I hate you, Potter! escrita por WeasleyGirl


Capítulo 11
Game over, Lene - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Essa semana foi bem corrida então só tive tempo pra escrever agora. Esse capítulo começa exatamente onde o bônus Game on, Sirius parou, recomendo que releiam pra lembrar direitinho. E tem uma grande relação com o Bônus do Remus e vocês podem reler aquele pra ver as histórias se batendo.



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Hogwarts, janeiro de 1975

 

Marlene McKinnon

 

Acordei cedo sem nenhuma vontade de assistir aula. Hoje era sexta feira e eu passaria a manhã toda na aula de Adivinhação. Meu Merlin, onde eu estava com a cabeça quando decidi cursar essa matéria? Levantei, peguei minhas roupas no malão e fui pro banheiro me arrastando. Mas então me lembrei de ontem a noite e do Sirius, que coincidentemente fazia Adivinhação comigo. Sorri comigo mesma e vi que hoje era o dia ideal para fazer a minha primeira jogada.

Uma hora depois eu estava indo pro salão principal com a Lily e hoje caprichei no visual, arrumei meu cabelo e diminui um pouco a saia, porém fui com a blusa fechada pra não ficar muito vulgar e assim que nós entramos no salão pude ver o Sirius e os marotos reunidos na ponta da mesa, mas infelizmente eles estavam muito concentrados em algo e nem olhavam pros lados. Comemos em silêncio já que Lily ainda estava em luto pela amizade com o Ranhoso (e ela nem comentou nada sobre o Potter ter dormido ao lado dela ontem!). Até que ela levantou a cabeça e arregalou os olhos.

—Tchau, Lene, nos vemos mais tarde - Lily se levantou e saiu praticamente correndo do salão e pude ver que o Snape estava vindo na direção da nossa mesa.

Levantei e fui até ele sentindo os olhares de todo o salão em nós. Hora do show.

—Snape, não sei se você é burro ou se faz, mas pra deixar claro, a Lily não quer falar com você— Eu disse pausadamente - Então faça-me um favor e pare de importuná-la porque você deixou claro sua opinião sobre os nascidos trouxas.

Ele estava com a mão na varinha mas estávamos no meio do Salão Principal e nem o Snape seria tão burro de atacar alguém aqui. Vi que os marotos se aproximaram e o Snape só emburrou a cara e saiu.

—Obrigada, rapazes, mas eu estava indo muito bem sozinha - Eu disse olhando pros marotos e levantando a cabeça.

—Nós percebemos isso - O Sirius disse com um tom de voz orgulhoso.

—Mas não tem jeito melhor de começar uma manhã do que vendo de perto alguém colocar o ranhoso no lugar dele. - O James completou. Esses dois devem ter sido gêmeos em outra vida pra combinarem desse jeito.

—Com isso eu concordo. Adoraria ficar e falar sobre como ele é patético mas infelizmente tenho aula e preciso garantir meu futuro.

—Ouvi dizer que tem uns alunos vendendo atividades pra quem quiser matar aula. - O Peter disse do nada e eu o olhei revirando os olhos. Eu quase nunca o via falar, mas quando via era só besteira.

—Eu nunca colocaria meu futuro nas mãos de outra pessoa. É por isso que eu sempre venço. - Eu disse jogando o cabelo pro lado.

—Adivinhação não é? - O Sirius disse vindo pro meu lado.

—Puxa, você deve ter adivinhado essa. - Eu disse ironicamente com um sorrisinho. - Fazemos adivinhação juntos a dois anos, você sabe.

—Estava sendo educado, a não ser que você queira que eu diga que fico reparando no balançar suave dos seus cabelos e na sua delicada expressão de ódio mortal enquanto tenta ler aquelas xícaras sem sentido - Ele disse galanteador. Os meninos riram e vi que o James indicou pros outros dois seguirem ele. O plano estava dando certo.

— Puxa, quem diria que Sirius Black na verdade era um romântico - Eu disse falsamente assustada enquanto andávamos em direção à sala.

—Não se iluda, minha querida, não tenho nenhum osso romântico no meu corpo.

—Black, meu bem, a possibilidade de você me iludir não existe. Sou muito esperta pra isso.

—É o que todas dizem. - Ele disse rindo.

—Mas não é o que elas são. Qualquer pessoa com cérebro sabe que se envolver com você não vai dar certo.

—Então porque ainda está conversando comigo? - Ele perguntou e nisso estávamos andando lado a lado e parecia que só existia nós dois no mundo.

—Porque eu nunca gostei de fazer o certo. Mas conversar não é se envolver.

—Você devia escrever um livro McKinnon.

—Pessoas como eu não escrevem livros, Black. Temos livros escritos sobre nós.

—Eu devoraria um livro sobre você.

—Que bom, seria o mais próximo de me devorar que você chegaria.

E continuamos nos provocando até a sala e então eu entendi porque Sirius Black pegava todas. Era muito díficil resistir a ele.

 

Hogwarts, março de 1975

 

Marlene McKinnon

 

Estávamos na festa de comemoração da grifinória que havia ganhado mais um jogo. Eu estava sentada com as meninas e via que Sirius estava olhando na minha direção, então eu o ignorava deliberadamente. Desde que a Lily o viu olhando pras minhas pernas, ela havia botado na cabeça que ele não valia nada e não vou dizer que eu concordava bastante. Mal sabia ela que eu havia deitado e levantado a saia justamente pra provocar ele. Eu e o Sirius nos provocamos todo dia e está sendo cada vez mais difícil fingir que é só uma brincadeira. Mas íamos muito além das provocações. Conversávamos por horas a fio e todo dia descobria uma coisa nova e diferente sobre ele. Ele me fascinava.

Agora sei como ele detesta a família, como ele ama os Beatles (eles são uma banda trouxa), como ele e os marotos são unidos e como ele os ama como se fosse família. Sei também que ele fugiu de casa e agora teoricamente mora com os Potter, que são maravilhosos pra ele.

Nós sempre sentamos juntos na aula de adivinhação e ele sempre acaba se aproximando quando me vê durante as refeições (Se o James e a Lily não tiverem brigado) e estão surgindo inúmeros boatos de que somos um casal devido a essa aproximação toda, mas nunca havia passado disso.

E enquanto estava perdida em pensamentos não vi que Samuel Collins se aproximou e se sentou do meu lado. Ele era um nascido trouxa do sexto ano e vinha tentando comigo a meses e mesmo com os boatos de que eu estava com o Sirius, ele não havia parado. Enquanto ele me oferecia uma bebida e puxava um assunto qualquer, percebi uma movimentação na saída da sala e vi que Sirius não estava mais com os meninos. Interrompi a fala de Samuel e tirei o braço dele de cima de mim (como não reparei que ele me abraçou?).

—Com licença, preciso resolver uma coisa. - Eu disse e sai antes que ele pudesse me responder.

Sai da sala comunal e vi uma sombra dobrando o corredor.

—Sirius! - Eu disse alto e vi que ele parou e se virou pra me olhar com cara de poucos amigos.

—O que você quer, Marlene? - Ele disse se escorando na parede e olhando a janela.

—Quero saber porque você saiu da festa daquele jeito. - Eu disse me aproximando devagar.  

—Não vejo porque isso seria da sua conta. - Ele disse rude e eu fiquei magoada. Mas o que diabos deu nele?

—Porque somos amigos e eu me importo com você. - Eu achava isso uma boa resposta mas quando ele me olhou com mais raiva ainda, soube que havia dito a coisa errada.

—Amigos não é? Bom saber. - Ele disse e simplesmente se virou e foi embora.

—Qual o seu problema, Sirius Black? - Eu disse alto, mas já estava muito longe pra escutar.

 

Hogwarts, abril de 1975

 

Marlene McKinnon

 

Sirius Black é um idiota. Era aniversário da Dorcas e eu havia passado o dia todo organizando uma festinha do pijama que íamos fazer pra Dorcas quando a Lucie McDonald, uma das nossas colegas de quarto, veio falar comigo.

—Lene, eu sei que hoje é aniversário da Dorcas mas você não acredita! - Ela disse praticamente saltitando. Estávamos na frente da sala de feitiços e essa seria nossa última aula do dia.

—O que foi, Lucie? - Eu perguntei sem entender. Não éramos muito amigas mas como dividimos dormitório por anos, éramos boas colegas.

—Sirius Black me chamou pra sair hoje! - Ela disse e eu senti meu rosto escurecer. Como o Black conseguia ser idiota desse jeito? Ele vinha me ignorando desde a festa da grifinória no mês passado sem motivo algum e agora convidou minha colega de quarto pra sair com ele no dia do aniversário da minha melhor amiga. Eu vou matar esse idiota!

—Lucie você vai perder o aniversário da Doe pra sair com o Black? - Eu perguntei tentando não demonstrar a fúria que eu sentia.

—A Doe vai entender, não é todo dia que o Sirius Black te chama pra sair. - Ela disse sorridente e eu vi que ela era bem bonita e com certeza se ela fosse mais esperta conseguiria o encontro com ele em outro dia, mas como dizem, não adianta ser bonita se é burra.

—Bom, então fale com ela. - Eu disse mais rude do que gostaria.

Honestamente, não sei porque estou assim, eu e o Sirius nem nos falamos mais e agora eu estava assim. Sentei no meu canto e não prestei atenção a nada, mas quando me levantei depois da aula, vi que o Black estava com a cabeça apoiada nos braços me olhando fixamente. O encarei com toda a raiva que eu sentia e sai da sala. 

Desci pro salão principal e a Lily repassava comigo o novo planejamento da noite agora que Lucie não ia mais participar.

—...então você vai na cozinha e trás o bolo.

—Eu que levo o bolo? - Eu estava irritada e cansada, não queria descer pras cozinhas e subir de novo.

—Era a função da Lucie mas como ela não vai… - Ela disse me olhando esquisito. - Eu te perguntei se você podia levar o bolo e você disse que sim.

Maldita Lucie McDonald e maldito Sirius Black. Já não bastava eles terem um encontro, tinha que ser no dia do aniversário da minha amiga e agora eu ia ter que descer pra buscar a droga de um bolo. Idiotas!

—Certo, Lils, desculpe, estou com dor de cabeça hoje.

—Está tudo bem? Quer que eu vá pegar o bolo pra você? Ou passe na enfermaria? - Ela disse preocupada. Talvez um tempo sozinha me acalmasse então recusei tudo e disse que iria resolver isso depois do jantar.

Eram cerca de 8 da noite quando eu desci pra pegar o maldito bolo e quando vi uma figura alta de cabelos compridos olhando a lua no meio do corredor percebi que eu provavelmente grudei chiclete na capa de Merlin em uma vida passada. Tentei passar discretamente sem que ele notasse mas sabia que era inútil.

—Boa noite pra você também, McKinnon. - Ele disse se virando pra me olhar. Estava com algumas olheiras mas o sorriso maroto era o mesmo. Fazia muito tempo que ele não sorria pra mim.

—Não me lembro de ter te dado boa noite, Black. - Eu disse enquanto continuava a andar. Sirius Black e corredores escuros me lembravam o começo de tudo e eu percebi que passei da parte onde tudo era só um jogo. Eu já havia perdido.

—Mas um de nós tem que ter um mínimo de educação não é mesmo. - Eu o ignorei e continuei andando até que ele simplesmente parou na minha frente. - Está me ignorando Marlene?

—Não foi você que simplesmente deu a louca e começou a me ignorar do nada? Sem nem me explicar o porquê disso? - Eu cruzei os braços pra dar uma distância entre nós.

—Não tenho resposta pra isso. - Ele disse tentando olhar em meus olhos mas eu simplesmente me recusava a encará-lo. Não seria mais uma garota que Sirius Black pegou e jogou fora. Sou Marlene McKinnon e não vou deixar um garoto me fazer de idiota.

—Bom então me procure quando tiver. - Eu disse e o empurrei. Me afastei dele rapidamente e quando cheguei na cozinha me escorei na parede, finalmente me permitindo pensar em como meu coração batia acelerado. Por Merlin, o que estava acontecendo comigo?


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram da parte 1? Viram a relação com a história do Remus? Amanhã postarei a parte 2. Espero que tenham notado como a Marlene é cheia de si mas ao mesmo tempo é sentimental, isso é o que eu amo nela. COMENTEM!



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