A Caixa de Merlin escrita por Hanlia


Capítulo 2
O vagão do caos e o chapéu enrolado


Notas iniciais do capítulo

Espero que a história não esteja lenta.
Decidi englobar mais o primeiro ano para criar uma relação entre os personagens.
Tomara que gostem yey



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O local estava vazio, não havia muitos trouxas naquela hora, Ágata foi em direção a Plataforma 9 ³/4, sendo seguida a passos rápidos por Evangeline. Nebulosa acordou incomodada no meio da travessia, era uma gata muito exigente. Como Evangeline imaginava, só uns treze ou quatorze bruxos estavam na estação àquela hora, Ágata logo enxergou alguns conhecidos e foi ao encontro deles. É claro, somente pessoas loucas como ela chegariam lá tão cedo, provavelmente todos eram da Corvinal.

— Nossa, é o seu gato? Ele é enorme! — exclamou uma garota de pele rosada, olhos cor azeitona e um cabelo excessivamente longo e ruivo. Ela possuía um sphynx cinza nos ombros e se aproximava animada de Evangeline. — Sou Milla Harrison, e essa é a Diana.

— Prazer, essa é a Nebulosa, e eu me chamo Evangeline, Evangeline Hill. — a bruxa afirmou confiante. — Está aqui há muito tempo?

— Hill? Hum... Esse nome não me é estranho... Mas enfim, cheguei faz uns dez minutos, minha família sempre insiste em vir cedo, assim pegam os melhores lugares. O meu irmão também sofreu com essa tradição, pra sorte dele já saiu de Hogwarts, e consequentemente das noites mal dormidas do primeiro dia. — a garota falou tudo aquilo muito rápido, ela tinha uma voz doce e bem fina, mas não a ponto de irritar.

— A minha mãe faz assim também. Se quer mesmo saber, acho que não vale a pena... Não é como se fosse faltar lugares pra quem chega tarde... — disse Evangeline cruzando os braços, Milla balançou a cabeça, concordando.  

As bruxas seguiram conversando, a maior parte dos assuntos fora sobre gatos e como eles eram maravilhosos. Também citaram sobre como suas mães eram loucas e as coisas que eram forçadas a fazer, como por exemplo, quando Evangeline era obrigada a organizar suas roupas por ordem de cor e estação do ano, ou quando Milla ficara de castigo por não deixar os sapatos virados para o norte. Evangeline não tinha muitas amigas, e pelo que pôde perceber Milla também não, talvez por esse motivo tenham se dado tão bem.

Passado um tempo, seus parentes as chamaram para se despedirem. Ágata pediu para Evangeline se comportar e arrumou novamente seu cabelo que já estava todo bagunçado outra vez. Depois de uma longa seção de embelezamento, que não levaria a lugar algum já que em cinco minutos tudo estaria o caos novamente, a bruxa desapareceu deixando Evangeline perto do trem. A garota teve tempo de vasculhar todos os vagões e encontrar a cabine perfeita, eram aproximadamente nove horas quando a achou. Era uma cabine como todas as outras, com a exceção de que os assentos eram estranhamente confortáveis, deve ter sido obra de algum aluno antigo, provavelmente. Nebulosa também pareceu adorar os assentos, e logo dormiu. Evangeline esperou enquanto olhava para a janela observando os alunos chegarem, começando a lotar o ambiente. Isso até ouvir a porta da cabine abrir lentamente.

— Com licença, os lugares estão ocupados? — uma garota com um cabelo escorrido cor avelã, tão pálida quanto Evangeline e com olhos negros abriu a porta da cabine. Apesar do modo delicado que entrou, disse aquilo com um ar bem imponente, mesmo se os lugares estivessem ocupados, não pareceu que a bruxa conseguiria impedi-la de sentar.

— Não estão... — disse Evangeline sonolenta sem interesse algum de começar uma conversa.

— Ótimo. — acrescentou a outra bruxa. — Você deveria me agradecer, essa cabine é a mais confortável daqui por causa dos meus tios. Sempre me falaram dela... Bem, eu esperava mais na verdade.

Evangeline a olhou sem interesse e voltou à atenção para a janela, queria dormir logo, mas sabia que se dormisse naquele momento estaria suscetível a sabotagens. Era a regra, o primeiro que dormia sempre seria a vítima.

— A propósito, sou Samantha Morgan, mas me chame de Morgan, não temos intimidade. — a menina não pareceu notar que Evangeline praticamente a ignorara anteriormente.

— Sou Evangeline Hill, mas pode me chamar de Hill, não temos intimidade. — ela disse imitando-a num tom completamente sarcástico. Samantha não pareceu muito satisfeita com a atitude, no entanto, não disse mais nada.

Algum tempo depois a porta da cabine novamente se abriu, dessa vez era Milla. Ela tinha visto Evangeline na janela, e logo após se despedir de seus parentes seguiu para a mesma cabine. A menina olhou Samantha de cima a baixo e se apresentou educadamente, fazendo logo amizade com a garota. Ela colocou Diana próxima de Nebulosa e ficou conversando com a outra bruxa, até que finalmente Evangeline adormeceu.

Já estava no fim da tarde quando a bruxa acordou, a primeira coisa que fez foi checar se ela ainda estava intacta. Olhou para Samantha e Milla, as duas continuavam conversando, mas ela não se importou em saber o assunto. Ao se mexer percebeu alguns sapos de chocolate ao lado dela, e nesse momento as bruxas notaram sua presença.

— Já estava na hora dorminhoca, deixamos alguns sapos pra você, mas se quiser eu ainda tenho algumas tortinhas de abóbora. — disse Milla ainda muito animada.

Evangeline pegou um sapo e comeu, ela realmente amava chocolates. Tirou Morgana le Fay, mas já tinha dúzias dela, essa figurinha realmente a perseguia. Olhou para Samantha e Milla agradecendo, parecia muito menos mal humorada que de manhã. Algumas horas de sono realmente fazem milagres.

— Melhor você ir se trocar, Hill. Logo estaremos chegando. — Foi aí que Evangeline percebera, as duas meninas já estavam arrumadas, com seus devidos uniformes, enquanto ela parecia um filhote de mandrágora.

— Pff, você tem razão... — disse ela enquanto coçava a cabeça e pegava suas vestes. Samantha balançou a cabeça convencida, ela sabia que tinha razão.

— Só cuidado com os gêmeos Weasley, estão fazendo uma bagunça lá fora, parecem dois diabretes. — completou ela, que nesse momento apontava para fora.

Evangeline agradeceu o conselho e saiu da cabine como se tivera saído para a guerra, realmente estava um caos. Alguns alunos estavam correndo, outros praticando feitiços de pequeno porte, outros lançando azarações sem sucesso. Contou pelo menos uns 20 sapos de chocolate pulando pelos corredores, e também haviam sapos dourados e reais, sabe-se lá porquê. A bruxa saiu desviando de tudo que parecia ser um problema, não foi muito difícil, o seu elfo doméstico era bem desastrado, estava acostumada a desviar de coisas. Finalmente conseguiu se trocar, e quando estava voltando para sua cabine, trombou de frente com Jorge e Fred Weasley. Eles pareciam estar fugindo de uma mulher com covinhas, nada simpáticas no momento, seus cabelos estavam cheios de doces. Quando menos percebera, Evangeline tinha virado escudo humano dos gêmeos.

Enquanto os gêmeos riam sem parar se escondendo atrás da bruxa, a mulher parecia furiosa. Evangeline não sabia muito bem o que fazer, então simplesmente decidiu assumir seu posto de escudo humano e dar uma brecha para os gêmeos fugirem, afinal, de que outra forma conseguiria voltar à cabine? Eles fugiram com sucesso e a mulher continuou a perseguição, no entanto, tropeçara num aluno deitado no meio do corredor. Evangeline desviou de mais alguns alunos que voavam em vassouras. Que diabos de vagão ela tinha se metido? Pensou se os outros estariam assim, ou se ela realmente dera azar. Com muito esforço conseguiu voltar à cabine e fechou a porta rapidamente. Samantha e Milla observavam curiosas.

— É, você sobreviveu! — afirmou Milla um tanto admirada por Evangeline parecer intacta.

— Hill, você acaba de ganhar o meu respeito, mas poderia ter se trocado aqui mesmo, pensou nisso?

A bruxa deu um tapa na própria testa ao perceber o quanto fora burra, mas não mentiria para si mesma, foi divertido enfrentar o vagão do caos. Contou tudo o que viu para as bruxas, em voz alta parecia um conto saído de algum livro de piadas. No meio da história a porta da cabine abriu e um garoto de traços orientais e cabelo partido no meio entrou ofegante. Elas o olharam confusas esperando uma explicação, mas ele não deu à mínima, na verdade ficou o tempo todo espiando o corredor.

— Está sendo caçado? — Evangeline perguntou levemente orgulhosa por ter voltado em melhor estado que ele do corredor.

O garoto a olhou e não falou absolutamente nada, mas parecia perturbado. Na verdade, saiu correndo de lá na primeira oportunidade, deixando as garotas sem explicação. Elas deram de ombros e Evangeline concluiu a história. A noite não demorou para chegar, e quando menos perceberam, já estavam em Hogwarts.

Evangeline, Samantha e Milla foram algumas das últimas que saíram do vagão, também saiu atrasado o oriental assustado e Fred Weasley que atormentou um pouco mais a mulher dos doces, mas logo depois se retratou. Após se localizarem, as bruxas seguiram um homem enorme que guiava o primeiro ano.

Chegando ao castelo, Profa. Minerva McGonagall explicou sobre a seleção das casas e sobre o chapéu seletor. Guiou os alunos para o Grande Salão e apresentou o chapéu que cantou a canção das casas. Profa. Minerva começou a chamar o nome dos alunos. Demorou muito até Milla ser chamada, foi a primeira do grupo. Andou empolgada e ao mesmo tempo nervosa até o chapéu, que não precisou nem de dez segundos para decidir para qual casa ela iria.

— CORVINAL!

A mesa da Corvinal bateu palmas, e Milla correu até lá esperando a seleção de Samantha e Evangeline. Mais alguns nomes foram chamados quando finalmente Profa. Minerva anunciou:

— Evangeline Hill!

Ela caminhou tranquilamente até o chapéu, estava um pouco ansiosa, mas manteve a calma e enfiou o chapéu na cabeça.

— Vejo talento, muito talento. É estranhamente familiar, ah, como é familiar... Sem dúvida há coragem, mas também astúcia e ambição, com certeza. — os minutos passavam e o chapéu não se decidia quanto à casa de Evangeline. Ela debatia mentalmente com o chapéu, mas quanto mais pensava, mais confuso o chapéu ficava. Decidiu simplesmente pensar em outra coisa e deixar o chapéu fazer seu trabalho. Cinco minutos exatos se passaram, quando o chapéu finalmente exclamou:

— SONSERINA!

A mesa da Sonserina bateu palmas, e ela foi andando até lá. Evangeline estava levemente incomodada com a enrolação do chapéu, no entanto, satisfeita por não ter demorado ainda mais. Dumbledore a cumprimentou com um sorriso da Mesa Principal. Ela se lembrou de ter visto esse mesmo sorriso uma vez, mas não se recordava quando.

Após mais alguns alunos, um garoto de olhos prateados e cabelos negros, muito atraente por sinal, foi escolhido para Sonserina. Logo depois foi a vez de Samantha, que também foi escolhida para casa. O chapéu mal encostou na cabeça dela, e ela também não parecia surpresa. Os últimos foram os gêmeos Weasley que rapidamente foram selecionados para a Grifinória e o garoto oriental, Liang Wei, que acabou na Corvinal.

A cerimônia se encerrou com um belo banquete. Alguns alunos pareciam famintos, outros amuados por terem saído em casas diferentes de seus amigos, já uns demonstravam exatamente o contrário, estavam incrivelmente animados pela escolha do chapéu. Samantha e Evangeline olhavam para Milla na mesa da Corvinal, um pouco decepcionadas.

— Pelo menos ela não entrou para a Lufa-Lufa. — comentou Samantha o que acabou atraindo risadas de alguns sonserinos que estavam por perto. Um deles era Marcus Flint, que possuía dentes absurdamente feios, eles eram tão feios que Evangeline não conseguia parar de olhar. Mas para disfarçar simplesmente decidiu manter o foco na comida.

Após a grande refeição os alunos se dirigiram para seus respectivos dormitórios.

 


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Notas finais do capítulo

Então, esse final foi muito corrido?
Foi enrolado?
Pff, espero que tenham gostado de qualquer forma.



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