Estava em uma clareira cercada por pessoas sem rostos, os únicos que consigo ver, são as pessoas a minha frente elas tem olhos vermelhos, roupa pretas e uma delas está olhando fixamente para mim com um sorriso de arrepiar, quando vejo ela já está correndo em minha direção pronta para me atacar.

Acordo assustada olho para o relógio. Hora de acordar Nessie. Levanto e vou fazer minha higiene matinal. Me visto com uma roupa confortável e vou até a cozinha, onde Kate, minha irmã está terminando de pôr a mesa.

Fico a observando e lembrando de como nos conhecemos, eu havia acabado de escapar do meu cativeiro, ela foi a primeira pessoa que eu vi em anos, sua família me acolheu tão bem, que passei a chamá-los de minha família, eles eram meus pais e minha irmã, depois de muito tempo tentando descobrirem de onde eu vim e como não obteram resultados em suas buscas, nossos pais me adotaram como uma Wolf.

Kate e eu não temos nada em comum na aparecia, ela tem os cabelos castanho, os meu são cor cobre, quase laranja; ela tem olhos verdes, os meus são castanhos chocolate; a pele dela é branca, assim como a minha e o corpo dela é mais curvilíneo que o meu. Tirando as características físicas, somos muito parecidas, ela é minha melhor amiga e irmã, nossa família me acolheu tão bem que muitas vezes pensei em desistir desta viagem.

— Nessie, seu café “tá” pronto!

— Ah, sim. Obrigada Kate!

— “Tava” pensando na morte da bezerra é?

— Hã? Não, “tava” lembrando de como foram as coisas pra mim, até aqui.

— Você tem que ir mesmo? – Falou com uma voz triste. Suspirei.

— Sim, você sabe, eu preciso saber sobre a minha vida, o que me aconteceu, quem são meus pais, porque me tiraram deles e fizeram eu sofrer tanto nas mãos daquele... – Kate correu até mim e abraçou-me, já estava chorando, pois o que houve comigo, não desejaria a ninguém e Kate sabe o que eu passei com o meu carrasco.

— Shi... Não pensa mais nisso, já passou, não quero minha pequena Nessie lembrando da parte mais sombria de sua pequenina vida, Ok? – Assenti.

A família de Kate sempre me achou estranha, mas eles me chamavam de pequeno milagre, com meu dom e o meu estilo de vida, pois eles logo perceberam, o quanto estranha sou. Uma hibrida, metade vampira e metade humana, morando com eles, logo descobririam, quando achei que iriam me expulsar, a reação deles foi a mais nobre que eu já vi, além de quererem me adotar, não ligaram em ter que de vez em quando me levar para caçar alguns animais.

— E como irmã mais velha, tenho uma coisa para lhe dar. – Disse com um sorriso encantador, essa era a Kate, encantadora, amiga e encrenqueira, aprendi com o tempo que não se deve mexer com quem está quieto, pois Kate sabe bem se vingar com suas pegadinhas.

— Como se você fosse muito mais velha que eu! – Falei provocando.

— Sou sim, senhorita Vanessa, sou um ano e meio mais velha que você, mas só na aparência, pois você e seu crescimento acelerado faz você ter essa aparência de quem esta indo para faculdade. Quantos anos você tem realmente? – Falou em tom de brincadeira.

— Okey, você venceu, mas só desta vez, senhorita tenho 21 anos. – Falei rindo. Então, ela se aproximou com uma caixinha de veludo preta e me entregou.

— Obrigada Kate, você sabe que não precisava.

— Saber, eu sei, mas eu queria que você tivesse sempre por perto as pessoas que mais te amam, essa foi a promessa que lhe fiz, quando você chegou nessa casa, assustada e machucada, eu disse...

— Que nada nem ninguém vai me machucar de novo, pois agora eu tenho você e nossos pais! – Completei sua frase.

— Isso! Agora, abre, abre, abre. – Ri da sua empolgação, e tive até um momento de dejà vu, isso me acontece de vez em quando, quando Kate está muito animada e bate palmas de alegria, mas deixei para lá. Abri a caixinha e dentro dela havia um relicário em formato de coração, o abri e o que vi me fez ficar com os olhos marejados.

— Não precisa chorar Nessie, eu achei que você precisasse de algo que lhe fizesse lembrar de um lar nas horas mais difíceis e que se lembre de nós sempre, meu pequeno milagre. – Disse calma.

— Eu sinto tantas saudades deles. – Falei olhando para a foto dos nossos pais com nós, lembro-me do dia em que tiramos, foi um dia atípico, onde passeamos pelo parque e fomos ao cinema, papai queria testar a câmera nova e ficou tirando fotos a todo instante, até que ele parou um turista que estava perto de nós e pediu para bater uma foto.

— Também sinto querida irmã, mas sei que onde quer que eles estejam, estão nos protegendo e sentindo muito orgulho do que você se tornou, porque você é e sempre vai ser o nosso pequeno milagre.

Nossos pais morreram a exatamente dois anos, em um acidente de carro, o condutor do outro carro nunca foi encontrado, ele fugiu e nós nunca entendemos muito bem como o acidente ocorreu. Ouvi uma buzina do lado de fora da casa, era a hora de partir.

— Bom, vou indo, até mais Kate, assim que o avião pousar ti ligo. – Falei a abraçando.

— Você sabe que por mim eu iria atrás de você, não é? E que eu largaria tudo isso para nós podermos ficar juntas nessa sua jornada por verdades não é mesmo? Eu vou senti tanto sua minha pequena Nessie. Você vai fazer tanta falta! – Falou chorando.

— Você também fará falta, mas ligarei a todo instante e assim que você conseguir uma folga do Hospital.

— Pode deixar irmã! – Respondeu. Sai de casa com uma mala e fui em direção ao táxi, o motorista colocou a mala no porta-malas e perguntou para onde ir, falei que era para seguir para o aeroporto, olhei pela janela do carro, Kate estava para na varanda de casa acenando, eu lhe mandei um sorriso e olhei para a casa que foi minha durante 4 anos.

Espero estar fazendo a coisa certa. Espero encontrar respostas sobre meu passado. Espero conseguir chamar a cidade de Forks de meu lar.