A Queda do Mundo Pokémon escrita por Alsiel e Shiroha


Capítulo 2
Sou atacado por (mais) uma delinquente




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O velho dono do bar me ofereceu um pão com manteiga e um copo de leite por ter afugentado os membros da gangue naquela manhã. Realmente foi bom poder beber um copo inteiro de leite, mas eu dividi meu pão em dois e deixei Kuro e Kage se saciarem. Eles haviam se esforçado bastante, achei que eles mereciam algo mesmo que só o leite não matasse minha fome por completo.

De qualquer forma, eu ainda precisava de alguma outra solução para nossa fome, algo que não fosse tão... temporário. Então decidi apelar para a única coisa que eu sabia fazer, roubar.

Ok, ok, guardem as tochas. Me desculpem se eu não sou o tipo de protagonista que vocês esperariam em sua típica história Pokémon. Mas essa não é sua típica história Pokémon, eu estou me esforçando para que vocês entendam a realidade sombria e assustadora de um mundo como esse. E para falar a verdade, eu não me importo nem um pouco com o que vocês achem sobre mim (não gostou vem pra cima, seu bando de rattatas).  Mesmo que meus pais tenham me educado a não roubar dos outros quando eu era criança, no final das contas essa era minha última opção.

“Mas gray! ” Vocês devem estar se perguntando enquanto leem meu relato em suas camas confortáveis “Porque você não procura um emprego como qualquer outro membro produtivo da sociedade? Ao invés de roubar os frutos do trabalho suado de outras pessoas! ”

Quem dera fosse fácil assim, meus queridos ratos. Sabe, o incêndio que matou meus pais também queimou completamente minhas mãos, cobrindo elas em cicatrizes que sobem até meu antebraço. Isso (mais os pedaços de vidros e pedregulhos que perfuraram minhas mãos naquela noite) também afetou o funcionamento de minhas mãos de forma que eu simplesmente não tenho mais força nelas. Sem um pulso forte eu não consigo fazer nem as tarefas mais simples como varrer o chão ou escrever algo em um caderno sem minha mão começar a tremer. Some isso com o fato de que eu não terminei nem o ensino fundamental e peso em torno de 45 kg (mesmo tendo 1,75 de altura) e você tem um garoto disfuncional, tanto em corpo quanto em mente, que ninguém quer contratar.

Metal City sempre foi cidade mais desenvolvida da região de Allianza, consequentemente, essa é a cidade com maior desigualdade também. Quando alguém não consegue se encaixar no padrão da sociedade, esse alguém é deixado de lado sendo obrigado a tomar os empregos que ninguém mais quer, como o de lixeiro ou de controle de Pokémons selvagens. Caso alguém não consiga nem mesmo se manter em um emprego desses, esse alguém acaba sendo obrigado a viver nas ruas, sendo esquecido pelo resto do mundo. As pessoas simplesmente esquecem esse alguém e espera ele morrer nas ruas ou ser preso pela policia por algum motivo idiota.

No passado eu ouvi diversas histórias de outros moradores de rua, todas eram bem diferentes umas das outras, apesar do final ser sempre o mesmo. Essa sociedade nojenta fez o número de moradores de rua crescer muito conforme a civilização avançou, fazendo com que gangues como os Bulldozers nascesse.

Enfim, sai do bar e comecei a caminhar pelas ruas a procura de meu próximo alvo. Com o tempo, meus olhos encontraram um grupo de garotas que chamou minha atenção. Era um grupo de três garotas e uma Gothitelle, elas saiam de um fliperama local e conversavam alto. Seus cabelos tinham cores vibrantes e duas das três garotas seguravam cigarros acessos e latas de cerveja, era como se elas estivessem gritando por atenção. Decidi focar minha atenção na menor das três, era parecia ser a mais fraca. Mesmo de longe eu tinha a impressão de que ela estava se esforçando para ser como as outras duas, talvez se esforçando um pouco demais.

Me aproximei aos poucos e comecei a analisar meu alvo, seu cabelo era curto e um pouco bagunçado, completamente tingido na cor verde clara tendo apenas as pontas e algumas mechas pintadas em um azul céu. Apesar disso ele parecia ser incrivelmente macio.

 Ela usava uma camisa social branca com as mangas dobradas com um emblema no peito que representava a escola que ela estudava, de longe não consegui reconhecer exatamente de qual escola ela vinha, mas pela qualidade das roupas devia ser se alguma escola bem longe dali. Ela usava uma saia xadrez preta e vermelha, mas ao contrário de suas amigas, por baixo da saia ela usava uma calça cargo marrom e um tênis de basquete vermelho e preto. Suas orelhas eram cobertas de piercings, seus punhos carregavam diferentes pulseiras de todos os tipos, tentei me aproximar para ver melhor seu rosto, porém fiquei com medo de ser visto e continuei mantendo distância.

As garotas ao seu lado tinham o cabelo tão longo que chegava até a cintura, a garota mais alta tinha seu cabelo completamente tingido de loiro enquanto a outra havia deixado um preto natural, tingindo apenas as pontas de seus cabelos de diferentes cores como vermelho e azul. Havia algo de diferentes entre meu alvo e suas amigas, o estilo das outras duas era mais desleixado. A saia delas era rasgada e mais curta, elas tinham um tom de pele moreno e suas roupas eram sujas a amaçadas, como as minhas. Percebi também que a Gothitelle andava sempre ao lado da garota de cabelo verde, não tenho certeza quanto a isso, mas acredito que o Pokémon estava incomodado com a presença das outras duas.

Quando elas passaram na frente de uma loja, pude ver no reflexo das vitrines que seus rostos tinham tanta maquiagem que suas bochechas eram laranja, além do gliter que havia em volta de seus olhos. Fiquei tão impressionado pela maquiagem malfeita no rosto das duas que esqueci de olhar melhor o rosto de meu alvo. Se fosse chutar, diria que todas elas são filhinhas de papai metidas a malandras. O estilo delas era claramente inspirado na moda japonesa conhecida como “Gyaru”. Ainda era aproximadamente 11 horas, então imaginei que elas estavam matando a aula da manha no fliperama. Ou seja, elas tinham dinheiro.

 Eu havia me decidido, aquela magrela seria meu alvo. Eu tinha o elemento da surpresa em minha vantagem e caso entrássemos em batalha, eu tinha dois Pokémons com vantagem de tipo sobre aquela Gothitelle, que é Pokémon do tipo Psychic (um tipo fraco contra o tipo Ghost de Kage e Dark de Kuro).

Ordenei para que Kage se escondesse em minha sombra, deixei Kuro em meu ombro agindo como se fosse um pet fofinho e segui as garotas. Segui-as pela cidade até ser 2 horas da tarde algo que foi complicado já que as ruas estavam mais movimentadas que nunca naquele horário, no meio de todas aquelas pessoas eu mal podia ser visto, parecia somente um garoto sujo andando pelas ruas com um Pokémon no ombro, então ninguém realmente prestava atenção em mim. Isso era algo que eu já estava acostumado, ninguém dá atenção a moradores de rua nem mesmo que eles segurem placas dizendo “O mundo vai acabar, corram! “, não que eu me importasse com isso, claro. Na verdade, isso acabava facilitando meus roubos.

As garotas falavam alto, se empurravam e ficavam encarando qualquer um que passasse perto, as garotas de cabelo longo pareciam mais animadas enquanto meu alvo ficava um pouco de fora da conversa conforme andava com as mãos no bolso, sempre que ela tentava dizer algo era ignorada completamente. Elas decidiram parar em uma lanchonete para almoçar, como eu geralmente sou barrado de lugares como aquele nem tentei entrar, preferi ficar do lado de fora esperando elas saírem. Algo que foi como uma tortura já que eu estava morrendo de fome e o lugar cheirava a fritura.

Após uma hora esperando, ela saiu do restaurante e se despediu de suas amigas, as duas voltaram na direção que eu vim enquanto a de cabelo verde continuou em frente. Assim que elas passaram por mim a de cabelo vermelho ficou me encarando de cima a baixo, mas não disse nada e apenas seguiu em frente com o nariz empinado.

Continuei seguindo a garota de cabelo verde junto de sua Gothitelle até sairmos do centro da cidade e passarmos uma área de construções. Passamos por um grande prédio que estava sendo erguido logo ao lado do rio Latios, que é o maior rio da região Allianza cruzando toda a região. Não entendi o porquê de estarmos fazendo aquele trajeto, mas continuei a seguindo já que ela não havia mudado seu comportamento. Ela andava olhando para a construção de forma distraída enquanto formava bolhas de chiclete com a boca. Eu mantinha minha distância de meu alvo, estava longe o bastante para que ela não me visse naquele campo aberto, mas não era longe o bastante para a perder de vista. Em um momento, ela parou para falar no telefone enquanto eu me escondi atrás de uma retroescavadeira, mas logo voltou a andar em direção a ponte que nos levaria de volta para a cidade.

Atravessamos o campo de obras e chegamos à ponte que passava por cima do rio Latios, mas ao invés de atravessar a ponte, ela foi pelo lado e entrou em baixo dela. Aquela era minha chance, corri em sua direção na esperança de encurralar ela em baixo daquela ponte, ordenei que Kage fosse por um lado enquanto eu fui pelo outro junto de Kuro.

Assim que cheguei a borda do rio em baixo da ponte, um jato d’água fervente me acertou e me jogou meu corpo contra a parede. Senti meu corpo esquentar conforme a água fervente me atingia, até que o jato acabou e meu corpo cai no chão em dor. Olhei em volta na esperança de entender o que aconteceu, só para ver a Gothitelle usando Psyshock para derrotar meu Haunter antes que ele conseguisse reagir e uma Delcatty lutando contra meu Sneasel. Um Wartortle pulou em cima de mim, me segurando pelos braços e forçando meu corpo contra o chão. Vi que a garota de antes segurava duas pokebolas, uma em cada mão e gritava ordens para a Delcatty.

—Use Fake Out e então Play Rough!

Antes de conseguir me livrar daquele Wartortle que me prendia, vi meu Sneasel ser jogado contra a parede e ser subjugado pelo Delcatty.

— Muito bem, meninas. — Disse a garota passando a mão na cabeça de seu Pokémon, a Gothitelle veio em nossa direção e jogou o Haunter sob mim. — Depois eu preciso agradecer Meiko por ter me avisado que estava sendo seguida... Agora, o que temos aqui? Você não parece ser um membro de gangue, quem é você?

O Wartortle virou meu corpo e deixou eu me sentar, porém ainda prendia minhas mãos atrás de minhas costas. Pelo que ela disse entendi que as amigas dela foram quem ligaram para ela naquele momento e a avisaram sobre a minha presença – Não importa quem eu sou ou deixo de ser, me solte!

— Ao meu olhar, você é só um ladrãozinho meia boca que mal consegue roubar uma garota indefesa. — Disse ela, rindo de minha cara. Agora eu pude ver melhor seu rosto, ela também tinha piercings em baixo dos olhos, no nariz e em baixo de sua boca. Seu rosto era fino e delicado, porém seu olhar era selvagem. Ao contrário das outras, essa garota tinha feito uma maquiagem perfeita, fazendo com que seu rosto fosse lindo e amedrontador ao mesmo tempo. Ela parecia uma princesa que estava pronta para a guerra, seu eu tivesse isso antes não teria sido tão desprevenido.  — Vamos, Wartortle. Vamos levar esse garoto à polícia. Quero ver se ele vale alguma recompensa. – Ela me olhava de cima a baixo, mesmo que ela me olhasse como um monte de lixo e estivesse rindo de minha cara, seu olhar ainda era tão agressivo quanto antes. Como se estivesse dizendo “Eu estou rindo do fato de você ser um idiota, mas se você tentar fazer algo eu te mato sem nem pensar duas vezes. ”

Fechei os olhos tentando pensar em alguma forma de escapar. Aquela situação era horrível, eu precisava sair de lá o mais rápido possível! Olhei em desespero para Kuro e ele pareceu me entender, assim que vi que ele ainda tinha alguma força vital sobrando tive uma ideia — Kuro, Ice Shard! — Ele acertou a Delcatty no peito e a fez sair rolando antes que ela conseguisse reagir. Assim que Kuro se levantou, o Wartortle se colocou atrás de mim, como se usando meu corpo de proteção – Agora use Pursuit! – Gritei a ele assim que percebi as intenções do Wartortle. Aquele ataque fez com que Kuro acertasse o Wartortle mesmo que ele estivesse tentando fugir da batalha, o fato de Wartortle estar fugindo faz com que Pursuit seja ainda mais forte. Assim que levou o golpe, o Wartortle foi jogado na direção da garota e se colocou a sua frente. Levantei-me rapidamente e gritei ao mesmo tempo em que a garota

— Wartortle, Aqua Jet!

— Kuro, Sucker Punch!

Os dois se acertaram ao mesmo tempo e acabaram desmaiados em nossa frente, peguei Kuro no colo e a garota usou sua pokébola para chamar o Wartortle de volta. Virei-me para o Kage, mas ele estava totalmente desmaiado enquanto a Delcatty e a Gothitelle se aproximavam de mim. Porém, a garota não me atacava, ela olhava meu pescoço com seus olhos azuis arregalados (não pude deixar de reparar na cor de seus olhos, era um azul tão lindo que quase me fez esquecer de que eu estava enrascado), só então percebi que meu cachecol estava no meu colo e meu pescoço estava exposto, provavelmente devido ao ataque de Kuro

— O-oque é isso? Se explique, agora! — Disse ela, apontando para os hematomas em meu pescoço. Seu tom continuava agressivo, porém ela não me olhava da mesma forma que antes.

— Porque eu deveria explicar algo a você?!? Eu tentei apertar o botão de reset, isso é tudo que você precisa saber! — Disse com um olhar frio para a garota, enquanto me certificava de que Kuro estava desmaiado.

—Reset? Do que você está falando, idiota?!?

—Não é da sua conta, idiota! — Gritei em desespero tentando esconder meu segredo mais vergonhoso, apesar de que pelo seu olhar, a garota parecia ter entendido.

—Isso... São marcas de corrente? Não me diga que você... — Ela parou antes de completar sua frase. Ela não parecia preocupada comigo, apenas... Curiosa. Bom, contanto que ela não me levasse a polícia nós poderíamos falar até mesmo sobre Magikarps. Decidi continuar o assunto.

— Tentei me matar? Sim, eu tentei. — Disse enquanto me certificava de que Kuro estava desmaiado.

Eu ainda me lembrava bem o que havia acontecido, há duas semanas eu estava no fundo do poço, sem comer nada por três dias. Não conseguia dormir nem pensar em outra coisa que não fosse aquela noite que eu perdi tudo... Então no meio da noite eu me levantei do banco da praça onde meus Pokémons estavam dormindo, roubei uma corrente que era usada para bloquear um estacionamento local e caminhei sozinho até o outro lado do parque. Passei a corrente por cima de uma árvore, amarrei a outra ponta em volta de meu pescoço e pulei. Estava disposto a acabar com tudo naquela noite, mas assim que estava prestes a morrer sufocado, ouvi um barulho de ferro se partindo acima de mim. Meu corpo caiu no gramado da praça em um instante, quando abri meus olhos pude ver Kuro em cima de mim, me segurando pela blusa e batendo em meu peito enquanto chorava. Meu egoísmo era tão grande que não pensei em como meus Pokémons reagiriam caso encontrassem meu cadáver na próxima manhã. No dia seguinte foi quando eu roubei o cachecol vermelho de uma loja para esconder meu pescoço machucado, não queria ter que fazer Kuro olhar aqueles machucados todo dia.

— Porque? Você é tão novo... Não entendo como você pode fazer coisas como roubar ou até mesmo tentar se matar.

—Acho que você não entenderia mesmo... Minha vida tem sido um sofrimento sem fim desde que eu perdi minha casa em um incêndio. Diferente de você, se eu morrer ninguém vai realmente se importar. Na verdade, grande parte da sociedade preferiria que eu estivesse morto de qualquer forma, afinal, como eu poderia contribuir para qualquer coisa desse jeito? — Disse enquanto tirava minhas luvas e mostrava minhas mãos deformadas para ela. Mesmo sem fazer nenhum esforço, minhas mãos tremiam naturalmente pela falta de força que eu tenho nelas. 

—Você é aquele garoto... Eu me lembro das noticias, a casa de uma família de classe média pegou fogo, matando todos menos a criança... Lembro de como você não falava uma palavra para quem te entrevistava, somente ficava encarando a câmera como se sua alma tivesse saído de seu corpo... Semanas depois o noticiário comentou sobre como você desapareceu do orfanato... O que houve?

Fiquei de pé, ela não parecia querer lutar comigo mais. Não me levem a mal, ela ainda parecia tão hostil quanto antes, mas dessa vez ela parecia me reconhecer como um ser humano ao invés de um saco de lixo. — Eu fugi. Fugi dos problemas que me cercavam no passado, assim como tentei fugir dos problemas de meu presente tentando me enforcar. Eu sou um covarde, um jovem quebrado que tem que lutar pela sobrevivência todo dia e que um dia vai acabar morto de fome em algum beco da cidade.

—Mas você é um treinador Pokémon consideravelmente habilidoso! Você sabe que se pode ganhar dinheiro em batalhas Pokémon, certo?

—... Como assim?

—Ginásios — Disse ela rolando os olhos. — Sempre que você derrota um, você recebe uma insígnia, um TM e uma quantia em dinheiro. Quanto mais difícil o ginásio, maior é sua recompensa.

—E-eu não sabia disso... — Senti meu rosto ficar vermelho — Mas de qualquer forma, como eu vou fazer isso? Eu nunca participei de batalhas Pokémon com regras, geralmente eu só luto conforme da na telha.  

—E mesmo assim você conseguiu bater de frente comigo, alguém que estuda sobre batalhas desde criança e que até já tem duas insígnias. — Disse a garota com um leve movimento dos ombros. — Vamos recomeçar então... Primeiro, me desculpe por te atacar, imagino que você só estava tentando sobreviver e eu talvez tenha te julgado mal... Segundo, meu nome é Kyla, se você quiser eu posso te ajudar. — Ela estendeu sua mão como forma de comprimento. — Vamos passar em um centro Pokémon e depois vamos para minha casa, posso te ensinar o básico sobre batalhas por um tempo, depois disso você pode voltar a viver sozinho. Independente de suas mãos terem forças ou não, isso é uma oportunidade de um recomeço para você... Que tal?

Eu estava boquiaberto. De repente, aquela pessoa que estava acabando comigo e prestes a me entregar a policia, estava disposta a me ajudar a sair das ruas e ter uma chance na vida. O mais estranho é que a atitude dela não condiz com o que sua aparência tenta passar, todo aquele jeito de se vestir, suas companhias e seu olhar agressivo acabam escondendo alguém que parecia ter um bom coração. Apertei sua mão e disse — Meu nome é Gray. Esses são Kuro e Kage, eu.... Eu ficaria infinitamente grato se você pudesse me ajudar.

Eu queria agradecê-la pela oportunidade do fundo de meu coração com direito a abraços e beijos, mas eu ainda estava muito desconfiado daquilo (e eu não tomava banho nem escovava os dentes já fazia mais de uma semana, imaginei que ela não fosse gostar daquilo). Não só pelo jeito que a garota agia, mas também pela vida que eu tive. Depois de tanto tempo nas ruas eu não consigo mais criar confiança em ninguém. Então ela entregou duas Pokébolas para que eu guardasse meus Pokémons até chegarmos ao centro Pokémon e seguiu em frente em direção a cidade.

Outra coisa que reparei agora que estava próximo dela foi que algumas partes de seu corpo eram cobertos de tatuagens. Seus antebraços tinham desenhos coloridos assim como seu peito, pude ver apenas parte dos desenhos já que sas roupas cobriam o resto de seu corpo, mas quanto mais tempo eu passava olhando para ela, mais minha mente ficava curiosa.

Afinal, com que tipo de pessoa eu havia me metido dessa vez?


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