Rosas brancas: amor impossível escrita por Crisântemo Lirium
Torre de Cristal, Palácio Lunar.
Na sacada do palácio, estava a jovem princesa do reino da Lua, Chibiusa, havia atingido quinze anos e hoje seria seu baile de debutante. A rainha havia organizado uma grande festa para a filha, junto do marido, o princípe da Terra Endimion, mas a princesa não parecia muito contente com tamanho festejo.
"É só mais uma festa idiota". - pensou a jovem, suspirando na sacada de seu quarto, nada parecia bom o suficiente para ela, ainda lembrava-se de seu primeiro beijo que dera aos dez anos, com Helios. Havia sido inesquecível.
Levou a mão direita aos próprios lábios e os tocou, sentindo suas bochechas queimarem com a lembrança, perguntava-se internamente se Helios viria à sua festa. Talvez não viesse, ele parecia um homem bem ocupado para se meter nessas coisas tolas, como um baile de debutante.
Abaixou a mão e fechou a expressão ao lembrar-se das cartas de casamento que recebia, nenhum daqueles princípes parecia bom o suficiente para si, pareciam apenas querer cumprir deveres reais ao desposar-lhe do que nutrir algum sentimento por si que os fizesse fazer tal pedido.
A rainha Serena veio ao seu encontro, sua filha sequer tinha tomado seu desjejum ainda e isso a havia preocupado, bateu na porta, como não teve resposta adentrou o quarto da menina.
— Chibiusa? - chamou, com a voz doce, com um leve toque de preocupação.
— Ah! Oi, mãe. - cumprimentou a menina, saindo da sacada e adentrando seu quarto, trajava uma camisola rosa, da cor de seus longos cabelos que estavam soltos e passavam do bumbum de tão compridos.
— Não vai descer para tomar seu desjejum, querida? - indagou Serena, a fitando amorosamente.
— Tinha esquecido... Irei descer sim, mãe. - disse a jovem, vendo a mãe sair de seu quarto e fechar a porta. A princesa tirou a camisola, tomou um banho, colocou um vestido azul, penteou os cabelos e prendeu-os em dois coques no topo da cabeça.
Diferente da rainha, os coques dela pareciam coxinhas, redondos em baixo e pontudinhos em cima, só que rosa, como todo os cabelos dela. Desceu as escadas e foi até a sala de janta, onde cumprimentou o rei Endimion e tomou café da manhã.
A rainha comentou sobre a festa animada, a princesa manteve-se quieta e Endimion pediu licença e saiu da mesa, alegando que precisava fazer algo importante. Chegando em seus aposentos, o rei Endimion comunicou-se com Helios e convidou-o para a festa da princesa, ele prontamente aceitou.
*** Mais tarde ***
Havia chegado a hora da festa da princesa, todos estavam reunidos e a princesa trajava um vestido branco, rendado e bordado à mão, com um decote discreto e detalhes em dourado, em seus lábios havia um batom de cor de boca. Parecia triste, os demais convidados desfrutavam dos comes e bebes.
Em um canto, estava Chibiusa, sentada, sendo convidada mais uma vez para dançar, aceitando por educação e dançando com cada um dos convidados ali presentes, sendo um deles o seu pai. Sabendo do apreço que sua filha tinha por Helios, ele disse em um tom baixo, calmo e sério.
— Anime-se, Chibiusa. Se continuar assim, não poderá desfrutar do melhor da festa.
— Melhor da festa? - indagou ela, detesta o mistério que seu pai deixava no que fazia e dizia, não dava para saber o que iria acontecer em seguida. Após terminar de dançar com seu pai, a princesa foi para sua cadeira e sentou-se, recebendo um toque gentil nos ombros.
Conhecia aquele toque, restava matar sua curiosidade para saber de quem era, ergueu o rosto e olhou para cima e abriu levemente a boca, surpresa.
— Helios? - sua voz saiu carregada de emoção, não poderia estar mais feliz.
— Olá, princesa. Não poderia ficar fora da sua festa. Ainda mais que completas quinze anos hoje e essa é uma data importante para uma dama. - disse o jovem pégasus, no topo da cabeça havia um chifre dourado, na testa uma marca vermelha, como um rubi. Trajava um terno azul, calça da mesma cor sociais, sapatos pretos e havia um símbolo dourado no lado direito de sua roupa, como um brasão.
— Permite-me a honra desta dança? - indagou o rapaz, a fitando fixamente.
— Claro. - disse a princesa e deu a mão a ele, que a segurou e ambos foram para a pista de dança.
Iniciaram uma dança calma e coladinho, aproveitando a companhia um do outro, mantendo o contato visual, os orbes dourados dele nos púrpura dela. Helios pediu permissão a Endimion para levá-la até a sacada e teve a permissão concedida, Helios levou Chibiusa até a sacada e ambos ficaram a sós.
— Senti a sua falta, Helios. - começou a princesa, sem graça e tentando manter o contato visual.
— Eu também senti a sua, princesa. Receio não poder ficar por muito tempo.
A alegria da princesa esvaiu-se e a tristeza tomou conta dela, Helios segurou o rosto dela delicadamente e a abraçou.
— Sinto muito por não poder ficar, por favor não chore.
— Como não chorar, Helios? Você sempre vai embora, sabe-se lá, quando te verei de novo. - disse, com lágrimas a rolar por seu rosto.
— Há uma coisa que posso fazer antes de ir. - disse o rapaz.
— O que? - indagou a princesa.
Helios aproximou seu rosto do dela, os corações de ambos acelerados dentro do peito e tocou seus lábios nos dela em um toque sutil, iniciando um beijo calmo e cheio de amor, talvez fosse um romance impossível. Um romance que talvez não passaria de sonho, o mais lindo sonho para ela.
Helios acariciou uma das madeixas rosadas de Chibiusa e também suas costas, arrancando suspiros dela, ao terminar o beijo ambos se separaram e Chibiusa abriu os olhos para fitá-lo.
— Preciso ir. Até mais, princesa. - disse o rapaz.
— Até mais, meu amor. - disse a princesa, fazendo Helios sorrir e se afastar dela, transformou-se em pégasus e voou para longe do reino da Lua, de volta ao mundo das criaturas fantásticas.
Chibiusa sabia que aquela não seria a última vez que o veria, que aquele beijo não foi o último, mas ficaria marcado para sempre em sua memória e em seus sonhos.
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