[Narrador]

Asheley caminhava de volta para dentro da casa de Scott. De repente uma voz conhecida desperta sua atenção. A mesma para de caminhar e aguça a audição, ouvindo passos se aproximarem, vindo do outro lado da rua. Ela virou seu rosto para trás, procurando o sujeito. Nada havia em sua frente. Quando ela vira seu rosto para frente, um homem alto, com um porte físico atraente, com um cheiro forte de lavanda. Para a sua frente. A ruiva arregala os olhos, dando um passo para trás.

— O que você quer aqui Alec? - Asheley engoliu um seco. Ele não era alguém que ela gostaria de ver depois de meses.

— Bom dia pra você também Asheley - Disse Alec irônico, se aproximando da ruiva - Está tão linda, dês da última vez que nos vimos.

Asheley balança a cabeça positivamente agradecendo. Recuando para trás a cada vez que ele se aproximava. Ela sabia que se aproximar demais poderia causar uma luta injusta. Sua força era dobrada comparada a de Alec. Mas a ruiva não estava disposta a começar uma briga.

— Diga o que você quer e se mande daqui - Pronuncia com firmeza na voz.

— Precisamos conversar Asheley, sou o único que sabe sobre você e sua família de crápulas! - Proferiu o moreno entre os dentes, revirando os olhos.

Asheley olha para baixo dando um riso debochado. Se afastando, andando na direção da porta dos fundos. Alec range entre os dentes e avança por trás de Asheley. A empurrando contra a parede, causando um estrondo.

— Eu disse que precisamos conversar - Alec disse mudando a cor dos olhos para um amarelo desbotado. 

Alec segurava firme os braços de Asheley. A mesma reage da mesma forma, mostrando suas presas e olhos cores de rubi.

— Não temos nada pra conversar - Asheley cravou as unhas no braço do mesmo - Volte pro lugar de onde veio.

Portanto Alec estava disposto a conversar. Ele franzi a testa e morde os próprios lábios devido a reação da sensação que as garras da alfa causavam nele. O moreno respira fundo e segurando mão de Asheley. Em seguida ele desce as mãos para seu ventre bruscamente. A força do impacto deixou a ruiva sem folego, parando de respirar por um segundo.

— Estou sentindo que meu projeto esta crescendo muito bem - Alec sorriu com o canto da boca, sibilando com a cabeça como uma cobra - Posso ouvir os batimentos do bebê.

— Esse bebê não é seu - Asheley dizia com dificuldade, exalando ar de seus pulmões.

— É minha criança, minha menina esta crescendo - Alec disse orgulhoso, sem tirar os olhos de Asheley, ele acaricia de leve o pequeno volume, que aos poucos tomava forma.

A mesma sente um arrepio percorrer sua espinha. O sangue correndo em suas veias parecia queimar como lava. Ela rosna se esforçando para sair daquela situação. Emitindo um grunhido de raiva. Contendo sua vontade de dilacerar Alec á sua frente.

— Mas acho que você deve fazer a dieta que mandei você fazer - Alec suplica fazendo bico - Ela tem que ser forte como eu, e não fraca como você.

Asheley rosna e bufa pelo nariz. Alec já estava passando dos limites. A ruiva enche os pulmões de ar. E abre a palma da mão e o lança bruscamente em direção ao pequeno muro no fundos. A mesma faz concha com as mãos, olhando fixamente para Alec, parcialmente imóvel devido ao poder da ruiva. A mesma cora o rosto.

— Devo te lembrar Alec, que não sou como você. Não sou uma híbrida comum, sou mais do que isso. Então da próxima vez que mencionar meu nome dessa forma ou de ousar a tocar na minha filha lembre - se disso. - Asheley levantou o punho para cima, trazendo o corpo de Alec próximo ao seu. A mesma desce o punho e Alec toca ao chão, caindo de joelhos. 

Alec se apoia com os braços para trás do corpo. Na tentativa de se levantar Asheley segura com força seu pescoço e o levanta. A mesma crava as unhas de leve e inspira em seu ouvido.

— Agora se manda Alec, não quero ter que te matar, eu não estou nessa cidade pra cometer homicídios - Ash se afasta e o solta.

Alec vira de costas e corre, sumindo diante da floresta densa e sombria. Apesar do sol preencher o ambiente. 

Asheley enche o pulmão de ar orgulhosa. Passa a mão sobre o cabelo colocando uma mecha do cabelo para trás. Adentrando a casa dos McCall silenciosamente. 

A ruiva sentiu um empurrão vindo do seu ventre. Ela encostou  na pared, desconfortável. Desceu as mãos até o volume e levantou a blusa, vendo que o aperto de Alec tinha sido forte o bastante para causar um hematoma, com o formato dos seus dedos.

Lagrimas de dor desciam do rosto da ruiva, que segurava o choro com a boca para não fazer barulho. Concentrou se nos seus batimentos e nos do bebê, podendo ouvir e sentir que tudo estava bem com o feto. A mesma deu um meio sorriso e permaneceu ali.

                [Scott]

Depois da conversa que tive com Asheley, muitas duvidas se formaram em minha cabeça. Não somente pelas lembranças cujo tinham sido apagadas da minha memória completamente. E agora voltando aos poucos devido ao acontecimento da noite passada. 

Felizmente eu não era o único ao estar confuso. Stiles não parava de me fazer perguntas e Malia de braços cruzados na porta do meu quarto acreditava que tudo isso EEA bobagem. E que Asheley estava mentindo e me enganando.

— Cara, você tem certeza que aquela mulher tem algo com você? Sério! Eu nunca avistei ela por aqui - Stiles diz coçando a nuca, balançando os ombros tenso.

— Sim, eu tenho sim, eu vi tudo na memória dela - Disse me defendendo, sentando na cama - Ela era minha amiga na infância.

— Mas como você nunca me contou dela? Eu te conheço muito melhor que ela, tenho certeza disso - Pronuncia Stiles afirmando sua lealdade a mim.

— Não sei cara, eu já falei que não me lembrava de nada ate ver as lembranças dela - Coloco a mão sobre minha cabeça.

— Mudando de assunto, você disse que ela não é só um lobisomem - Disse Malia interrompendo caminhando próximo a Stiles, sentado na cama. - Então o que ela é?

— Ela é uma híbrida mestiça com bruxa. Tem um nome certo pra isso mas eu não me lembro - Coloco a mão no bolso - Ela não é desta cidade, por isso nunca a viram e nunca chegaram a conhecer essa espécie de sobrenatural.

Stiles e Malia ficaram perplexos. Stiles se levantou empolgado andando para os lados.

— Pera ai! Então é uma daquelas vampiras que chupa sangue pelo pescoço e dorme em um caixão? - Stiles suplica empolgado.

— Stiles eu não...

— Caraça! Isso é muito irrado! Achava que eram lendas, estou impressionado! - Ele dizia sorrindo de até os olhos. - Ela com certeza deve se transformar em morcego ou algo do tipo.

— Ou ela pode ser perigosa e matar você enquanto estiver dormindo - Disse Malia curta e grossa.

— Eu concordo com a Malia, ela pode ser perigosa Stiles - Disse com firmeza - Não sabemos se ela tem algo haver com o desaparecimento da Lydia.

— Eu nao duvido disso - Pronuncia Malia sincera - Porque qual razão ela aparece do nada alegando conhecer Scott e dizer que pode ajudar a achar a Lydia. 

Parei por um segundo e refleti. De fato aquilo não fazia o menor sentindo. 

— Não temos provas ainda, pode ser que ela realmente quer ajudar. 

— Ah Scott, você como sempre acha que todos são bons. Admiro isso em você, de verdade! Mas nem todos são confiáveis - Malia dizia com firmeza, essa era sua visão.

Antes que pudesse responder agucei minha respiração ao ouvir passo vindo do andar de baixo. Vindo da cozinha alguém se aproximava da maquina de café. Arregalei os olhos e me virei na direção de Malia.

— Ela esta aqui. 

                   *

Quando descemos devagar olhamos pelo canto da escada. Vendo uma mulher parada a frente da maquina de café. Vestida uma calça preta, coturnos pretos e de couro, sua camiseta estava amarrada por dentro do sutiã, deixando as costas visíveis do nosso angulo. 

Aproximamos-nos devagar. A mulher percebendo nossa movimentação se virou em nossa direção. Mostrando garras e dentes. Os desmanchando logo em seguida ao me ver.

— Scott, me desculpe por entrar sem avisar - A ruiva diz entre os dentes.

— Ameaça - Disse Malia com as garras e presas a mostra - Ela vai nos matar. 

Malia emitiu um grunhido demostrando se sentir ameaça. A mesma avançou na direção de Asheley com força. A ruiva se esquiva, segurando os braços de Malia. 

— Uma coiote? Essa eu não conhecia - Disse Asheley olhando fixamente para Malia.

— Aqui não é seu lugar - Dizia Malia sem se acalmar, os olhos azuis  brilhando.

— Malia, deixa ela em paz - Dizia Stiles referenciando com os braços - Olha pra marca na barriga dela e se concentra.

Malia seguiu as palavras de Stiles. Parou por uns segundos e aos poucos foi se afastando. Guardando as presas e garras. Ficando a frente da ruiva. Seu coração batia rapidamente.

— Porque ninguém me falou que ela estava grávida - Malia bateu os pés no chão e se afastou - Que merda!

— Pensei em avisar vocês que precisão entrar. Mas eu percebi o quanto estavam ocupados lá em cima - Asheley apanhou uma xícara e colocou café, tomando alguns goles - Do que estavao falando?

Trocamos olhares pensando no que responder. Sabíamos que o assunto era ela. Também imaginava que ela sabia disso ou desconfiava pelo menos. Depois de alguns minutos, apos alguns olhares Stiles resolve se pronunciar.

— Sobre alguns suspeitos dessa redondeza - Ele dobrou os lábios, dando de ombros - Sabe, alguns lobisomens, caninas, cães do inferno, vampiros! - Malia lhe fuzilou com atenção.

— Vampiros? Interessante, prossiga Stilinski - Disse Asheley arrumando a camisa, cruzando os braços. Ela deu uma leve  gargalhada, debochando da resposta do garoto.

Stiles segurou firme a cadeira. Engoliu um seco e pude ouvir seu coração bater mais forte.

— Hã, eu disse vampiros? Claro que não - Ele riu disfarçadamente desconfortável - Você entendeu errado. Eu quis dizer  coiotes.

— Ei! - Exclamou Malia

Stiles movimentou os ombros desajeitado. Arqueando as sobrancelhas, sinalizando algo como "Fazer o que, acabei falando". Balanceei a cabeça para os lados. Em seguida caminhei próximo a Malia e segurei sua mão.

— Desculpa eu fiquei nervoso! Mas eu tenho uma pergunta Asheley, você dorme em um caixão e sai de noite pra caçar pescoços? - Stiles disse curioso. Bati minha mão em minha própria cabeça, indignado.

Asheley me olhou sorrindo. Puxou uma cadeira e se sentou.

— Não faço nada disso Stiles, mas antes que pergunte eu posso andar pelas ruas de dia - Ela apontou para um anel de pérola em seu dedo - Graças a esse anel que eu mesma enfeiticei. - Ela o encarou orgulhosa de si.

— Obrigado por esclarecer minha dúvida - Stiles sorriu sem graça - Mas falando sério agora, achamos que sua "espécie” tenha haver com o desaparecimento da Lyds.

— Talvez, mas acho que não é somente minha espécie. Trata-se de algo pior, não sei se é uma criatura diferente ou estamos lidando com membros da minha família.

— Agora estou realmente confusa - Disse Malia - Sua família de vampiros?

— Não exatamente. Lydia não foi a única a ser sequestrada. Outra garota, de outra cidade também foi. E para surpresa de vocês ela é uma mortal, não tem nada haver com nosso mundo. - Asheley explicou com delicadeza, apos dando um leve suspiro.

— Estranho! - Confirmei incrédulo - Porquê sequestrar uma humana?

— Refém! Podem estar fazendo ela de refém - Suplica Malia - Sei lá, eles já tem Lydia como sobrenatural, uma garota normal pode ser uma prisioneira interessante.

— Concordo com a Malia - Disse Asheley se levantando - O problema é a pessoa que sequestrou a garota. Um Canima é nosso culpado dessa vez.

Stiles eu trocamos olhares duvidosos. O único Canina que conhecíamos era Jackson. Mas não víamos ele há um ano.

— Jackson? - Falamos em coral.

— Quem é Jackson? - Questiona Asheley.

— Um conhecido nosso. Mas não pode ser ele. Já que ele é "meio" lobisomem. - Stiles suplica duvidoso.

— Então temos alguém entre nós - Diz Malia

— Que cidade é essa? Fica longe daqui? - Pergunta Stiles curioso.

— Sim - Disse Ash - Riverdale é uma cidade pequena, nunca houve problemas com isso. Somente agora, depois da morte de Jason Bloosom as coisas começaram a acontecer.

— Ele era mortal? - Indaga Malia.

— Ate onde eu sei, sim, ele era um mortal - Ash deu uma pausa suspirando - Morto pelo próprio pai, com um tiro na cabeça.

— Que horror! - Stiles e Malia disseram em conjunto.

— Por isso preciso que venham comigo até lá. Onde tudo começou

[Lydia]

Zumbidos invadiam minha cabeça. Sussurros ao meu redor. Abria meus olhos com uma certa dificuldade. Minha cabeça tinha o peso de um saco de cimento, era como se não tivesse controle dos meus movimentos.  Sentia meus dedos formigarem, assim como meus pés e outros membros.  Notei que meu ouvido começara a entupir, emitindo um zumbido semelhante a sons de abelhas. Ao mesmo tempo vozes de diferentes pessoas bagunçavam minha mente. Causando uma enxaqueca terrível.

O ambiente estava pesado, um cheiro terrível de carne pobre fez meu estômago embrulhar. Sentia meu coração bater aceleradamente e meu sangue queimar. Abri meus olhos minimamente visualizando um abajur no canto superior do local. Movimento minhas mãos, dando conta de que estavam presas a correntes. Passei a língua pelos lábios, estavam secos e com certeza estava ficando desidratada naquele lugar.

Subitamente sinto o chão tremeluzir devido a passos pesados e fortes. Levanto minha cabeça com dificuldade buscando a direção que alguém se aproximava. Fixei meus olhos no canto de luz vindo de uma janelinha a minha frente. De repente dois pares de olhos brilhantes me fuzilaram. Eu senti meu coração galopar e senti meus olhos piscando e girando dentro de minhas órbitas oculares.

— Bem vinda ao seu pesadelo Lydia, o banquete já vai começar.