Heal me escrita por Ryanneh


Capítulo 5
Eu nunca disse que era legal


Notas iniciais do capítulo

Herrou ♥

Segunda é da dia de capítulo uhuul (Desculpa postar tão tarde)
Muito obrigada a todos os comentários ♥

Boa leitura ^^



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"Allergic to stupid people"

— Você também não é o garoto mais legal do mundo se quer saber. – Ela cruza os braços. – Okay então, vamos acabar logo com isso. – Ela vem em minha direção para se sentar ao meu lado.

~~

—Ségolène Frazier

   Começamos por biologia, cruzamento de genes recessivos e dominantes. Lembro-me de como se faz, é muito fácil para dizer a verdade.

  O suposto ser humano, chamado Nicolas, que deveria ensinar a matéria tinha mais dúvidas do que eu aprendendo sobre isso no ano passado. No final acabou que eu comecei ensinar o assunto para ele, pois parecia que ele nem havia comparecido as aulas.

— Então o a característica dominante vai sempre prevalecer, não importa se estiver acompanhado de um recessivo? – Ele me pergunta inclinando a cabeça para olhar meu rosto.

— Por isso que se chama dominante. Descobriu a América Nicolas Clark?

— Nossa cara... – Ele faz um gesto de uma faca atravessando seu coração, não entendi o propósito daquilo. – Bruta, suas palavras são ácidas.

— Ahm? – Pergunto confusa. – Não tem como palavras serem ácidas ou doces. Elas não têm sabor nem cheiro.

— As metáforas entram por um ouvido e saem pelo outro pelo jeito. – Ele fala aquilo rindo, o que me deixa incomodada. Não gosto que riam de mim. – Suas palavras podem matar, mas em compensação sua força física não seria capaz de esmagar nem uma formiga. – Ele diz quando eu estapeio seu braço.

  Fiz uma cara de brava, mas apenas o fez rir mais ainda. Não demorou muito e apareceu uma empregada na sala, uma das que eu encontrei falando sobre minha vida na cozinha. Ela parecia exausta, será que tiveram que limpar a bagunça da cozinha? Não vou mentir que o meu eu sádico iria adorar se tivessem.

— A refeição está pronta. – Ela diz se curvando levemente, quando se endireita ela olha para Nicolas. – Devo colocar mais um prato na mesa?

— Hum... – Eu penso um breve segundo. – Você não comeu nada ainda certo?

— Sim. Acordei atrasado e ainda nem deu tempo de almoçar. – Ele diz colocando a mão em sua barriga.

— Entendo, não deve ser fácil vir direto do colégio para minha casa. – Falo com uma expressão compreensiva e o mesmo fica surpreso. – Enquanto eu almoço você fica aqui terminando os exercícios, assim pode ir embora mais cedo para comer em casa.

— Foi quase. – Ele diz “murchando” o sorriso. – Foi quase que eu acreditei que estava sendo gentil pela primeira vez.

— Como é mal agradecido. – Falo com um tom de voz ofendido, mas logo expressando novamente meu sorriso satisfeito. – Vejo você daqui pouco, ou não. A porta está sempre aberta para ir embora, não se esqueça.

  Caminho até a sala de refeições e me sento. Estou sozinha na mesa e sorri ao ver que tem salmão para o almoço. Volta e meia eu ria comigo mesma lembrando-me da expressão de Nicolas, com certeza ele irá embora agora.

— Estava agradável. – Falo cruzando meus talheres e me levantando.

  Deve ter passado trinta minutos desde que o deixei na sala de estudos. Subo as escadas e entro na escuridão do meu quarto, deixo sempre as cortinas fechadas. Entro no banheiro e tomo um banho demorado, os melhores minutos do dia são simplesmente quando que afundo nessa banheira. Tenho a sessação que qualquer problema desaparece nesses pequenos instantes debaixo de água.

— Qual seria o nome dado para isso? – Pergunto abrindo meus olhos de repente. – Relaxar paresse ser um pouco raso de significado comparado ao que sinto. Esquecer, adiar, despreocupar? – Pergunto a mim mesma enquanto conto nos dedos as opções de nomes que citava.

  Enquanto penso sobre isso vejo que já passou tempo demais, vou acabar ficando toda enruga nessa banheira. Me levanto e enrolo-me na toalha, tiro a tampa do ralo para banheira esvaziar e vou caminhando para meu closet. Foi enquanto me vestia em frente ao espelho que lembrei.

— Hiatus! – Eu falo um pouco alto. – O nome dado a quando você “dá um tempo”. É praticamente perfeita. Eu entro em hiatus emocional na banheira. – Eu sorrio para o espelho enquanto terminava de colocar um vestido solto. – Você está ficando melhor nisso Ségolène. – Desfaço meu sorriso lentamente. – O hiatus acabou.

  Penteio meus cabelos em frente ao espelho com a mesma expressão quase congelada de sempre. Nossa... Sou tão branca que minhas olheiras são vermelhas, elas nem estariam ali se eu ao menos dormisse mais na maioria das noites. E eu dormiria mais se não tivesse noites tão horríveis.

— Eu tenho pesadelos. Nesses pesadelos eu convivo com pessoas. – Se eu falo comigo mesma? Sim, isso não é loucura, é apenas o fato de eu ser minha melhor ouvinte.

  Termino de me arrumar e decido buscar meu material de estudo na sala de estudos, acho que terminarei de estudar no quarto. Estou sem vontade de permanecer aqui em baixo. Chegando à sala eu confesso tomar um susto quando vejo Nicolas ali.

 – Já terminou? – Ele me perguntou tirando os olhos do caderno. – Jurava que você não ia voltar aqui antes que se passassem duas horas, mas olha ela aqui. – Ele olha a hora em seu relógio. – Apenas uma hora e quinze minutos depois, me enganei com você. É realmente uma boa pessoa. – Ele diz com um sorriso, claramente sendo irônico.

— O que... O que você ainda está fazendo aqui?

— Bom... Sinto lhe decepcionar senhorita Frazier, mas nesse tempo eu apenas consegui fazer dois exercícios. – Enquanto ele falava, eu me aproximava da mesa, olhava para ele como se fosse uma espécie de ser vivo não identificado.

— Decepcionante. – Eu falo soltando uma risada. – Me encarregarei de lhe ensinar melhor. – Digo com um sorriso com um sorriso um tanto perverso em meus lábios.

— Acho que eu deveria ter ido embora mesmo. – Ele fala baixo me olhando assustado.

— Agora que decidiu ficar, irá ficar aqui até aprender esse maldito cruzamento genético. – Eu digo me sentando na cadeira ao seu lado.

  Eu não posso dizer que nos damos bem, mas nos entendemos em nossas grosserias pelo menos. Minha falta de paciência parece sempre ser relevada pelo bom humor aparentemente infinito de Nicolas.

(...) 2 dias depois

A noite chegará e eu estava em meu quarto, Nicolas foi embora na metade da tarde. Ele estava mesmo levando adiante o fato de não ir embora, ficar e estudar comigo. Confesso que em sua maioria o tempo com ele tem sido bem... Irritante para dizer a verdade. Nunca conheci alguém tão desconcentrado quanto ele.

  Jogo-me na cama afim descansar um pouco e pego meu celular. Não o uso muito, apenas para ouvir música. Música: Outro período do meu dia que posso chegar a entrar em um hiatus emocional.

  Coloco na minha fantástica playlist chamada“Sad Mercy” e largo meu celular ao meu lado. Simplesmente fico fitando o teto branco do me quarto. Quando uma melancolia toma conta do seu corpo e cérebro devido à falta ou afastamento de algo ou alguém. Como chamam?

  Meus pensamentos são interrompidos quando ouço meu celular tocar. Tiro os fones de ouvido e olho a tela que dizia “número desconhecido”. Mesmo achando estranho eu atendo.

— Alô? – A voz do outro lado da linha pergunta, era masculina, mas eu não reconheci.

— Quem é? – Pergunto direta.

— Mas olha, nem ao telefone você tem um tom de voz mais simpático. – Aquelas provocações eu conhecia bem.

— Nicolas como você conseguiu meu número?

— Eu tenho meus métodos. O que você está fazendo?

— Ouvindo música. – Falo depois de soltar um longo suspiro.

— Que música?

— Old Money, de uma cantora americana. Del Rey ou algo do tipo.

— Lana. Lana Del Rey. E você me deixou triste só de ouvir você dizer que está ouvindo essa música.

— Ótimo. E o que quer?

— Ah... Eu quero tirar uma dúvida. Isso, uma dúvida do assunto de geografia. Me diz de novo, quer dizer que a floresta amazônica não é um território neutro?

— Nicolas você é um péssimo mentiroso, já te falaram isso? – Eu pergunto rindo internamente do modo estranho como ele age.

— Eu ouço isso com certa frequência. Para ser sincero fiquei imaginando o que você faz a noite. Ainda acho que é uma vampira que caça pobres e inocentes seres humanos. Fingindo ser uma garota indefesa e inocente e quando eles vão te ajudar você rouba a alma deles.

— Primeiro, eu não roubo alma. Apenas toda energia vital e sentimentos de felicidade. E segundo, “pobres e inocentes”? Não seriam esses adjetivos que eu usaria para definir a espécie de vocês. – Ele ri do outro lado da linha quando eu falo isso.

— Está ai a prova de que você no mínimo não é humana.

— Eu às vezes duvido da sua natureza humana também, não é possível que alguém demore tanto para aprender algo simples.

— Mas eu aprendi bem mais rápido o assunto hoje.

— Não estou falando do assunto. Quando vai aprender que eu não quero nenhuma companhia?

— Quando você estiver sendo sincera ao falar isso talvez eu acredite em você. – Minha garganta trava ao ouvi-lo falar aquilo, fiquei calada por alguns segundos. – Não vai falar nada? Se continuar me ignorando eu vou desligar.

— Ahm? E-Eu nem pedi para você ligar para inicio.

Desligo assim que termino de falar. Mas oque esse garoto tem na cabeça?

— Americano inconveniente.

 

— Nicolas Clark —

 

  Ela fez isso, não acredito. Ela desligou na minha cara. Fiquei hoje o dia inteiro convencendo a diretora a passar o número dela usando a desculpa de tentar socializar com ela. O que de fato não é mentira.

— Francesa prepotente. – Falo jogando o celular do outro lado da cama e me virando de costas para ele.

(...) Na semana seguinte.

— Esse café está muito bom mãe. – Eu digo tomando mais um gole do líquido em minha xícara.

  Depois da primeira semana que eu realmente fiquei na casa de Ségolène e estudei, minha mãe parou de me ignorar finalmente. Eu pedi desculpas de novo pelo que aconteceu e ela me perdoou. Ainda bem... Eu adoro minha mãe, detesto a ideia de ela ficar chateada comigo.

— Brigada filhote. – Ela fala acariciando minha cabeça. Já disse que adoro isso?

— Hoje é sexta feira. Que alivio. – Meu pai fala com um sorriso. – O que vão fazer hoje? Vão sair? Deixar sua mãe e eu namorar em paz? – Ele diz indo puxar minha mãe para dar um beijo.

— Nem vem mocinho. – Eu digo trazendo ela para perto de mim – Minha mulher. – Eu falo e minha mãe ri.

— Por que não tivemos duas garotas? – Meu pai pergunta revirando o olho. – Depois de todo esse tempo ainda tenho que dividir a atenção.

— Calado. – Ela fala rindo. – Mas então. O que vão fazer hoje depois do colégio?

— Vou trabalhar, voltar para casa e dormi. – Thomas fala bocejando. Sua nova rotina tem ficado corrida desde que ele começou a trabalhar. Voltava apenas de noite e tinha que ficar até tarde estudando.

— E você Nicolas? – Ela pergunta se virando para mim.

— Eu vou à casa da Ségolène e bem... Quando voltar tenho que fazer uns exercícios... Alguns vários exercícios. – Falo dando um ênfase em “vários”.

— O que? Exercícios? – Meu pai pergunta confuso.

— É. Acontece que quero provar para Ségolène que não tem nada demais nesses exercícios, que eu consigo fazer. E como eu ainda não fiz nenhuma desde semana passada acumulou bastante. Fora que ela jurou me torturar se eu não fizesse. – Ri lembrando o quão engraçado é ela quando fica tentando parecer brava ou ameaçando.

— Nossa que exagerado, eu vi a foto dela. Ela não tem cara que machuca nem uma mosca. – Thomas fala. Fisicamente ele pode até estar certo, mas acho que ela pode matar alguém só com as palavras. Eu é que não estou afim de sofrer a tortura psicológica dela.

— Eu tenho que conhecer essa garota. Vou venera-la. – Minha mãe fala com os olhos brilhando. – Eu preciso organizar mais uma festinha. Assim poderemos conhecê-la. Será perfeito. Se tudo der certo vai ser a primeira garota decente com quem já saiu. – Ela fala tudo tão rápido que eu quase não entendo.

— Mãe, está viajando longe demais. Eu nunca vou ficar com a Ségolène, seria equivalente a sair com uma versão feminina do Hitler. Na verdade eu provavelmente nunca vou casar. Essa coisa de amor não funciona para mim.

— É por que você nunca amou. – Thomas fala. – Mas o que é teu tá guardado, no dia que isso acontecer eu vou estar lá para jogar na sua cara. – Ele diz rindo e em seguida se levanta para pegar sua mochila.

— Valeu irmão, sempre posso contar com você. – Digo ironicamente.

— Já decidi !—Minha mãe grita do nada assustando todos no cômodo.

— O que mulher?! Decidiu que quer ficar viúva me matando de susto? – O pai fala e eu me seguro para não rir.

— Muito engraçado. -- A ironia podia ser sentida claramente no tom de voz da mãe. – Enfim... Mesmo que seja de última hora, vamos fazer uma de nossas festinhas no domingo. Eu organizo tudo.

— Karyn... Amor, tem certeza que vai se dar ao trabalho?

— Isso não é nada para mim, já estava mesmo na hora de reforça nossos laços de amizade com uma festa. – Mamãe fala toda animada, agora ninguém vai conseguir tirar isso de sua cabeça. – Thomas pode a Rosé claro e o irmãozinho dela. Eu e o seu pai vamos chamar uns amigos nossos e Nicolas chame a Ségo sim?

— “Ségo”? – Eu pergunto a olhando confuso e soltando uma risada. – Já está com essa intimidade?

— Não enche Nicolas Clark, agora vão embora vocês três. Preciso trabalhar e vocês aqui me distraem. – Ela diz se levantando.

  Nós três rimos por praticamente sermos expulsos de casa pela mamãe. Como saímos junto com o pai ele nos deu carona até o colégio.

  Chegando ao colégio fomos até Rosé que estava em seu armário, estranhei logo de cara por que a mesma estava de casaco e cachecol. Mas o que está acontecendo com o senso climático das pessoas? Ségolène  mora no polo norte e agora Rosé aparece cheia de casacos num dia de sol.

— Bom dia. – Thomas fala logo de início.

— Ah... – Ela toma um susto e dá um pulo. – São vocês, bom dia. – Ela diz dando um pequeno sorriso.

— Por que está tão assustada? E por que está com essas roupas? – Eu pergunto.

— Estava concentrada e vocês tem mania de chegar de fininho. E estou com sintomas de gripe. E não posso de forma alguma ficar doente. – Ela explica enquanto tiramos os livros de nossos armários.

— Precisa se cuidar melhor garota, já falei. Nunca vi alguém pegar resfriado tão fácil. – Eu falo bagunçando seu cabelo.

— Pois então. – Ela dá um sorriso sem graça.

  Fomos para sala com a Rosé e já sentamos em nossos lugares. Aproveitamos para contar da festa de nossos pais. Ela disse que ia tentar ir, arrumar uma desculpa com o pai dela para sair de casa.

— Vou dizer que vou à casa da minha amiga Ségolène. Se ele soubesse que sou amiga de dois garotos, teria um surto. – Ela diz rindo. – Será que a Ségolène deixa eu usar o nome dela? Por que da última vez tive que chamar vocês de Brittany e Tiffany.

— Por que raios nossas versões femininas tem nomes de patricinha de Beverly Hills? – Thomas pergunta quase tendo uma crise de risos.

— Foram os primeiros nomes que vieram a cabeça. Acho que vi demais aquele filme “As branquelas”.

— Eu quero ser a Brittany. – Eu falo jogando o cabelo fazendo os dois rirem ainda mais.

  Aproveitamos aqueles breves minutos de conversa antes da professora chegar à sala de aula e começar a dar aula. Estava ansioso para a aula termina. Quando a aula terminou fiz o mesmo caminho para casa da Ségolène, caminho esse que eu já estou acostumado e está se tornando cada vez mais confortável de fazer. 

(...)

— Como teve tal capacidade Nicolas? – Ela pergunta rindo pela primeira desde nos conhecemos. O que me fez ficar feliz, apesar de ela estar rindo de mim no caso.

  Havia ido para lá depois da aula e comemos algo, agora pelo menos ela me deixa comer. Depois de estudarmos acabamos nos distraindo em meio a provocações e conversas aleatórias. Até que ela decidiu perguntar como eu ganhei a punição para ter que vir aqui. Contei a história da festa e tudo mais.

— Não serio... Eu ainda não consigo compreender. – Ela diz rindo. 

— Para certas coisas nunca acharemos explicação.

— Inacreditável. – Ela diz ainda rindo. – Se eu fosse sua mãe eu... Acho teria deixado de ser mãe no mesmo momento. Devolvia você para maternidade.  – Ela fala com um olhar pensativo.

— Que Deus ajude seus futuros filhos. – Eu falo. – Isso se você arrumar alguém com um QI de mais de dois dígitos que consiga te aturar.

— Você não tem nem dois dígitos pelo jeito e está me suportando até o momento. – Ela diz se levantando e começando arrumar seu material.

— Vou ignorar a ofensa contra meu intelecto. Talvez para te aturar tenha que ter uns neurônios a menos mesmo. Os opostos se atraem.

— Isso é a lei da magnética. Atração é emoção. E emoção não tem fundamentos cientificos, logo não pode ser julgadas pelo senso comum de uma simples frase que se popularizou erroneamente.

— Você é incrivelmente insuportável sabia? – Eu digo com uma expressão frustrada, estou quase desistindo de humanizar um pouco essa francesa.

— Eu ouço isso às vezes. – Ela diz com um sorriso de canto. Sádica. – Vou beber água, já volto.

  Ségolène saia da sala depois que fala isso. Ela voltou depois de alguns minutos. Como já estava na metade da tarde me levantei para ir embora, Ségolène me acompanhou até a porta, estava já do lado de fora quando me lembro do que a mãe falou.

— Ah, sim. Quase me esqueci. Minha mãe tá organizando uma festa no domingo ao escurecer. Pediu para te convidar.

— Festa? Sua família é bem agitada.

— Modéstia parte, somos os melhores nisso. Falam de mim, mas todo mundo lá curte uma boa festa. Vai ter comida, música, conversa e é sempre bem divertido.

— Tentador, mas terei que recusar. Não é um ambiente em que eu estaria confortável. – Ela não pareceu nada feliz com o convite, via que estava em um tipo de conflito interno.

  Ainda não sabia o porquê dela não estar indo para escola e aparentemente não ter mais ninguém que a visite além de mim. Na verdade eu não sabia nada sobre Ségolène, ela parece manter tudo sobre si mesma guardado a sete chaves. Mas sabia que deveria ser serio, imagino o tipo de coisa capaz de fazer alguém se isolar dessa maneira.

— Eu não vou te força a nada, mas seria uma boa oportunidade para socializar, se diverti e fazer amigos.

— Posso me diverti aqui. Eu não preciso de amigos. – Ela diz com uma expressão neutra desviando os seus olhos dos meus.

— Eu não sei muito sobre sua vida pessoal Ségolène, mas de uma coisa eu tenho certeza. Todos precisam de amigos. – Ela me olhou de canto, estava com uma expressão um tanto incomoda. – Pode me considerar seu amigo se quiser. – Falo com o sorriso mais simpático que consegui dar. – Até mais.

  Quando eu me viro para ir embora sinto algo segurar a manga da minha camisa. Me viro e vejo ser Ségolène e sua delicada mão que segurava minha manga. Ela desvia o olhar, mas acaba olhando nos meus olhos para falar.

— Eu não estou dizendo que eu vou a essa festa. Mas seu eu fosse... Qual seria o endereço? – Naquele momento eu só consigo abrir um sorriso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^^
Tanto do cap quanto do formato de capa que eu fiz hehe

Ps: Para quem ficou curioso essa é a música que a Ségo estava escutando.

https://www.youtube.com/watch?v=0MaAPzg_YbQ



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