Antagonismo escrita por Colour


Capítulo 1
James e Ginny


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo legal com vocês?
Bom, eu estava sem nada para fazer, e essa fanfic estava meio que mofando na memória do meu notebook, então decidi postar, assim, sem responsabilidades.
Boa leitura, xuzis.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/739862/chapter/1

 

Ginny Potter,

James S. Potter.

Casa dos Potter,

2004 – 2008.

 

Quando Ginny olhou para o tamanho de sua barriga pela sétima vez ao dia – esperando chutes e movimentações doloridas ventrais. –, soube que as preocupações geradas por uma gravidez de primeira viagem não era diferente da segunda vez. A saliência exuberante que carregava era pontuda e já pesava bastante o suficiente para fazê-la sentar e descansar seus tornozelos e panturrilhas ao meio dia.

Era seu segundo filho, ou filha, sexo ainda indefinido por sua vontade, um desejo próprio, que seu marido, Harry, um homem que tal curiosidade sempre o dirigia a confusões em sua infância, não atribuía sua concordância em relação a isto. A Potter não via problemas em seguir sua segunda gestação de modo tradicional, o mais convencional e seguro para si: o método bruxo. Para ela, milhares de equipamentos medicinais trouxas e exames rotineiros assustavam-na, pois, diante dos seus olhos tudo se passava normal— ou perto disto. –, somente mais uma gravidez corriqueira na família Weasley, quer dizer, Potter.

No entanto, em frente a todos e de sua enorme barriga que atraía olhares e o sorriso que carregava no rosto há semanas, Ginny escondia devidamente suas preocupações de mãe. É óbvio que a mesma nunca fora um exemplo de paciência – a não ser quando se tratava de assuntos amorosos –, e muito menos de aquietação, sua personalidade forte deixava claro o tamanho de sua vivacidade e seu gosto natural para aventuras. Mas ao passar do dia, mais que frequente observava atentamente o seu pontudo ventre, este, sem movimentações, sem chutes, sem jogadas inesperadas de quadribol dentro de si.

Antes, grávida de James, seu primeiro filho, Ginny orgulhava-se de andar por toda casa e bairro exibindo-se, afinal, seu filho ainda dentro de si transbordava energia e saúde por onde passava, James era um pequeno bebê que ainda no útero, animava-se e movia-se constantemente ao som de vozes doces e carícias bobas. Sendo assim, ela obtinha total certeza que tudo estava bem.

Mas no caso dele, ou dela, noites em claro era só um pequeno mero sinônimo que nomeava seu período gestativo. Taciturna, essa sim era a palavra certa. Desconfiança, toda e total atenção deferida para o pequeno ser que carregava há oito meses.

Já sua cunhada, Hermione, exalava confiança por onde passava. Ginny se sentia incomodada com tanta calma e “conselhos de médicos trouxas altamente profissionais” que a mesma lhe confiava. Ginny já parira uma vez, e pensava: quem era Hermione, mãe de primeira viagem para lhe dar conselhos? A Potter se sentia culpada por tais pensamentos infantis e poucos gentis, mas também ao mesmo tempo desconfortável, quando se sentava longos minutos na sala de estar ao lado de sua cunhada, para conversar sobre “poções contra enjoos e diferentes pontos de tricô para gorros”. Era exaustivo até mesmo para Harry, que saía de fininho para fugir da conversa.

Ginny abria um sorriso sem emoção, tedioso e fitava o carpete por longas horas. Afastou-se de sua profissão para construir uma família, algo que muito almejou isso era fato; no entanto, estaria mentindo se negasse que não sentira saudade das longas narrações de quadribol que fornecia ao profeta diário, de voar na sua vassoura potente lustrada, que estava guardada em seu quarto e da goles pesada que carregava nos braços durantes os jogos. Mas agora, tendo um filho de três anos tão agitado quanto um balaço e grávida de 35 semanas, uma responsabilidade pesada, que doía suas costas. No final, toda aquela mínima esperança de retornar para o agitado mundo esportivo foram por água abaixo.

***

Albus Severus Potter nasceu em outubro – dois meses após Hermione dar luz a Rose Weasley. –, e ele era bastante sereno, em comparação ao seu irmão, James.

A Potter com sangue Weasley que corria em suas veias, finalmente, sentiu-se mais confiante e sossegada após longos noves meses. Seu filho nasceu tão saudável quanto poderia crer, herdando os olhos do seu marido, uma cópia fiel a ele, desde o nariz aos cabelos escuros. Sentiu orgulhosa. Uma boa mãe, uma boa esposa. Notavelmente uma mulher imbatível e forte, aos olhos de qualquer um que a vissem agora.

***

Dois anos a três anos: Fala frases curtas. Desenha bolinhas.

Gostam de empilhar coisas, já possuem vontade própria. Gostam de batucar, dançar, pular e imitar pessoas.

Sobem e mexem em tudo, deve-se ter cuidado exclusivo nas cozinhas, isolando-os do caminho, para longe de fornos e cabos de panelas.

Aprende muito pela imitação: o exemplo dos adultos é muito importante.

Crianças nessa faixa etária de idade falam muito a palavra não.

Pode aprender a contar e conhecer as cores.

Ajuda-a vestir e a calçar sapatos.

Gosta de rabiscar.

 

Era descrito num cartão longo e chamativo pregado na parede da sala de estar da família Potter, o mesmo indicava breves recomendações e avisos importantes ao longo do desenvolvimento da criança.

— Não! – negou, franzindo o nariz.

James, nunca entendera o motivo de tanta babação por um “Rato pelado” e “pelancudo” – ele nem mesmo sabia o que eram pelancas, escutara a palavra em algum lugar e decididamente achara bonita para definir seu irmão mais novo. A todo o momento, sua mãe estava com aquele embrulho barulhento nos braços, que para James, mais parecia estar segurando uma cesta de pão do que qualquer outra coisa.

— James, entregue a mamadeira! Eu preciso dela [...] Agora, Sirius!

— Naaaaão! – prolongou o berro em birra, enquanto mastigava a ponta da mamadeira (chupeta) com a cabeça em balanços. Dançava ao som de alguma música imaginaria agradável que soava em suas orelhas.

Sem falar que aquela ‘coisinha’ era um tanto escandalosa, sempre eram necessários braços fortes ou magrelos a lhe segurar. Na visão de James, um menino tão novo, isso era somente para chamar atenção, queriam roubar o seu assento monárquico (um bom colo quente e materno), vieram para tomar seu lugar, tinha absoluta certeza disto. O colo de sua mãe – que agora a todo o momento estavam ocupados para não lhe dar tempo exclusivo. – era posse sua e também quaisquer dos fios ruivos avermelhados luminosos, que ele não negava amar enrolar nos dedos.

— Está bem... está bem! Você foi vencido James Potter – disse Ginny, sua mãe, erguendo as mãos em rendição, sua expressão de cansaço era evidente em seu rosto, num suspiro, coçou o nariz e ao se recostar das ombreiras da porta, cruzou o braços e fingiu refletir com os dedos a coçar o queixo. — Bem, vejamos... talvez seu irmão, não esteja mesmo com tanta fome assim, não é?! Talvez queira ‘nanar’, ou brincar... Hm. Aquele choro todo devia ser por causa de uma vassoura no andar de cima parecida com a sua, sabe, de uma madeira averme...

— Não! Não! – gritou James numa carranca chorosa ao largar a mamadeira babada no chão, e correr as pressas para o andar de cima, decidido, à procura de sua vassoura que flutua a poucos centímetros do chão.

Era visível que seu pai compreendendo o que ocorria, dedicou grande parte do seu tempo para que o pequeno James não focasse sua frustração somente naquilo. Aliás, não existia somente um par de braços naquela casa, não é mesmo? Mas, de qualquer forma, James sentia um desconforto descomunal quando braços quentes e viris lhe agarravam pelos quadris e levantava-o até os ombros, a subida para manter-se em tal posição era rápida e incômoda. A verdade era, que, para James, somente dois braços no mundo possuíam total sutileza e uma habilidade cognitiva para segurar-lhe levemente e acalentá-lo como deveria ser, e sendo assim, os braços do seu pai, Harry, não obtinha as qualidades necessárias para seu conforto.

Com James tudo era simples e direto, porém, de sua forma. No entanto, ao passar do tempo, ser incompreensível e um bocado ignorante se tornou dificultoso, pois certas atenções e assuntos em sua casa não se dirigiam mais somente a si, então, para demonstrar sua tal personalidade chamativa era complicado. Seus matinais berreiros escandalosos eram abafados por uns chorados finos e mais necessitados que o seu.

Depois de muito reluta, a única opção que lhe restava após tomarem seu trono eram suas pequenas, miúdas, curtas e um tanto elásticas perninhas. Entretanto, o caso conflituoso em que James se encontrava era o mero fato de não gostar das suas próprias canelas. Ah! E existiam grandes razões de acordo com o seu ponto infantil e preguiçoso: ele tinha que ter esforço para dar cada passada, e, além disto, as mesmas eram minúsculas demais, achava cansativo andar de um lado para o outro, sem tirar o fato que seus tropeços eram tão frequentes quanto suas manhas.

Aaah... mas já nos braços de sua mãe, tudo era mais vistoso e agradável, até o cheiro do shampoo que ele sentia entrar em suas narinas lhe era conveniente.

***

Ao completar seus quatros anos, James cedeu à entrada de Albus em seu espaço, até gostava quando o via engatinhar e sujar todo o carpete de baba, ele achava engraçado, divertido, ver aquela saliva viscosa escorrendo pela boca e pescoço do seu irmão, no final das contas, ele fazia o mesmo, como se competisse com seu irmão quem babava mais pela casa.

De qualquer forma, completar quatro anos não era lá grande coisa para ele, não gostava muito dessa invenção repentina de: “Você já é grandinho, James.” “Por que não vai brincar com seus primos?” “Não ande descalço, calce um sapato.” “Não morda a camisa assim, vai rasga-la.” “Já falei com você sobre isso, Jay [...] Tire agora o dedo do nariz, Sirius!”.

A eficiência para acatar nenhum desses pedidos era uma tarefa que James cumpria com total êxito, sem falha.

Parecia que até mesmo o destino colaborava para o mau comportamento de James; o seu impulso magico, que fora o maior que de qualquer outra criança já vista por sua avó, Molly – a mesma afirmava isso com total convicção. Bom, e James Sirius sabia muito bem como aproveitar isto quando lhe ocorria acidentalmente.

Ah! Sra. Weasley, a única que obtinha a total atenção e obediência do seu neto – e isso era algo extremamente raro, já que Sirius era um pequeno ser facilmente distraído –. James a venerava, gostava do seu rosto redondo e avermelhado, da fala doce que mudava ligeiramente para um tom de repreensão agudo, e também das suas pernas grossas, em que agarrava sempre quando podia e para tira-lo era um trabalho dificultoso – e corajosos eram aqueles que tentavam, pois recebiam grotescos beliscões e mordidas. Mas acima de todas as características citadas, James amava, principalmente, a ver cozinhar.

Em todas as vezes que visitava a modesta casa dos seus avós nos arredores de Ottery St. Catchpole (Devon), James corria num disparo para a cozinha, na ânsia de ver vários grãos, frutas e legumes planarem no ar; como se ocorresse um espetáculo grandioso e majestoso, o primogênito dos Potter abria os braços, exibindo-se, e então “regia” a cozinha, inclinando-se nas pontas dos pés, como se comandasse uma das maiores orquestras da Europa.

— Com licença – falava pomposo quando passavam ao seu lado sem nem mesmo toca-lo. – Saia daqui, está no meio de um espetáculo. 

***

Com cinco anos de idade, James tinha a absoluta certeza que detestava a sua tia do sorriso largo e cabelos volumosos, Hermione. Ela lhe negava tudo e mais um pouco, parecia que só existia a palavra ‘não’ e ‘James!’ no seu vocabulário.

— Já lhe disse que ele é uma criança! E... e, hiperativo, aliás! – dizia ela mandona e convicta com os cabelos assanhados.

Sirius sentia um remorso, pena dela na verdade, pois ele que ainda era pequeno, já passara da fase do não, e sua tia, uma mulher adulta e formada, só sabia sibilar isto, era estranha toda essa situação vista pelos seus grandes olhos castanhos claros.

— Bobagem! – afirmava seu tio bagunçando seus cabelos, e assim James recebia vários doces mesmo antes do almoço. – Ele é uma criança como qualquer outra, Hermione. Rosinha também gostará de besteira.

Todo o sentimento que sentia pelo o seu tio Rony era contrário em relação à Hermione. Ele admirava seu tio imutavelmente. O olhava maravilhado, quando o mesmo levava as mãos no bolso de sua calça e retirava diversas balas, de todos os tipos, repletas de açúcar e tudo mais que lhe tinha direito. Muito obrigado!

— Mas você não o pode entupir de doces, Rony! Ginny não vai gostar nada quando souber disto. – dizia numa pose séria com os braços cruzados. Ela estava irritada, não gostava de ser contrariada. Bom, James também não gostava.

— Fofoqueira, fofoqueira, fofoqueira! – sua tia era uma baita de uma língua solta, ele não tinha dúvida disto. — Não ganhou nada, está com inveja! – Era golpe baixo, jogo muito sujo envolver sua mãe no meio de discussões, os adultos sempre apelavam para a autoridade máxima, pois não tinha o calibre o suficiente para enfrenta-lo.

— James! – sibilou ela em repreensão, pelo visto, indignada com o comportamento do sobrinho. — Peça-me desculpas! – disse magoada, agachando-se para ficar ao tamanho do pequeno menino arrogante. James franziu o nariz, parecia que sua tia não tinha gostado nenhum pouco do seu jeito.

Mas então, James acabou rindo, não subitamente – pois ainda estava zangado com a sua tia – na verdade fora influenciado pelo seu tio, que gargalhava aos berros do seu lado, ele estava tão vermelho quanto uma pimenta, isto para James era o mesmo que fazer-lhe cócegas, o garoto não conseguia ficar sério com alguém rindo do seu mau comportamento. Ninguém era afrontoso o suficiente quanto ele para defrontá-lo, devido a isto, seu ego infantil somente inflava, como um patinho de borracha amarelo numa banheira cheia de água.

James ficou de castigo por duas semanas depois do ocorrido; sua tia Hermione era mesmo uma linguaruda e fofoqueira, concluiu, enquanto sua mãe olhava-o desgostosa.

— Sem vassoura! Sem bicicleta! Sem doce! Sem cartinhas para Teddy e Lucy... Ah! E pode desistir de dormir na Toca final de semana! – Sirius chorou ou algo semelhante a isto, afinal, era difícil distinguir o que era berro e o que era choro.

Harry o cedeu do castigo quatro dias depois, e o levou para dormir na Toca com os seus primos. James percebeu que o seu pai era o homem mais justo do mundo desde que nasceu – cinco anos atrás, para ser exato. Já sua mãe, não sabia se aprovava isto com tamanha certeza, pois ela lhe falava repetidas vezes:

— Coração mole o seu pai tem, Jay. Coração mole...

— Igual marshmallows? – ele perguntou confuso, imaginando um marshmallow gigante e vermelho dentro do peito, palpitando aos solavancos de tão tostado que deveria estar.

— Sim, Sirius. Igual marshmallows. – afirmou sorrindo.

***

— Por Dumbledore! Ela mandou mais de quatros cartas por ele e... Merlin! James desça aqui! Agora! – ralhara a Ginny Potter num tom irritadíssimo.

Era sempre assim. “James desça aqui, James venha para cá”. James aqui, James acolá, nunca largavam do seu pé dolorido, pensava ele enquanto descia as escadas em tropeços.

O Potter mais velho acabara de chegar da escola e não estava de tão bom humor naquele instante para ouvir sermões, o simples motivo de sua efêmera ira dava-se por receber novamente outra carta de sua professora – sou uma Coruja? Questionou zangado no momento. Aquela velha professora enxerida cismara mesmo com si! Tinha plena certeza disto. A mesma sempre o negligenciava de suas diversões e do seu bem-estar, e ainda mais, lhe privava de conversar e “fraternizar” com seus colegas de classe – ela não entendia que puxões de cabelos e apertos travessos eram o meio de comunicação mais sincero entre eles.

— Me explique o porquê de quatro cartas estarem na sua mochila sem eu saber. Você sabe que isso é errado e escondeu de...

— Mas quando é com o melequento você não briga! – falou empinando o nariz já franzido.

— James, Albus só tem quatro anos – disse Ginny atônita – Eu não acredito que vou ter que falar de novo com sua professora.

Num bufo cansado e deprimido, sra. Potter jogou-se no sofá exausta. O pequeno Albus quieto estava em sua cadeirinha, sonolento, com as bochechas gorduchas avermelhadas pelos apertos dos familiares. Bom, e James, poderia dizer que o mesmo estava arrependido, não mais que isso, apesar de ser um menino totalmente amoroso e carinhoso, mas hoje não era o dia que essa sua personalidade transbordava.

— Era seis, eu comi duas... e meia. – admitiu fungando, uma meleca escorria do seu nariz. 

— James! – ralhou à senhora Potter, rindo logo em seguida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Diga aí. Comente vá, talvez eu me anime e poste mais um.
E tá, eu não queria a imagem do capítulo tãoooo grande assim, mas já foi.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Antagonismo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.