Destino Hyuga escrita por Pedrita


Capítulo 13
Intenções


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura...



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Lá estava ele, parado no meio da floresta esperando seja quem for aparecer. Os ouvidos aguçados captavam qualquer sinal. Seu kimono branco não estava tão inteiro como dono, havia algumas sujeiras leves e rasgos por causa das explosões.

Neji não ficaria esperando por mais de um minuto, e aquilo era tempo demais pra quem tinha pressa. Sacou algumas shurikens da pequena bolsa presa ao seu quadril e lançou em uma área de cento e oitenta graus a sua frente. 

O surpreendente foi ver várias armadilhas sendo ativadas. Algumas kunais que se espalhavam quase o acertou, mas ele desviou facilmente. Franziu a testa tenso e engoliu seco sentindo uma espécie de nó atravessar sua garganta.

—-- Você está com medo ?
A voz feminina ecoou, fazendo com que o Hyuga procurasse rapidamente a dona com seus olhos poderosos. Mas mesmo que olhasse para dos os lados não via ninguém, o pior é que o som não parecia vim de uma direção específica, mas sim de todos os lados, causando confusão em sua mente.

—-- Mesmo que tente vai demorar até que destrua todas as minhas armadilhas. Por não se senta ?

—-- Não pretendo demorar. - Neji não era do tipo que expressava emoções, mas estava preocupado e bem tenso. Que tipo de Ninja tem uma habilidade como essa ? Só ouviu falar de um homem que era "invisível" para os outros ninjas, o segundo Tsuchikage. 

—-- Mas eu sim, e não pretendo me aproximar tão cedo... 

—-- Que tipo de Ninja você é ? - Indagou Neji com uma expressão neutra. --- Apareça! Vou fazer com que ocê pague pelo que fez com meus companheiros. Se estiver planejando algo contra o meu-.

—-- Não estou planejando nada ! - interrompeu. --- Se colaborar eu prometo que não será dolorido.. - Disse ela em um falso tom de preocupação.

—-- Então porque não não vem tentar arrancar os meus tambem? - ironizou com a expressão apática de sempre.

Neji estava parado com seus braços relaxados, os orbes perolados se arrastavam de um lado para o outro, procurando algo no breu da floresta.

Foi apenas uma isca para atrai-lo. Eu sabia exatamente o caminho que você iria percorrer. Meu trabalho não nunca foi machuca-los, mas sim mantê-los ocupados. Porém, saiu do controle.

—-- Ocupados ?

—-- Sim, seus amigos são fortes, mas foram muito ingênuos ... É preciso mais que um bom taijustu e um kekkei genkai poderoso pra vencer uma guerra. 

Ela tinha razão, ser um bom estrategista era o melhor dos trunfos e Neji sabia disso. O que te irritava era saber que ela estava com um sorrisinho convencido nos lábios enquanto conversava.

—-- Porque eu não sinto ou vejo o seu chakra ? - Perguntou em um tom de voz que já beirava a irritação.

—-- Ah, isso? É uma das minhas experiências! Um jutsu que uso com ajuda de uma droga que desenvolvi. 

—-- Você se quer se aproximou de mim! 

—-- Não preciso, e mesmo assim te peguei. - debochou. --- Você é um shinobi cauteloso, eu sabia que seria o mais dificil. Mas o destino me ajudou, apesar de reservado e frio você foi atencioso com aquela familia. Com a ajuda deles se quer me esforcei para completar o plano que te trouxe aqui...

—-- Prejudica-los fazia parte do plano? 

—-- O que? Que papo é esse agora? Aqueles caçadores estavam ferindo meus animais, eles deviam está aqui com você! - Disse alterada, soltando um suspiro alto suficiente pro Hyuga ouvir. --- Como se sente sendo a presa agora?

Irritado Neji vasculhou sua mente. Fechou seus olhos e analisou suas memórias tentando descobrir em que momento foi caiu naquele jogo. Então a ficha caiu, o doce! O maldito doce que lhe foi oferecido. Estava tão distraído e sem foco que não pensou duas vezes ao comer. 

Suas pálpebras se apertaram marcando toda sua testa, com raiva de si mesmo. Teve que pressionar os lábios pra abafa seu rosnado. 

—-- Coloquei em você uma das minhas experiências fa-vo-ritas ! Podemos dizer que após a ingestão passa a ser mais difícil controlar o próprio chakra, talvez perca outros sentidos também... efeitos colaterais, você entende não é mesmo? - Brincou, mas passava tanta seriedade com as palavras que Neji a xingou em mente. --- Pode ser dolorido se usar demais, se ficar escasso poderá até... - Interrompeu fazendo suspense como se não tivesse certeza do contava.

Mesmo que impressionado ainda existia uma dúvida. --- Estava me observando todo o tempo? Por isso espalhou tantas raposas ? 

—-- Não diretamente. Mas espalhei para que preparassem o terreno, marcando-o. Mas aqueles malditos caçadores me atrapalharam muito. - bufou saturada. --- Toda a área demarcada impossibilita detectar chakra, resumindo... É invisível para todos que se arriscarem no meu território.

Neji fechou os olhos e muxoxou contorcendo o rosto. 

—-- Surpreso é não é mesmo? 

—-- Não muito. - respondeu cálido.
Com seu jeito imponente ele entrou em posição de luta e usou a mão mais a frente para chamar o adversário. --- O que está esperando?. - Mesmo que ela não estivesse no seu campo de visão ele abriu um sorriso débil. Tinha certeza que ela estava perto, pelo menos dentro daquela área que a mesma preparou, pois assim funcionava esse tipo de jutsu.

—-- Já que está pedindo ... 

Em algum lugar uma kunoushi com aparência de trinta e poucos anos abriu um sorriso escárnio enquanto olhava atentamente para um mapa bem na sua frente. Estava em um lugar escuro e sentava no chão, seu único ponto de luz eram duas velas, uma de cada lado do mapa aberto no chão, que iluminava perfeitamente nao so a expressão confiante em meio os curtos fios de cabelo castanhos, como também um crânio de raposa com uma pedra cravejada na testa dele. Além de três pergaminhos abertos que estavam abertos ao seu redor. Um deles era de invocação e foi a sua primeira opção. Apoiou a palma da mão sobre o papel, enquanto parecia transferir chakra de uma curta distância para aquele mapa.

O kimono marrom com detalhes coloridos nas golas parecia grande demais para aquele corpo, mas mangas de medida certa mostrava que aquilo não passava de algum "estilo".

O Jutsu de invocação deu vida a uma raposa enorme de olhar assassino. O animal parecia tremer de tango ódio enquanto sua saliva escorria por entre seus dentes afiados. 

Como se não pudesse ficar pior para o Hyuga a besta exibe uma estranha calda negra semelhante a de um escorpião pontiaguda e venenosa.

O Hyuga olhou pasmo, "Que diabos era aquilo?" Se perguntou enquanto analisava seu novo adversário.

A criatura não esperou muito e fez seu primeiro ataque, pulou na direção do Hyuga e usou sua calda. A mesma parecia ter longo alcance e lhe mirou no peito. Mas com uma velocidade incrível ele foi capaz de desviar dando um pulo para trás.

Mesmo que procurasse pontos de chakra na intenção de um ataque só perdia tempo, o que o deixava ansioso.

—-- Difícil sem o precioso byakugan? HÁ HÁ HÁ... 

A gargalhada fez Neji contrair o rosto, como se doesse as têmporas. Ele estava em um beco sem saída, como se já não fosse o bastante não usar seu byakugan, estava impossibilitado de gastar chakra, por que mesmo que usasse não saberia se quer como e quanto estaria gastando.

Ainda com o byakugan no rosto olhou para a palma da mão que acabará de erguer na altura do cotovelo, vendo apenas um corpo vazio, como se fosse apenas um civil comum. 

A mão rapidamente se fechou, serrando o punho. Não podia pensar demais, mas uma vaga lembrança veio a mente.            

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—-- Você vai mesmo continuar? Estou faminta! - Comentou Tenten. Ela parecia cansada enquanto exibia uma expressão de tédio. Cruzava os braços na frente dos pequenos seios, afinal tinha só onze anos.

—-- Deixe eles Tenten, estão apenas queimando energia, "É ASSIM QUE GOSTO DE VER!" - Gritou Guy fazendo sinal de joia com a mãos. Muito mais empolgado que a aluna.
Os olhos perolados se cruzavam mais uma vez com o olhar sagaz do garato com cabelo de tigelinha. Eles já haviam se enfrentado várias vezes aquele dia. Neji estava intacto, sua feição de superioridade já tinha saído do seu rosto na luta de número treze, estava visivelmente saturado daquele treinamento sem desafio.

Rock Lee por outro lado voltava cada vez mais esperançoso para um segundo round, precisava nem que fosse uma única vez acertar o Hyuga. Suas bochechas estavam roxas e seu corpo marcado e mesmo que caísse inúmeras vezes mostrava o quanto era persistente.

—-- Você quer mesmo continuar? - Estamos perdendo tempo aqui Lee.

—-- Nã-Não é perca de tempo! - Respondeu ofegante enquanto levantava o punho para mais uma vez usar apenas o que tinha, "Taijutsu".

—-- Não entendo o que ainda faz aqui, você nunca será um ninja, como conseguiu se formar ? - desprezou.

Os olhos do jovem gennin se encheram de água mas ele se recusava a derrama-las. Limpou rapidamente com o braço e contraiu os lábios fazendo uma expressão seria. --- Eu ainda vou provar que posso ser um ótimo Ninja, mesmo sem essas habilidades, vou treinar todos os dias e-.

—-- Pode vim então ! - Interrompeu Neji de forma rude, no tom mais claro de quem não se importava com nenhuma daquelas palavras. 

Dessa vez deixou que as veias alteradas crescesse desde seus olhos a suas maçãs, estava pronto pra roubar qualquer esperança daquele garoto e assim fez.

Rock Lee correu na sua direção, dessa vez tentaria o novo golpe que Guy o ensinou.

"Ele vai mesmo tentar" ... - Sussurrou a colega que agora indireitava a postura para prestar atenção. 

Os movimentos chamaram a atenção do professor que arregalou os olhos empolgado e sussurrou com ternura o nome do aluno.

—-- FURACÃO DA FOLHAAA !

Mas como um banho de água fria, Neji que parecia pronto pra ser golpeado segurou firme a perna Lee e o acertou no peito com um movimento de punho suave. Fazendo com que o jovem sobrancelhudo fosse lançado para trás confuso e abalado.

—-- Lee, por que não desiste ? Neji é melhor! - Comentou Tenten enquanto se aproximava do corpo estirado no chão, ao lado do professor, que agora apoiava a mão da cintura e finalizava o treino com um ar triste.

A frustação de Lee arrancou um sorriso maldoso de Neji, que durante muito tempo achou Lee um fardo, não se importando com a presença na equipe, mas agindo como se precisasse fazer tudo sozinho, como se fosse o único capaz ali.

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A lembrança de Lee o fez sorrir novamente, mas dessa vez com um certo respeito e admiração. Afinal o shinobi foi o que mais evoluiu e mostrou que era um ninja mesmo sem determinados talentos. O sorriso de canto que veio com a lembrança do amigo sumiu quase no mesmo instante que surgiu. Pois seu inimigo estava atacando novamente.

O monstruoso animal tentou lhe acertar com as patas da frente, mas Neji esquivou dos movimentos. Mesmo que mostrasse força não era um animal muito ágil.

Sua intenção de se afastar era em vão, seu adversário deixava claro que não tinha intenção de recuar, até que um movimento em falso fez o Hyuga tropeçar em um fio de chakra, ativando outra armadilha.

"De novo não" pensou ele enquanto seus ouvidos aguçados captavam o som de shurikens vindo em sua direção. Seus olhos perolados estavam presos naquela criatura que tentava morde-lo. Sua única opção foi jogar-se de costas no chão.

O vácuo deixado fez o animal passar liso por cima dele, sendo acertado acidentalmente pela armadilha e rugindo de raiva.

Ele girou o corpo e levantou rapidamente para não deixar a guarda baixa. Desistiu dos precioso olhos e concentrou chakra na palma das mãos enquanto entrava a mesa posição de ataque de sempre, sem se importar com os prejuízos.

O animal que tornou a atacar dessa fez foi golpeado com força 64 vezes. Não precisava do seu kekkei genkai pra saber que aqueles golpes doíam, mesmo que não fossem em pontos de chakra, danificando assim o local.

A expressão seria e imponente depois de afasta o mostro se desfez com a fraqueza nos joelhos que o pegou de surpresa. Agora ele franzia a testa, se esforçando para não perder o equilíbrio.

—-- Você quer mesmo continuar? 

A voz ainda debochava do Hyuga, mas a dona exibia uma linha de tensão na testa, estava incomodada por alguém maltratar seu "animalzinho de estimação". 

—-- Só estou aquecendo. 

A voz firme irritou a mulher, que agora fechava os olhos enquanto apoiava a palma da mão em cima de outro pergaminho. Citou o nome do jutsu em um tom de sussurro, abrindo um sorriso maldoso ao prender os olhos na preda brilhosa presa ao crânio.

Não foi preciso aviso para perceber o novo ataque, parecia que todos as pequenas raposas a lhe observar saiam de trás de árvores e arbustos, prontas pra ataca-lo, e assim dar suporte ao mostro a sua frente.

Mesmo imovel acompanhou com os olhos os pequenos aninais a sua volta.

"Outra carta na manga" pensou ele antes de ser atacado por todas aquelas pequenas criatura, que lhe esconderam em meio a um monte que disputavam por um pedacinho do Hyuga, mas seus movimentos giratórias afastaram no mesmo instante todas elas, deixando-o livre daquele ataque sufocante. 

Mais uma vez suas pernas ameaçaram fraquejar e foi nesse segundo de guarda baixa que os animais voltaram a te atacar, pendurando-se em seus braços e pernas com mordidas fortes. Eles pareciam segurar o shinobi, que tentava se livrar das pequenas pragas enquanto o seu primeiro e monstruso adversário se aproximava para um novo ataque. Deixando o Hyuga preocupado.

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Todos paralisaram quando a jovem de olhos violetas parou na porta, Miyako que estava de costas não percebeu que alguém havia chegado, mas os olhos de todos na mesa se dirigiram para Hinata e a mãe que sentava a sua frente avisou disfarçadamente enquanto ajeitava o guarda-napo sobre seu colo.

Ele levantou instantaneamente e antes de vê-la já abriu um sorriso confiante começando a falar --- Estava ansioso pela su... - no momento em que se virou e viu aquele rosto emoldurado seu sorriso fraquejou, perdendo a confiança por segundos enquanto recuperação o fôlego. 

Arqueou as sobrancelhas impressionado e sem discrição lançou um olhar de cima abaixo, finalizando sua fala tardia --- pela sua chegada... - Ajeitou a gola alta da camisa verde que usava por baixo de uma espécie de colete marfim e abriu um sorriso malicioso que fez a Hyuga tremer instantaneamente .

Miyako se aproximou e estendeu a mão para aquela mulher linda que se negou de inicio a corresponder o gesto, mas um "Por favor.. Não seja tímida" falso, no tom mais caloroso e educado do mundo fez Hinaga ceder, dando-lhe a mão.

Ele a guiou até a cadeira ao lado da sua sem conseguir disfarçar sua admiração diante a todos ali sentados. 

O silêncio que seguiu foi ainda mais constrangedor para Souke, mas a senhora Miura quebrou aquele clima pedindo para os empregados servirem a comida.

Miyako a olhava diferente, foi o único a elogia-la, era visível o interesse que desperto nele. Os cabelos azulados e os olhoa perolados era o mais belo contraste que já virá. Aquelas roupas então, deixava a Hyuga mais madura e bonita do que já era.

—-- Você está maravilhosa, eu devo ser o homem mais sortudo do mundo por tê-la ao meu lado agora. - sussurrou apenas para que ela ouvi-se.

—-- Obrigada ... - A voz era fraca e abatida, mesmo que sem jeito, era automático dela ser gentil, mesmo que até infeliz.

As risadas e conversas paralelas passavam batidas, como se nem acontecesse. 

Os olhos violetas estavam pousados no seu prato e mesmo que aparentemente apetitoso não lhe trazia nenhuma fome.

Encarou por tanto tempo a comida que o anfitrião a questionou, perguntando se havia algo errado com a comida. Mas ele precisou chama-la várias vezes antes que a mesma acordasse do transe e olhasse confusa para o Sr. Miura.

—-- Algo errado ?

Ele parecia aborrecido, estava pronto pra humilhar qualquer funcionário se a Hyuga confirma-se seu palpite. Mas ao trocar olhares com aquele homem de expressão azeda ela apenas negou a pergunta.

—-- Gomen, não há nada errado.

Forçou um sorriso nada convincente, abaixando a cabeça antes que pudesse ser questionada e voltando a focar na comida.

Começou a brincar com ela para disfarçar seu jeito e assim ficou por vários minutos. O sr. Miura não fez outras perguntas, assim como o resto dos Miura preocupava-se demais consigo mesmo e não queria pensamentos ruins no maravilhoso jantar que sua esposa preparou. Talvez pensara que a jovem era apenas uma bobinha.

Hinata estava no modo automático, so respondia quando necessário. Escondida embaixo da franja ela passou todo o jantar se perguntando onde estaria Neji naquela noite. Deveria ser ele a te acompanhar hoje, será que estava aborrecido? essa dúvida lhe corroeu por dentro fazendo-a pensar que ela poderia ter feito algo de errado.

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—-- Porque tem uma missão tão baixo nível na nossa lista ? - Questionou a morena enquanto analisava a lista de missões do time Guy. Usando a luz da lua pra iluminar o papel.

—-- Isso não é nada interessante!

—-- Tenten, o mundo shinobi não é um parque de diversões. - Lee fazia flexões com uma das mãos nas costas enquanto ambos esperavam pelo professor. --- Porque não aproveita o tempo livre e se junta a mim? - 

O garoto com cabelo de tigelinha estava mesmo empolgado e isso irritava a colega que revirava os olhos com o comentário do amigo. --- Que inveja do Neji... em uma missão de verdade enquanto estamos aqui, esperando nosso sensei para capturar um ladrãozinho qualquer. - Ela cruzou os braços na frente do rosto e fez bico como se fosse uma criança de oito anos. 

—-- Não seja mal humorada, Neji tem compromisso com o clã dele, por isso a Hokage é tão compreensiva. 

O sobrancelhudo ficou de pé em um só pulo. Serrou os punhos e olhou com vigor para a amiga. --- Toda missão é uma aventura! - enfatizou. --- A próxima deve ser mais interessante ainda ! - Sorridente ele esbanjava animação enquanto seus olhos brigavam.

Ainda bicuda a morena ergue novamente p papel na altura dos seios e leu a próxima missão. 

" Levar plantas medicinais até a vila da areia " 

O tom de voz aumentou do início ao fim daquela frase, finalizando quase em um grito de revolta a kunoushi indignada.

—-- Ora, vocês estão aqui, desculpem a demora eu estava ajudando uma e...-

Guy-sensei! - interrompeu a morena o que seria uma história ridícula com direito a drama, lições de vida e acabaria com Lee emocionado. Era visível a linha de tensão na sua testa, ela trincava os dentes se segurando pra não perder o controle. 

—-- O que foi Tenten ?

—-- Que missões são essas sensei ? - mostrou o papel que segurava com raiva. --- Essas são missões de nível genin! - apontou para a folha.

Guy sorriu e serrou os punhos enquanto soltava um longo suspiro. --- Não é ótimo relembrar os velhos tempos ?

 O sinal de jóia com a mão fez os lábios da morena contraírem incrédula.

—-- Que incrível Guy-sensei! - Disse Lee empolgado.

—-- Isso é tão sem sentido ... - Largou a folha deixando cair no chão e voltando a cruzar os braços.

—-- Não diga isso Tenten, segundo a Hokage essas plantas são raras, só tem aqui em nossa aldeia, pode aparecer ladrões queren...-

—-- Tanto faz! - Interrompendo e saindo na frente. --- Vamos acabar com isso !

Lee catou a folha do chão e acompanhou a colega e o sensei, mas algo lhe fez parar imediatamente, acabara de ler algo que chamou sua atenção. --- Não acredito ...

Tenten parou e se virou no mesmo instante, estava prestando mais atenção que nunca. --- O que foi Lee ? - engoliu seco sentindo seus labios secarem com a expressão surpresa do colega.

—-- Vamos ganhar folga no festival do Hanabi Taikai ! 

A notícia foi um balde de água fria para Tenten que depositou sua raiva em Lee, socando sua cabeça.

—-- IDIOTA !

—-- O que foi ? - indagou o amigo enquanto alisava o galo. --- Não gosta do Festival ?

—-- Achei que fosse algo sério !

Guy riu dos dois roubando a atenção. --- Mulheres... tão cheias de energia.

—-- Tenten você anda tão brava, acho que devia aproveitar o evento pra arrumar um namorado, corações apaixonados são mais calorosos !

A morena ameaçou bater novamente no amigo mas uma vaga lembrança de Neji lhe deixou corada, deixando-a mais constrangida que brava. --- Não fale besteira !

—-- O amor é um sentimento tão lindo, isso me faz lembrar de uma história!

Como se não pudesse ficar pior para a kunoushi, Guy começara mais uma das suas longas histórias.

—-- Conta, cota Guy sensei! - Implorou Lee.

—-- Quando eu era jovem, me apaixonei por uma linda moça, mas como sempre meu rival Kakashi estava no caminho e (....)

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Aquela era a terceira vez em cinco dias que a jovem Hyuga entrava sorrateiramente na casa de Neji. Se arriscava e mesmo sabendo do perigo não conseguia matar o novo hábito.

A saudade e ansiedade estavam te consumindo e o seu alívio era visitar o quarto do primo para bisbilhotar suas coisas na ilusão de matar a saudade.

O clima em casa estava tenso desde que Hiashi a pegou propondo casamento ao primo. Onde estava com a cabeça? Será que o pai acreditou na sua história sobre unir as famílias? 

Pegou o porta retrato do time Guy que ficara em cima da sua comida e deitou na cama do Bouke, reparou mais uma vez os belos traços do primo lembrando daquela noite. Mas um dos maiores motivos daquela invasão não aconteceu mais, claro, depois de dias o cheiro de Neji já havia sumido daquele lugar. 

Depois de quase meia hora repetiu o mesmo ritual de todas as vezes. Pós o retrato exatamente no mesmo lugar e arrumou a cama do rapaz, como se não fosse mais voltar.

Mesmo que saísse sem ser vista, foi pega pelo pai em um dos corredores de sua casa. Como se já estivesse esperando-a e pronto pra ouvir todas suas confissões. Hiashi prendeu os olhos perolados na caçula e esperou que ela se manifestasse.

—-- Pa-pai... - A voz que ousou fraquejar logo se recompôs, trazendo de volta a Hanabi segura de sempre. Ela engoliu o medo e ajeitou a postura, mostrando seriedade. --- Algum problema ?

A face impassível olhava atentamente para a filha. --- Eu não pude deixar analisar o assunto da nossa última conversa, estou disposto a introduzir tal assunto em nosso conselho pessoal, pois há algum tempo penso que nossa família precisa se sentir mais forte. Palavras ainda não são o suficiente para todos, alguns querem mais que isso para realmente sentir que somos apenas uma família. 

—-- Mas e o ancião...? - Mesmo que feliz ainda estava processando toda a informação e como sempre se mostrou tão madura, foi automático que colocasse na conversa outras questões.

—-- Eu sei, mas logo digo que não é certeza, precisa ser conversado.

Estática ela só conseguia olhar para o pai, esperando mais alguma informação sobre o assunto, mas a atitude de Hiashi foi inesperada. Ele apoiou a mão sobre o ombro da filha mais nova e mudou de assunto como se aquela conversa nunca tivesse acontecido.

—-- Você já sabe o vai fazer no seu aniversário de dezessete ?

Hanabi demorou para entender a mudança repentina, se quer lembrava que logo chegaria seu aniversário e agora que o pai lhe refrescou a memória lembrou que o aniversário cairá no mesmo dia do Festival, afinal foi graças a ele que ela possui aquele nome.

                  ▪▪▪

—-- Ah, é você... 

—-- Estava esperando por outra pessoa?
A resposta rude do Uchiha arrancou o sorriso bobo de Ino, que segurava ansiosa a pequena trouxa com a janta que ela mesmo preparou com tanto carinho.

—-- Não esperava por ninguém. - Respondeu demonstrando incômodo e impaciência.

Sasuke não mudará muito desde que voltou, ele não era o mesmo esnobe e vingativo de antes mas continuava reservado e frio. O tempo que passou fora podia até ser sua redenção, mas ninguém podia esperar que um homem que nunca teve família demonstrasse carinho e afeto, pois aquilo nunca lhe foi ensinado, diferente de Naruto não tinha um grande coração. Então era normal que agisse de tal forma diante boas ações, ele simplesmente não sabia retribuir da mesma forma.

Bem... Eu trouxe o seu jantar ... - A voz da loira tentava se manter calorosa, mas não conseguiu disfarçar a tristeza com a recepção negativa do Uchiha.

Quando os olhos dele alcançaram a delicada trouxa de estampa florida foi inevitável a leve mais breve surpresa. Sim, por um segundo ele sentiu uma indiferença em si, e a expressão de Ino não ajudava muito. Não sabia bem como lidar com uma garota triste, mas sabia que ele causara aquela reação e porque motivos devia ser rude com ela ? Agir daquele modo era automático.

—-- Obrigado, Ino... 

A voz dessa vez não era rude ou calorosa, simplesmente calma e sincera, algo que surpreendeu a loira que se antes estava cabisbaixa, agora exibia um sorriso bobo.

—-- Você quer entrar? - prosseguir dando espaço na porta.

Os olhos azuis da Yamanaka estavam grudados nos cor de ônix de Sasuke, ele a olhava neutro e arqueou uma das sobrancelhas como sinal de interrogação por ela demorar tanto para responder ou agir.

—-- Então?

—-- Cla-claro Sasuke-kun! - Respondeu entusiasmada quase trêmula de tão boba. E demorou maia alguns segundos até se tocar e entrar no apartamento do Uchiha.

Ino não pode deixar de reparar em tudo ali, afinal nunca conheceu a casa de Sasuke. Ela o acompanhou como se estivesse fazer do um tour pela casa e estava tão distraída que até mesmo esbarrou nas costas de Sasuke quando o mesmo parou para por um instante.

—-- Desculpe! Eu estava distraída e..-

—-- Não precisa se desculpar. - Interrompeu ele no mesmo tom calmo de antes, lançando um olhar rápido por cima do ombro antes de voltar pro que pretendia.

"Sasuke-kun é tão lindo..." Pensou ela enquanto observava o Uchiha se ajoelhar na frente da mesa.

—-- Pode se sentar ... ou ficar de pé se preferir. - Não se importava com a escolha da kunoushi, estava apenas tentando ser cortes, mas a loira aceitou seu convite imediatamente.

Quando se abaixou ela notou outra trouxa de comida naquela mesa, ainda estava embolada e tinha um pequeno bilhete desejando uma ótima janta, algo que me incomodou por minutos.

—-- Quem trouxe isso ? - Perguntou no automático, já se arrependemos por ser tão invasiva, mas aliviada por se segurado tanto. 

Sasuke parou de comer no mesmo instante, e a olhou com as sobrancelhas arqueadas, notando a inquietacao de Ino, mas não se incomodando em responder nem comentar o fato. --- Sakura. - Disse em um tom gélido antes de voltar a comer.

A resposta arrancou o fôlego da loira que queimou de ódio por dentro. "Maldita testuda, sempre arruma um jeito de ver o Sasuke" pensou ela. Mas ao mesmo tempo parou para um rápido raciocínio. Sasuke escolhera a sua comida ao invés da de Sakura, talvez estivesse sendo educado e comendo por estar na presenta da cozinheira, mas aquilo já era um ponto positivo em sua mente.

Ino ficou, cuidou e até mesmo lavou a louça de Sasuke. E depois de alguns minutos entre uma conversa nada empolgante onde apenas ela trazia assuntos na mesa, Ino percebeu que poderia está sendo chata ou que já devesse ir pra casa. Mas a verdade é que Sasuke não colaborava e aquilo a irritava. Já tinha idade o suficiente pra saber que aquele de fato foi o pior encontro do mundo, mesmo que com Sasuke Uchiha, então prefiro ser mais direita.

—-- Eu estou incomodando você ? Você quer que eu vá embora ? - encarou.
Ela falou com tanta segurança que talvez pela primeira vez naquela noite Sasuke a olhou diferente.

—-- O que foi agora Ino? - Perguntou firme, correspondendo o olhar.

Porque é tão frio ? - Sasuke ameaçou uma resposta mas ela interrompeu prosseguindo. --- Sei que não é fácil pra você, mesmo que tenha voltado com a cabeça limpa ainda acha que está sozinho ... Mas você não está! Depois da pausa e das últimas palavras enfatizados, ela lançou um olhar piedoso para o Uchiha. --- Você tem a nós... Eu, Naruto e Sa..kura! - A voz ousou fraquejar ao pronunciar o nome da rival mas não ia deixar o ciúmes corromper a verdade. --- Queremos tanto te ver bem, com planos e feliz ... - Ela levantou a cabeça mirando o teto e respirou fundo pra segurar as lágrimas. --- Eu só queria não parecer um incômodo pra você.... - murmuroum

Eu sinto muito. - Disse calmo, com falta de jeito como se não soubesse o que está fazendo. --- Eu não sou do tipo que se expressa bem, acho que simplesmente não sei. Esse jeito é o único jeito que eu conheço.

Ela levou os olhos para ele antes do rosto acompanhar, impressionada com sua resposta mas feliz por ser tão sincera.

Você não é um incômodo Ino, eu só... não sei como ter essa tipo de conversas.

—-- Que tipo de conversa ? - indagou espreitando os olhos.

—-- Essas conversas normais... sobre o dia-a-dia.

—-- Você vai aprender... - A voz carinhosa da Yamanaka vinha acompanhada de um sorriso terno e Sasuke não sabia como agir diante aquilo, apenas encarava aquela linda mulher de olhos azuis e que agora apoiava a mão delicada sobre a sua, ficando ambos em silêncio.

                      ▪▪▪

—-- Vocês dois são tão idiotas ! - Criticou Shikamaro enquanto observava entediado Naruto e Choji em uma disputa ridícula sobre quem comia mais churrasco. 

Ao lado de Choji, ele bufava em frente ao prato que estava vazio a um bom tempo. Agora apoiara a mão na cabeça, relaxando.

—-- "Mais!" - Gritou os adversários enquanto ainda mastigavam.

Shikamaro ergueu uma das sobrancelhas surpreso, não por Choji, mas por Naruto que estava aguentando comer tanto. "Que idiota.." Pensou ele.

Após mais três rodadas o loiro estava debruçado sobre a mesa com uma expressão de acabado, enquanto choji pedia uma rodada dupla.

—-- Maldito gorduxo... - murmurou empanzinado.

—-- Eu te avisei, o Choji sempre vence, agora nos vamos ter que levar pra casa. Isso é tão chato ...

Choji gargalhou ao ver o estado de Naruto mas preferiu não parar de comer pra conversar.

—-- Pois fique sabendo que... que... se fosse ramen eu com certeza venceria .... - Disse sem fôlego quase babando.

Shikamaro balançou a cabeça negativamente desaprovando o amigo. ---

Espero que você não se comporte assim perto da Hinata.

No momento que ouvirá o Uzumaki se esforçou para erguer o corpo, mas o máximo que conseguiu foi uma postura corcunda.

—-- Do que está falando ?

—-- Ué, você disse que quando Hinata voltasse a chamaria pra um passeio, não foi mesmo?

—-- Sim... É verdade, vou ser mais atencioso dessa vez ... ai. - Ele avisava a barriga com uma expressão de dor.

—-- Não seja idiota ! - Comentou Choji enquanto limpava a boca, chamando atenção de ambos. --- Hinata é legal demais, você tem sorte por ela já gostar de você, porque jamais conquistaria alguém sendo tão idiota.

Curto e grosso foi o comentário do rapaz, algo que incomodou Naruto, fazendo o loiro erguer o punho e serrar os olhos como se estivesse pronto pra uma briga.

—-- Pelo menos eu não vou comer a comida dela ! - ironizou o Uzumaki, recebendo um olhar quase assassino do colega. 

—--__ O QUE QUER DIZER ? 

—-- Isso mesmo que você entendeu! SEU GORDO!

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—-- Não esperava menos de um Hyuga ! - Debochou a voz que brincava de longe com Neji.

Mesmo que irônica a kunoushi realmente estava impressionada. Ele já fora atingido inúmeras vezes e continuava de pé, fazendo um bom trabalho sem seus sentidos.

Suas pequenas raposas já haviam sido derrotadas, agora ela deixava que o shinobi cravar uma luta exaustiva com seu monstro que infelizmente já perdera a venenosa calda.

A alguns metros dela, Karu o parceiro desaparecido de Neji acordava depois de longas horas. Ele estava muito machucado, cheio de arranhões e hematomas. O rapaz gemia enquanto recuperava a consciência mas a mulher que o capturou não ouviu, estava focada na luta.

Karu era um Ninja muito habilidoso que tem como elemento Natural a "terra". Estava tão franco que jamais conseguiria fazer um ataque, mesmo tendo seu elemento em abundancia. 

Percebendo que estava em uma caverna ou algo do tipo pensou em soterrar a ambos para deter aquela mulher, mas talvez acabasse dando sua vida em vão, pois assim como Neji ainda não sabia que tipo de Ninja ela era. 

Pensando nisso acabou tendo um ótimo plano. Pousou a mao quase que no pé de uma pilastra natura feita de pedras e terra e usou seu resto de chakra fazendo a terra absorver seu próprio sangue derramado e levar o mesmo até o solo, um processo demorado pois exigia muita concentração, oque era difícil, porque sentia muita dor.

As pontas dos dedos trêmulas se mexiam lentamente guiando o sangue até seu destino, era um pedido de socorro junto com uma pista importante. 

Estático no chão, Neji se perguntou porque diabos estava naquela situação, porque seus amigos são tão burros ao ponto de não conseguir fazer o próprio trabalho? É porque aquela mulher não aparecia ? Até quando ficaria brincando com...-.

A sombra da enorme para do animal vinha em sua direção, sua primeira ação foi rodar rapidamente para o lado, sentindo apenas a areia do impacto no rosto. Ainda tenso, ele aproveitou a curta distância entre o animal e virou o corpo para o mesmo. Usando "oito trigamas", um golpe não necessitava se quer de um contato direto. Era como se o poder fosse lançado pelas palmas das mãos unidas, acertasse seu inimigo.

Quase que no mesmo instante seu coração bateu com força, causando-lhe dor. Cuspiu sangue e estremeceu de tão agoniado, assistindo o ferido animal rosnar irritado.

Algo inesperado chamou atenção do Hyuga, a terra a sua frente começou a minar sangue. A pequena "fonte" secou em míseros segundos e não foi algo a se deixar passar.

Foi atacado novamente, dessa vez não conseguiu esquivar do "tapa" daquele monstruoso animal, sendo lançado em cima de uma moita que o fez perder o que restava da parte de cima do kimono. A voz que tanto debochada dele agora ria sobre o seu estado atual, mas ele estava tão concentrado em pensar sobre o que vira que se quer se incomodou. Apenas manteve seu olhos no sangue que agora já estava misturado a terra, enquanto tentava se esquivar de ataques.

"Justus como esse exigem uma distância significativa.." Pensou olhando ao redor. "Não está no Norte, oeste, leste ou Sul..." refletiu mais uma vez antes de olhar para cima. "Dificilmente poderia está acima de mim, então..." . Seus olhos nus miraram o chão e mesmo que pudesse ser uma teoria boba onde ele acabasse gastando suas forças, estava pronto pra arriscar.

Levantou quase que em um pulo e montou sua guarda. Joelhos flexionados e palmas da mão na direção do inimigo. Agora o olhar firme voltava para seu rosto.

"--- Você está disposto a usar seu e chakra até a morte?"

Foi o último comentário da vilã, mas ele não respondeu. Franziu o cenho focando um olhar assassino visto apenas no início daquela batalha. E com toda determinação que o restava concentrou grande parte do chakra na palma da mão direita, quase como uma dança ele girou os braços na direção do inimigo mas ao invés de lançar um ataque, depositou o impacto do golpe no chão vendo o solo rachar rapidamente. Se havia algo embaixo de si sentiu, e sua surpresa foi quando a voz disse quase em um grito assustado.

"__ O Que pensa que está fazendo!"

Mesmo que a voz estivesse vindo de vários lados na intenção de confundi-lo, ele tinha quase certeza de onde a dona estava. Continuou a acertar o chão até que o mesmo não se aguentasse e afunda-se, levanto o Hyuga e o monstro que vinha na sua direção.

Rochas e terra invadiram aquela enorme caverna. Provavelmente a uns dez metros do chão. Neji por sorte não foi soterrado, mas aquela queda fez um certo estrago.

Perplexa, "Kitsune" se quer se mexeu, ainda estava sentada como uma criança que se divertia com seus brinquedos, enquanto se perguntava "Como?".

Assistiu Neji se levantar completamente sujo em meio a falta de luminosidade do local. O excesso de areia escorreu pelos cabelos e corpo. --- Vo-você ...? - Gaguejou de tão trêmula.

O shinobi caminhou sem pressa na sua direção, começou manco mas logo venceu a dor ficando mais destemido que nunca. --- Achei você..

Assustada gritou pelo seu monstro, mas o animal não teve a mesma sorte do Hyuga, foi quase que todo soterrado, sobrando apenas a pata traseira para fora. --- Você acha que pode me enfrentar ? - Sua falsa coragem não intimidou ninguém, ela procurou por um pergaminho aleatório que estava na sua frente mas acabou perdendo o foco ao ser acertada por uma pedra.

Ação também chamou atenção de Neji que pela primeira vez notava o companheiro "Karu", parando um instante para olha-lo, ele não estava melhor que Neji mas era persistente.

—-- Maldito, você acordou! Eu devia ter ... - A voz se calou quando sentiu bem perto de si uma presença imponente, fazendo-a girar o rosto se volta pro Hyuga que enfrentava. 

O estranho crânio chamou atenção de Neji, que se quer pensou duas vezes antes de pisar com tanto desprezo no objeto, deixando a mulher desesperada. Quando os olhares se cruzaram novamente as velas que iluminava o lugar se apagaram restando apenas um novo ponto de luz... Mãos envolvidas por chakra.
—-- Por favor, não... 

                      ▪▪▪

O jantar com os Miura pareceu durar horas e mesmo que fosse muito gentil Hinata já não conseguia ser bondosa em meio aquela novela em que ela era a personagem principal.

Como se não pudesse ser pior Miyako insistiu para um passeio pelo gigantesco e belo jardim da casa. Começando assim mais uma sessão de tortura.

O Miura envolveu o braço da Hyuga em seu braço sem se quer pedir, e fez questão de segurar o braço dela, mantendo-a onde colocou. Acariava seu braço enquanto a guiava até o destino.

Os olhos tímidos e tensos sempre davam um jeitinho de bisbilhotar Karu por cima do ombro. O "guarda-costa" sorria para ela passando uma segurança passageira, pois precisava conferir com frequência se ele ainda estava por perto.

Quando chegaram naquele maravilhoso lugar onde até mesmo o chão havia sido feito pelos melhores e mais caros artesãos ambos fizeram uma curta pausa para admirar.

Os Miura eram muito vaidosos, fizeram do seu jardim uma verdadeira galeria de arte. Os melhores haviam trabalhado ali, grande maioria artistas. Era um lugar por qual Miyako se gabava em reuniões entre amigos e agora para Hinata, como se o próprio tivesse construído.

No meio do caminho um chafariz chamou atenção da Hyuga, percebendo isso, o rapaz a arrastou para perto do belo monumento.

—-- Você gostou Hinata? - Pensando em deixá-la maia vontade, soltou o braço da jovem dando-lhe mais espaço.

Em um momento de distração de Hinata o moreno de olhos verdes olhou para "Karu" fazendo um gesto discreto com a mão para que ele saísse.

Distraída como o monumento maravilhoso cravejado com as mais belas pedras ela se quer notou quando o homem que deveria cuidar de sua proteção se afastou sorrateiramente.

—-- É... É lindo... 

—-- Você poderá vim aqui todos os dias quando se casar comigo, ou eu mando fazer um igual quem sabe até melhor se fomos morar em Konoha ! - Mesmo que falasse de forma divertida existia seriedade naquelas palavras.

A palavras "Casar comigo" ecoaram na mente da Souke, que sentiu seus delicados lábios secarem, engolindo seco a vontade de chorar. 

—-- Hinata ? 

A voz a tirou do transe, mas agora ela parecia uma gatinha assustava. Estava visivelmente corada e tinha dificuldade em olhar diretamente para Miyako. Ele estava tão confiante e ao mesmo tempo encantado que até acreditou que aquilo não passava de charme.

—-- Não precisa ficar assim... eu vou cuidar de você...

O tom malicioso fez a Hyuga arrepiar, mas foi o toque firme daquela mão gelada que tirou Hinata de si.

—-- NÃO ME TOQUE ! - Disse desesperada quase que em um grito.

—-- O que... ? - O falso olhar carinhoso, bondoso ou até mesmo terno se desfez em segundos dando lugar a uma expressão fria e impaciente. --- O que pensa que está fazendo ? Pare de gritar! - Sem pudor, agarrou Hinata pelo braço, fazendo-a sacudir de leve. --- Chega com esse drama "Senhorita Hinata" você é uma dama! .- finalizou dando ênfase.

—-- O que ? Não...

O murmúrio foi em vão, Miyako estava aborrecido, quase rosnava com a atitude "deselegante" de Hinata. Ele a olhava como um pai que reprimia um filho mal criado.

—-- Esse viagem foi apenas cerimônia, nos dois sabemos que acabaria-mos casados no fim! Estava tentando ser cortez mas parece que você não está nível.

Aquele tom era de fato assustador, a pior partes foi ouvir algumas verdades que sua falsa esperança evitava. Os olhos estavam se enchendo de lágrimas desesperadas.

Mesmo que estivesse em más lençóis, Hinata ainda era uma Hyuga, um clã conhecido em todo mundo ninja e mesmo que não gostasse de confrontos, tinha um bom motivo pra sair do sério.

Uma dose de coragem a fez ativar o seu precioso byakugan, seguido de uma concentração de chakra nas mãos. E assim como seu primo, que ela não imaginava onde estava, sentiu uma dor enorme, uma dor seguida de uma fraqueza nas pernas. Mas diferente do bouke ela não era assim tão forte.

Ela quase caiu naquele chão ladrilhado mas foi pega por Miyako, que a segurou pelos ombros enquanto a mesma estremecia.

Os olhos confusos da Hyuga encontrou os maliciosos do noivo que não teve pudor ao rir de forma maldosa na sua cara. Quase que em um sussurro abafado indagou --- O que... O que você... - respirou fundo enquanto apertava as pálpebras e finalizou ainda com dificuldade. __ O f..fez comigo?

O largo sorriso se fechava em um de canto, algo mais debochada e sagaz. --- Acha mesmo que eu seria tão imprudente ao ponto de não me preparar ? 

O Olhos de Hinata vasculhavam todo seu campo de visão, procurando pelo homem que devia protegê-la. 

—_ O que está procurando? Não perca seu tempo, você é mais tola que aqueles acreditaram ter capacidade de protege-la!. - Disse venenoso. --- Um mercenário cobrou bem caro por essa iguaria... Mas agora olhando pra você... Vejo que valeu cada centavo ... - Disse no tom mais pervo do mundo.

Os olhos do moreno brilhavam enquanto se arrastavam pelo rosto delicado até os seios fartos da jovem. Salivou como se estivesse prestes a devorar algo. Mas diferente do olhar de admiração suas mãos não foram nada gentis ao empurra Hinata contra uma pilastra larga cujo formato era retangular.

Pressionou o corpo maduro contra o da jovem deixando claro sua "intenção".

—-- Esperava maia gratidão, faz ideia do quanto essa roupa custou? - sussurrou abafado no ouvido da Hyuga, que estremeceu ao sentir o hálito.

—-- Pare... para com isso... Mi-yako! - Suplicou enojada enquanto sentia aquelas mãos desenhar sua silhueta.

Ele não se importava se ela gritasse ou chorasse mais do que já estava chorando, fazia questão de afastar o rosto para olha-la melhor, como se precisasse conferir a expressão da sua vítima.

—-- Você tentou me atacar ... Agora é minha vez dar as cartas! - Disse sádico entre risinhos mansos.

—-- Vo-você...ê vai m-me maaa...tar?
A pergunta fez o Miura rir, o olhar psicopata causava arrepios, sua aproximação fez Hinata fechar os olhos apavorada como se não quisesse ver sua ação. Então ele lambeu sua bochecha de maneira libertina enquanto a bulinava agora mais intensamente.

—-- Não, apenas conhecê-la melhor... - sussurrou.

As mãos importunas dançavam pelo corpo da Hyuga procurando uma brecha naquelas vestes. Estava louco para conhecer a intimidade da noiva antes de fechar o "acordo" entre as duas famílias. Imprudente, se quer parou para pensar que poderia está jogando tudo por água a baixo, não que as intenções fossem as melhores, mas fora apressado demais.

Hinata que além de fraca exibia um semblante de desespero. Suplicava por ajuda mesmo que em vão.

" Onde está Neji ? Onde esta o homem que te mantinha segura? " 

Os olhos assustados fitavam o rapaz enquanto suas mãos estendiam a saia do vestido exibindo as pernas macias e alvas de Hinata.

—-- Não se faça de tímida...

O abusador parecia confiante sobre seus planos e Hinata também. As lágrimas escorriam pelas maçãs coradas e se encontravam embaixo do queixo para uma queda única.

Quando tudo parecia perdido uma mão forte agarrou a "face" de Miyako o puxando para trás com força e o lançando no chão duro.

—-- Tire suas mãos imundas dela! - A voz firme deixava bem claro o estado de ódio do dono.

Neji havia aparecido finalmente, completamente acabado e sem a parte de cima do kimono, ferido como a muito tempo não esteve. Nefando, fechava a mão com força, esmagando os próprios dedos.

Estava parado entre o abusador e a abusada. Se quer olhou para Hinata que ainda estava estática e apavorada, mas conseguiu murmurar seu nome com um certo alívio.

A imagem de Neji era medonha, mesmo que estivesse tão "acabado" sua postura era de alguém que exalava poder. Os cabelos balançava por causa da brisa, fazendo com que alguns fios colassem em seu rosto, mas nada interrompeu a troca de olhares raivosos entre os dois. 

E mesmo que sujo de terra, sangue seco nas narinas e no canto da boca Miyako enxergava perfeitamente aquela expressão de desprezo. Como se Neji pensasse exatamente no que fazer enquanto trincava seus dentes. 

Neji era um homem mais perigoso que o Miura conheceu, e se quer fazia ideia disso, mesmo em perigo ainda ousou ser atrevido.

—-- Você sempre aparecendo nas horas erradas, não era pra estar aqui ! - Disse impaciente enquanto se levantava cauteloso, como se pudesse "prevenir" um ataque. Respirou fundo e aumentou a voz o tom, ainda mais autoritário. __Você devia está mo-. 

Interrompido por um soco que o levara de volta ao chão o herdeiro apoiou a mão onde levou a pancada e olhou o Hyuga perplexo, incrédulo por tamanha ousadia.

Uma guerra podia comecar se aquela família ordenasse e confiando no poder, acabou abusando novamente.

—-- Hyuga, você quer mesmo fazer isso ? Faz ideia do que pode estar começando? Nos somos o poder aqui, e quanto você é só um subordinado! - Apontou. --- Eu posso mandar uma carta pra o seu país solicitando que a Hokage .... 

A voz perdeu força até parar de vez quando Neji começou a gargalhar. Abafando o riso segundos depois até abrir sorriro imperceptível. O olhar não era assassino, mas tinha um ar psicótico.

Um frio na espinha fez o Miura arrepiar desviando o olhar daquele homem, sua preocupação se aumentou mil vezes.

—-- Se Você da valor a sua vida, sugiro que Fuja Hyuga... - Apoiou as mãos no chão e levantou o quadril, levantando-se aos poucos.

Neji observou uma nova tentativa do inimigo para ficar de pé e interrompeu empurrando o peito do homem com seu pé, fazendo-o voltar para o chão, agora mais apavorado.

—-- Acredita mesmo que está em posição de me ameaçar? Acha que me assusta ? - Disse com uma falsa expressao de surpresa. --- Minha vida não tem valor algum ... sou apenas um Shinobi.

O tom de Neji fez Miyako se encolher, e treme mais ainda quando ele estralou os dedos e o pescoço tenso, se aproximando do Miura lentamente.

—-- Já você parece dar muito valor a sua...

Se aproximou dos olhos apavorados e o agarrou pela gola erguendo-o com facilidade. Acertou vários socos no rosto "perfeito" enquanto o homem gemia de dor.

—-- Grite o quanto quiser. 

Sabia que poderia mata-lo com um só golpe, que poderia usar seu Taijutsu incrível, mas estava tão raivoso que começou uma sequência de socos cada vez mais intensas, como se nunca fosse o suficiente. Usou o lindo chafariz para apoiar aquele corpo que não demorou até "apagar" e depositou toda sua força bruta, sem qualquer habilidade ninja ou ajuda do mizero chakra que ainda recuperava.

A brutalidade foi tamanha que o rosto do garoto estava irreconhecível. O sangue havia espirrando no seu rosto nos quarto ou quinto soco que dera, mas agora apenas escorria pelo canto da boca que já estava sem os dentes.

O sangue escorreu pelo chafariz dando um tom avermelhado a água e quando não podia ficar pior, Neji usou das suas habilidades e afundou a mão no peito do jovem que aparentava estar morto a tempos. Agarrou o coração do rapaz e o arrancou, usando chakra pra intensificar sua força.

Tamanha crueldade não passou despercebido pelos olhos de Hinata que observou tudo desde início, completamente assustada. Nunca assistiu a uma cena tão cruel em todo seu tempo como kunoushi. 

—-- N-Neji... 

Hinata havia se esforçado muito para conseguir pronunciar algo, ainda estava em choque.

—-- Neji... para.. p-para por... por favor... - Ousou toca-lo mas ao ver ficar imóvel desistiu, estava com medo... com medo do seu herói.

Foi quando Neji largou o coração ensanguentado no chão que Hinata se retraiu, levou uma mão até a boca impedindo soltasse um grito e olhou chorosa para aquelas costas definida e machucada.

O soluço de susto chamou atenção de Neji que virou pra olha-la. Ainda sentindo seu sangue ferver esqueceu de mudar sua expressão assassina ao encara-la. --- O que foi ? 

O tom agressivo fez Hinata tremer, dando um passo para trás receosa. Foi ali que o Hyuga acordou, enxergando tudo com mais clareza. Olhou para a própria mão ensanguentada e girou o corpo para uma rápida olhada em sua vítima.

Agora com tudo mais claro ele apenas suspirou, fechou os olhos e levantou a cabeça. Pensando nos fatos.

Ver Hinata bem era como tirar um peso das costas, mesmo que ainda aborrecido com toda aquela missão inútil que ele sabia que não daria certo desde início. 

Abriu os olhos lentamente mirando o céu, mas logo seu olhar tenso caiu sobre a prima.

No fundo sentia uma vontade estranha de envolve-la em um abraço, mesmo que não fosse da sua natureza ser tão terno já fazia algum tempo que seu sentimento estava confuso... ou talvez não. Aquilo era complicado de entender para alguém tão frio. Por outro lado sabia que se tentasse algo poderia assusta-la. 

Olha ela... Mesmo chorando estava tão bonita com aquela roupa, tão limpa e intocável. Enquanto o cara que faz o trabalho sujo parecia um monstro de tão sujo e cruel.

Coçou o canto da testa sem saber o que fazer, estava cansado demais para conversar sobre tudo aquilo agora. Mas sentiu que talvez fosse bom dizer algo. 

—-- Hinata-sama.. - Ela amenizou o choro apos ouvir seu timbre gélido, correspondendo ao olhar do primo. --- precisamos ir. - Foi mais rude do queria mas não estava com cabeça para se quer conversar. 

Hinata limpou o rosto com as costas da mão e mesmo com milhares de assunto incomodando sua mente, não consegui deixar de refletir sobre o mais banal, "Por que Neji está agindo assim?"

Hinata além de assustada estava lerda, a situação era grave demais para ela agir feito como uma "Confusa" sendo que era a peça principal daquele jogo.

Sem se quer avisar, Neji a tomou nos braços, mesmo que ainda muito fraco estava pronto para tirar a Hyuga dali em segurança.
Evitou um contato antes para não suja-la mas recuperou o juízo, percebendo que não tinha porque ser tão "cuidadoso", já que o importante era manter ela segura.

—-- A-Aonde vamos Neji -kun? - Gaguejou.

—-- encontrar o resto dos seus guardas. Estamos sem comunicação com Konoha, devemos correr para a fronteira. - Respondeu neutro e em voz baixa enquanto encarava os olhos vermelhos da prima. ---  Será uma longa viagem, descanse! 

Antes que pudesse saltar e correr até o local combinado pelos dois colegas que acordou do estranho transe e o colega cujo a cópia matou antes do Miura, Neji sentiu a mesma fraqueza de quando lutou contra aquela kunoushi. Não era nenhum jutsu ou algo assim, estava esgotado, mas não podia parar ali. Um assassinato chamaria atenção muito atenção e toda a culpa cairia sobre os Hyugas. Quem sabe, assim como seu pai ele fosse entregue de bandeja para aquele país como algum acordo de paz.


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Notas finais do capítulo

Se alguém acompanha a fic, pfv fala, o que tá achando? ><'



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