We lived a life of "almost" escrita por Maria Gellar


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores! Minha primeira one-shot de Reign em homenagem ao término do seriado...
Sempre shippei Mash e fiquei muito irritada quando o Bash saiu na terceira temporada, urgh!
Este one-shot conta como seria se Mary realmente se apaixonasse por Sebastian e ainda tivesse que se casar com Francis.

Espero que gostem, beijos no core!



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Era meu terceiro dia no castelo desde que deixei o convento. Todos me receberam muito bem e Francis e eu estávamos cada vez mais próximos. Ninguém escondia as expectativas que tinham sobre o nosso casamento e união entre nossas nações. Exceto o irmão bastardo ele, Sebastian de Poitiers.
O que posso dizer dele? É um homem misterioso e comedido, não fala muito nem interage comigo ou minhas damas. O único dia em que Sebastian falou conosco foi na nossa chegada ao castelo. E só.

As outras informações que sei sobre ele são rumores que correm pelo castelo tais como, o jeito galanteador que ele tem e como ele é conhecido por ser o Don Juan da região, sempre dormindo com várias garotas, mas sem nunca ficar com nenhuma delas. Creio que ele deva ter uma longa lista de corações partidos...

Ademais, ele é extremamente quieto e observador. Acredito que o vi olhando para mim realizando tarefas triviais umas duas ou três vezes e, ao contrário do que se espera, ele não fazia questão de disfarçar. Sebastian estava sempre ao meu redor, porém, sem dirigir a palavra a mim. Admito que estou intrigada com seu comportamento, mas não me atrevo a falar diretamente com ele também. Eu sinto... sinto que temos alguma ligação que poderia nos arruinar caso nos aproximássemos.

Após rever Francis depois de tantos anos, percebo que meus sentimentos por ele nada mais foram do que um amor infantil e eu não sinto quase nada quando nos beijamos. Meus olhos ficam vazios quando olho para ele e tenho motivos para crer que ele está notando isso. Pior: Francis reparou no comportamento evasivo e observador de Sebastian para comigo.

Uma vez, inclusive, no baile em que o Rei Henry ofereceu para anunciar à França meu noivado com seu herdeiro, Francis e eu notamos Sebastian encostado num pilar nos olhando seriamente e com o rosto inexpressivo.

No primeiro dia em que deram um baile para comemorar a minha chegada, eu e ele trocamos um olhar em meio as penas brancas que flutuavam pelo salão e, desde então, não consegui esquecê-lo. A conexão que tive com Sebastian naquele momento permaneceu, contudo, somos covardes demais para dar continuidade à essa ligação. Pelo menos foi a conclusão que cheguei...

Entretanto, tudo mudou num dia ensolarado em que perdi meu cachorro na floresta. Eu saí correndo em desespero atrás dele e Sebastian, inesperadamente, apareceu e me puxou pelo braço, dizendo:

— Você não pode ir sozinha à floresta!

— Mas meu cachorro... — falei, encarando a floresta com o olhar aflito.

Ele, porém, nada respondeu, apenas permaneceu me segurando.

Uni as sobrancelhas com muita raiva dele por me impedir de procurar meu cachorro e me mexi abruptamente para me livrar de seus braços.

Com passos firmes e raivosos, deixe-o sozinho no enorme campo aberto e me dirigi ao castelo.

Oficialmente, eu odiava Sebastian de Poitiers.

A noite caiu e, então, as coisas se complicaram.

Eu estava subindo as escadas para me recolher aos meus aposentos e, surpreendentemente, encontro Sebastian no andar de cima segurando a coleira do meu cachorro o qual ficou efusivo ao me ver.

— Meu cachorro! Você o encontrou! — falei, extasiada, enquanto recebia a coleira que Bash me entregava.

Ele, porém, nada disse. Apenas ficou com as mãos apoiadas para trás me observando e num descuido, esboçou um breve sorriso.

Após abraçar meu cachorro, percebi que Bash havia dado meia volta e estava se dirigindo ao seu quarto. Eu não podia perder esta oportunidade de perguntar que diabos tinha de errado com ele.

Então, soltei a coleira de meu cachorro que desceu as escadas com agilidade e subi os degraus que restavam para alcança-lo.

— Sebastian! — chamei-o e ele se virou prontamente.

— Sim, Vossa Majestade?

Parei a alguns centímetros dele e respirei fundo antes de prosseguir.

— Por que és tão hostil comigo? Quer dizer, você nunca fala comigo e apenas me encara como se me desprezasse.

— Peço perdão se meu comportamento a incomoda, Vossa Majestade — ele respondeu com cordialidade e parecia não estar se afetando com minhas palavras.

— Não, pare com isso! Pare de me chamar de Vossa Majestade! — esbravejei — Você sabe do que estou falando, quero saber porque você me despreza tanto.

Ele deu um passo, olhando-me profundamente com aqueles profundos olhos azuis e disse com a voz serena:

— Eu preciso chama-la de Vossa Majestade, pois você é uma rainha. E eu... Sou o filho bastardo do Rei.

Eu senti certa dor em seu tom de voz, embora ele tentasse esconder com sua forma calma e segura de se expressar.

Não desviei o olhar e ficamos em silêncio por alguns minutos, até que sussurrei:

— É mais do que isso e você sabe...

— Sim, é.

Dito isso, ele segurou meu rosto com suas mãos e se aproximou de mim.

Agora, eu já podia sentir nossas respirações se misturando e o seu perfume me inebriava.

Não me atrevi a me mover e, em questão de segundos, eu senti os lábios de Sebastian nos meus... uma explosão de adrenalina percorreu toda a minha espinha e eu retribuí o beijo.

Joguei meus braços por cima de seus ombros e entrelacei meus dedos em seus cabelos macios enquanto nossos lábios se moviam em perfeita sintonia. Ele, por sua vez, desceu uma de suas mãos para minha cintura e me pressionou contra seu corpo.

Experimentei o que não sentia há muito tempo: um beijo com verdadeiro desejo.

Eu esqueci por um breve segundo que ele era meio-irmão do meu noivo e me entreguei totalmente àquele momento.

Lentamente, ele afastou seus lábios do meu e encostou sua testa na minha. Ficamos ofegantes, ainda envolvidos no beijo que acabara de cessar.

— Ah Mary... Alguma vez na vida você quis muito alguma coisa, mas sabia que não era para você?

Fiquei surpresa com aquela observação desconcertante e não consegui responder, permaneci encarando a sua boca, pois nem ao menos consegui encará-lo agora.

Bash se afastou e pareceu um pouco transtornado e, depois, um semblante de dor invadiu seu ser. Ele parecia não acreditar no que se sucedera, me contornando e saindo em direção ao seu quarto.

Eu, por outro lado, estava perturbada com a enchente de emoções que me invadiu e fiquei petrificada. Não conseguia me mexer. Eu piscava deliberadamente tentando entender se aquilo era um sonho ou realidade.

Quando caí em mim de novo, coloquei a mão na testa, pensando nas consequências daquele beijo apaixonado.

Agora tudo fazia sentido. O comportamento de Bash nada mais era do que um mecanismo de defesa para evitar esta aproximação que, por motivos óbvios, é desastrosa!

Caminhei em passos vagarosos até a enorme janela do castelo e observei a Lua Cheia em todo seu esplendor.

Senti meus olhos marejarem e uma lágrima solitária escorreu de meus olhos.

Eu tinha que casar com Francis pelo bem da Escócia e na esperança de tomar o trono inglês de minha prima, Elizabeth. Era minha única chance de sobreviver.

Sou uma Rainha e, como Catherine de Medici me disse uma vez, amor é um luxo que nós da nobreza não podemos ter.

Eu, Mary Stuart, rainha da Escócia, prometida ao próximo rei da França, estava apaixonada pelo seu irmão bastardo.

Sim, Sebastian. Eu sei o que é querer muito alguma coisa e saber que não é para mim.


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Notas finais do capítulo

Comentem e favoritem se gostaram, aí tem a possibilidade de eu escrever mais one-shots como esse! Heheheheh



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