de que a filha estava bem. Assim fez. Depois disso, a menina lhe pediu colo e foram para o carro. Iriam ao hospital.

O médico de plantão era André. Para ele foi uma surpresa ver Cecilia. Desde do seu ultimo encontro, se é que se pode chamar assim, ele achava que ela iria a qualquer hospital, menos ali.
Mas logo entendeu o porquê, a menina estava no colo do namorado de Cecilia. Estava chorosa. Nem esperou ser chamado e já foi se aproximando.

— Mocinha... O que aconteceu?
— Eu caí, todo mundo disse que eu machuquei o braço. Doutor eu vou precisar de injeção?
— Seu braço doí muito?
— Sim pi ri rim.
— Bom, então eu vou te dar uma injeção mas vai ser uma picadinha rápida e vai te fazer se sentir melhor.
Dulce agarrou-se com mais força a Gustavo, ele passou ela do seu colo para o de Cecilia, que entraria com ela na sala de exames. Lá era permitido apenas uma pessoa. Seria um raio-x do braço e uma injeção. Apenas isso e casa.

Depois do exame, lá foram os três para um outra sala de espera, para esperar pelo resultado.
O resultado foi o esperado, Dulce estava com o braço quebrado e ficaria com o gesso por quinze dias. Sua maior preocupação foi a escola, mas ela por ser destra, estava tudo bem. Poderia frequentar as aulas.
Antes do gesso, era a hora da temida injeção, Dulce que segurava com a mão boa a mão da mãe e estava no colo de Gustavo, não gostou nada quando doutor André disse que ela só poderia ficar uma pessoa para os procedimentos.

Dulce Maria, numa voz chorosa mais uma vez, disse.
— Meu pai também vai ficar! Eu preciso dos dois. Papai você fica?
— É claro minha filha, para o que você precisar.

Gustavo estava aturdido. Ele se considerava pai de Dulce havia muito tempo, tinha uma ligação com a menina. Algo de alma.
Mas ai a ouvir dela sendo chamado de pai. Ele queria chorar. Estava emocionado.

Cecilia sabia bem como Gustavo sentia-se, sabia que ele estava emocionado e podia dizer o quanto. Seus olhos estavam marejados. Dulce estava alheia a situação, concentrada na injeção que se aproximava. Ela veio, foi-se e chegou a hora de engessar. Escolheu a cor branca do gesso, porque disse que todo mundo deveria assinar nele. E ele ficaria lindo cheio de desenhos. O gesso foi colocado, eles poderiam finalmente ir para casa.

Mas algo ainda incomodava Cecilia, ela não sabia bem o que, algo estava errado. Ela sentia.
Dulce era uma menina cuidadosa, e tudo bem, ela sabia que crianças caíam. Mas ainda assim, seu coração ou intuição de mãe lhe dizia que algo estava errado.
Resolveu que já que estavam no hospital, ela iria falar com André, ele mais uma vez lhe disse que não tinha com o que se preocupar, que o raio-x só mostrou uma pequena fratura e que a ressonância, que foi uma insistência de Gustavo, também deu tudo normal. Era preocupação de mãe. Era normal. Dulce estava bem. E se ela achasse que algo estava errado, eles podiam marcar uma consulta e ver isso a fundo, mas no momento, não tinham nada com o que se preocupar.

Cecilia queria respirar aliviada, afinal, André era médico, e apesar de algumas vezes ele ser bem inoportuno, era um excelente profissonal. Ela tinha um nó no peito. Mas talvez, apenas talvez, e ela rezava para que fosse apenas isso, era só o susto pelo o acidente. E depois que a filha estivesse em casa e protegida, ela poderia respirar aliviada mais uma vez.


Dulce Maria era uma aproveitadora de situações, disse aos pais que queria pizza e sorvete, teve seus pedidos atendidos, afinal, estava com o braço engessado, Gustavo foi direto para a casa de Cecilia, já tinha umas roupas por lá, não fazia sentido sequer ir em casa.

— Papai você vai dormir aqui hoje?
Gustavo sorria feito bobo.
— É claro! Eu não te deixaria assim.
— Esse é o melhor sorvete de chocolate do mundo todinho, eu acho que eu amo ele. Papi a gente pode amar sorvete?
— Eu acredito que nós devemos guardar o amor para as pessoas, e o nosso gostar pode ser para comidas também.
— Tudo bem, então eu adoro de verdade esse sorvete.

Cecilia apenas prestava atenção a conversa. O sorriso era o mais bobo que Cecilia já vira estampado naquele rosto lindo que o namorado tinha.

— Mamãe o que você acha da gente ter um cachorro?
— Eu não vou te dar um cachorro porque você quebrou o braço!
— Papai eu posso ter um cachorro?
— Sua mãe já disse, você não vai ganhar um por causa do braço quebrado mocinha. Mas quem sabe uma tartaruga!
— Gustavo por favor!
— Amor é uma tartaruga!
— Eu quero a tartaruga!
— Gustavo você vai ajuda-la a cuidar da tartaruga!
— Eu ajudo!
Gustavo e Dulce piscaram um para o outro. Uma coisa que era só da mãe e da filha, parece que tornou-se um sinal de família.

Dulce foi colocada na cama. E lá, Cecilia iria aproveitar para conversar com a filha.

— Amor, você pode me explicar o que houve antes de você cair?
— Eu só cai mamãe, só isso.
— Mas como foi? Você tropeçou? Alguma coleguinha te empurrou sem querer? Pode me dizer meu amor.
— Tudo bem. Minha cabeça rodou e eu cai. Foi só isso!
— Você ficou tonta? Sentindo a sua cebecinha girar?
— Foi, só isso! Tá tudo bem, eu juro! Agora você me dá beijjinho de boa noite?

Cecilia suspirou, mas não de alivio, o nó em seu peito se apertou mais. Cecilia deu beijinho de boa noite, cobriu a filha e a mesma pediu que ela chamasse Gustavo para que lhe desse beijo de boa noite, e assim ela fez.

Cecilia foi para o quarto, tomou banho enquanto esperava que Gustavo saisse do dele. Logo que ele a viu, ele sabia, que algo estava errado. Foi até ela e a abraçou.

— Eu não sei o que é Gustavo, mas eu sei que a minha filha não está bem! Não é normal uma criança de seis anos ficar tonta! Não é!
Cecilia estava em lágrimas, chorava baixinho para que seu choro não acordasse a Dulce.

— Meu amor, eu acredito em você. Seja o que for, nós vamos descobrir. Mas agora, você precisa se acalmar.

Cecilia suspirou. Abraçada a Gustavo, ela estava decidida a fazer um check-up na filha, seja o fosse ela iria descobrir, ela sentia que algo estava errado.


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Notas finais do capítulo

Olha aí... Tempestade a vista! Mas toda chuva por maior que seja trás algo bom... Filosofei ;)
Aguardando os palpites de vocês...
Bjos ♥



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