Xanadu escrita por magalud


Capítulo 25
Capítulo 25




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Capítulo 25 - Do Paraíso o leite eu bebi


Com magia e muita ajuda, a inesquecível ceia de Natal foi celebrada em meio a muito amor e alegria. Sirius estava exuberante, pensou Severus, que ainda não tinha se dado conta totalmente de que tudo estava terminado. O ex-Mestre de Poções de Hogwarts não se lembrava de outra ocasião em que se sentisse tão feliz e confortado desde a mais tenra infância.


Harry observava os dois, tão felizes quanto eles. Fazia tempo que não via Sirius daquele jeito, borbulhando feito uma taça de champanhe. Aliás, ele fez questão de abrir uma garrafa, mesmo que ainda não fosse Ano Novo. Harry sentiu os olhares de Draco, cheios de apreensão. O garoto que matara Voldemort sabia que teria que conversar longamente com o marido para explicar tudinho que se passara em Azkaban. Harry não tinha a menor dúvida: cada aborrecimento tinha totalmente valido a pena. Se fosse preciso, ele faria tudo de novo sem piscar os olhos.


Severus indagou:


- Harry, já que esteve na terra natal, tem alguma novidade? Sabe como estão as coisas por lá?


- Oh, bem - Harry tentou disfarçar, sorrindo amarelo -, sabe como são essas coisas. Às vezes as coisas demoram a acontecer.


- Nenhuma sorte com o Ministério, é isso que está querendo dizer?


- Draco não foi exonerado. Snape ganhou um perdão póstumo, mas quando eles descobrirem que não há posteridade, ele pode ser processado.


- Então como conseguiu falar com...ele?


- Kingsley ajudou. E ele teve que esconder isso de Moody. As coisas não ficaram muito boas quando eu encontrei com Hermione e Ron.


- O Weasel e a... - Draco se refreou antes de chamar Hermione de sangue-ruim, e continuou, de olho nas crianças: - Digo, a sua amiga?


- É... Eles ficaram felizes de me ver, falaram dos filhos, mas quando eu falei de minha vida, eles não gostaram tanto. Desculpe.


- Aquele pobretão! E aquela sabe-tudo! Mulherzinha desprezível!


Derek indagou:


- Papai, o que é "meulherzinha"?


- Papai Draco estava bravo - explicou Harry. - Isso não é coisa bacana de dizer sobre uma pessoa.


Damien quis saber:


- Ele estava falando de uma mulher? Estava, não estava?


- Sim, filho.


- Você conhece uma mulher, pai? - Os olhos de Damien brilhavam.


Harry não entendeu.


- Claro, filho. Várias.


- Puxa!


Harry estava intrigado, e Severus detectou qual o problema que havia ali. Um que Harry e Draco não tinham previsto.


- Damien, você conhece alguma mulher?


- Não.


Derek indagou:


- O que é mulher?


Aquilo chocou Harry. Seus filhos nunca tinham visto uma mulher. Ele olhou para Draco, que parecia igualmente chocado. Nascidos e criados num paraíso isolado, eles sabiam pouco do mundo. Mas eles jamais podiam imaginar que eles soubessem tão pouco ao ponto de nunca terem visto uma mulher. Ou neve.


- Mulher, meu filho, é como uma princesa das histórias. Só que é de verdade.


- Existe mulher de verdade? - O pequeno estava assombrado.


- Está resolvido. - Draco pôs sua face Malfoy, aquela que usava quando decidia coisas sem esperar contestação. - Os meninos vão visitar uma cidade Muggle depois do Natal. Vamos ver como são as pessoas sem magia.


- Mulher também? - quis saber Damien.


- Sim, filho, mulheres também.


Sirius concordou:


- Draco, é uma excelente idéia. Ei, seu frango está ótimo.


- É um capão. É uma tradição francesa, junto com as 13 sobremesas.


Severus disse:


- Eu reconheço o molho de Narcissa. Foi um toque muito atencioso.


Draco apenas sorriu, tristemente. Sua mãe tinha pagado com a vida o preço por Draco não ter cumprido as ordens de Voldemort e matado Dumbledore. Ele sentia duramente sua morte: o oposto de seu pai.


Harry ergueu uma taça e disse:


- Quero fazer um brinde. A um Natal inesquecível. Nossa família voltou a ser completa, a ser inteira. Draco pode brigar comigo, e ele certamente vai me fazer ouvir um monte de coisas durante algum tempo, mas eu faria de novo, e de novo, e quantas vezes mais fossem necessárias. Porque esse momento é insubstituível. Um presente de Natal para toda a vida. À família!


Eles brindaram, e a noite se encheu de calor, de risos e alegria. Depois as crianças foram dormir, e os Papais Noéis encheram a árvore de presentes.


O dia seguinte começou com o brilho nos olhos infantis ao ver carrinhos, trenzinhos, bichinhos e brinquedos de todo o tipo saírem dos pacotes mágicos. Depois disso, eles fizeram um desjejum especial, mas os meninos estavam tão excitados que nem comeram muito. Mal podiam esperar para a hora em que usariam seus casacos, luvas, gorros e cachecóis e sairiam para ver neve pela primeira vez.


A farra foi grande, com tudo a que adultos e crianças tinham direito: homens de neve mágicos, que cantavam e dançavam, guerra de bolas de neve estilo Muggle, Quidditch de bludgers de neve, forte de neve, cavernas de gelo... E depois, quando começaram a se cansar de tanta brincadeira, foi hora de entrar na casa quentinha, tomar chocolate bem quente com marshmallow para as crianças, e com conhaque para os adultos.


Severus olhou para Sirius e sorriu. Xanadu podia ser mesmo uma espécie de paraíso. Como decretara Kubla Khan, um palácio do prazer.


Ele mal podia esperar para começar a desfrutar desses deleites. Ainda mais agora, com Sirius a seu lado.


Talvez ele conseguisse ter aulas de Animagia, e Nilyx finalmente poderia cantar pela noite afora, um canto mavioso que falava de lugares mágicos, de tempos esquecidos pelos homem.


Coisas das quais as lendas eram feitas.


The End


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